Episódio 02 – O Difícil Adeus…

 

“Dizer-lhe adeus foi o ato mais doloroso e difícil de toda minha vida”.

Tyler Malone

 

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“A morte nunca é esperada. Na maioria das vezes, ela vem e nos pega de surpresa, nos acerta em cheio e bem no coração. Perder Elena Cooper foi uma das dores mais dilacerantes que eu já senti em toda minha vida, mais até que o falecimento do meu próprio pai que era policial e morreu em serviço ao ser baleado por um bandido qualquer que nunca foi pego e que até hoje dez anos depois da tragédia, continua solto nas ruas. A minha relação com ele era muito difícil. Havia cobranças, não tinha diálogo e talvez por isso, a falta que eu senti dele nem se compara a falta e a dor que eu estou sentindo agora, sem a garota que eu sempre amei, mas que nunca me amou de volta. Eu confesso que ainda tinha esperanças de um dia ficar com Elena Cooper, quem sabe até me casar com ela. Mas com a sua morte, as esperanças também se foram, e o meu amor por ela continua… E agora me machucando ainda mais do que antes, pois eu sei que nunca mais voltarei a vê-la de novo. Definitivamente, eu não estava preparado para perdê-la, ainda mais de maneira tão abrupta e repentina. Eu só sei que a justiça vai ser feita. E custe o que custar, eu prometo lutar por isso, e trazer verdades á tona. Esse assassino

 seja ele quem for não ficará impune como o homem que matou o meu pai.”Tyler Malone

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As luzes da sirene do carro de polícia não paravam de piscar em silêncio, sem o habitual barulho das sirenes, enquanto o veículo estacionou em frente à casa de Elena Cooper, a garota da porta vermelha. O Detetive Dylan Ross e a oficial Hollie Malone desceram do carro devagar e com seus corações apertados por ter que dar uma notícia como aquela a mãe da jovem, prefeita de Village Falls e a sua família. Mas fazia parte do trabalho deles, e o quanto antes os familiares reconhecessem o corpo da vítima, melhor. Para que assim eles pudessem liberar o corpo para o IML e conseqüentemente para a cerimônia do velório.

– Eu não entendo, as luzes da casa estão acesas… Será que eles já estão sabendo de alguma coisa? – perguntou Ross desconfiado.

– Bom nós moramos em uma cidade pequena, aqui as notícias voam. Então tudo é possível. Só resta saber como eles souberam. – concluiu Hollie.

Ross bateu na porta. Ele e Hollie ficaram sérios e com os braços abaixados e cruzados em sinal de respeito com os familiares da vítima. E não demorou muito até que a grande porta vermelha fosse aberta por Paul, o padrasto de Elena. A expressão do rosto dele era fria e triste ao mesmo tempo, de quem havia chorado muito. A prefeita Adison Cooper veio logo atrás dele, chorando desesperada.

– Oficial Ross, eu fiquei sabendo pelo rádio que a minha filha esta morta, isso é verdade? – perguntou chorando. – Eu acordei angustiada, não consegui mais dormir… Então eu comecei a sentir um aperto tão grande no peito que chegava a me sufocar. Foi quando eu liguei o rádio pra me distrair um pouco e depois de uma música veio à notícia… Eu não queria acreditar, então eu corri até o quarto dela e ele estava vazio e a sua cama feita… Ai meu Deus! Por favor, me diz que tudo isso é mentira Detetive Ross…

O Detetive respirou fundo e depois respondeu:

– Infelizmente é verdade, senhora Cooper. Nós sentimos muito pela sua perda. – disse Ross com pesar.

– Ai meu Deus! Não… A minha menina não. – gritou, enquanto chorava copiosamente.

Adison então desabou nos braços do marido, enquanto seu filho Andrew passava a mão na cabeça da mãe fazendo um carinho e chorava junto com ela. Depois de um breve momento, Adison levantou a cabeça e enxugou as lágrimas. Em seguida ela perguntou ao Detetive:

– No rádio eles falaram de suicídio? – perguntou incrédula. – Ela se matou? Mas como assim? Eu não entendo… Até ontem de manhã antes de ir para o colégio, ela estava tão bem e feliz. A Elena jamais seria capaz de tirar a própria vida.

– Senhora Cooper, então a senhora não sabe? Suicidas sempre carregam um belo sorriso no rosto. – disse Ross sem pensar e depois voltou a si. – Me desculpe senhora prefeita, eu me perdi na minha linha de raciocínio. A Elena não se matou. Essa primeira conclusão foi dada pela perícia mal feita de Green Hill que acabaram chegando primeiro ao local. A minha nova policial aqui, Hollie Malone que depois de examinar melhor o corpo e a cena do crime, chegou à conclusão de que não se tratava de suicídio e sim de um homicídio. A sua filha foi assassinada. O assassino cortou os dois pulsos dela cruelmente, e depois tentou fazer parecer um suicídio.

– Eu não posso acreditar… A Elena não. Ela nunca fez mal a ninguém. – disse chorando. – Quem seria capaz de uma crueldade dessas? Vocês tem que pegar esse miserável, ele tem que pagar pelo que fez com a minha menina.

– E vocês tem alguma pista? Já conseguiram pegar o assassino? – perguntou Paul se mostrando interessado.

– Ainda não. Mas nós vamos investigar e eu prometo a vocês que nós não sossegaremos enquanto não colocarmos as mãos nesse desgraçado! – garantiu Hollie emocionada e nervosa.

Ross olhou para ela e colocou a mão no seu ombro em sinal de apoio. Ela então olhou para ele de volta com lágrimas nos olhos e um meio sorriso o rosto.

*****

*Dinasty – Miia

Mais tarde no instituto médico legal, Adison e o filho Andrew foram fazer o reconhecimento do corpo de Elena. O longo corredor frio e com uma luz fraca parecia não ter fim, até que finalmente uma porta de metal larga foi aberta por um perito e eles entraram. Andrew ficou o tempo todo ao lado da mãe, abraçado a ela. – Eles se aproximaram devagar da mesa fórmica onde o corpo estava coberto por um grande lençol branco. O legista responsável esperou eles mandarem e quando Adison assentiu com a cabeça tentando conter as lágrimas, ele foi descendo o lençol devagar. – À medida que os cabelos loiros de Elena foram sendo revelados, e a sua pele ainda mais branca agora e pálida apareceu revelando o seu rosto inexpressivo, Adison começou a chorar e a gritar desesperada pelo nome da filha, chegando ao ponto de perder todas as suas forças e deixar-se cair no chão, sentindo a pior dor da sua vida até aquele momento, a dor da perda de um filho. Andrew assim como a mãe também chorou, mas manteve-se firme e não saiu do lado dela nem por um minuto, a apoiando e dando forças para a mãe o tempo todo.

*****

Depois que Adison e Andrew foram o embora, o legista conversava com os oficiais Ross e Malone dentro da sala ao lado do corpo de Elena Cooper, dando mais informações sobre o resultado da autópsia.

– E então Sierras… O que você conseguiu descobrir com a autópsia? – perguntou Ross curioso.

– Bom como vocês podem ver, ela sofreu uma forte pancada na parte de trás da cabeça, passando perto da nuca. – disse levantando a cabeça de Elena e mostrando a parte da lesão. – Provavelmente ocasionada por um taco de baseiboll. O que fez com que ela desmaiasse na hora. Depois temos as marcas nos braços, pernas e costas, o que tudo indica e me leva a crer que teve luta corporal. E por fim os cortes nos pulsos feitos grosseiramente por uma faca de cozinha. – disse o legista e depois respirou fundo. – Seja quem for que a matou, a pessoa foi muito cruel e teve trabalho, porque a moça lutou até o último momento. Sem dúvida nenhuma vocês tem um grande caso em mãos, boa sorte pra vocês.

Dylan e Hollie se olharam sérios e depois voltaram o olhar para o legista, que os cumprimentou com um gesto de cabeça e depois saiu, deixando-os sozinhos, ao lado do cadáver de Elena.

*****

A noite foi longa em Village Falls e quase ninguém conseguiu dormir depois do ocorrido. E quando finalmente o dia amanheceu todos só queriam acreditar que nada daquilo tivesse acontecido de verdade.

Na casa dos Edwards, Norah havia preparado o café da manhã como de costume e depois de colocar a mesa, ela chamou Charlie seu marido e pai de Elena, que só conseguira tomar um café puro. Desde que soubera do assassinato da filha que ele ficara estático, quase não falava e também não queria comer nada. Ele estava com um nó na garganta que parecia que não iria se desfazer nunca mais.

– Charlie meu amor você tem que se alimentar. Eu imagino a dor que você esta sentindo, afinal ela era sua filha e o golpe foi muito grande, mas não acabou, o pior ainda esta por vir e, agora nós temos que ser fortes pra poder dar adeus a Elena com muita dignidade, carinho e respeito. – disse Norah tentando confortá-lo, mas de nada adiantou. Ele continuou sentado no sofá, de cabeça baixa enquanto olhava com os olhos marejados para uma foto da filha ainda criança, com os seus sete, oito anos de idade, brincando no parque. Norah então se sentou ao seu lado e segurou a mão dele para lhe dar apoio. – Eu vou apressar a Alicia para o colégio, eu não quero que ela se atrase.

– Como assim? Vai ter aula hoje? – perguntou Charlie surpreso. – Mesmo depois de tudo o que aconteceu?

– Não. É só uma pequena cerimônia que acontecerá no teatro do colégio. O diretor irá dizer algumas palavras para os alunos, fazer uma homenagem a Elena e depois às aulas ficarão suspensas por três dias. – explicou Norah.

– Então apresse a Alicia. Apesar dela nunca ter se dado bem com a Elena, elas eram irmãs e a presença dela é muito importante.

– Claro, eu já vou chamá-la. Fica bem, ta meu amor? – disse Norah dando um beijo no rosto do marido. – Eu amo você.

*Sorry – Halsey

No andar de cima da casa, Alicia estava trancada no banheiro do seu quarto. – Sentada no vaso apenas de calcinha e uma regata, pensativa e distante, ela segurava uma Gillette na mão. Depois de um tempo ela voltou a si, e foi direcionando a Gillette para a sua perna esquerda e a encostou na pele, forçando sua lâmina contra a carne e deslizando a mesma em linha reta, fazendo um corte leve de uns quinze centímetros, mas que fora o suficiente para ela fazer careta, sentindo toda a dor assim que o sangue começou a escorrer. Em seguida, ela começou a chorar e depois repetiu o ato, fazendo o mesmo agora com a perna direita.

– Sofrer para viver. – disse ela respirando fundo em meio à dor e às lágrimas que insistiam em cair. De repente ela ouviu sua mãe batendo na porta.

– Alicia você ainda esta trancada dentro desse banheiro, minha filha? Assim você irá se atrasar para a cerimônia no colégio. – disse Norah já impaciente.

Alicia então se levantou depressa, pegou lenços umedecidos dentro de uma caixa em cima da pia e começou a limpar o sangue de suas pernas.

– Eu já vou sair mãe, só um minuto. – disse enquanto jogava os lenços no lixo e vestia sua calça de moletom. Logo em seguida, ela abriu a porta do banheiro e saiu dando de cara com sua mãe.

– Mas eu não estou acreditando nisso, Alicia! – exclamou nervosa com as mãos na cintura. – Você ainda nem se vestiu filha? A cerimônia começa em menos de uma hora.

– Mãe… Eu preciso mesmo ir a essa cerimônia? – perguntou desanimada.

– Mas é claro que precisa filha. A Elena era sua irmã. E depois o seu pai vai ficar muito chateado se você não for. Então trate de se trocar logo, que eu vou tirar o carro e levar você ao colégio.

– Que droga! Eu mal conversava com ela, não a conhecia direito e pra falar a verdade nem gostar dela eu gostava. Agora eu sou obrigada a ir nessa maldita cerimônia, onde todos irão enaltecê-la e provavelmente a colocar num pedestal. Pra quê?

– Nunca mais repita isso, ouviu garota? – disse Norah pegando a filha pelo braço. – Você não toma jeito mesmo… Até numa hora dessas, você se mostra fria e egoísta. Agora sem resmungar, se vista e desça em dez minutos. Nós não podemos nos atrasar para a cerimônia. Aqui eu mando e você obedece! – falou Norah autoritária, enquanto jogava a filha na cama. – E não me faça subir aqui de novo, ou então eu nem sei o que serei capaz de fazer. Ah, e, por favor… Vista algo discreto e adequado, pelo menos dessa vez, e assim se parecer normal como todo mundo. Depois ainda reclama que o seu pai gosta mais da Elena, quisera eu que ela também fosse minha filha. Tenho certeza de que ela me daria mais orgulho do que você.

Norah então saiu do quarto batendo a porta, deixando Alicia chorando, jogada na cama.

*****

Na casa do Pastor Griffin, Erin tomava o seu café na bancada da cozinha, enquanto lia o jornal. Já sua mãe, a Pastora Victória terminava de preparar os famosos Waffles dos Griffin pro café da manhã.

– Prontinho mocinha! – disse Victória trazendo um prato com Waffles decorado com geléia de framboesa, imitando uma carinha feliz, e colocando bem na frente da filha. – Aqui esta. Para você começar bem o dia.

Erin parou de ler o jornal, olhou bem para o prato e depois para a cara da mãe e começou a rir descontroladamente.

– Algum problema Erin? Será que eu disse algo engraçado, filha? – perguntou Victória séria diante a reação da filha.

– Fala sério mãe! Uma coisa é você preparar Waffles pro café da manhã e o decorar com uma carinha feliz como você costuma fazer em dias especiais como no natal, no dia de ação de graças, no meu aniversário… Agora fazer Waffles num dia como esse? Uma pessoa morreu mãe! Olha de verdade, valeu a intenção, mas o seu gesto perdeu toda a graça, e eu também estou sem o menor apetite. Me desculpe. – disse séria enquanto empurrava o prato para a mãe e depois voltou a ler o jornal.

– Okay. Tudo bem, eu acho que nós podemos pular e esquecer essa parte. Eu só não sabia direito como agir naturalmente com você hoje, depois de toda aquela tragédia. – disse Victória pegando o prato com o Waffles e jogando no lixo.

– É simples… Basta agir naturalmente, como todos os dias. – falou Erin enquanto bebia seu suco de laranja.

– Bem, então você já está pronta querida? Eu vou te levar pro colégio hoje. – disse pegando sua bolsa. – O seu pai só deve chegar do culto dos homens em uma hora.

– Não precisa. Eu mesma posso ir dirigindo, esta tudo bem. – disse tranqüila.

– Olha só filha, não é bom ficar obcecada com isso, sabia. – disse tirando o jornal de Erin.

– Mãe, por favor! Eu estou lendo o jornal. E eu não estou obcecada com coisa alguma. Para de paranóia…

– Erin, me escuta. Eu liguei para a doutora Susan e nós combinamos que você irá vê-la para algumas sessões durante um tempo. Vai ser bom filha, ela vai te ajudar a…

– Mamãe você esta exagerando, para com isso. – disse Erin sem paciência.

– Eu não estou exagerando em nada, eu só acho que foi uma experiência traumática para você e todos os alunos do colégio. – explicou Victória.

– Pode ficar tranqüila, que eu não estou traumatizada.

– Mas eu estou e muito. – disse agitada. – Só liga pra ela ta bom? Eu falo por experiência própria. Eu aprendi da pior maneira possível que a gente não pode fingir que nada aconteceu, por isso precisamos falar com alguém e com toda certeza, pelo que eu estou vendo aqui… Você não quer falar com ninguém.

– Ta. Tudo bem, eu ligo pra ela mais tarde, se isso for te deixar mais calma. – concordou Erin enquanto se levantou e pegou as chaves do carro. – Agora eu já estou atrasada para cerimônia. Depois nos falamos, tchau mãe.

– Erin espera filha. Nunca se esqueça… Deus é bom! – falou sorrindo par a filha.

– O tempo todo. – respondeu Erin com um meio sorriso e depois saiu.

*****

Brandon desceu as escadas apressado, depois foi até a cozinha e bebeu um copo de suco que estava sobre a mesa. Logo depois ele já ia saindo quando sua mãe o deteve.

– Bom dia, Brandon. Como você esta filho? – perguntou Christina preocupada.

– Eu estou bem mãe. – disse sem encará-la.

– Eu vi que você não dormiu a noite toda e eu sei que não esta nada bem. Afinal, ela era sua namorada e eu sei que você a amava muito. – disse ela fazendo um carinho no rosto do filho.

Brandon que até então tentava se conter começou a chorar muito e Christina o abraçou bem forte.

– Chora meu filho, chora que isso vai te fazer bem…

– Quando é que essa dor vai passar mãe? – perguntou desesperado entre soluços. – Eu nunca pensei que doesse tanto perder alguém que se ama, chega a ser insuportável! O meu Deus… Porque a Elena e ainda mais do jeito que foi, por quê? – dizia inconformado.

– Calma Brandon, é assim mesmo filho… No começo essa dor parece que vai nos matar também, depois vem o medo e a raiva, e quando menos você espera fica só a saudade, as boas lembranças. Mas eu te prometo filho, vai passar. – disse olhando nos olhos dele.

– Sua mãe tem razão filho. O que você mais precisa agora é ser forte. – disse seu pai chegando à cozinha. – Eu tenho certeza de que a Elena iria querer isso… Que você fosse forte, como sempre foi campeão.

Brandon olhou para o pai e depois foi até ele e o abraçou também. Christina chorando olhava para Alec com o coração na mão de ver o filho sofrendo tanto.

– Eu a amava muito pai… Aliás, eu ainda a amo e sempre vou amar a minha garota da porta vermelha. Meu primeiro e único grande amor. O senhor tem toda razão, e é por ela que eu vou ser forte. – disse enxugando as lágrimas. – Será que um dos dois pode me dar uma carona até o colégio? 

*****

Hollie chegou em casa morta de tanto cansaço. O seu primeiro plantão como policial havia durado trinta e três horas seguidas e tudo o que ela mais queria agora era tomar uma boa ducha e cair na cama. Apesar de também estar muito tempo sem comer, a sua prioridade maior era dormir, e após uma noite como aquela, ela não tinha apetite nenhum. – Depois de entrar pela porta da cozinha, ela deixou as chaves em cima da mesa, passou pela sala e encontrou Tyler e a mãe sérios, sentados no sofá e calados.

– Oi. Bom dia. – disse cansada. 

– Hollie que bom que você chegou. – disse Tyler pulando do sofá e indo até a irmã. – Me conta tudo, por favor, a Elena foi mesmo assassinada? Quem a matou?

– Calma Tyler. – disse serena. – Sim, infelizmente ela foi mesmo assassinada. E quanto ao assassino nós ainda não sabemos quem foi. Agora começa todo um processo investigativo e pode demorar meses até que se descubra quem a matou.

– Não. Não pode ser… Esse assassino tem que pagar pelo que fez. Ele não pode simplesmente sair impune de tudo isso. – gritou Tyler inconformado.

– E ele vai pagar pelo que fez Tyler, pode ter certeza disso. Mas ele é esperto e foi minucioso em cada detalhe, não deixado nenhuma pista ou evidência que nos levasse até ele. Infelizmente meu irmão, o que nos resta agora é só esperar. – disse Hollie olhando apreensiva para a mãe.

– Sua irmã tem toda razão, filho. Não há nada a se fazer agora a não ser esperar. Você quer comer alguma coisa? Eu preparo um sanduíche pra você, filho… Você ainda não comeu nada Tyler…

– Obrigado mãe. Mas eu estou sem fome. Eu to com um nó na garganta que não passa, o estômago todo embrulhado e também uma agonia dentro do meu peito que chega a sufocar…

– Eu sinto muito meu irmão. – disse Hollie o abraçando e depois deu um beijo no rosto dele. – Sei que é difícil e você esta sofrendo muito, mas seja forte, você consegue. Bom, eu preciso dormir um pouco agora, senão eu não vou dar conta do próximo plantão.

– Vai lá… Obrigado. – disse mais calmo. – E Hollie, se souber de alguma coisa em relação ao assassino ou qualquer outra informação me avisa, por favor.

– Tyler eu não posso comentar tudo o que eu ficar sabendo com você ou com qualquer outra pessoa. Um caso de homicídio foi aberto, e nós como policiais devemos manter tudo em segredo, entende? Que é justamente pra não atrapalhar nas investigações.

– Eu entendo. Mas também não me importa, porque eu mesmo irei atrás de respostas. – disse determinado. – Agora eu tenho que ir para a cerimônia do colégio. Tchau pra vocês.

– Tyler volta aqui, Tyler… Que droga! Era só o que me faltava agora mãe, esse garoto querer bancar o justiceiro.

– Ele esta nervoso, revoltado e inconformado com tudo isso, Hollie. Ele ama essa garota. Mas depois passa você vai ver. Pode ir descansar tranqüila minha filha, a noite passada foi muito difícil pra todos nós. Você quer comer alguma coisa?

– Não mãe, obrigada. Eu só preciso mesmo dormir. Mais tarde eu como alguma coisa. – disse pegando sua mochila e subindo as escadas.

*****

Na mansão dos Martinez, Peyton desceu as escadas toda arrumada e elegante, usando um vestido e sapatos pretos, óculos escuros e carregando uma pequena bolsa de mão. Sua empregada Zoila a esperava com a mesa do café já servido.

– Bom dia senhorita Martinez. Eu fiz os ovos Benedict que você tanto gosta. – disse puxando a cadeira para Peyton se sentar.

– Perfeito. Obrigada Zoila. – disse ao se sentar. – Eu estou faminta hoje.

– A senhorita vai a cerimônia do colégio?

– Claro que sim Zoila, eu não perderia todo aquele carnaval por nada nesse mundo. – falou indiferente enquanto colocava o guardanapo em seu colo e se servia da jarra de suco de morango.

Zoila sorriu incomodada.

– A senhorita fala de um jeito… Parece até que não esta nem ai para a morte da senhorita Cooper. Você e a Elena eram melhores amigas, ou será que eu estou enganada?

– Não. Você não esta enganada Zoila. Nós fomos melhores amigas durante um tempo sim, até que… Enfim, tudo mudou e eu deixei de vê-la como tal. Você já esta satisfeita agora? Eu já posso voltar a tomar o meu café da manhã tranqüila e sem interrupções? – perguntou séria enquanto encarava a empregada.

– Sim senhorita Martinez, me desculpa. – disse saindo da sala. – Com licença. Ah só mais uma coisa…

– O que é agora Zoila? Se for outra pergunta, eu juro que…

– Não é outra pergunta. Fique tranqüila. É que a sua mãe ligou hoje cedo de Nova York, ela e o seu pai ficaram sabendo de toda tragédia, e me pediram pra te dizer que sentem muito, mas que eles tem coisas importantes a serem resolvidas ainda e que não poderão voltar em menos de um mês.

– Tudo bem. Eu já esperava por isso… Eu nunca posso contar com eles pra nada mesmo. – comentou Peyton decepcionada. – Agora pode ir e pede ao motorista pra tirar o carro que eu saio em cinco minutos.

– Sim senhorita Martinez.

Peyton terminou de tomar o suco e depois ficou pensativa.

– É realmente uma pena você não estar mais entre nós, Elena. Agora só me resta fingir que chorei a sua morte e ir consolar o pobre do Brandon. – disse friamente, enquanto sorria satisfeita.

*****

No Colégio Village Falls, o teatro já estava lotado e em silêncio quando os professores e o diretor Paul Myers entraram no palco. – Os alunos estavam muito abalados com o que acontecera, principalmente com toda a brutalidade do crime. O diretor Paul então foi até frente e pegando o microfone, começou a falar:

– Bom dia a todos os presentes. Hoje Village Falls amanheceu mais triste pela grande e irreparável perda que todos nós sofremos. E eu falo aqui hoje como diretor do colégio e como padrasto de Elena Cooper… Uma aluna excepcional, amiga de todos, irmã perfeita e filha adorada. Ela tinha sempre uma palavra de consolo pra quem precisasse ouvir, e estava sempre disposta a ajudar o próximo. Elena Cooper jamais será esquecida, e viverá para sempre em nossos corações. Eu peço agora um minuto de silêncio em respeito a sua memória.

Todos então baixaram as cabeças e fecharam os olhos. A prefeita Adison Cooper chorava inconsolada, e Andrew segurou forte a mão da mãe. – No meio dos alunos, Brandon não parava de olhar sério para Peyton, que ensaiava o choro com um lenço na mão e ficava levando-o até os olhos por debaixo dos óculos escuros o tempo todo. Erin também olhava discretamente para Tyler que meneava a cabeça direto, parecendo inconformado. De repente, ele se levantou bruscamente e revoltado começou a dizer bem alto:

– Me desculpa diretor e senhora prefeita, mas não dá pra ficar calado diante de um crime bárbaro como esse. – todos começaram a olhar espantados para ele e Tyler continuou. – Eu sei que nem todos aqui presente gostavam da Elena de verdade. São um bando de hipócritas! – disse encarando Peyton. – Quem sabe até o assassino não esteja aqui entre nós nesse momento? Eu só quero deixar bem claro a todos, que eu amava a Elena e que irei lutar para que toda a verdade apareça. Me perdoem o desabafo família Cooper, meus sentimentos. Mas eu não posso fazer parte de toda essa encenação… Isso é tudo.

Tyler saiu apressado do teatro sem ao menos olhar para trás, deixando apenas o silêncio que suas palavras provocaram no local. Erin que estava do seu lado ficou muito preocupada e decidiu ir atrás dele.

*****

Já do lado de fora do colégio, Tyler nervoso estava prestes a sair com a sua moto quando Erin apareceu tentando impedi-lo.

– Tyler espera! – gritou ela enquanto corria até ele.

Tyler tirou o capacete da cabeça e estranhou ao ver Erin chamando por ele e vindo na sua direção.

– Aonde você pensa que vai desse jeito? Você não esta em condições de dirigir, não pode sair assim. – disse categórica.

– Pra qualquer lugar bem longe de toda essa hipocrisia que me enoja. E quem você pensa que é pra me dizer ou que eu posso ou não fazer, hein? – perguntou em tom sério.

– Olha só você esta muito nervoso, suas mãos chegam a estar trêmulas. – disse pegando na mão dele. – Eu só não quero que nada de mal te aconteça. Nós não podemos perder mais ninguém.

– E desde quando você se importa Erin Griffin? Vocês acabaram com a Elena ontem naquela maldita festa na casa da Peyton. – falou revoltado.

– Se você quer saber, apesar de tudo que ela fez comigo, eu me arrependi e muito de tudo o que eu disse pra ela ontem. Eu sei que não tive nada a ver com o assassinato dela, mas de certa forma eu me sinto culpada. – confessou cabisbaixa.

– Quem sabe você e os seus amiguinhos, e até mesmo eu não fomos mesmo os culpados por toda essa tragédia? De repente nós acabamos empurrando ela pra morte? E eu acabei sendo cúmplice daquele show ridículo da Peyton. Eu nunca vou me perdoar por isso… Agora se você me der licença, eu não to mais agüentando ficar aqui. – disse Tyler já impaciente e colocando o capacete de volta.

– Espera… Me leva junto com você então. – disse sem pensar direito, porém decidida.

– Ta maluca? Você mesma disse que eu não estou em condições de dirigir, e agora que ir na garupa da minha moto? Ta querendo morrer comigo, Erin?

– Não. Eu só estou querendo te salvar de você mesmo. E depois eu tenho certeza que comigo na sua garupa, você não vai fazer nenhuma besteira.

– Se eu fosse você não teria tanta certeza assim. Afinal eu não tenho mais nada a perder. Mas se você quer mesmo arriscar… Toma. A decisão é toda sua. – disse passando o capacete pra ela. – Coloca isso e segura bem forte na minha cintura.

*Dare You To Move – Switchfoot

Erin então colocou o capacete com um pouco de receio e em seguida subiu na moto de Tyler. Depois sem graça e relutando em segurar nele saber, ela foi surpreendida por Tyler, que pegou as mãos dela e as colocou em volta da sua cintura.

– Relaxa, é só pra você não cair. Pode me agarrar bem forte. – disse ele ligando a moto.

Erin que até então nunca havia andado de moto e estava nervosa, se agarrou bem forte na cintura dele e juntos eles seguiram sem rumo e em alta velocidade.

*****

No pátio do colégio, Jimmy e Alicia conversavam sobre a noite anterior.

– Que loucura toda essa tragédia. Ontem nós estávamos todos reunidos na casa da Peyton, e agora hoje estamos aqui na cerimônia de morte da Elena, em sua homenagem e logo mais no funeral dela. Sabe Alicia, desde que eu soube dessa tragédia eu fiquei me perguntando… Será que nós não tivemos culpa pelo que aconteceu com a Elena? Mesmo que de forma indireta. – perguntou Jimmy preocupado.

– Claro que não. Nós apenas desmascaramos ela na frente de todos, e depois de tudo o que ela nos fez, foi muito justo. Ela brincou com a vida e com os sentimentos de todos nós Jimmy, lembra? Ou será que agora depois de morta, a Elena virou santa, hein? Eu não me arrependo nenhum um pouco do que fiz, e sei que não fui eu quem atraiu ela para o Rio Village e a matou. Minha consciência esta tranqüila. – disse Alicia serena. – E a sua?

– Mas que pergunta idiota, Alicia! – respondeu ele se exaltando. – É claro que a minha consciência também esta em paz com tudo isso. Eu seria incapaz de matar uma mosca, o que dirá um ser humano. – disse Jimmy irritado.

Nesse momento, Andrew se aproximava deles e Alicia fechou a cara na mesma hora.

– Ai não… Era só o que me faltava agora. Me diz que esse cara não esta vindo na nossa direção?

– Eu não posso. Porque ele de fato, esta vindo na nossa direção. Relaxa, vai ver ele só quer falar com você um pouco, te dar os sentimentos. Afinal, vocês são meio que parentes, já que é a irmã de vocês que morreu. – ponderou sério.

– Oi. Tudo bem Jimmy? – perguntou Andrew sem desviar o olhar de Alicia.

– Tudo. Eu queria aproveitar pra te dizer Andrew que eu sinto muito pela sua perda. – disse cabisbaixo.

– Muito obrigado, Jimmy. – agradeceu olhando nos olhos dele. – Jimmy será que você poderia nos dar licença um minuto? Eu quero conversar com a Alicia.

– Claro. Podem ficar a vontade. A gente se vê por ai. – disse Jimmy se levantado e saindo de perto deles.

– O que você quer, hein? Eu não tenho absolutamente nada pra falar com você. – falou Alicia de cara fechada e já se levantando para sair.

– Por favor, Alicia. São só dois minutos. – disse Andrew quase que implorando.

Depois de pensar um pouco, ela respondeu:

– Okay. Você tem exatamente dois minutos e nada mais que isso, ouviu bem?

– Bom, eu queria te dizer que eu sinto muito pela sua perda. Eu também estou muito triste pela perda da minha irmã e como ela era sua irmã também, eu pensei da gente marcar de sair, de repente estreitar mais a nossa relação, sei lá… Eu sei que nós não somos nada um do outro e que só tínhamos a Elena em comum como nossa meia irmã, mas de repente nós podemos ser bons amigos. Enfim, é isso o que eu tinha pra te dizer. – concluiu sem graça.

– Andrew Cooper, eu vou te dizer uma vez só e espero que você me entenda. O fato da Elena e eu sermos meia irmãs foi uma fatalidade do destino. O pai dela se separou da sua mãe pra ficar com a minha, com quem ele estava tendo um caso e que ficou grávida de mim. Eu nunca fui próxima da Elena, aliás, pra ser bem sincera, eu nunca gostei dela, nem da sua família, e isso inclui você. Eu só vim até essa cerimônia idiota porque eu fui obrigada, senão estaria bem longe daqui. Portanto não fique forçando uma aproximação entre nós dois, porque sinceramente? Não vai rolar. – disse ela olhando para a tela do celular. – Oops… Eu sinto muito, mas os seus dois minutos acabaram e a minha paciência também. Adeus… Andrew Boy. 

Alicia então se levantou do banco e acabou se desequilibrando, por sorte Andrew a segurou.

– Cuidado. – disse ele a segurando em seus braços. – Quase que você cai…

Os dois ficaram se encarando por alguns segundos e depois Andrew reparou no braço de Alicia que tinha leves marcas de cortes no pulso, mas logo ela puxou a manga do seu suéter que havia subido e se levantou depressa, se livrando dos braços de Andrew.

– O que foi isso no seu braço? – perguntou preocupado. – Você se machucou?

– Nada. Não é da sua conta. – falou séria, sem encará-lo. – Agora some da minha frente e vê se me deixa em paz Andrew!

Antes mesmo que ele pudesse dizer alguma coisa, Alicia saiu correndo e deixando Andrew ainda mais cismado e preocupado com ela.

*****

Peyton estava saindo do colégio, quando Brandon a alcançou e a puxou pelo braço.

– Ai… O que é isso! – exclamou surpresa. – Você ficou maluco, Brandon?

– Fiquei sim, e tudo isso graças a você, Peyton. Desde ontem à noite com aquele circo que você armou lá na sua casa contra a Elena, que eu to uma pilha. Nem dormir direito eu consegui, e depois teve o assassinato da dela. Eu vou te perguntar uma vez só, Peyton Martinez… Você tem alguma coisa a ver com a morte da Elena? – perguntou sério.

– E eu vou te responder com a mesma pergunta que eu fiz antes… Você ficou maluco, Brandon? – perguntou ofendida. – Onde você esta com a cabeça de pensar que eu tenho alguma coisa a ver com a morte dela? Até pouco tempo atrás nós éramos amigas. Ta certo que depois de ontem à noite, e eu não vou negar isso, acho que deu pra perceber que eu não estava mais bem com ela, por causa das coisas erradas que ela vinha fazendo, enfim… Mas eu jamais seria capaz de cometer um crime ou de fazer qualquer outra coisa que a prejudicasse. Agora solta o meu braço, que você esta me machucando. – disse olhando com raiva pra ele.

– Tudo aquilo que foi dito ontem na sua casa sobre a Elena, mexeu muito comigo e me deixou com muita raiva de você. Mas depois eu fiquei pensando e cheguei à conclusão de que aquela pessoa que vocês falaram tanto mal e acusaram de ter feito todas aquelas barbaridades, não era a Elena. Eu namorei com ela por dois anos pra conhecê-la o suficiente e saber que ela é muito melhor que todos vocês juntos.

– Era né? Você só esqueceu de falar no passado meu querido, porque agora ela já não esta mais entre nós, Brandon. E o quanto antes você aceitar essa realidade, melhor vai ser pra você. – disse em tom provocativo.

– Limpa essa sua boca suja pra falar dela, Peyton. Você sim é uma pessoa horrível, fria e solitária. Que acha que pode manipular todo mundo, e que é a rainha de Village Falls, mas quer saber? Pra mim você não passa de uma patricinha mimada, fútil, egoísta e sem sentimentos. Você não é nada, Peyton Martinez. E eu ainda vou esclarecer tudo o que foi dito ontem sobre ela, e prometo limpar o nome da Elena, que mesmo estando morta, continua sendo melhor do que você jamais foi ou conseguirá ser um dia. Eu tenho pena de você. – disse soltando o braço dela com tudo, que fez cara de dor e segurou o pulso.

– Idiota! Cuidado, Brandon. Você vai se decepcionar e muito ainda com toda essa história. E depois vai me pedir desculpas de joelhos, pode apostar. Ai nós veremos quem tem pena de quem. Só eu conhecia a verdadeira Elena e mais ninguém. Mas eu prometo que em breve todos irão conhecer toda a verdade. – gritou irritada. – Você me paga, Brandon Clark.

Brandon deu as costas para ela e saiu andando, deixando-a falar sozinha, enquanto Peyton furiosa e ainda segurando o braço foi até o carro, onde o seu motorista abriu a porta de trás para que ela entrasse.

*****

Hollie acordou agitada de um pesadelo e suando frio, ela olhou para o relógio que marcava 12h17min… Ela havia dormido por mais de seis horas, mas parece que não conseguira descansar muito. Pois ela ainda sentia o cansaço por todo seu corpo, mas a fome agora falava mais alto e ela precisava comer alguma coisa antes de enfrentar outro plantão. – Ela então se levantou da cama ainda bocejando e desceu as escadas, indo até a cozinha. Quando chegou lá, ela encontrou a mãe apoiada na pia e segurando a barriga.

– Mãe! O que foi que aconteceu? A senhora esta bem? – perguntou preocupada.

– Ai… Só uma dor forte no estômago, filha. Deve ter sido alguma coisa que eu comi e não me fez bem, já vai passar. Me ajuda a sentar, por favor. – pediu Beth quase sem voz.

– Eu não estou gostando nada disso mãe. Ontem a senhora também estava com essa mesma dor, tem que ir ao médico, não pode ficar assim. – disse indo até a pia e pegando um copo de água da torneira. – Toma essa água. Eu vou ligar pro médico agora marcando uma consulta. E eu vou com a senhora.

– Não. – disse puxando a filha. – Não precisa se preocupar comigo, Hollie. Você ta cansada, fez mais de trinta horas de plantão por causa daquela tragédia com a filha da prefeita, vai comer e descansar mais um pouco. Eu vou falar com a Melinda e ela vai ao médico comigo, ela já esta acostumada, nós sempre fomos juntas uma com a outra.

– A senhora tem certeza? Mas é pra marcar pra hoje ainda, hein? Não pode ficar sentindo dor sem ir ao médico ver o que esta se passando. A senhora já não é mais criança, dona Beth. – disse sorrindo e dando um beijo no rosto da mãe.

– Tudo bem, eu vou ainda hoje. Prometo. – falou forçando um sorriso.

– A senhora ta melhor? – perguntou ainda preocupada.

– Sim, eu já estou bem melhor agora minha filha. Obrigada por cuidar de mim. – disse sorrindo.

– É o mínimo que eu posso fazer mãe. A senhora sempre cuidou tão bem de nós, agora chegou à nossa vez de retribuir pelo menos um pouco de tudo que a senhora fez pra gente. – conclui sorrindo e depois abraçou Beth carinhosamente.

*****

*Sound Of Silence – Disturbed

Horas mais tarde, todos estavam reunidos no Cemitério de Village Falls, para dar o último adeus a Elena Cooper. Somente Tyler e Erin não estavam presentes. O pastor Griffin foi chamado para orar pela alma de Elena e falar palavras de consolo a todos os presentes, familiares e amigos da vítima. Alicia ficou ao lado dos pais o tempo todo com a cara fechada, ela só melhorou o seu estado de espírito depois que Jimmy chegou. O clima entre Brandon e Peyton não era nada amistoso, devido ao último encontro deles, os dois se encaravam com ódio. – O caixão de Elena estava lacrado e ainda suspenso. Sobre ele havia uma linda coroa de flores, e o mesmo estava cercado em volta por uma fita que protegia de acidentes, e ao fundo tinha uma foto de Elena sorrindo num enorme quadro, onde ela parecia mais um anjo de tanta paz e luz que estava radiando.

– No mundo em que vivemos hoje em dia, a morte é um assunto a ser evitado, ou pelo menos que deve ser falado com um semblante triste e lágrimas nos olhos. Mas a palavra de Deus trata a morte com muita naturalidade e nos ensina que ela não deve ser triste ou amedrontada para os que nela e em Deus confiam, pois ela não é o fim de tudo, mas o início de uma vida eterna junto com o nosso Senhor Jesus Cristo. Por isso eu digo a todos aqui presentes e em especial aos familiares e amigos da menina Elena Cooper, que ela não morreu e sim viveu para Cristo. E ela continuará sempre viva em nossos corações, através de nossas lembranças. – Irmãos, eu vos digo: “Felizes os mortos que morrem no senhor de agora em diante.” – A palavra de Deus nos diz: “Sim, eles descansarão das suas fadigas, pois as suas obras os seguirão.” (Apocalipse 14:13).

Todos se emocionaram bastante com as palavras do Pastor Griffin, enquanto Adison a mãe de Elena chorava inconformada. O pastor e a sua esposa Victória conversaram bastante com ela e ofereceram todo o seu apoio. Depois de receberem os cumprimentos dos amigos, Paul, Adison, Andrew e Brandon ficaram por último para se despedirem dela com mais calma.

– Senhora Cooper, eu sinto muito pela sua perda. – disse Brandon abraçando ela.

– Obrigada Brandon. A Elena te amava muito meu filho, obrigada por fazê-la feliz e por amá-la também. – disse olhando nos olhos dele que estavam marejados e depois seguiu com Paul para o carro.

Andrew ficou por último e depois se despediu de Brandon.

– Fica em paz, meu amigo. Meus sentimentos.

– Obrigado Andrew. Vai com Deus irmão. – disse abraçando o cunhado.

E assim Brandon pode desabar, caindo de joelhos no chão diante do caixão de sua amada e chorando feito uma criança.

*****

No Parque Sky Blue, Tyler e Erin estavam sentados na grama, olhando para o lago calados e fazendo companhia um pro outro.

– Você esta mais calmo agora? – perguntou Erin serena.

– Sim. – disse olhando para ela. – Obrigado por ter insistido em vir comigo, se não fosse você estar na minha garupa, talvez eu tivesse cometido uma loucura de tão nervoso que eu estava.

– Eu sei. Eu percebi o quanto você estava agitado e completamente fora de si, só pelo seu discurso revoltante na cerimônia do colégio. 

– Eu paguei o maior mico né? – perguntou sorrindo.

– Um verdadeiro King Kong. – disse Erin rindo.

– Meu Deus! Onde eu estava com a cabeça? A perda da Elena mexeu muito comigo, eu amava demais aquela garota. Nossa! Por falar nisso, já são mais de cinco da tarde, eu nem vi o tempo passar… E a essa hora a Elena já deve ter sido enterrada. – concluiu triste.

– Pois é. Eu também acabei perdendo a noção do tempo. Mas a gente ainda pode ir até o cemitério e visitar o túmulo dela, se você quiser. É até melhor que agora não deve ter mais ninguém por lá.

– Você iria mesmo comigo? – perguntou em dúvida. – É que desde que o meu pai morreu eu nunca mais entre em cemitérios. – confessou tímido. 

– Claro, e porque não? Conta comigo… Vamos?

Os dois sorriram um para o outro e Tyler estendeu a mão para ela se levantar. Em seguida, eles subiram na moto e partiram rumo ao cemitério de Village Falls.

*****

*Dare You To Move – Switchfoot

No cemitério, Tyler e Erin estavam caminhando devagar até que finalmente chegaram no túmulo de Elena. A foto dela ainda estava lá e Tyler não conseguiu conter a emoção ao olhar para ela, começando a chorar copiosamente. Erin então pegou na mão dele para lhe dar forças e em seguida o abraçou bem forte.

*****

Quando a noite chegou em Village Falls, as famílias estavam reunidas a mesa para o jantar, mas diferente dos outros dias, todos comiam em silêncio, ainda abalados pelo que acontecera e com medo de que a cidade até então pacata, começasse a se tornar violenta e insegura para se viver. E o fato era que depois do crime bárbaro de Elena Cooper que ocorrerá na noite anterior, os moradores só voltariam a respirar aliviados quando finalmente o assassino fosse pego e pagasse pelo que fez. – Na casa dos Clark, Alec e Christina jantavam quietos, desanimados e preocupados com a demora do filho, quando de repente Brandon chegou batendo a porta.

– Filho que bom que você chegou. – Disse Christina indo até ele. – Por onde você andou? Nós já estávamos preocupados…

– Por ai mãe… Eu precisava respirar um pouco de ar puro, reorganizar minha cabeça, enfim… Agora eu já estou um pouco melhor. – disse forçando um sorriso. 

– Senta pra jantar com a gente filho, nós ainda nem começamos a comer direito. – disse Alec sorrindo. – Sua mãe fez aquela carne assada que você tanto adora.

– Obrigado pai. Valeu mesmo, mas eu tomei um Milk Shake no Dinner, to sem fome. – falou desanimado. – Eu vou pro me quarto tomar um banho e tentar dormir um pouco. Boa noite pra vocês.

– Boa noite filho. Dorme com Deus. – disse Christina antes de sentar-se a mesa de novo. – Eu morro de pena de ver ele assim.

– É normal Christina, ele perdeu a namorada e enterrou ela hoje. Ainda esta tudo muito recente e ele vai ter que passar por todo o processo do luto. Depois aos poucos tudo vai voltando a ser como era, você vai ver. – disse pegando na mão da esposa.

– Deus te ouça. Eu só não quero que ele sofra tanto. – disse com lágrimas nos olhos.

*****

Na casa do pastor Griffin, ele e a esposa Victória esperavam impacientes Erin para o jantar, quando de repente eles ouviram o barulho de uma moto estacionando do lado de fora e foram até a janela ver quem era. – Os dois ficaram surpresos ao ver a filha descendo da moto de um rapaz e se despedindo dele.

– Obrigado por tudo, Erin. Você foi maravilhosa comigo hoje e olha que eu nem mereço tanto carinho assim. – disse sorrindo.

– Deixa de ser bobo, Tyler. Eu só quis te ajudar, eu vi que você estava precisando e é isso que a minha religião prega, que devemos sempre ajudar uns aos outros. E depois você não é um bad boy como todos dizem, mas eu não sei por que você faz questão de deixar isso transparecer… E hoje eu pude comprovar isso. – disse um pouco tímida.

– Obrigado. Mas não conta pra ninguém sobre a farsa de bad boy, okay? – disse rindo. – Eu preciso manter a minha fama até então respeitável perante todos os moradores de Village Falls.

– Pode deixar que eu não irei destruir sua fama de mau. Fica sendo um segredo nosso. – disse o encarando. – Bom eu preciso entrar agora antes que os meus pais saiam e comecem a te interrogar também. Boa noite, Tyler. E fica bem ta? Se precisar conversar, desabafar, enfim… Você sabe onde me encontrar.

– Sim, eu sei. E eu vou fazer o possível para ficar bem. Boa noite Erin. Foi um prazer conhecer a garota por trás da filha do pastor. – falou sorrindo e depois seguiu com a moto, enquanto Erin entrava em casa toda feliz.

– Muito bem mocinha, eu posso saber por onde você andou o dia todo? E quem era o rapaz da moto? – perguntou o pastor sério e cruzando os braços.

– Um amigo… Eu estive na casa de uma amiga o dia todo. – disse sem graça.

– Que amiga filha? Da igreja? – perguntou sua mãe. – Nem no velório da Elena você esteve. E o seu pai foi quem orou no funeral, todo mundo notou sua ausência, sabia?

– Me desculpa, mas eu não estava com cabeça pra isso.

– Você me decepcionou muito hoje, Erin. O seu pai não esperava esse tipo de atitude vinda de você, minha filha. – disse o pastor cabisbaixo. – Agora me diga… Quem era o rapaz que te trouxe de moto até aqui?

– Eu já disse pai, é um amigo. Vocês não conhecem, é da turma do colégio.

– Você não esta me escondendo nada não, né filha? Saiba que Deus tudo vê, e que você pode até mentir para os seus pais, mas jamais enganará a Deus, nosso criador. E ele castiga os mentirosos e malfeitores.

– Não pai. Eu não estou mentindo. – disse cruzando os dedos.

– Que bom. Sendo assim eu fico mais tranqüilo, agora eu não quero que você fique pegando carona por ai com rapazes mal intencionados. Quando for assim, me ligue que eu ou a sua mãe iremos te buscar. Combinado?

– Sim senhor. Agora com licença, eu estou cansada e vou pro meu quarto. – disse Erin subindo apressada para o seu quarto.

– Não sei não, eu estou começando a ficar preocupada com essa menina. A morte da Elena mexeu muito com ela. – disse Victória preocupada. – Pra mim nós deveríamos obrigá-la a ir num terapeuta. Eu tenho medo que tudo isso cause algum tipo de trauma na nossa filha.

– Relaxa amor. Deus é o melhor de todos os psicólogos, e a palavra dele nos sustenta. A Erin é uma boa menina, tem juízo, ela vai ficar bem. Eu prometo. – Disse dando um beijo na esposa, que ficou pensativa.

*****

Na casa de Peyton, ela olhava atenta uns papéis no escritório do pai. Logo em seguida ela os guardou dentro de um envelope branco e depois se levantou, indo até o cofre escondido atrás de um quadro, onde guardou o envelope.

– Pronto. Agora você vai ficar guardadinho ai até o momento certo de todos ficarem sabendo um dos segredos que a Elena escondia. – disse com um olhar triunfante.

Peyton saiu do escritório e ia subindo as escadas para o seu quarto quando o toque de mensagem do seu celular tocou e ela parou para ler.

– Mensagem desconhecida? Que estranho. – falou abrindo a mensagem e lendo em seguida: 

“Verdade ou Desafio? Eu sei o que vocês fizeram na noite em que Elena Cooper morreu. E todos vão pagar por isso.”

Ass.: A Morte.

Peyton ficou surpresa com o conteúdo da mensagem e cismada olhou tudo a sua volta. Depois ela concluiu que deveria ser uma brincadeira de mau gosto de alguém sem nada para fazer e ignorou a mensagem.

*****

Na casa de Beth Malone, ela tomava um café com a sua melhor amiga Melinda, enquanto elas conversavam sobre a saúde de Beth.

– Meu Deus do céu! Como você é teimosa Beth. – disse Melinda inconformada. – Os seus filhos tem o todo o direito de saber a verdade por mais dura que ela seja.

– Não. No que depender de mim, o Tyler e a Hollie só irão saber no último momento Melinda. Eles sofreram muito com a morte do pai e ainda precisam de mim. Quanto mais tempo os dois me tiverem por perto, melhor vai ser pra eles. – disse decidida.

– Eu não concordo com isso. Até os medicamentos você parou de tomar, Beth.

– Porque não estavam mais surtindo efeito. Você sabe muito bem disso, Melinda. Eu só enjoava, passava mal e pra quê? Pra nada. O médico disse desde o primeiro momento que era inoperável e que eu tinha no máximo seis meses de vida.

– Tudo bem, mas nem a morfina? Você tem sentido fortes dores minha amiga, a morfina pelo menos vai te ajudar a aliviar essas dores. – disse Melinda solidária. – Você não precisa passar por todo esse sofrimento sozinha, Beth. Os seus filhos jamais te perdoariam se soubessem que você esconde isso deles.

– Me desculpa Melinda. Eu considero muito você, mais até do que uma amiga. Você é a irmã que eu nunca tive. Mas a minha decisão já esta tomada e eu não vou voltar atrás, ainda mais agora com toda essa tragédia que estamos vivendo na cidade e um assassino ainda a solta. Nós já temos muito com o que nos preocupar… E eu te peço de coração, que, por favor, respeite a minha vontade.

– Tudo bem, eu respeito. Mesmo não concordando e achando uma loucura, mas eu te respeito. E vou continuar pedindo a Deus em minha orações pela sua cura minha amiga. – disse indo até Beth e abraçando ela emocionada. – Conta comigo sempre, ta bom?

– Okay. Eu não gosto de abusar, mas nesse caso o meu sempre vai ser rápido. – disse rindo da própria desgraça.

Melinda olhou séria para ela e depois meneou a cabeça negativamente e começou a rir da piada também.

*****

Três dias depois… 

 Tyler já não estava mais agüentando guardar segredo do que acontecera na casa de Peyton com Elena, e decidiu contar tudo para a irmã que era policial e cuidava do caso junto com o Detetive Ross. – Ele então foi até o quarto de Hollie e depois de hesitar um pouco, bateu na porta:

– Pode entrar. – disse Hollie terminando de se arrumar. – Oi Tyler, o que foi? Você quer falar comigo?

– Quero sim, minha irmã. – disse um pouco indeciso. – Eu pensei muito antes de vir aqui falar com você e decidi que o melhor era te contar toda a verdade.

– Agora você esta me deixando nervosa. Diz logo o que é Tyler!

– É sobre a noite em que a Elena foi morta. Aconteceu uma coisa horas antes do crime que talvez possa ajudar nas investigações. – falou de supetão.

– E só agora você me diz isso? Do que você esta falando Tyler? Por acaso você esta envolvido de alguma forma na morte da Elena? Me conta tudo agora e vê se não me esconde mais nada, okay?

Tyler começou a contar tudo para a irmã sobre a festa na casa de Peyton, inclusive do jogo Verdade ou Desafio, onde Elena foi covardemente encurralada por todos. Hollie ouviu tudo atentamente, enquanto fazia algumas anotações em seu bloco de notas.

*****

No caminho para o colégio, Sarah dera uma carona para o seu marido, o professor Moore. Apesar de terem brigado a noite toda e o clima ainda continuar pesado entre eles, Michael foi calado durante todo o percurso, enquanto Sarah se segurou o quanto pode.

– Prontinho professor, chegamos. – disse sorrindo sarcástica. – Agora juízo hein, não vai dar muita confiança para as suas alunas.

– Que piadinha de mau gosto, hein Sarah? Você sabe que eu levo muito a sério o meu trabalho. – disse sério enquanto a encarava.

– Sei sim. Você só não leva a sério a ideia de nós termos filhos não é mesmo?

– Ah não. De novo esse assunto não dá! Eu já te disse que a hora que você quiser marcamos o exame pra ver porque nós não estamos conseguindo engravidar, mas você se recusa a fazê-lo.

– Mas é claro. Porque eu sei que nós não temos problema nenhum, o que esta faltando é mais atenção, carinho, afeto… Tem duas semanas que a gente nem faz amor. Como vamos poder engravidar desse jeito? Me explica Michael. – questionou olhando séria pra ele. – Sabe o que eu acho? Que só porque você já tem uma filha com a sua primeira esposa, você não faz questão nenhuma de ter outro filho comigo.

– Eu não vou nem responder a esse absurdo. De verdade, eu estou atrasado Sarah. Depois nós conversamos em casa. Tchau. – disse saindo do carro e batendo a porta.

– Espera, volta aqui Michael. Michael… Que droga!

*****

No colégio Village Falls depois que as aulas terminaram, Tyler junto com Erin, Jimmy e Alicia, esperavam Brandon e Peyton na quadra de basquete.

– Deixa de mistério e fala logo Tyler, o que você quer com a gente? – perguntou Alicia inquieta.

– Espera que todos você já vão ficar sabendo, o Brandon e a Peyton estão vindo ai…

Quando Brandon e Peyton se aproximaram, Tyler já foi parando eles.

– Até que enfim, eu só estava esperando vocês dois chegarem para fazer um comunicado a todos. – disse sério.

Andrew, irmão de Elena que estava passando no momento e achou aquilo tudo muito estranho resolveu parar e escutar o que ele tinha para dizer.

– Que eu saiba nós não temos mais nada pra conversar Tyler. – disse Peyton impaciente.

– Ai que você se engana, senhorita Martinez. Nó temos e muito que conversar. Um crime aconteceu naquela noite depois da festa na sua casa, ou será que todos já esqueceram? – perguntou Tyler .

– E o que isso tem a ver com você nos parar aqui na porta do colégio cara? Por acaso você esta querendo insinuar alguma coisa? – perguntou Brandon em tom desafiador.

– Parece óbvio não é mesmo? – disse Tyler sorrindo misterioso. – O que eu estou querendo dizer, é que pra mim, alguém aqui entre os presentes teve alguma coisa a ver com o assassinato da Elena. E eu prometi pra mim mesmo que não ia deixar o assassino impune. Agora vai me dizer que ninguém aqui tinha motivos para querer matar a Elena depois daquele jogo estúpido que a Peyton fez na casa dela e de todas as revelações que vieram à tona?

– Me desculpa Tyler, mas agora você já esta viajando. – disse Erin preocupada. – Ta certo que todos nós estávamos nervosos e que a Elena aprontou muito com a gente, mas daí a matá-la? Eu não acredito que alguém aqui tenha sido capaz de matar a Elena por isso.

– Pode ser que sim, ou pode ser que não. Eu só sei que algo aconteceu naquela noite e ela foi brutalmente assassinada. E tudo começou na sua casa e com aquele jogo. – falou encarando Peyton.

– Bom daqui a pouco você vai querer dizer que fui eu quem matou a Elena também. Me poupe Tyler, e deixa as investigações pra polícia, que é quem realmente entende do assunto. – disse Peyton já indo embora quando de repente Andrew surgiu na sua frente. 

– Quer dizer então que vocês armaram pra Elena na noite em que ela morreu? Foi por isso que você não me convidou pra festa na sua casa, Peyton? Porque eu como irmão dela jamais permitiria qualquer tipo de coisa que vocês fizessem contra ela, jamais…

O clima ficou tenso nessa hora e todos se olharam sem saber o que dizer, até que a irmã de Tyler, a policial Hollie Malone apareceu de repente e surpreendeu a todos.

– Olá pessoal. Boa noite. O Tyler já tinha me contado tudo sobre essa festa e depois do que eu ouvi aqui não resta dúvidas de que algum de vocês pode ter feito alguma coisa sim, contra a Elena Cooper. Quem sabe até o assassino não seja um de vocês, já que motivos todos tinham, não é mesmo? – disse Hollie séria e olhando para o rosto de cada um deles. – O caso Elena Cooper iniciará suas investigações com o depoimento de cada um aqui presente, menos o do irmão da vítima, claro. Que nem sabia da tal festa. Eu peço a todos que aguardem a intimação em suas casas e que compareçam a delegacia com um advogado e na presença dos responsáveis de vocês, no dia e hora marcados. E o mais importante… Ninguém pode sair da cidade, até que tudo seja esclarecido e o assassino seja definitivamente preso. – falou fazendo uma pequena pausa e depois prosseguiu: – Sejam bem vindos a um mundo, onde cada ato tem suas conseqüências. E a partir de agora, todos vocês são suspeitos de terem matado Elena Cooper. – disse Hollie por fim, encarando Peyton. – Vocês estão dispensados. Podem ir para casa, agora! Tyler você vem comigo que eu te dou uma carona até em casa.

*Hands Time – Rachel Diggs

Depois de se encararem com o olhar cheio de dúvidas e medo, todos foram se dispersando aos poucos até que o local ficou completamente vazio e escuro.

********

CONTINUA…

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