“Paternidade”

 

[CENA 01 – CASA DA ROSÁRIO (SÃO PAULO)/ Q. DO DIEGO/ DIA]
DIEGO – Então? Você vai aceitar minha proposta?
CARLA – Não. Porque eu não estou pensando em ter esta criança.
DIEGO – Você vai abortar? Você não sabe o quanto isto é perigoso?
CARLA – Eu sei. Mas eu não posso criar este filho sozinha!
DIEGO – Você não vai criar esse filho sozinha. Eu já te disse, você pode contar comigo! Eu posso assumir esta criança.
CARLA – Eu não posso fazer isso com você, Diego. Você não é o pai desta criança. Não posso colocar essa responsabilidade em suas mãos.
DIEGO – Carla, olha pra mim. (ela não olha, mas ele continua) Não vai ser problema nenhum em ser o pai desta criança. O pai não é quem faz. É quem cria. Quem educa. Quem dar carinho. Eu posso dar isto para o seu filho! E mesmo assim eu te amo, Carla. (se aproxima dela) E faria tudo por você.
CARLA – Eu já tomei minha decisão. (se afasta dele) Vá viver sua vida Diego. Deixa que eu viva a minha com meus problemas. (sai do quarto correndo, Diego segue atrás)
DIEGO – Carla, espera? Carla! (a segura no corredor) Eu não vou permitir que você tome qualquer atitude desesperada.
CARLA – (chorando) Me deixa, Diego. Eu sei o que eu faço!
DIEGO – Se você continuar com esta ideia, vou contar tudo para mamãe.
CARLA – Não, por favor. Não conta nada para ela.
DIEGO – Então se acalma, não faça alguma besteira que você possa se arrepender depois.
ROBERTA – (sai do quarto e ver Diego segurando o braço de Carla e a mesma chorando) O que está acontecendo? O que você fez com ela Diego? (Carla se solta dos braços do Diego e corre para seu quarto)
DIEGO – Eu não fiz nada, ver se para de ficar se intrometendo na minha vida. (volta para o quarto)

[CENA 02 – CASA DO FELIPE/ SALA/ DIA]
(Luana e Viviane estão na sala, esperando Felipe chegar da empresa)
VIVIANE – Felipe demorou hoje né?
LUANA – Quer que eu ligue para ele?
VIVIANE – Não, vamos esperar mais um pouco. Tenho certeza que ele vai vir.
PAULO – (descendo as escadas) O almoço está pronto?
VIVIANE – Estamos esperando seu irmão, filho.
PAULO – Ele não contou para vocês?
VIVIANE – Contou o que?
PAULO – Que ele iria para São Paulo, ver como anda a empresa de lá.
VIVIANE – Como assim foi para São Paulo? Ele não avisou nada para gente!
PAULO – Pois é. Ele hora dessa já deve ter chegado.
VIVIANE – Como ele faz uma viagem e não avisa nada para sua família, inclusive para sua mulher que está grávida? Eu não conheço mais meu filho.
PAULO – Não sei porque a senhora ainda fica chocada com o que o Felipe faz. Ele se tornou igual ao papai, não tá nem aí para sua família.
VIVIANE – Seu irmão não é igual seu pai!
PAULO – Até a Luana já percebeu que tal pai tal filho.
VIVIANE – O Fernando também era seu pai, Paulo.
PAULO – Eu não posso mudar isso!
VIVIANE – Paulo? O que houve com você?
PAULO – Que eu cansei mamãe. Primeiro era o papai que fazia e acontecia com a senhora, tava nem aí com a gente. Não via que tinha mulher e filhos esperando em casa. Tinha vezes que também não dormia em casa. Duvido nada que ele costumava passas as noites, na casa de outras mulheres.
VIVIANE – FILHO!!!
PAULO – Eu cansei de ver a senhora nesta sala de madrugada, esperando meu pai chegar em casa. Só que ele não chegava. Aparecia apenas no outro dia. Cansado, ia direto para o quarto e nem tinha olhos para bela mulher que tinha ao seu lado. E o Felipe, está indo pelo mesmo caminho que ele. Cuidado Luana, se não você será a próxima a ficar esperando o marido chegar da rua. (sai de casa)

[CENA 03 – RODOVIÁRIA (SÃO PAULO)/ DIA]
(Cláudio chega em São Paulo, e liga para prima, querendo saber onde elas estão)
CLÁUDIO – Eu já cheguei Vitoria. Em que hotel vocês estão? (sentado em um banco. Na mesma rodoviária, está Camila, que caminha em direção ao banco de Cláudio)
CAMILA – Vou ligar pra Carla. Eu não conheço nada em São Paulo, ela tem que vir me buscar.
CLÁUDIO – Estou na rodoviária ainda. A gente poderia marcar em se encontrar em um outro lugar? (se levanta e começa andar em direção a Camila)
CAMILA – Alô, Carla? Eu já cheguei. É agora você poderia vir me buscar, né. Não conheço nada aqui.
CLÁUDIO – Eu sei onde é. Não precisa se preocupar, encontro vocês lá.
CAMILA – Tá bom, vou está te esperando. Não demora, estou com fome. Tchau.
CLÁUDIO – Não diga que estou aqui. Se não ela some de novo. Encontro vocês daqui a pouco. Tchau. (ambos desligam os celulares. Camila fica olhando as mensagem que chegaram, quando o celular estava desligado e Cláudio digita uma mensagem para sua prima.  Ambos ficam de olho no celular. Nenhum percebe que estão caminhando na mesma direção, e estão prestes a se chocarem a qualquer momento… Os dois se chocam, e cada um cai para um lado)
CAMILA – Aii!
CLÁUDIO – Desculpa… (se levanta e vai ajudá-la) …tava entretido no celular, eu não te vi.
CAMILA – Eu que peço desculpa. Eu também não estava prestando muito atenção no caminho.
CLÁUDIO – Sua testa está machucada. Deixa eu ver isso. Tá doendo?
CAMILA – Um pouco.
CLÁUDIO – É melhor a gente ver isso. Vem, deixa que eu te ajudo. (a segura com um braço, enquanto com o outro, pega sua mochila do chão)
CAMILA – Não precisa, estou esperando minha amiga.
CLÁUDIO – Você não pode ficar assim. Temos que ver esse machucado.
CAMILA – Você também está com um na testa!
CLÁUDIO – Sério? (passa a mão na testa) Nem percebi! Não está doendo muito.
CAMILA – (brinca) Queria dizer o mesmo.
CLÁUDIO – Tá vendo, mais um motivo pra você ver isso.
CAMILA – Pior que está doendo muito.
CLÁUDIO – Vem, se apoia em mim.
CAMILA – Obrigada.

[CENA 04 – LANCHONETE (SÃO PAULO)/ DIA]
(Cláudio ajuda Camila, e a leva até uma farmácia próximo a rodoviária. Lá, ela recebe um curativo, no lugar do machucado. Os dois agora estão em uma lanchonete)
CAMILA – Quer dizer que você veio até São Paulo, porque sua amiga precisa de você?
CLÁUDIO – Isso.
CAMILA – Então devo ter atrapalhado o encontro de vocês!
CLÁUDIO – Não. Elas estão em um hotel aqui perto.
CAMILA – Você conhece bem São Paulo?
CLÁUDIO – Um pouco. Morei aqui quando criança.
CAMILA – Eu também vim atrás de uma amiga. Ela está precisando de mim.
CLÁUDIO – Você já falou com ela? Falou que havia chegado?
CAMILA – Já sim, antes do ocorrido entre a gente. Ela iria me buscar na rodoviária.
CLÁUDIO – A dor já passou?
CAMILA – Passou! Muito obrigada.
CLÁUDIO – É o mínimo que eu deveria fazer! Mas acho melhor você avisar pra sua amiga que você não está mais na rodoviária.
CAMILA – Verdade. (procura seu celular na bolsa. Procura… Procura… mas não encontra) Ué…
CLÁUDIO – Algum problema?
CAMILA – Eu não acho meu celular. Ah não!
CLÁUDIO – O que foi?
CAMILA – Na correria, eu não peguei meu celular. Ele deve ter ficado lá.
CLÁUDIO – Se você quiser, você pode usar o meu?
CAMILA – Agradeço. Mas eu não sei o número da casa da minha amiga de cabeça. Eu tinha agendado ele no meu celular.
CLÁUDIO – Quiser podemos voltar lá e procurá-lo.
CAMILA – Não vale a pena! Alguém já deve ter encontrado e ficado com ele.
CLÁUDIO – Pretende fazer o que?
CAMILA – Eu não sei! Estou com a cabeça machucada, perdi meu celular numa cidade que nem conheço, o que é que falta acontecer agora?
CLÁUDIO – E tudo isso é por minha culpa.
CAMILA – Você não tem culpa de nada. Se eu tivesse prestando mais atenção, isso não teria acontecido.
CLÁUDIO – Você não sabe nem o endereço da sua amiga?
CAMILA – Não. Agora torcer, para que elas me encontrem.

[CENA 05 – RODOVIÁRIA (SÃO PAULO)/ DIA]
(Carla e Paula chegam a rodoviária, para buscar Camila)
PAULA – Eu não estou vendo ela.
CARLA – Ela disse que ônibus dela já havia chegado, então deveria estar aqui.
PAULA – Eu não a vejo.
CARLA – O celular só cai na caixa postal.
PAULA – Quem sabe ela não está comendo alguma coisa por aí?
CARLA – Acho meio difícil! A Camila nunca veio a São Paulo, ela não sairia por aí sem conhecer nada.
PAULA – Vai que foi ao banheiro, sei lá?
CARLA – Vamos procurar Paula, ela deve estar por aqui. (Carla e sua irmã continuam procurando Camila)

[CENA 06 – CASA DO MIGUEL (SÃO PAULO)/ SALA/ DIA]
(Miguel é primo de Felipe. Seu pai é irmão de Fernando. Seu pai morreu quando ele tinha 4 anos. Foi criado pela sua mãe, e sua irmã Karina. Sua mãe morreu quando ele tinha 19. Ficando apenas com sua irmã. Karina como já era de maior, assumiu os assunto da família.  Ela hoje com 26 anos, é casada com Lucas. Que não gosta de falar muito sobre seu passado)
(Karina vem descendo as escadas, indo direto para cozinha)
MIGUEL – Saindo irmã? Não vai nem tomar o café?
KARINA – Estou sem tempo. O Felipe está vindo hoje do Rio, vamos tratar como anda a situação da empresa.
MIGUEL – O Felipe tá vindo pra cá?! E porque ele não vem aqui antes e depois vocês dois vão para empresa?
KARINA – Marcamos em nos encontrar lá. Lucas está lá esperando ele.
MIGUEL – Mas ele vai passar quantos dias, aqui em São Paulo?
KARINA – Talvez uns dois ou três, não sei ao certo. Tchau, irmão. (sai apressada)
MIGUEL – Tchau.

[CENA 07 – LANCHONETE (SÃO PAULO)/ DIA]
CAMILA – Você tá olhando muito o relógio. Se tem algum compromisso com suas amigas, pode ir. Você já me ajudou bastante.
CLÁUDIO – Não, eu quero te ajudar a encontrar sua amiga logo. O assunto com minhas primas, não é tão urgente.
CAMILA – Obrigada de novo. (ele pega seu celular e manda um torpedo para Vitoria, avisando que vai se atrasar um pouquinho)
CLÁUDIO – Então, alguma ideia do que fazer?
CAMILA – Não, nunca me imaginei que poderia ficar perdida no meio de São Paulo. (ela faz uma pausa) Ah, como eu sou burra, porque eu não lembrei disso. (começa procurar alguma coisa em sua bolsa)
CLÁUDIO – (brinca) Parece que a batida na cabeça lhe deixou um pouquinho esquecida.
CAMILA – Eu tenho o telefone da casa da madrinha dela anotada aqui num papelzinho. (Pega um pequeno caderno e procura o papelzinho dentro dele) Cadê? Tinha certeza que eu o coloquei aqui. Achei! Achei, graças a Deus. Agora eu aceito seu celular emprestado.
CLÁUDIO – Claro, a vontade. (entrega o celular para ela)
CAMILA – Serei rápida, só vou avisá-las onde estou.
CLÁUDIO – Não se preocupa, pode falar à vontade. (Carla liga para suas amigas, e minutos depois, Carla consegue encontra-los)
CARLA – Amiga, que história maluca é essa?
CAMILA – Pois é. Primeira vez que venho em São Paulo e acontece isso.
CARLA – E esse machucado?
CLÁUDIO – Ele foi por minha causa.
CAMILA – Carla foi ele que me ajudou até agora, ele é o… Na verdade, eu não sei quem ele é… Não nos apresentamos ainda.
CLÁUDIO – Prazer, meu nome é Cláudio.
CAMILA – Camila! Esta é minha amiga, Carla.
CARLA – Prazer! Bom… Você já encontrou sua amiga, eu preciso encontrar minhas primas.
CAMILA – Eu já o segurei demais me ajudando. Muito obrigada novamente.
CLÁUDIO – Se cuida. E preste mais atenção na próxima. (diz rindo apontando para testa)
CAMILA – Isso não vai me fazer esquecer. (passa a mão no machucado)
CLÁUDIO – Tchau. Bom dia para vocês. (Cláudio vai encontrar suas primas e as meninas voltam para a casa da Rosário)
CARLA – Eu não conhecia esse seu amigo, Camila!
CAMILA – Ele não é meu amigo! A gente se conheceu na rodoviária por acidente.

[CENA 08 – PRAÇA/ DIA]
(Viviane está sentada em um banco, com um envelope nas mãos. Frederico chega no mesmo local e se aproxima dela)
FREDERICO – Vim o mais rápido que pude.
VIVIANE – Eu já peguei o resultado!
FREDERICO – Você já o abriu?
VIVIANE – Não! Estava esperando você, para abrirmos juntos.
FREDERICO – Então chegou a hora. (Viviane abre o envelope e tira o resultado dentro dele. Antes de ler o resultado, ela faz uma pausa) O que foi?
VIVIANE – Eu não quero ver! Ler você pra mim, por favor?
FREDERICO – Deixa eu ver… (ele pega o envelope da mão dela e ler)
VIVIANE – Então, qual é o resultado?

Continua no Capítulo 23…

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