“Sangramento”

 

[CENA 01 – CASA DA ROSÁRIO (SÃO PAULO)/ Q. DE DIEGO/ DIA]
DIEGO – Do que você está falando?
CARLA – Não adianta fingir, Diego. Foi você quem organizou aquele assalto de mentira, para que atirassem no Miguel.
DIEGO – Realmente não sei do que você está falando. Eu não tenho culpa se seu amigo foi tentar revidar com o bandido.
CARLA – Ninguém revidou nada. Ele atirou no Miguel. Ele mesmo contou para o Miguel, que o único que sairia machucado dali, seria ele.
DIEGO – É bom que assim, seu amigo sabe ficar longe do que não interessa para ele.
CARLA – Eu sabia. Como você pode isso Diego? Cadê aquele menino com quem eu costumava brincar na rua nos finais de semanas?
DIEGO – O menino cresceu Carla. Virou um homem agora, que está disposto a tudo para defender aquilo que é dele.
CARLA – EU NÃO SOU SUA DIEGO!
DIEGO – É o que veremos. (Carla sai do quarto logo em seguida)

Anoitecendo…

[CENA 02 – APARTAMENTO DA CAMILA/ SALA/ NOITE]
(Camila e Gustavo estão na sala conversando)
GUSTAVO – Eu não sei Camila, mas acho que aquele relacionamento da minha irmã, com aquele cara vai durar muito tempo não!
CAMILA – Por que diz isso?
GUSTAVO – É um palpite apenas. Mas o que é que você tem, parece triste?
CAMILA – Não é nada, não se preocupa.
GUSTAVO – Que tal um passeio então?
CAMILA – O quê? Não… não é uma boa ideia.
GUSTAVO – Por que não? Um passeio com minha companhia, fará você esquecer todos seus problemas.
CAMILA – Ainda se achando né?
GUSTAVO – Você vai topar ou não? Se não, eu vou sozinho, no meio dessa cidade enorme, com probabilidade de me perder, e espero que você não se sinta culpada com isso.
CAMILA – Chantagem é crime sabia?
GUSTAVO – Aceita vai? Isso vai te fazer bem.
CAMILA – Não sei Gustavo… (campainha)
GUSTAVO – Esperando alguém?
CAMILA – Não. Vou ver quem é?
GUSTAVO – Deixa que eu vejo para você. (caminha até à porta) Joana. Você não disse que ia vir.
JOANA – Pois é. Vim ver se dessa vez você estava instalado já.
GUSTAVO – Entra. Beleza? (cumprimenta  Junior, que entra logo atrás da Joana) Já sim. Estou no seu quarto, quer dizer, no seu antigo quarto.
CAMILA – (surpresa) Joana?
JOANA – Oi. Vim ver como estava meu irmão.
CAMILA – Ah. Bem, eu já ia me deitar. Vocês podem ficar à vontade.
GUSTAVO – Não ia. Eu estava tentando convencê-la a passear comigo.
CAMILA – Realmente não vai dar Gustavo.
GUSTAVO – Eu tive uma ideia. Já que a Joana está aqui com o namorado dela, porque não saímos todos juntos? Certo que, vamos somente como amigos.
CAMILA – Eu não sei. Eu ia deitar na verdade…
JOANA – Seria bom você passear um pouco, parecendo tão… pra baixo.
GUSTAVO – Anda. Não iremos aceitar um não como resposta!
CAMILA – Está bem. Vou só mudar de roupa, aí eu volto.
GUSTAVO – Vai lá, que vamos ficar te esperando. (Camila vai para o quarto)
JUNIOR – (cochichando no ouvindo de Joana) Aproveita essa oportunidade e faça as pazes com à Camila.

[CENA 03 – HOSPITAL (SÃO PAULO)/ NOITE]
(Carla decide visitar Miguel no hospital)
CARLA – Como você está?
MIGUEL – Bem. Vontade de sair dessa cama.
CARLA – O médico te deu alta amanhã?
MIGUEL – Deu.
CARLA – Provavelmente, você nunca mais vai querer sair comigo? (brinca)
MIGUEL – (sorrindo) Não será uma bala que vai me impedir de sair com você.
CARLA – Mas eu acho que não vamos poder sair mais daqui em diante.
MIGUEL – Como assim?
CARLA – É melhor pararmos por aqui Miguel. Tanto para o seu bem, como para o meu.
MIGUEL – (confuso) O que está acontecendo Carla? Estávamos indo tão bem, pelo menos era o que eu achava?
CARLA – Melhor cada um ir para o seu canto. Eu tentar recomeçar minha vida, e você termina sua faculdade de Direito.
MIGUEL – Mas você não está atrapalhando meus estudos. Eu consigo organizar tudo, e ainda ficar com você.
CARLA – Mas é melhor cada um seguir sua vida agora.
MIGUEL – (desconfiado) Está acontecendo alguma coisa? Você não viria até aqui e terminaria algo que nem começou.
CARLA – Você pode não entender agora, mas é para o seu bem. Para te proteger.
MIGUEL – Me proteger de que? Se você me contar, talvez eu entenda o que está acontecendo?
CARLA – Tenho que ir agora.
MIGUEL – (ela ia se afastar da cama em direção à porta, mas ele a segura pela mão) Isso não é uma despedida, é?
CARLA – Só se cuida Miguel.
MIGUEL – Espera Carla. (puxa de volta pela mão) Se for uma despedida, quero ter uma lembrança dela. (e rouba um beijo, que logicamente ela retribui)

[CENA 04 – PRAÇA/ NOITE]
GUSTAVO – Então? Foi boa ou não minha companhia?
CAMILA – É. Talvez tenha feito bem sair um pouquinho. Então Joana, como vai indo a gravidez?
JOANA – Bem. É uma menina.
CAMILA – Parabéns. Já escolheram o nome?
JUNIOR – Já. Ana. Nome da minha avó.
GUSTAVO – E por que não escolheram o nome da nossa avó?
JOANA – Porque foi em homenagem à mãe do Junior. Foi ela quem revelou para gente que era uma menina.
GUSTAVO – Revelou?
JOANA – É. A mãe do Junior, é cartomante.
GUSTAVO – Deixa adivinhar, você não foi ao hospital, ouvir a voz de alguém experiente, para acreditar em uma cartomante.
JUNIOR – Eu acredito na minha mãe.
JOANA – Eu também. Minha sogra até agora não errou nenhuma previsão sobre a gente.
GUSTAVO – Desculpa, mas eu não acredito muito em prever o futuro. O futuro é definido pelas escolhas que fazemos.
JUNIOR – Mas vamos ao hospital, queremos acompanhar o desenvolvimento da nossa menina.
GUSTAVO – Assim espero.

Amanhecendo…

[CENA 05 – CASA DO FELIPE/ Q. DE FELIPE/ DIA]
(Luana acorda, e ver Felipe terminando de se arrumara para ir à empresa)
LUANA – Bom dia.
FELIPE – Bom dia.
LUANA – Já vai para empresa?
FELIPE – Já. Tenho que continuar aquela investigação
LUANA – Vai voltar para o almoço?
FELIPE – Talvez.
LUANA – Não tem problema, à noite conversamos.
FELIPE – Sobre o que?
LUANA – À noite tocamos neste assunto. Você espera, para descermos juntos?
FELIPE – Não dar, tenho que ir. (termina de calçar o sapato e sai do quarto. Luana continua deitada na cama pensativa)

[CENA 06 – CASA DO JUNIOR/ COZINHA – Q. DO JUNIOR/ DIA]
(Junior está na cozinha terminando de tomar o seu café, quando se espanta com Joana gritando dentro do quarto)
JUNIOR – Joana? (levanta da mesa e sai correndo até o quarto) Joana, o que foi?
JOANA – Estou sagrando amor. Acho que perdi nossa menina…

[CENA 07 – HOSPITAL/ DIA]
MÉDICO – Calma. A criança está bem.
HILDA – Mas sangramento na gravidez, não é normal doutor?
MÉDICO – Realmente. Estamos ainda tentando encontrar a causa desse sangramento, mas está tudo bem com a criança e com a mãe.
JUNIOR – Posso vê-la doutor?
MÉDICO – Ainda não. Vamos precisar dela para alguns exames. Mas em breve, deixo vocês ir vê-la. Licença.
JUNIOR – Será que está tudo bem mesmo com elas mamãe?
HILDA – Calma, filho. Está tudo bem, confia em mim.

[CENA 08 – CASA DA BEATRIZ/ SALA/ DIA]
(Thomas está na sala guardando alguns papeis em sua pasta, quando Beatriz vem descendo as escadas, segurando as mãos do Samuka.)
THOMAS – Bom dia.
BEATRIZ – Bom dia.
THOMAS – Que horas que a psicóloga disse que ia vir?
BEATRIZ – Deve está chegando. (campainha toca e a empregada vai atender) Deve ser ela. (Thomas termina de arrumar sua pasta, e observa a psicóloga entrando)
PSICÓLOGA – Bom dia!
BEATRIZ – Bom dia. Esse é o meu irmão. Ele também mora comigo.
PSICÓLOGA – Prazer.
THOMAS – Bem, não vou poder ficar com vocês. Tenho que ir para à empresa. Bom dia, irmã. Até mais.
BEATRIZ – Até.
THOMAS – Tchau. (olha para psicóloga e sorrir)
PSICÓLOGA – Tchau. (Frederico sai) Então, cadê o garoto?
BEATRIZ – Está escovando os dentes. Vem, vou lavá-la para conhecer o quarto dele. (as duas sobem para o quarto de Samuka)

[CENA 09 – CASA DA ROSÁRIO (SÃO PAULO)/ COZINHA/ DIA]
(Carla está na cozinha, tomando seu café, quando pensa no beijo que Miguel lhe deu ontem no hospital, neste momento Diego entra na cozinha)
CARLA – Satisfeito?
DIEGO – Do que você está falando?
CARLA – Eu nunca mais vou sair com o Miguel. Você conseguiu Diego. Cada um vai para seu canto agora.
DIEGO – Que bom assim.
CARLA – Como você ficou assim Diego?! (ela se levanta para ir para o trabalho, mas é interrompida por Diego) O que você quer agora?
DIEGO – Saber como você está? Eu não sou esse cara que você pensa Carla…
CARLA – Não?
DIEGO – Eu só fiz isso para proteger nosso filho.
CARLA – Ele não é nosso filho. É apenas meu filho, Diego. Apenas meu.
DIEGO – Ele vai ser nosso filho, assim que você se casar comigo.
CARLA – Estou atrasada. Será que eu posso passar agora?
DIEGO – Carla, hoje à noite precisamos conversar.
CARLA – Já conversamos tudo Diego. (ela consegue passar e sai para o trabalho)

[CENA 10 – CASA DO MIGUEL (SÃO PAULO)/ SALA/ DIA]
KARINA – Está tudo bem irmão? Porque do hospital para cá, você veio em silêncio.
MIGUEL – Não é nada irmã.
KARINA – Você quer ajuda para ir para o quarto?
MIGUEL – Não precisa. Eu consigo ir sozinho.
KARINA – Bem, está com fome? Quer que preparem alguma coisa para você?
MIGUEL – Obrigado, irmã, mas não. Cadê o Lucas?
KARINA – Foi para a empresa. Hoje vou ficar tomando conta só do meu maninho.
MIGUEL – Eu já sou bem grandinho, acho que posso cuidar de mim mesmo.
KARINA – Só porque tem pelos no queixo, acha que é homem. Anda tomar seu banho, daqui a pouco eu subo. (Miguel sobe para o quarto, quando Karina vai para cozinha)

[CENA 11 – HOSPITAL/ DIA]
(Junior tem permissão para ver Joana, e vai direto para o quarto dela)
JUNIOR – Como você está?
JOANA – Bem. Mas fiquei com muito medo, de perde nossa filha.
JUNIOR – Calma. Está tudo bem com ela.
JOANA – Me abraça. (Junior a abraça) Não me deixa sozinha.
JUNIOR – Eu não vou te deixar sozinha. Vou estar com você sempre.

[CENA 12 – APARTAMENTO DA CAMILA/ SALA/ DIA]
(entrando na sala)
GUSTAVO – Dormiu bem?
CAMILA – Dormi. Acho que eu realmente estava precisando sair um pouco.
GUSTAVO – Quando quiser repetir o programa de ontem, só pedir.
CAMILA – (seu celular toca) Alô.
[CLÁUDIO PELO TELEFONE] – Oi, liguei para saber como é que você está?
CAMILA – Bem e você?
[CLÁUDIO PELO TELEFONE] – Também. Fazendo o que?
CAMILA – Nada. Por quê?
[CLÁUDIO PELO TELEFONE] – Nada, só curiosidade mesmo. Pra falar a verdade, queria saber se você toparia sair comigo agora?
CAMILA – Agora?
[CLÁUDIO PELO TELEFONE] – É, algum problema?
CAMILA – Não, é que eu estou com um amigo aqui… (Gustavo percebeu a situação, e vai logo liberando ela)
[CLÁUDIO PELO TELEFONE] – Não tem problema, depois a gente…
CAMILA – Não. É… você vai passar aqui?
[CLÁUDIO PELO TELEFONE] – (sorrindo) Meia hora então?
CAMILA – Certo, tempo de me arrumar. Tchau. (desliga e não esconde o sorriso)
GUSTAVO – Aquele amigo?
CAMILA – É.

[CENA 13 – CASA DA VERÔNICA/ Q. DO CLÁUDIO/ DIA]
(Verônica entra no quarto do Cláudio e o ver se arrumando)
VERÔNICA – Vai sair?
CLÁUDIO – Vou.
VERÔNICA – Com aquela garota?
CLÁUDIO – Ela mesma.
VERÔNICA – Você podia convidar ela para almoçar um dia com a gente.
CLÁUDIO – Acho que não é uma boa ideia.
VERÔNICA – Por que não?
CLÁUDIO – A senhora iria começar a fazer um interrogatório pra moça, ela ficaria assustada e iria embora daqui.
VERÔNICA – Prometo não assustá-la.
CLÁUDIO – Mesmo assim, não sei se ela toparia. Mas posso tentar. Tchau mãe. (sai do quarto, e Verônica sorrir)

[CENA 14 – CASA DO JUNIOR/ Q. DO JUNIOR/ DIA]
JUNIOR – Eu vou para o trabalho. Mas a mamãe, vai ficar com você viu.
JOANA – Não vai, fica aqui comigo.
JUNIOR – Não posso. Eu já perdi ontem, não posso perder hoje. Se não perco meu emprego.
JOANA – E se acontecer de novo?
JUNIOR – Não vai acontecer nada. Você vai ficar aí repousando, e qualquer coisa, só chamar a mamãe, que ela vem.
JOANA – Eu queria você comigo.
JUNIOR – À noite eu estou aqui. (a beija) Descansa.

[CENA 15 – EMPRESA DO FELIPE/ DIA]
(Sérgio aparece de surpresa na empresa de Felipe)
FELIPE – Fiquei surpreso com essa visita!
SÉRGIO – É que não consigo mais esconder isso de você Felipe.
FELIPE – Pois fala…
SÉRGIO – (respira fundo e conta) Eu tive um caso com a Luana.

Continua no Capítulo 41…

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