Episódio 10: Escolhas

Vários momentos da vida nos exigem escolhas. Nem sempre fazemos as mais oportunas, nem sempre acertamos a mais adequada ao momento, mas há certos acontecimentos que são impiedosos e nos forçam a fazer escolhas. São esses tais acontecimentos que nos lembram que escolher, é inevitável.

– Muito prazer, João Victor. Cumprimentei segurando choro.

– O prazer é meu, Camille. Respondeu, ele totalmente sem jeito.

– Sentados à mesa sim, poderemos conversar! Dizia Viviane sem saber o que de fato acontecia ali entre nós.

Uma grande amiga, viviane não merecia tal traição, não de minha parte. Apesar de me sentir suja, algo em mim gritava que não era minha a culpa pelo o que aconteceu, afinal, o grande enganador foi ele, o Ricardo, melhor dizendo; o João Victor. Durante todo esse tempo, ele se aproximou de mim fingindo ser outra pessoa, com certeza ele sabia que sua namorada e eu éramos grandes amigas.

– Viviane, estou com dor de cabeça. Nao é melhor marcamos um outro dia? Sugeriu João victor. Ele tentava sair daquela situação.

– O quê? Mas há uns dois minutos você sentia-se muito bem, o que aconteceu? Camille, me desculpe, que vergonha. Suplicava ela, sem entender.

– Não se preocupe, amiga. Essa seria uma ótima ideia. Podemos ver uma outra data… Concluí.

– Gente, mas o que aconteceu? Porque estão fazendo isso comigo? Vocês são inimigos por acaso? Já se conheciam?

Naquele momento, senti uma grande vontade de acabar com ele. As palavras reveladoras sobre seu canalhismo me vieram à ponta da língua, mas um rápido senso de consequências me calou. Imaginei rapidamente como seria difícil pra Viviane receber tal declaração, saber quão canalha era seu namorado. Ela era louca por ele, mesmo recebendo em troca tanto desprezo. Não cabia a mim acabar com sua felicidade ilusória, pois seu sofrimento ao saber a verdade seria muito maior.

– Camille, desculpe. Desculpe por… Por isso, eu não quero estragar esse encontro. Aqui, entre… Amigos. Declarou ele em tom de remorso.

Tentei disfarçar ao máximo meu desconforto, minha revolta. Suas palavras vazias estavam me massacrando por dentro. Minha real vontade era sair dali correndo e nunca mais dar notícias.

– Ok, tudo certo. Você fica, amiga? Perguntou viviane segurando minha mão.

– Sim, tudo bem! Só preciso ir ao toalete e já volto. Respondi enquanto me levantava da cadeira.

– Tá bom, quer que eu vá com você? Ofereceu-se Viviane.

– Não tudo bem, vou sozinha. É rapidinho amiga, já volto. Insisti.

Ao chegar no banheiro, não me contive, o choro foi inevitável. Alguns minutos em sofrimento, constatei que o amor que o Ricardo dizia sentir por mim era uma grande farsa, era impossível continuarmos juntos. Eu estava arrasada, Como pude ser tão imbecil, como pude me deixar enganar por um bonito rapaz loiro de olhos azuis, apesar que não era apenas sua beleza que me conquistou, ele demonstrava ser alguém especial de personalidade admirável. Naquela noite, o Ricardo havia morrido pra mim, jamais poderei sentir pelo João Victor o que sentia pelo Ricardo.

Após o rápido desabafo de emoções, lavei o rosto e enquanto o secava, senti um familiar suspiro em minha nuca, era ele.

– O que faz aqui? Reclamei assustada.

– Por favor, me perdoa meu amor. Suplicava ele tentando me agarrar.

– Me larga, você não tem vergonha? Como pôde fazer isso? Você não só me enganou, como enganou à ela também… Sai daqui, isso é um banheiro feminino. Repreendi.

– Eu amo você, não amo a Viviane. Desde que você chegou na cidade, desde que te vi pela primeira vez, me apaixonei completamente, não outra encontrei outra forma de me aproximar de você.

– Você fingiu ser outra pessoa, isso foi muito sujo. Você sabia que nós éramos amigas, sabia de tudo. Até onde iria com essa mentira? Questionei irritada.

– Até me casar com você! Até irmos pra bem longe juntos!

Não me contive, descarreguei uma forte bofetada em seu rosto.

– Nunca! Depois do que acabei de descobrir, nunca mais você chegará sequer, perto de mim. Declarei com segurança.

– Não diz isso! Pedia ele.

– Esse encontro, é pela minha amiga. Depois daqui nunca mais quero conversa com você. Avisei.

Ouvimos passos se aproximando, rapidamente ele entrou em um dos compartimentos privados do banheiro e fechou a porta. Comecei a retocar a maquiagem e em alguns segundos Viviane entrou no toalete.

– Ué, você já não estava maquiada? Questionou.

– Sim, estou só retocando… Expliquei.

– Não precisava, está linda. Elogiou.

– Obrigada!

– A bebida já chegou à mesa, o João Victor é assim mesmo tá, desculpe por ele. Avisava ela.

– Não imagina, tudo bem amiga. Olha, é como te falei, se você o ama de verdade, procure saber se é correspondida, do contrário, não vale a pena. Declarei soltando indiretas mensagens pra ele que estava escondido ouvindo tudo.

– Sabe, me sinto sim às vezes desprezada, agora mesmo ele saiu da mesa, disse que iria fumar.

– Ele fuma? Perguntei surpresa.

– Fuma! Afirmou.

– Terminei, vamos?

Saimos do toalete e alguns minutos depois, João Victor se juntou a nós na mesa.

Logo mais, Viviane tagarela como sempre, começou a contar suas aventuras, a bebida estava me animando, mesmo que de maneira ilusória, pude esquecer um pouco os problemas e acabei me divertindo naquele bar. Algumas horas ja haviam se passado e decidimos ir embora. Nos despedimos, o bar se localizava há poucos quarteirões da casa de dona Neusa, fui caminhando sozinha até que senti uma presensa.

– Camille!

Ao me virar rapidamente, constatei que era o João Victor.

– O que faz aqui? E a Viviane? Porque nao foi com ela?

– A Coloquei em um táxi, mas nao se preocupe, eu disse pra ela que tinha que resolver uma coisa com um amigo. Precisamos conversar, Camille!

– O que? É só isso que você sabe fazer, mentir pra ela. Cara, nós não temos nada pra conversar. Sai daqui vai atrás de sua namorada, apesar dela não merecer um canalha como você. Declarei com raiva e desprezo antes de virar as costas pra ele.

– Minha namorada é você, é você quem eu amo, não vou te largar assim de repente, Camille. Avisava ele me segurando forte.

– Me larga, você tá me machucando.

– Por favor, não me deixa não! Ele dizia, me abraçava possessivamente e tentava me beijar.

– Não, João, me solta. O que está fazendo? me larga. Você ficou louco? Sai.

Resisti de todas as maneiras, mas ele acabou conseguindo me beijar, nesse momento uma voz feminina interrompeu o momento.

– O que é isso? Dizia Viviane, estática.

Viviane voltou e havia presenciado a cena, desabei.

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