“Ai Ai Ai”
[CENA 01 – CASA DELLE ROSE/ SALÃO/ NOITE]
(Júlio continua olhando para Larissa, com um sorrisinho estampado no rosto. Ele puxa seu braço da mão dela, volta a sentar-se)
JÚLIO – Vim apreciar à noite.
NATHANIEL – Só que você não é bem-vindo aqui.
JÚLIO – Eu conversei com a Salete e prometi que iria me comportar.
LARISSA – A Salete não iria permitir sua entrada aqui. (Salete aparece ao lado dela)
SALETE – Eu permiti, querida.
LARISSA – (olha para Salete, surpresa) Por que?
SALETE – Será que podemos conversar um momentinho ali? (Larissa a acompanha, Júlio continua tomando sua bebida, com Nathaniel ao seu lado o observando sério)
LARISSA – Porque você deixou esse cara entrar?
SALETE – Infelizmente Júlio é um cliente que conhece muita gente. Ele falou que pode muito bem começar a divulgar coisas ruins da nossa casa.
LARISSA – Ele não tem esse poder, Salete?! Isso tudo trata de um joguinho.
SALETE – Mesmo assim, não podemos arriscar, querida. Casa delle Rose precisa manter sua fama que construiu por décadas.
LARISSA – Desculpa, mas não vou conseguir trabalhar com este cara, aí.
SALETE – Se você quiser, você poder tirar a noite de folga. O que não podemos é impedir que clientes nos visitem.
LARISSA – Isso é um absurdo.
SALETE – Não se preocupa está bem, como permissão para ele continuar frequentando nossa casa, tive que fazê-lo prometer que não te incomodaria.
LARISSA – Só o fato desse canalha estar no mesmo ambiente que eu, já me incomoda.
SALETE – Então tire a noite de folga, aproveite e vá ensaiar algumas músicas em seu quarto para o programa.
LARISSA – Não. Se eu for, vou estar dizendo a ele que estou fugindo. E uma coisa que eu não sou de fazer, é fugir.
SALETE – É assim que se fala, querida. (as duas voltam para onde estava, Larissa pega a mão de Nathaniel e o puxa para outro lado do salão. Salete se aproxima de Júlio)
JÚLIO – Não se preocupa, irei me comportar.
SALETE – Assim espero. Qualquer deslize seu, os seguranças estão logo ali para te colocar para fora. (se afasta dele, deixando-o sozinho bebendo e com um sorrisinho no rosto)
[CENA 02 – CASA DE OTÁVIO/ SALA/ NOITE]
(Otávio continua parado na porta, olhando em direção a esposa de Saulo)
ESPOSA – Ele realmente é lindo, amor. Nem parece que é cego!
OTÁVIO – Vão embora. (fecha a porta rapidamente)
ESPOSA – Pelo visto não deve ter recebido educação!
SAULO – Dê um tempo a ele. Acabou de perder a mãe. (se aproxima da porta, a bate em seguida) Filho, deixa a gente entrar. Vamos conversar?
OTÁVIO – (caminha até o piano) Vão embora daqui, se não vou chamar a polícia.
SAULO – Só queremos conversar, filho. Queremos cuidar de você.
OTÁVIO – Eu não preciso que ninguém cuide de mim. Vão embora!
SAULO – (se afasta da porta, pensa em arrobá-la, mas talvez isso só piorasse as coisas) Está bem. Estamos indo embora. (segura a mão da esposa e vão embora. Otávio fica alguns segundos parado ao lado do piano, e após perceber o silêncio caminha até a porta. Encosta seu ouvido, e ao ouvir nada, se afasta indo em direção ao sofá, senta-se e começa a chorar)
[CENA 03 – CASA DE JUNIOR/ SALA/ NOITE]
(Junior continua encarando Gustavo, que aguarda uma resposta)
GUSTAVO – Então? Posso comprar a passagem da Ana já?
JUNIOR – Eu ainda não consegui convencê-la.
GUSTAVO – Que fracasso de pai você é. (caminha até o outro lado do sofá, Junior o acompanho ficando no lado oposto) Qualquer pai saberia como convencer um filho a fazer determinada coisa, mas você parece que nem isso consegue. Francamente!
JUNIOR – Ela não quer viajar com um estranho.
GUSTAVO – Um estranho?
JUNIOR – Sim. Você é um estranho para ela. Por isso ela não quer viajar com você.
GUSTAVO – (alterando um pouco o tom de voz) Eu sou o tio dela! (Ana que ia para a sala, pausa um pouco antes de chegar à escada ao ouvir a voz de Gustavo, encosta-se na parece e começa a ouvir a conversar) Eu não sou nenhum estranho. A Ana tem o sangue da minha família, jamais iria fazer algum mal a ela.
JUNIOR – Eu só te peço um tempo, até conseguir conversar com ela. Você pode até tentar se aproximar também durante este tempo.
GUSTAVO – Para sua sorte, eu vou ficar no Rio mais duas semanas. Você tem esse prazo para conseguir convencê-la. Caso contrário, eu mesmo terei que levar a minha sobrinha. Afinal, eu quem ganhei a guarda dela.
JUNIOR – Mas você a transferiu para mim!
GUSTAVO – Na verdade, eu apenas lhe dê autorização para cuidar dela. Eu na época realmente não tinha tempo para cuidar de uma criança, e não deixaria a filha da minha irmã sendo criada por qualquer pessoa. Eu vi que você a amava, então quis lhe dar esse favor. Quem ainda tem a guarda da Ana sou eu.
JUNIOR – Mentira. A gente assinou a documentação, você disse na frente do juiz que havia voltado atrás.
GUSTAVO – (se aproxima dele) Você quer pagar para ver? (Junior se preocupa)
JUNIOR – A Ana é tudo o que eu tenho, Gustavo. É a única lembrança da sua irmã que me sobrou.
GUSTAVO – Então a convença a viajar comigo para Madrid, caso contrário, a guarda da Ana volta para mim novamente. (Ana fica surpresa com o que ouve, sai correndo para o seu quarto)
JUNIOR – Sua irmã se envergonharia do que você está fazendo.
GUSTAVO – Só que ela não está aqui, para me dizer isso. (se afasta dele, em direção a porta) Você tem duas semanas, Junior. Nem mais e nem menos. (abre a porta e vai embora, Junior caminha até o sofá, senta-se, se preocupa)
[CENA 04 – CASA DE PEDRO/ Q. DE PEDRO/ NOITE]
(Pedro espera Carol responder do outro lado, porém uma outra pessoa acaba respondendo)
HOMEM (ao telefone) – Este telefone não é de nenhuma Carol, meu amigo.
PEDRO – (estranhando) Quem fala?
HOMEM (ao telefone) – Quem quer saber?
PEDRO – Eu me chamo Pedro, tudo bem? É que este telefone até pouco tempo era da Carol. Filha da família Lima.
HOMEM (ao telefone) – Creio que você ligou para o número errado, amigo. Não conheço nenhuma Carol, muito mais uma família Lima. (desliga o telefone, Pedro entra em um aplicativo de mensagem e procura pelo perfil de Carol. Ao encontrá-lo, percebe que o mesmo está com a foto de um cara. Saí do aplicativo, e decide procurar o perfil dela em uma rede social. Não o encontra, decide procurá-la em outras redes sociais, porém sem sucesso. Isso começa a preocupá-lo, coloca o celular ao lado, deita-se na cama, olha para o teto, pensativo)
[CENA 05 – CASA DELLE ROSE/ SALÃO/ NOITE]
(Larissa está sentada sozinha em uma das mesas, Nathaniel está com um cliente, mesmo assim não parava de olhar para ela. Júlio, que está no bar, tomando o terceiro copo da noite, também não tirava os olhos de Larissa. Levanta-se com o copo na mão em direção a ela)
LARISSA – (o ignora ao vê-lo sentar na mesa) É melhor você voltar para onde estava. Se os clientes me verem você aqui comigo, vão pensar que eu não estou disponível.
JÚLIO – (um pouquinho bêbado) E qual o problema disso? Até onde eu sei, até pouco tempo atrás eu era um cliente fixo para você.
LARISSA – Era, disse bem. (vira-se de lado, focando-se para a pista, dando sinal de que continuava disponível)
JÚLIO – Eu fiquei sabendo que você entrou para um programa de música aí.
LARISSA – Como você descobriu isso?
JÚLIO – Eu tenho os meus contatos. Não há nada relacionado a música que eu não sabia.
LARISSA – Que bom para você.
JÚLIO – Você vai cantar alguma música original?
LARISSA – Talvez. Se eu chegar até a final.
JÚLIO – Você lembra que tem um contrato comigo, onde significa que você não pode cantar nenhuma música original, sem a minha autorização.
LARISSA – É claro que eu sei. Sei muito bem que ele está se encerrando. Encerrará, inclusive, bem antes do programa acabar.
JÚLIO – Mesmo assim, você não poderá cantar nenhuma música original.
LARISSA – Meu amor… (levanta-se e finalmente olha para ele) … eu tenho um repertório imenso. Não preciso de música original para avançar no programa. (se afasta da mesa em direção a um cliente que a observava. Júlio toma sua bebida de uma vez só, a observa sério. Minutos depois, Larissa está no centro do palco, pronta para cantar, Júlio havia voltado para o bar e a observava)
[CENA DE MÚSICA – AI AI AI (VANESSA DA MATA)]
Tchunanananã! 1
Ná nã nã! Ná nã nã! Ná nã nã!
Tchunanananã!
Ná nã nã! Ná nã nã! Ná nã nã!
Tchunananã!
Ná nã nã! Ná nã nã! Ná nã nã!
Tchunanananã!
Ná nã nã! Ná nã nã! Ná nã nã!
Tchunanananã!
Ná nã nã! Ná nã nã! Ná nã nã!
Tchunanananã!
Ná nã nã! Ná nã nã! Ná nã nã!
Se você quiser
Eu vou te dar um amor
Desses de cinema
Não vai te faltar carinho
Plano ou assunto
Ao longo do dia…
Se você quiser 2
Eu largo tudo
Vou pr’o mundo com você
Meu bem!
Nessa nossa estrada
Só terá belas praias
E cachoeiras…
Aonde o vento é brisa
Onde não haja quem possa
Com a nossa felicidade
Vamos brindar a vida meu bem
Aonde o vento é brisa
E o céu claro de estrelas
O que a gente precisa
É tomar um banho de chuva
Um banho de chuva…
Ai, ai, ai, ai, ai, ai 3
Ai, ai, ai, ai, ai, ai
Aaaaaaai!
Ai, ai, ai, ai, ai, ai
Aaaaaaai!
Ai, ai, ai, ai, ai, ai
Ai, ai, ai, ai, ai, ai
Aaaaaaai!
Ai, ai, ai, ai, ai, ai
Aaaaaaai!
Se você quiser
Eu vou te dar um amor
Desses de cinema
Não vai te faltar carinho
Plano ou assunto
Ao longo do dia…
Se você quiser
Eu largo tudo
Vou pr’o mundo com você
Meu bem!
Nessa nossa estrada
Só terá belas praias
E cachoeiras…
Aonde o vento é brisa 4
Onde não haja quem possa
Com a nossa felicidade
Vamos brindar a vida meu bem
Aonde o vento é brisa
E o céu claro de estrelas
O que a gente precisa
É tomar um banho de chuva
Um banho de chuva!…
Ai, ai, ai, ai, ai, ai
Ai, ai, ai, ai, ai, ai
Aaaaaaai!
Ai, ai, ai, ai, ai, ai
Aaaaaaai!
Ai, ai, ai, ai, ai, ai
Ai, ai, ai, ai, ai, ai
Aaaaaaai!
Ai, ai, ai, ai, ai, ai
Ai, ai, ai, ai, ai, ai
Aaaaaaai!
Tchunanananã!
Ná nã nã! Ná nã nã! Ná nã nã!
Tchunanananã!
Ná nã nã! Ná nã nã! Ná nã nã!
Tchunananã!
Ná nã nã! Ná nã nã! Ná nã nã!
Tchunanananã!
Ná nã nã! Ná nã nã! Ná nã nã!
Tchunanananã!
Ná nã nã! Ná nã nã! Ná nã nã!
Tchunanananã!
Ná nã nã! Ná nã nã! Ná nã nã!
1. Larissa começa a cantar olhando para todos que estão no salão, ignorando apenas Júlio que está a poucos metros do palco. Ela começa a cantar feliz, mostrando para ele que a presença dele ali não iria estragar sua noite.
2. Salete que estava no bar, percebe as provocações de Larissa no palco, e de como Júlio estava olhando sério para ela. No palco, Larissa cantava e dançava, com alguns clientes se aglomerando.
3. Júlio levanta-se da mesa e se aproxima do palco também. Mesmo próximo, Larissa continuava ignorando-o. Ele a observa por alguns segundos, toma seu último gole, caminha em seguida para o bar. Olha para Salete sério, vai embora em seguida. Salete solta um sorriso ao vê-lo ir embora.
4. Sem a presença de Júlio ali, Larissa diminui um pouco sua euforia, porém estava feliz que conseguiu incomoda-lo por um tempo. Encerra a música, agradece e saí do palco sendo aplaudida.
Amanhecendo…
[CENA 06 – COLÉGIO ESTADUAL OLIVEIRA SANTOS/ PÁTIO/ DIA]
(Pedro e Dácio estão conversando sobre Carol, o mesmo entregou o telefone para o amigo, ver se conseguia encontrá-la)
PEDRO – Eu pensei que tivesse ligado para o número errado, mas ao procurá-la, vi que o perfil dela havia desaparecido do meu vínculo de amigos. E no perfil de conversa dela, aparece a foto de um outro cara.
DÁCIO – Bem, aparentemente ela pode ter desativado todas as suas redes sociais, incluindo o aplicativo de conversa. Pode até ter se livrado do chip também.
PEDRO – Mas por que isso? Por que ela faria tudo isso?
DÁCIO – Eu não sei. E também isso é apenas algo que eu estou supondo, Pedro. Pode ter sido outra coisa.
PEDRO – Tipo o que?
DÁCIO – Espera um pouco. (entrega o celular para Pedro, pega o dele em seguida) Qual o nome que ela usa mesmo nas redes sociais?
PEDRO – Carol Lima.
DÁCIO – (digita o nome dela, e várias opções aparecem) Esse nome é muito comum, será como procurarmos uma agulha no palheiro, com essa tanto de resultados.
PEDRO – Mas você não é o fera da computação? Pensei que você pudesse encontrá-la?
DÁCIO – Eu até posso, porém para isso preciso do meu notebook que está em casa. Com o celular será quase impossível. Você tentou ligar para algum amigo seu e perguntar sobre ela?
PEDRO – Não. Que ótima ideia, Dácio. (mexe em seu celular, começa a digitar) Acho que eu sei quem vai me ajudar. (Dácio decide de ver os perfis que apareceram, presta atenção em Pedro)
[CENA 07 – CASA DE OTÁVIO/ SALA/ DIA]
(Otávio acabou agarrando no sono no sofá mesmo. Desperta, sem saber se ainda era noite ou dia. Levanta-se, caminha até a janela, a abre e sente o calor do sol em seu corpo, sabia então que era dia. Fecha a janela em seguida, volta para o sofá, senta-se e olha para frente. Fecha os olhos e foca-se no som do silêncio)
[CENA 08 – PIZZARIA/ DIA]
(Eduardo está sentado em um dos banquinhos do balcão, pensando em Otávio. Laila vem da cozinha com algumas pizzas, as coloca em seguida na mochila de Eduardo)
LAILA – Aqui está, Eduardo. (Eduardo continuava perdido em seus pensamentos) Ei, acorda… você tem entregas para fazer.
EDUARDO – (voltando a realidade) Desculpa, Laila. Estava pensativo aqui.
LAILA – Percebi. Em que estava pensando?
EDUARDO – Nada demais. (levanta-se, pega a mochila, a coloca nas costas)
LAILA – Então anda, vá fazer essas entregas que o tempo tá rodando.
EDUARDO – Estou indo. (saí da pizzaria, Laila o observa por alguns segundos, em seguida volta para a cozinha)
[CENA 09 – COLÉGIO ESTADUAL OLIVEIRA SANTOS/ REFEITÓRIO/ DIA]
(Pedro e Dácio continuam conversando sobre Carol)
PEDRO – (trocando mensagem com seu amigo) É. Ninguém lá tem notícia da família dela. Parece que eles viajaram de repente.
DÁCIO – Tá parecendo mais que ela sumiu do mapa.
PEDRO – (coloca seu celular ao lado, foca-se em Dácio) Eu não entendo o porquê dela está fazendo isso? Por que sumiria desse jeito?
DÁCIO – Não sei.
PEDRO – Será que o motivo foi por a gente ter terminado?
DÁCIO – É uma hipótese. (Manuela senta-se de repente ao lado de Pedro, que o assusta)
MANUELA – Olá, meninos. Olá, Pedro. Eu segui o seu conselho. Ontem à noite comecei a ouvir músicas que realmente mostrasse quem eu ela. E acabei criando uma nova playlist. Quero mostrá-la para você. Que tal hoje lá em casa novamente?
PEDRO – Eu fico feliz que você tenha conseguido se encontrar na música, e adoraria ver essa sua nova playlist, mas é que no momento eu estou resolvendo algo.
MANUELA – Podemos marca outro dia sem pressa.
PEDRO – Está bem, marcamos outro dia então.
MANUELA – (ambos ficam em silêncio por alguns segundos, Manuela repara que os dois estavam conversando algo, então decide deixá-los sozinhos) Bem, eu vou procurar as meninas. Até mais! (sai, Pedro e Otávio voltam a conversar)
[CENA 10 – CASA DE OTÁVIO/ SALA – COZINHA/ DIA]
(Otávio continua sentado no sofá, sua barriga volta a roncar, dessa vez numa vontade bem maior. Ele levanta-se, caminha até o piano, começa a tocar algumas notas aleatórios, mas a sua fome o interrompe de continuar. Levanta-se, caminha até a cozinha, direto até o armário da dispensa. O abre, procura por algo para comer. Acaba encontrando um pacote de biscoito, caminha até a mesa, senta-se colocando o pacote a sua frente. Sua barriga volta a roncar, pega o pacote, pensa em abri-lo, mas acaba desistindo. Joga o pacote a sua frente, abaixa a sua cabeça, apertando sua barriga. Levanta-se, indo em direção a sala. Senta-se no sofá, deita-se olhando para cima, ainda abraçado sua barriga que roncava cada vez mais)
[CENA 11 – CASA DELLE ROSE/ Q. DE LARISSA/ DIA]
(Larissa está em pé em seu quarto, cantarolando uma música. Nathaniel entra no quarto, ao vê-lo, Larissa o puxa e os dois começam a cantarolar e dançar)
NATHANIEL – (soltando da mão dela, sentando-se na cama) Chega, não tenho pique para essas coisas.
LARISSA – (indo até o celular, pausando a música que tocava) Ué? Se ficou assim com uns simples passos de dança, imagina quando o musical começar. (senta-se ao lado dele)
NATHANIEL – Mas no musical eu serei o diretor, você e as meninas que atuarão.
LARISSA – Só que até onde eu sei, no final tem uma cena que você canta com a gente.
NATHANIEL – Uma única cena, está bem. (levanta-se, caminha até o espelho) Que nem dança tem assim.
LARISSA – Boa ideia! (levanta-se e caminha até ele) Poderíamos colocar mais dança nessa cena.
NATHANIEL – Não, chega de mudanças. O musical é daqui algumas semanas, chega. Se ficarmos mudando assim, nunca iremos conseguir ensaiar direito.
LARISSA – Estou brincando, bobo. Teu roteiro tá ótimo, já falei isso.
NATHANIEL – Vim te chamar para ensaiarmos e saber como você estar depois daquela visita desagradável de ontem?
LARISSA – Eu estou bem, não se preocupa. Quer saber mais, eu estou ótima. O Júlio não interfere mais nada em minha vida. Eu vou participar de Sua Canção, irie até a final e irei ganhar por todos vocês. Com o dinheiro, irei investir muito nessa casa.
NATHANIEL – Não, Salete jamais aceitaria isso. Esse dinheiro será seu.
LARISSA – Esqueceu que se eu ganhar irei ficar muito famosa, gravarei várias músicas, e ganharei milhões de dinheiro. (os dois riem)
NATHANIEL – Esse lado ambicioso eu não conhecia. Você conversou com a Salete?
LARISSA – Não, ainda não. Quero fazer surpresa. Ela só saberá quando eu ganhar o programa. Então, nada de abrir sua boca e contar isso para alguém, viu. Isso será um segredo nosso.
NATHANIEL – (prometendo com os dedos) Prometo!
LARISSA – Assim espero. Agora vamos ensaiar. (os dois saem do quarto, de mãos dedas)
Mais Tarde…
[CENA 12 – LANCHONETE DO IVO/ TARDE]
(Ana está tomando um sorvete, lembrando do que ouviu na noite anterior. Alan a observa)
ALAN – Desde que chegamos você não disse uma única palavra. O sorvete tá bom assim?
ANA – Andei pensando sobre a proposta de morar com meu tio em Madrid.
ALAN – (preocupa-se) Você mudou de ideia, é isso? (Ana olha para ele, séria)
[CENA 13 – CASA DE OTÁVIO/ SALA/ TARDE]
(Otávio estava deitado de mal jeito no sofá, na verdade, o mesmo havia desmaiado de fome. Campainha toca, é Eduardo com uma pizza nas mãos, e a demora para atender a porta o preocupa)
EDUARDO – (se aproxima da porta) Otávio? Sou eu o Edu. Eu trouxe uma pizza. Você tá aí? (ao ouvir tudo um silêncio, sua preocupação aumenta ainda mais. Coloca a pizza dentro da mochila, a coloca ao lado, se afasta da porta, em seguida corre em toda velocidade e força para abri-la. A primeira tentativa não deu certo, ele se afasta mais um pouco e repete o mesmo, duas vezes seguida, até conseguir abri-la) Otávio? (caminha pela sala, e ao ver a cabeça dele aparecendo no sofá, corre até lá) Otávio, acorda cara? (coloca-o em seu colo, tenta reanimá-lo) Otávio? O que você fez cara? Acorda, Otávio. Acorda. (pega seu celular e liga para ambulância, enquanto Otávio continua desmaiado)
Contínua no Capítulo 64…