Terror Story – Season 1
“Quem Matou Elena Cooper?”

Uma Série de: Eduardo Moretti

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Episódio 10 – “Shots

Existem várias maneiras de calar o preconceito e o bullying, mas infelizmente para algumas vítimas, o único jeito que elas encontram é calando o seu agressor. Violência muitas vezes, gera violência.”

Nathan

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Na delegacia de Village Falls, o detetive Ross estava em sua sala, quando Andrew entrou carregando uma mochila.

– Pois não? Em que posso te ajudar garoto? – perguntou Ross sério, estranhando a situação.

– Eu preciso falar com o detetive… Na verdade, eu queria mesmo é te entregar uma coisa. – disse abrindo sua mochila.

– E o que é? Do que se trata? – perguntou o detetive curioso.

– Se trata disso aqui. – disse tirando de dentro da mochila uma espécie de caderno e entregou para Ross.

– É o diário da Elena. Ele esteve comigo o tempo todo desde que ela morreu… Era eu quem estava mandando as cópias das folhas aqui pra delegacia. Eu espero agora que vocês descubram quem a matou e que finalmente coloquem as mãos nesse assassino… Mesmo que ele seja o meu pai. – disse Andrew com os olhos cheios de raiva.

– E porque só agora você esta entregando o diário da sua irmã? O que você pretendia com tudo isso? – perguntou Ross curioso. – Sente-se, por favor, Andrew. Eu vou aproveitar e já te interrogar, se você não se importar, é claro.

– Eu não me importo. Eu só quero que a justiça seja feita. – disse com o olhar distante.

– Ótimo. Você pode então responder as minhas perguntas?

– Claro. Eu peguei o diário da Elena logo após ficar sabendo que vocês iam apreender os computadores dos envolvidos na noite da festa na casa da Peyton para investigação, inclusive o da Elena. Eu pensei que poderia encontrar ali alguma resposta e o escondi, porque eu sabia que vocês também o aprenderiam caso tomassem conhecimento da existência dele. Eu queria que justiça fosse feita e também por isso comecei a pressionar e ameaçar todos os presentes naquela noite na casa da Peyton.

– Ameaçar como? – perguntou o detetive curioso.

– Era eu quem mandava as mensagens anônimas detetive. Por mensagens de texto, e-mail, celular, cartas, enfim… Eu os ameaçava com a intenção deles ou o assassino da minha irmã se entregar, e assinava como “A Morte”. Pra mim quem matou a Elena estava entre eles que a coagiram horas antes do seu assassinato na festa da casa da Peyton.

– E você continua achando isso?

– Não detetive. Depois de ir lendo o diário dela, eu pude perceber que a Elena só queria o bem de todos, que nada daquilo que a acusaram era verdade. Esta tudo ai, ela se preocupava com eles, queria se aproximar de todos, ser mais presente, amiga, mas a Peyton que a afastava de todos. Eu não duvido nada de que seja ela quem prejudicou cada um deles, os fazendo pensar que era a Elena.

– Tudo é possível. Mas quanto a isso, nós estamos ainda investigando com a perícia, os computadores da Elena e o da Peyton. E dentro em breve nós teremos uma resposta definitiva sobre isso.

– Que bom, eu fico muito feliz em saber disso. Pelo menos a memória da Elena será limpa, e todos verão que ela nunca foi à vilã dessa história toda.

– E porque você decidiu me entregar o diário só agora?

– É simples, porque eu terminei de ler e também porque eu acho que outra justiça, talvez a maior de todas possa ser feita… Quem é sobre o abuso da Elena ainda criança. Os relatos estão todos ai, porém a Elena nunca menciona o nome do bandido que fez isso com ela. Mas pra mim, infelizmente não restam dúvidas, foi o meu pai. Do jeito como ela se refere a ele, colocando ela pra dormir, lendo histórias pra ela, e depois… Eu não gosto nem de repetir os absurdos que eu li ai. E ela também disse em vários trechos que não entendia o porquê sua mãe havia se casado com aquele monstro e ainda permitia que ele a colocasse para dormir. Se foi meu pai quem matou a Elena, eu não posso afirmar, mas com toda certeza foi ele quem abusou dela, sim. – disse começando a chorar.

– Calma Andrew, você esta muito nervoso. Por favor, policial traga um copo de água pra ele.

– Detetive… Eu vou ser preso? – perguntou receoso. – Eu só fiz as ameaças, eu juro que não sou esse assassino que anda por ai vestido de morte. A fantasia dele e eu assinar como a morte, foi só um terrível coincidência da minha parte.

– Preso? Sobre qual acusação? – perguntou o detetive rindo. – Não. Você não vai ser preso, Andrew. Pode ficar tranqüilo. Você não fez nada demais, além de esconder o diário da sua irmã, e mandar mensagens anônimas para os seus amigos. Ainda que elas tenham sido de ameaças, mas você nunca foi em frente com nenhuma delas, não matou ninguém. Eu sei que você não é o assassino vestido de morte, e só te peço que de agora em diante, tudo o que você souber ou encontrar que possa nos ajudar a resolver esses crimes, por favor, nos avise ou entregue na mesma hora, ok?

– Ok. – disse mais tranqüilo e em seguida bebeu toda água num único gole, de tanta sede que ele estava.

*****

Ainda na delegacia, Hollie abriu a cela, e com uma caneca de café na mão ela entrou e ficou agachada perto de um jovem deitado de costas para ela, mas que logo se virou.

– Hollie, o que foi?

– Vim trazer seu café. Toma enquanto ainda esta quente. – disse séria.

– Eu já vou ser solto? Eu juro que só estava consumindo, não vendendo.

– Quanto a isso, eu irei averiguar melhor, mas por enquanto você esta solto sim, Tyler. Agora eu só te peço que, por favor, tome juízo. Se não por você, pelo menos pela nossa mãe. Não dê mais esse desgosto pra ela. A coitada pensa que você esta limpo, assim como eu também achava.

– Mas eu estava mesmo. Com os últimos acontecimentos, a doença terminal da mamãe, a Erin ter me deixado e ido embora, enfim, eu fui fraco e acabei me deixando levar por esse caminho de novo. – disse cabisbaixo.

– Seja como for, eu espero realmente que você pare de se drogar. Porque infelizmente logo a mamãe irá partir e eu também não vou ficar sendo a sua babá pro resto da vida. Agora vai embora, e pensa muito nisso que eu te falei viu. Juízo!

*****

Uma semana depois…

Nathan acordou diferente naquela manhã. Além da suspensão de três dias do colégio que levara, ele tinha decidido faltar mais dois dias das aulas e assim emendar a semana. Ele ainda não se sentia preparado para voltar, mas mesmo assim Nathan prometeu a si que iria de qualquer jeito pro colégio naquela manhã. – Depois de se olhar no espelho, colocar um boné e ajeitar melhor sua mochila, ele desceu as escadas.

– Aonde você vai filho?

– Pra onde eu vou todas as manhãs, pro colégio. – disse seco.

– Mas nem pensar! – disse sua mãe autoritária. – Depois de tudo o que aconteceu lá? Olha pra você, eles quase te mataram filho. – disse com a voz embargada.

– E só por causa disso eu agora vou ter que ficar trancado dentro de casa?

– Escuta filho, dá um tempo em casa, só mais uns dois ou três dias até a poeira baixar. Eu falei com o seu pai e ele não vai fazer nada, mas eu vou até o colégio ainda hoje falar com o diretor Myers e exigir que aquele monstro seja repreendido de alguma forma, afinal tudo aconteceu dentro do colégio, à responsabilidade é toda dele. – disse indignada.

– Muito obrigado mãe, por tudo. – disse olhando nos olhos dela. – Mas não precisa ficar preocupada comigo, eu estou bem e te prometo que tudo vai ficar bem.

Os dois então se abraçaram emocionados.

– Que cena comovente. – disse o pai descendo as escadas e batendo palmas. – A mãe zelosa e amorosa abraçando e dando todo o seu apoio ao filho gay.

– E daí? Ainda que ele tivesse matado alguém, ele na ia deixar de ser o meu filho. Ele nasceu daqui, de dentro de mim. – disse batendo na barriga. – E eu jamais irei abandoná-lo em qualquer situação, diferente de você que já o fez não é mesmo? O julgou e condenou como se ele tivesse cometido algum crime, nem parece que tem coração. Pois saiba você que eu tenho orgulho de ter um filho gay, que é carinhoso, inteligente, me ama e respeita de verdade. E pra mim é só isso que importa. O caráter, o coração, a dignidade de uma pessoa…

– Deixa mãe. Ele não sabe o que é isso, nunca soube. E eu de verdade só lamento não ter tido um pai que eu pudesse conhecer e ser amigo e que ele também me conhecesse… Infelizmente pra nós dois o tempo acabou. – disse o encarando e depois se voltou para a mãe. – Eu amo muito a senhora, mas esse filho da puta ai… Eu odeio! – disse chorando e depois saiu batendo a porta.

– Volta aqui seu viadinho ingrato… Me odeia né? Mas vive ás minhas custas, aproveita enquanto pode, porque assim que você se formar e completar dezoito anos, eu quero você fora dessa casa, ta me ouvindo? – gritou o pai dele. – Seu degenerado mal agradecido.

– Faça isso, vá em frente… Que eu vou junto com ele e assim você vai poder viver, envelhecer e morrer sozinho que é o fim que você merece. – disse em tom desafiador e depois subiu as escadas.

*****

No Colégio Village Falls, Jimmy chegava mais uma vez cabisbaixo, triste e desanimado. Fazia uma semana que ele ignorava as ligações de Nathan e apesar de amá-lo muito, ele estava disposto a levar adiante o seu silêncio, ignorando Nathan até que ele finalmente criasse coragem de voltar para o colégio e enfrentar tudo e todos de frente e d cabeça erguida. – Ele passara por todo aquele processo e sabia o quanto era difícil, mas pior ainda era continuar se escondendo e fingindo que o problema não existia. Todos independente de qualquer coisa, inclusive das sua opção sexual tinham o direito de ir e vir, e ele jamais iria permitir que lhe tirassem isso, e assim que Nathan resolvesse aparecer e encarar a situação, Jimmy estaria lá pra lhe estender a mão e ajudá-lo a vencer o preconceito.

– Olha lá o Jimmy. Coitado, me corta o coração ver ele assim. – disse Alicia a Andrew.

– É… E o pior é que o Nathan sumiu mesmo, não apareceu mais no colégio. O Jimmy deve estar se sentindo muito sozinho e abandonado. – disse Andrew dando um beijo na testa da namorada.

– Vem comigo, a gente não pode deixar ele sozinho e triste desse jeito. – disse Alicia animada puxando Andrew e indo na direção de Jimmy. – Oi Jimmy. Esta tudo bem?

– Oi gente. – disse desanimado. – Ainda não Alicia, mas vai ficar eu espero.

– É claro que vai campeão, tem que ter pensamento positivo. – disse Andrew sorrindo. – Lembre-se de estar numa montanha russa que só vai pra cima, esse é o segredo.

– E cone com a gente sempre que precisar viu?

– Obrigado de verdade gente, é muito importante pra mim saber que posso contar com vocês. – disse sorrindo. – Mas me contem e esse romance ai é pra valer mesmo?

– Olha no começo ela até se fez de difícil, mas depois não resistiu ao me charme. – disse Andrew brincando.

– Que mentira! Seu convencido…

Os três continuaram conversando e sorrindo animadamente antes do sinal tocar, anunciando o início da primeira aula.

*****

No corredor do colégio, Brandon e Amber vinham juntos quando encontraram Peyton e pararam para conversar com ela.

– Oi Peyton, bom dia. – disse Brandon sem graça.

– Oi Brandon. Oi Amber, tudo bem?

– Tudo bem e com você?

– Tudo indo. Agora que eu já voltei pra casa, eu ainda estou me acostumando com a velha rotina de morar sozinha numa mansão. Pode não parecer, mas acreditem é uma vida dura. – disse irônica.

Tyler passou calado por eles e Brandon sentiu que precisava dar uma força pra ele.

– Meninas com licença, eu já volto. – disse e saiu apressado.

– Vai lá Brandon e não se preocupe que a gente prometer se comportar civilizadamente, não é mesmo Amber? – perguntou arqueando uma das sobrancelhas.

– Tyler, espera cara…

– O que você quer Brandon?

– Saber como você esta e te dizer que qualquer coisa que você precisar, saiba que pode contar comigo. – disse solidário.

– Obrigado cara de verdade. – disse Tyler sincero.

– E eu tenho certeza de que a Erin vai voltar, e de que ela ama você de verdade.

– Se amasse mesmo, ela nem teria ido embora. – disse Tyler com um sorriso forçado.

Nesse momento os alunos responsáveis pela rádio do colégio, interromperam uma música para anunciar um grande lançamento.

– E atenção pessoal, interrompemos a nossa programação normal para anunciarmos um grande lançamento musical e que para o nosso orgulho, a estrela é de Village Falls! É isso mesmo… Com vocês a canção que esta bombando na internet, “Love In Pieces” na bela e doce voz da nossa querida cantora e compositora, Erin Griffin!

Tyler ficou surpreso, assim como todos e uma grande raiva tomou contou dele.

– Ela me ama né Clark? Bem se vê que você não entende nada de amor. – disse indo até a lixeira e pegando ela na mão arremessou contra uma das caixas de som na parede que caiu na mesma hora, interrompendo a música daquele lado do corredor.

Todos se assustaram e em seguida vaiaram a atitude dele que nem se importou e saiu andando, pra fora do colégio.

Nathan entrou no colégio e atraiu os olhares curiosos de todo mundo. O pessoal o olhava diferente e começaram a comentar baixinho sobre ele.

– É o bom filho a casa torna. Olha quem resolveu voltar para o colégio hoje. – comentou Peyton para Amber.

– Coitado. Da pra perceber pela expressão dele, o quanto ele esta inseguro. Não vai ser nada fácil pra ele enfrentar todo esse bando de preconceituosos que tem aqui. Será que o Jimmy já sabe que ele esta aqui? – perguntou Amber curiosa.

Nathan olhava tudo ao seu redor, triste, envergonhado e acoado. E o fato das pessoas não pararem de encará-lo e ficar cochichando, já o incomodava.

– O que foi nunca me viram? O que é que vocês estão olhando, hein? Seus idiotas. – disse abrindo a sua mochila. – Eu já estou cansado disso tudo.

Nesse momento alguns alunos começaram a se dispensar, enquanto Steve surgiu no corredor, passando por Amber e Peyton. – Nathan o viu de longe e o seu olhar era de fúria e ódio. Ele então tirou um revólver da mochila, e sem pensar apontou a arma para Steve eu estava há poucos mais de vinte metros dele.

Tudo ficou silencioso na hora, era como se tudo estivesse em câmera lente e nada pudesse ser ouvido, apenas o silêncio na cabeça de Nathan que ficou cego naquele momento. – De repente se ouviu o barulho de tiros, ele deu dois disparos contra Steve.

Todo o colégio se desesperou e os alunos começaram a correr, passando até por cima uns dos outros, e se escondendo em salas, biblioteca e banheiros. – Nathan olhou tudo em sua volta e colocou as mãos na cabeça, parecendo estar arrependido de tudo, mas agora era tarde demais.

– Peyton você esta bem? – perguntou Amber preocupada.

– Estou sim, eu só preciso de ajuda pra me levantar, ai…

Peyton gritou sentindo a perna e quando elas viram, ela estava ferida e perdendo muito sangue. – Peyton havia sido atingida por um tiro na perna direita.

– Eu estou ferida… Ai meu Deus, que droga! Eu não quero morrer, Amber. – disse olhando séria pra ela. – Eu não quero morrer.

– Você não vai morrer Peyton. Não aqui e não hoje. Eu vou te ajudar… Vem comigo, se apóia em mim. A porta do ginásio é logo ali, vamos nos esconder lá.

Peyton com dificuldades se apoiou em Amber e as duas entraram no ginásio, indo se esconder atrás da arquibancada.

– Fica calma, nós vamos conseguir.

– O Brandon ainda esta lá fora, nós precisamos encontrá-lo. Você viu quem atirou? – perguntou Peyton em meio ás lágrimas desesperada.

– Se acalme Peyton, o Brandon deve ter se escondido também em alguma sala. Nós não podemos sair daqui de dentro agora, o Nathan ainda esta lá fora.

– E o que tem o Nathan a ver com tudo isso?

– Então você não viu? É ele o atirador.

– Meu Deus… O Nathan! Mas porque será que ele esta fazendo isso?

– Eu não sei, mas acho que ele quer se vingar pelo que aconteceu aqui na semana passada, quando ele foi humilhado e ridicularizado pela grande maioria dos alunos. E o Steve foi quem causou tudo, e eu vi que foi na direção do Steve que ele apontou o revólver. Agora chega de conversa, Peyton. Você precisa descansar.

Amber tirou uma camiseta de dentro da mochila e rasgou um pedaço dela.

– Acho que isso dever servir.

– Servir pra que?

– Pra estancar o sangramento. Você esta perdendo muito sangue, Peyton. Eu vou colocar isso em volta da sua perna e aperta bem pra estancar o sangue.

– Não, eu não quero. Isso deve doer muito. – disse com medo.

– Eu não vou mentir pra você, vai doer um pouco sim. Mas vai parar o sangramento até que a polícia e os paramédicos cheguem, ou você prefere ficar ai sangrando até a morte, hein?

– Onde esta a Peyton durona, destemida e corajosa que conheci, hein? Agora vai ficar com medo de uma pressão na perna ferida?

– Você tem razão. E depois eu não quero e não vou morrer aqui hoje. Vai em frente Amber, faça o que for preciso.

Amber então passou o pedaço do tecido e volta do ferimento na perna de Peyton e depois a avisou:

– Isso vai doer muito.

– Vai logo, faz de uma vez.

Amber então apertou bem o tecido em volta e depois deu um nó bem forte, arrancado um grito bem alto de Peyton que ecoou por todo corredor.

*****

O diretor Myers saiu de sua sala correndo e olhando tudo a sua volta e depois entrou na sala de rádio de colégio.

– Com licença, garoto. Liga todos os microfones agora, eu preciso falar com os alunos. – Atenção alunos, código vermelho. Repito código vermelho, isso não é uma simulação. Todos os alunos devem se direcionar para as áreas designadas, e ficarem lá até que tudo seja resolvido.

O diretor deixou a rádio e logo foi até a secretaria do colégio, onde encontrou a moça escondida atrás do balcão.

– Senhorita Hastings, ligue para a emergência agora!

*****

No corredor do colégio, Nathan começou a arrastar alguns alunos para dentro de uma sala e assim fazê-los de reféns. Andrew e Alicia também estavam no meio e imploraram pra ele não fazer nenhuma besteira.

– Nathan, por favor, cara solta todo mundo. Ainda da tempo de você reverter toda essa situação, acho que ninguém ficou ferido. Desiste dessa loucura enquanto há tempo cara.

– Será mesmo que ninguém se feriu? Eu dei dois disparos cara, dois! – dizia um pouco perturbado. – Será que você não percebe que agora mesmo que eu queira não tem como mais voltar atrás? A merda já esta feita e agora eu vou até o fim… Eu quero acabar com o Steve.

– O Andrew esta certo Nathan, nada disso compensa, você só vai estragar a sua vida. Pensa na sua família, no Jimmy que te ama. – disse Alicia tremendo de medo.

– Família… Que família? Eu só tenho mãe. O meu pai não esta nem ai comigo. Vocês viram o Jimmy, eu preciso falar com ele. – disse sorrindo em meio às lágrimas e nem percebeu que um dos reféns tentava fugir chegando perto da porta.

– Hei você ai, seu idiota. Ta querendo morrer é? Volta agora por seu lugar… Eu não estou brincando, qualquer um que tentar alguma gracinha, vai morrer. Eu meto bala na hora, você entenderam! – gritou descontrolado. – Todos sentados no chão e encostados na parede.

– Eu estou com muito medo Andrew. – disse Alicia chorando.

– Vai dar tudo certo, meu amor. Não precisa ter medo. Logo esse pesadelo vai acabar.

*****

No corredor saindo de dentro de uma sala, Brandon perdido procurava por Amber e Peyton. Ele andava devagar, sem fazer barulho, quando viu que a porta de uma das salas se abriu e ele se escondeu voltando para onde estava e olhando pela fresta da porta, ele viu Nathan aramado saindo e fechando a porta do lado de fora. – De repente Jimmy surgiu no corredor e deu de cara com Nathan.

– Nathan meu amor, que bom que você voltou. – disse Jimmy emocionado, correndo e abraçando ele. – O que você esta fazendo aqui? Nós temos que nos esconder, tem um atirador a solta no colégio.

Nathan nada disse, só olhava para Jimmy com os olhos marejados e inerte.

– O que foi? O que aconteceu? Porque você esta assim? Me diz alguma coisa Nathan!

Nathan sem dizer nada foi levantando a mão devagar revelando a arma para Jimmy que se afastou perplexo na mesma hora.

– Então você é o atirador? Eu não posso acreditar nisso, meu Deus! Mas porque Nathan?

– E porque não? Se eu não ia mais ter paz nesse colégio ou na cidade, sendo ridicularizado e humilhado o tempo todo, só por ser diferente. Você acha que é fácil, Jimmy? Você tem ideia do que eu venho sofrendo até dentro de casa com o meu próprio pai?

– Eu sei que não é fácil, Nathan. Você esta falando comigo, lembra? Eu também já passei por tudo isso, mas depois de um certo tempo, eu não permiti quer esses babacas falasse mais alto e o preconceito vencesse, eu fui mais forte e você também precisa ser e encarar tudo isso de frente e de cabeça erguida.

– Você não entende… Nós somos diferentes, nossos casos são diferentes. Eu sempre fui o machão, um dos bad boys do colégio, ninguém nunca desconfiou de mim. É muito pior no meu caso, tudo vai ser em dobro comigo, entende?

– E o que você pretende fazer? Sair matando todo mundo é isso? E depois acabar com a sua vida sendo preso e julgado, podendo ficar anos na cadeia? Para com isso antes que tudo esteja perdido, Nathan. Eu te peço, por favor, para com isso.

– Se eu parar agora, você foge comigo? A gente some dessa cidade preconceituosa e vai viver bem longe daqui.

– Que loucura é essa Nathan, tem os estudos, é o nosso último ano. E depois se você não se aceitar e se assumir pra valer, não importa pra onde você vá, o preconceito, a vergonha, a revolta, tudo vai te acompanhar. Eu entendo que você não esteja preparado ainda pra viver como você é de verdade, mas ir pra outra cidade não vai resolver nada, enquanto essa questão interna estiver ai dentro do seu coração.

– Tudo bem, eu já entendi. Eu não posso contar com você…

– É claro que pode. Você esta entendendo tudo errado.

Nesse momento, Nathan ouviu um barulho vindo de dentro da sala e puxou Jimmy pelo braço.

– Vem comigo. – disse entrando de novo dentro da sala onde estava. – Fica ai. Que barulho foi esse aqui dentro? Quem tentar alguma gracinha, já sabe… Eu meto bala.

– Jimmy você esta bem? – perguntou Alicia preocupada.

– Estou sim e vocês?

– Tirando o susto e toda confusão, nós estamos bem sim Jimmy.

– Eu não entendo porque ele foi fazer isso… Nem parece o mesmo Nathan. – dizia inconformado e depois se levantou indo até ele.

– Nathan escuta… Solta todas essas pessoas, por favor! Ficar mantendo eles como reféns só vai piorar as coisas.

– Olha aqui Jimmy, se você não vai me ajudar, então volta pro seu lugar e me deixa em paz.

*****

Tyler que ouviu os tiros já do lado de fora do colégio, correu para entrar lá de novo, justo na hora em que a polícia e os paramédicos chegaram.

– O garoto volta aqui… Tyler! – gritou o detetive Ross.

– Aquele era o Tyler? – perguntou Hollie angustiada.

– Era ele sim.

– Mas porque ele foi entrar lá dentro? O idiota ta querendo bancar o herói ou morrer? Que droga!

– Fica calma oficial, vamos ligar pro diretor e dizer que nós estamos esperando ele aqui fora para nos detalhar melhor a situação.

*****

Tyler foi entrando devagar e olhando par todos os lados, quando ao passar perto do refeitório ele viu uma poça de sangue perto da porta e empurrou-a devagar, entrando logo em seguida. Depois de andar um pouco pelo refeitório, ele encontrou Steve atrás do balcão da cozinha escondido e segurando o ferimento no ombro.

– Steve! O que aconteceu cara, você esta ferido?

– Eu levei um tiro no ombro, aquele viadinho filho da puta atirou em mim. Você tem que me ajudar a sair daqui Tyler, ele quer me matar. Me ajuda, por favor!

*****

Do lado de fora do colégio, o diretor passava todo o ocorrido para o detetive enquanto alguns pais que viram a notícia pelo jornal na TV chegavam desesperados.

– Diretor Myers, o meu filho esta lá dentro. – disse Rose chorando.

– No noticiário eles disseram que um garoto esta armado e atirou contra os seus colegas, vocês tem que fazer alguma coisa. O nosso filho esta lá dentro. – disse Richard desesperado.

– Calma senhor, nós já estamos fazendo todo possível para que ninguém saia ferido e pra que tudo termine o mais rápido possível. – disse e depois se voltou para o diretor. – E então diretor Myers, vocês já sabem que é o atirador?

– Sim eu vi tudo pela câmera depois, e talvez eles não gostem do que irão ouvir. – disse mostrando os pais aflitos que estavão ali perto.

– Nós não vamos gostar de ouvir o que senhor diretor? – perguntou Richard sério. – Por acaso o nosso filho foi atingido, é isso? O Nathan esta ferido?

Diante do silêncio do diretor, a mãe de Nathan interveio:

– Nos responde, por favor! – gritou apavorada.

– Não. O Nathan não esta ferido… Ele é o atirador.

– O que? Não. Não pode ser…

– Meu Deus… O meu filho não… Tudo isso é culpa sua diretor Myers! Os bons alunos do Village Falls ficam a mercê dessas gangas que fazem o que bem querem, eles quase mataram o Nathan outro dia de tanto bater nele.

– Senhora Rose, eu entendo a sua angustia, mas agora não é hora de falarmos nisso. Nós temos é que nos preocupar em tirar todos os alunos de lá o mais rápido possível antes que mais alguém sai machucado. Hollie, por favor, serve um copo de água pra senhora Rose, ela esta muito nervosa.

– Vem comigo, senhora Rose. Vai ficar tudo bem, a senhora vai ver.

– Senhor Richard, sabe me dizer onde o seu filho pode ter conseguido a arma que ele trouxe para o colégio? – perguntou o detetive.

– Deve ser a minha que ele pegou… Ele sabia onde eu guardava. Eu mesmo disse a ele, caso um dia precisasse usá-la em casa numa situação de emergência. É uma pistola Glock G42.

– Nós temos que começar a tirar os alunos de lá de dentro… Eu vou fazer contato pelo alto-falante. – Atenção, Nathan… Aqui quem fala é o detetive Ross. Nós já sabemos que é você o atirador e eu quero te pedir que solte os reféns para que ninguém mais se machuque. O colégio esta todo cercado, eu repito: O colégio esta todo cercado, comece a liberar os reféns para que nós possamos negociar.

*****

– Nunca! Se eles estão pensando que eu sou idiota, eles estão muito enganados. Então eu solto os reféns e depois eles me matam ou me prendem. – disse agitado com as mãos na cabeça.

– Escuta Nathan, presta atenção cara. – disse Andrew. – Ninguém mais precisa se machucar, você solta os reféns e depois se entrega. Tudo isso irá contar pontos pra você que é menor de idade ainda, pode pegar uma pena leve, de repente pode até responder em liberdade cara.

– Você acha mesmo que eu sou idiota, Andrew? Isso não vai acontecer. Eles devem me mandar pra um reformatório e assim que eu completo dezoito, eles me colocam na cadeia. Não… Eu não fiz nada demais, só quero justiça pelo que o Steve fez comigo e eu vou tê-la. – disse decidido.

*****

No ginásio de esportes, Amber começava a ficar preocupada com Peyton que ameaçava desmaiar.

– Peyton fica comigo. Você não pode dormir agora, acorda Peyton… Peyton! –gritou dando tapinhas de leve no rosto dela que acordou com dificuldades.

– Eu estou mole e com muito sono, Amber. Acho que eu não vou agüentar… Eu vou morrer. – dizia chorando.

– Não fala isso nem brincando, Peyton. Você não vai morrer, eu vou buscar ajuda pra você. – disse se levantando, mas Peyton a puxou pelo braço.

– Se eu morrer… Diz pro Brandon que eu amo ele muito e que eu jamais deixei e amá-lo, entendeu? Por favor, diz isso pra ele.

– Eu não vou dizer nada e sabe por quê? Porque você mesma vai dizer isso pra ele, agora seja forte e fique acordada até eu voltar, ok?

Amber saiu depressa e depois foi andando devagar pelo corredor com medo de encontrar Nathan armado. Ela começou a rodar pelo colégio atrás de Brandon. E assim que ela virou o corredor, alguém a puxou tapando sua boca para que ela não gritasse. – E Amber só respirou aliviada depois de ver que era Brandon, que fez sinal de silêncio pra ele e aos poucos foi soltando-a.

– Brandon graças a Deus! – disse feliz e o abraçou.

– Fala baixo, o Nathan estava rondando tudo aqui agora pouco. Você esta bem? E a Peyton, cadê ela? – perguntou preocupado.

– Eu estou bem sim, mas a Peyton esta ferida. Nós estávamos de frente pro Nathan quando ele atirou e um tiro pegou na perna dela… Ela perdeu muito sangue Brandon, eu estou com medo. Eu tentei estancar o sangue amarrando um pedaço da minha blusa, mas ela esta muito fraca.

– E onde ela esta? Me leva até lá agora.

– No ginásio, vamos.

Amber e Brandon começaram a se dirigir para o ginásio, quando de repente a porta da sala onde Nathan matinha os reféns se abriu e ele viu Amber.

– Hei mocinha… Onde você pensa que vai? Parada ai.

Brandon parou e olhou pra ela, enquanto ela sussurrou pra ele:

– Pode ir, a Peyton precisa de você.

Brandon então apressou os passou e saiu do corredor, antes que Nathan saísse da sala e o visse também.

– Ta pensando que vai fugir, é? – disse pegando-a pelo braço. – Vem comigo. Entra ai… Mais um refém pessoal, uma amiga pra fazer companhia pra vocês.

– Tudo bem com você Amber? – perguntou Jimmy.

– Tudo bem sim, eu estava com a Peyton até agora e ela não esta nada bem. Ela levou um tiro na perna.

– O que foi que você disse? – perguntou Nathan. – Quem foi que levou um tiro na perna? Fala! – gritou apontando a arma para Amber. – Ou então eu estouro os seus miolos.

– Por favor, não atira, por favor! – implorou chorando.

– Nathan não faz isso, pelo amor de Deus, eu te peço. – disse Jimmy.

– Desembucha então.

– Foi a Peyton, ela que levou um tiro na perna. Eu estava com ela com tudo aconteceu…

– E onde ela esta agora? Responde!

– Eu não sei, eu juro que não sei… Na hora do tumulto nós nos separamos e eu me perdi dela.

– Acho bom você estar falando a verdade senão eu acabo com você. As coisas agora complicaram, uma pessoa foi ferida, agora acabou pra mim, acabou…

– Não se você se entregar, Nathan. Pensa bem, ainda da tempo. Ela o que for que acontecer eu vou ficar do seu lado, eu prometo. Eu te amo.

– E por acaso você vai ficar preso do meu lado também, Jimmy? Porque com toda certeza é pra lá que eu vou, pra cadeia.

*****

No refeitório, Tyler pegou o celular e começou a ligar para a irmã.

– Alô, Hollie é o Tyler.

– Tyler seu idiota! Porque você voltou ai pra dentro, hein? Ta querendo bancar o herói?

– Não. Eu estou querendo apenas ajudar os meus amigos. Isso não conta?

– Não quando há um atirador no meio disso tudo.

– Deixa eu falar com ele, Hollie… Me passa o telefone. – pediu o detetive Ross. – Alô Tyler, detetive Ross. Em que local você esta ai dentro?

– Eu estou no refeitório com um ferido. É o Steve, ele levou um tiro no ombro. Mas eu consegui estancar agora.

– E como esta a situação ai dentro?

– O colégio esta vazio, os alunos devem ter se escondido dentro das salas. E parece que o atirador esta numa dessas salas mantendo mais de dez jovens reféns.

– Ok. Continue ai Tyler, eu vou tentar falar com o atirador e negociar com ele a liberação dos alunos. – disse entregando o celular para Hollie.

– Policial me passa o megafone, por favor. – disse apreensivo. – Nathan aqui é o detetive Ross, eu preciso falar com você. Eu já sei que há pessoas feridas no local e correndo risco de vida, vamos negociar a liberação dos alunos, antes que as coisas piorem. Se você se entregar agora, as conseqüências serão bem menores.

– Você ouviu o que ele disse Nathan? – perguntou Jimmy agitado. – Se entrega meu amor, vai ser melhor assim. O colégio esta cercado, você não vai conseguir fugir daqui.

Nathan andava de um lado pro outro com a mão na cabeça. – Ele estava perdido e não sabia o que fazer.

*****

No ginásio, Brandon encontrou Peyton recostada na arquibancada. Ela estava desacordada e branca. – Ele então se ajoelhou perto dela e colocou sua cabeça no seu colo.

– Peyton acorda… Peyton, você esta bem? – perguntou angustiado em ver a situação dela.

Peyton então foi abrindo os olhos bem devagar e sorriu ao ver o rosto de Brandon.

– Brandon… É você mesmo ou eu estou sonhando? – perguntou com a voz um pouco fraca.

– Você não esta sonhando não, sou eu mesmo. Eu fiquei procurando vocês feito louco. Toma um pouco de água, vai te fazer bem, você precisa se hidratar. – disse abrindo uma garrafa de água que pegara no bebedouro, e ajudando ela a beber.

– Obrigada. A Amber me ajudou, eu estava errada sobre ela. Até que a garota de Minessota é legal, talvez eu no lugar dela, a tivesse deixado pra morrer. – disse sorrindo e fazendo careta de dor na perna.

– Não teria não. E eu tenho certeza disso. Você tem o coração bom, Peyton… Só não gosta de demonstrar isso, ai se esconde através da menina mimada, da líder de torcida e it girl do colégio. Eu sei também que você esta longe de ser uma santa, mas também não é uma pessoa má.

– E a Amber, ela não veio com você?

– Não. O Steve a viu antes de chegarmos aqui e pegou ela. Como eu estava na frente ele não me viu… Eu não pude fazer nada por ela, eu só espero que tudo termine bem pra todos nós. – disse apreensivo.

– Ela vai ficar bem, tem que acreditar. Todos nós vamos, já passamos por tantas coisas piores. Depois a garota de Minessota é esperta. Ela sabe se cuidar.

– Tomara que você esteja certa.

*****

Na sala de aula, o celular de Jimmy tocou e depois de esperar uns segundos, ele atendeu nervoso.

– Nathan sou eu, o detetive Ross… Eu tenho uma oferta de paz pra você. Presta atenção… Você vai soltar alguns reféns, e os feridos para o atendimento médico, as ambulâncias já estão aqui do lado de fora. Faz isso primeiro e depois eu prometo negociar com você, vai ser tudo como você quiser.

– Tudo bem, detetive. Eu vou liberar a maior parte dos reféns, mas vou ficar com alguns aqui comigo pra me garantir, mas se vocês não cumprirem o que for negociado, eu mato todos eles que ficarem aqui comigo. Ta me ouvindo?

Nathan desligou o telefone e começou a colocar uns alunos pra fora da sala.

– Você ai, você e você… Vão saindo direto pela porta de entrada do colégio. – disse enquanto liberava outros e por fim disse: – Jimmy você fica comigo, a Amber e a Alicia também, você pode sair Andrew.

– Não. Eu quero ficar também. Se você não liberar eles e a Alicia, daqui eu não saio. – disse categórico.

– Você vai sair por bem ou por mal, ou não entendeu ainda que quem manda aqui sou eu? Você vai sair agora, ou então eu mato você com uma bala direto na sua cabeça. E ai o que vai ser?

– Andrew, por favor, faz o que ele ta mandando e sai daqui agora. – gritou Alicia apavorada.

– Ta vendo só… A sua namoradinha aqui é mais sensata que você. Se eu fosse você fazia o que ela ta mandando.

– Vai Andrew, pode ir tranqüilo. Eu cuido delas. – disse Jimmy. – Eu prometo que ninguém vai sair ferido daqui.

Andrew foi até Alicia e se despediu dela.

– Fica bem meu amor, eu te amo. Vai dar tudo certo. – disse emocionado.

– Eu também te amo, Andrew Boy. Me espera lá fora.

Andrew saiu revoltado por ter que deixar Alicia e os outros. – Já no corredor, Nathan o empurrou e logo depois saiu abrindo as portas das salas e mandando todos saírem.

– Todos pra fora do colégio agora. Podem sair… Vocês estão liberados. – dizia Nathan um pouco perturbado e fora de si. – Aquele idiota do Steve deve estar morto uma hora dessas… Foi tudo muito rápido, mas eu vi que acertei ele. Minha missão aqui esta cumprida. – disse sorrindo.

Todos os alunos começaram a sair correndo provocando o maior tumulto no corredor. – O detetive Ross então ligou para Tyler de novo.

– Tyler, ajude o Steve. Vocês podem sair agora.

– Vem Steve, nós vamos sair agora, se apóia em mim.

– Ai pessoal, mudança de planos. – disse Nathan entrando na sala de novo. – Eu pensei bem e três reféns vão me dar muito trabalho. Você Amber, pode sair. Eu fico com o Jimmy e a Alicia. Você não me ouviu? Vem logo garota. – disse puxando ela pelo braço até lá fora. E vocês dois me esperem aqui dentro.

– Que droga! Parece que esse inferno não vai terminar nunca. – gritou Alicia começando a chorar.

– Tente se acalmar Alicia vai terminar tudo bem, eu prometo. – disse Jimmy tranqüilo.

*****

Do ginásio, Brandon viu a movimentação lá fora e decidiu sair com Peyton também.

– Peyton vamos, nós temos que sair daqui agora. – disse agitado.

– Mas como e o Steve lá fora? – perguntou preocupada.

– Eu não o vi, ta um tumulto lá fora, parece que os alunos estão sendo liberados, é a nossa chance de sair também. Você tem que ser atendida e rápido pela emergência. Você confia em mim?

– Claro que confio. Tudo bem, eu vou contigo. Eu confio em você Brandon. – disse o encarando séria.

Brandon então a pegou no colo e começou a caminhar até a saída, quando Peyton o parou.

– Espera…

– O que foi?

– Se acontecer alguma coisa comigo, eu quero que você saiba que eu te amo de verdade, sempre amei. – disse emocionada. – E que tudo o que eu fiz foi por te amar demais… Me perdoa ta?

– Nada vai te acontecer, eu prometo. E obrigado por me amar, eu ainda estou confuso com tudo o que aconteceu nos últimos meses, mas eu quero que você saiba que eu te adoro muito, Peyton Martinez. – disse sorrindo e depois saiu com ela.

*****

Em Nova York, Erin estava no estúdio gravando quando deu uma pausa para beber água e entrou na sala que a TV estava ligada.

– Ai garota ta arrasando, hein? Preparada pra ser a nova Beyoncé? – perguntou sorrindo.

– Eu estou preparada pra tudo, Dan. Cantar é a minha vida. – disse entusiasmada.

– Olha só no noticiário, toda hora eles estão dando mais informações sobre um colégio que foi invadido por um atirador no condado de Ohio, na cidade de Village Falls. Não é onde você mora, Erin? – perguntou o produtor.

Erin ficou branca e olhando pra TV, ela reconheceu o seu colégio e ficou desesperada, deixando o seu copo com água cair no chão.

– Ai meu Deus! É o meu colégio… Tyler!

A polícia informou que até agora há a confirmação de dois feridos e mais de duzentos alunos que estavão sendo mantido como reféns, começaram a sair agora a pouco. O atirador esta irredutível e ninguém sabe como tudo isso irá terminar, os feridos continuam lá dentro e as negociações já começaram a ser feitas.”

*****

Do lado de fora do colégio Village Falls, alunos ainda saiam desesperados e se reencontravam com a sua família. A equipe de emergência verificava se tinha algum ferido, mas até o presente momento nenhum ferido tinha aparecido. – O detetive Ross e a oficial Malone esperavam ansiosos por mais alunos e ela em particular pelo irmão que ainda estava dentro do colégio.

Nathan andava pelo corredor agora já vazio do colégio, quando ele deu de cara com Brandon carregando Peyton no colo.

– O que vocês dois ainda estão fazendo aqui? Todos os outros alunos já saíram. – disse um pouco agitado.

– Se acalme Nathan, nós só demoramos mais porque a Peyton esta ferida e eu estou levando ela com cuidado, mas nós já vamos sair. – disse Brandon transparecendo serenidade.

– Ela esta ferida? Onde? Fui eu quem atirou nela? – perguntou transtornado.

– Ela levou um tiro sim, na perna. Mas ela vai ficar bem, não se preocupe.

– Droga, droga, droga! – exclamou apavorado passando a mão pelos cabelos. – Isso ta errado, não era pra eu ter machucado mais ninguém, só aquele babaca do Steve e olha só o que ele me fez fazer. Disse chorando.

– Cara sai com a gente, se entrega pra polícia. É a melhor coisa a ser feita agora, vai por mim. – aconselhou Brandon, porém não teve resposta de Nathan que parecia longe, com o olhar distante.

– Vocês não percebem, aliás, ninguém percebe… Acabou. Esta tudo acabado agora.

– Nathan olha só, eu preciso levar a Peyton lá pra fora. Ela perdeu muito sangue e precisa de assistência médica urgente. Eu vou sair agora com ela, tudo bem? – perguntou Brandon enquanto se dirigia para a porta de saída.

– Não! – gritou Nathan. – Ninguém mais sai daqui. Eu não vou liberar mais ninguém, ta me ouvindo? Ninguém!

Nesse momento, Jimmy e Alicia que estavam dentro da sala e ouviam tudo foram saindo devagar.

– Não faz isso, Nathan. Eu te imploro por tudo o que há de mais sagrado nesse mundo, deixa eles e a Alicia ir… Eu fico aqui com você. Eu vou contigo pra onde você quiser meu amor, eu juro. – implorou Jimmy de joelhos.

Naquele momento, Nathan também começou a chorar e se ajoelhou de frente para Jimmy e começou a chorar que nem criança.

– Me perdoa… Não era pra ser assim, meu amor. Eu te amo de verdade, nós íamos ser muito felizes, e eu estraguei tudo agora.

– Não estragou nada. Nós ainda temos a vida inteira pela frente e eu prometo que vou te esperar e colocar um bom advogado pra te defender, meu amor. – dizia para distraí-lo. – Alicia sai… Vai embora daqui.

Alicia chorando foi andando devagar, até ficar parada de Brandon e Peyton. – Eles olhavam para Jimmy chorando e não querendo deixá-lo para trás.

– Podem ir gente, eu vou ficar bem. – disse em meio ás lágrimas.

Brandon então tocou no ombro de Alicia, e com Peyton no colo, eles saíram juntos do colégio.

– Detetive, estão saindo mais três alunos e uma parece estar ferida. – disse Hollie apreensiva. – E o Tyler que não aparece… Que Deus o proteja. – falou preocupada enquanto dava um beijo no crucifixo de su corrente.

Alicia viu Andrew e saiu correndo de encontro a ele.

– Você esta bem meu amor? – perguntou abraçando ela bem apertado.

– Graças a Deus, eu estou sim e você? – perguntou aflita.

– Também. Graças a Deus! – disse dando um beijo carinhoso nela. – Eu tive tanto medo de te perder.

– Você não vai me perder nunca mais, Andrew Boy. – disse sorrindo pra ele e depois voltou a abraçá-lo.

Os paramédicos foram até Brandon e pegaram Peyton do seu colo, a colocando na maca logo em seguida.

– Tomem cuidado com ela. Ela perdeu muito sangue e esta fraca. – disse ele preocupado.

– Brandon…

Brandon olhou pra trás ao ouvir seu nome e sorriu ao ver que Amber estava bem.

– Como é bom te ver Amber, eu fico muito feliz que você esteja bem.

– Eu também posso dizer o mesmo, Brandon.

Brandon parecia inquieto e não parava de olhar para Peyton dentro da ambulância onde ela recebia os primeiros socorros.

– Vai lá, acompanha a Peyton. – disse Amber o encarando séria. – Não precisa dizer nada, eu entendo que você esteja confuso com tudo o que vem acontecendo na sua vida. E se tem alguém que te ama de verdade e que esta precisando de você ao lado dela nesse momento, é a Peyton. Você é um cara incrível, Brandon e eu te adoro, meu querido amigo.

Brandon então sorriu e deu um beijo no rosto de Amber, que sorriu de volta. Depois ele correu para ficar ao lado de Peyton. E Amber ainda viu quando ele segurou a mão dela com todo cuidado.

No colégio, Nathan e Jimmy continuavam abraçados, até que Nathan o encarou com o olhar triste.

– Eu te amo, Jimmy. E eu vou te amar pra sempre.

– Eu também te amo, Nathan. E não há nada pra ser perdoado, eu entendo você e te respeito do jeito que você é. Cada um tem o seu tempo, e no seu você iria se sentir melhor consigo mesmo. – disse sorrindo enquanto acariciava o rosto dele.

Nesse momento, eles escutaram o barulho de passos vindo do corredor e Nathan se virou depressa, vendo Steve sangrando se apoiando com dificuldade em Tyler. Ele então se levantou com tudo e ficou bem perto deles.

– Você ainda esta de pé? Eu pensei que você tivesse morrido seu miserável! Olha só tudo o que você me fez fazer… Não precisava ser assim, por sua causa eu estraguei a minha vida, seu verme. Sempre se achando melhor do que os outros, julgando todo mundo e fazendo da vida deles um inferno só por serem diferentes… Isso não existe. Todo mundo é igual, você ta me ouvindo? Ninguém é melhor do que ninguém e nem pode sair por ai dizendo o que é certo e o que é errado. Todo ser humano merece e precisa de respeito. – dizia apontando arma pra ele o tempo todo.

– Nathan relaxa cara, acabou. Deixa a gente sair, o cara já teve a lição que merecia. Ele esta ferido e se borrando de medo, você não acha que isso já basta? – perguntou Tyler.

– Sinceramente Tyler? Não. Eu não acho… E é por isso que essa história de bullying e preconceito pelo menos no nosso colégio acaba aqui e agora. Porque eu vou acabar com a vida desse miserável…

– Me desculpa cara, por favor, não faz isso. Eu não quero morrer… Eu nunca mais vou pegar no seu pé ou atormentar o Jimmy, eu juro!

– Lamento Steve, mas agora é tarde demais. E eu vou até o fim. – disse apontando a arma pra ele, mas Jimmy entrou na frente.

– Não faz isso, Nathan. Você vai se arrepender pro resto da vida se fizer isso… Por favor!

Todos falavam e imploravam a Nathan que não fizesse aquela besteira, mas ele estava cego e surdo, pois não conseguia mais enxergar e nem ouvir nada, apenas a voz da sua cabeça que gritava por justiça.

Lá fora todos continuavam apreensivos e com medo, esperando o desfecho daquela terrível manhã que marcaria para sempre a vida de todos os moradores e principalmente dos alunos do Colégio Village Falls. – O silêncio pairou no ar durante alguns segundos… E logo em seguida, todos ouviram o som de três disparos.

*****

CONTINUA…

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