“Beijo Roubado”

 

[CENA 01 – CASA DE FELIPE/ SALA/ NOITE]
FELIPE – Entra.
SÉRGIO – Licença. (Sérgio entra, e os dois caminham até a sala)
FELIPE – Então… o que você quer conversar comigo? (antes que o Sérgio contasse alguma coisa, a empregada entra na sala) Não se preocupa Cida, eu já atendi a porta.
EMPREGADA – Seu Felipe, já tem notícias da sua mãe?
FELIPE – O que é que tem minha mãe?
EMPREGADA – Ela passou mal hoje pela manhã, aí a levaram para o hospital.
FELIPE – (preocupado) Para qual hospital a levaram?
EMPREGADA – Não sei.
FELIPE – Vou ligar para o Paulo, ele deve estar com ela. Você me desculpa cara, mas vou ter que ir, tenho que ver minha mãe.
SÉRGIO – Não se preocupa. Podemos ter essa conversa outra hora.
FELIPE – Você quer uma carona?
SÉRGIO – Não precisa. Vai atrás da sua mãe.
FELIPE – Então vamos, vou com você até a saída.

[CENA 02 – CASA DA ROSÁRIO (SÃO PAULO)/ Q. DAS MENINAS – SALA/ NOITE]
PAULA – Ela sabia? Mas como?
CARLA – Ela já desconfiava, e confirmou suas dúvidas quando pegou aquele teste de farmácia no lixo.
PAULA – E agora o que você pensa em fazer? Todo mundo já sabe… e como você não quer procurar o pai dessas crianças, resta apenas o…
CARLA – Nem começa, Paula. O Miguel não tem nada a ver com essa história.
PAULA – Eu não citei nomes, você quem disse. E como tocamos nesse assunto, preciso que você vá logo se arrumar!
CARLA – Por quê?
PAULA – Você vai ter um jantar especial com alguém hoje.
CARLA – O que você está aprontando, Paula?
ROBERTA – (invadindo o quarto) Ele chegou!
PAULA – Já?
CARLA – Quem chegou?
PAULA – Anda Carla, temos que correr, não podemos deixar ele esperando.
CARLA – Ele quem? O que vocês estão aprontando meninas?
ROBERTA – Eu vou lá pra baixo tentar distrair ele.
PAULA – Ok. Anda Carla, levanta dessa cama, e vem logo. (puxa Carla da cama, que continua sem entender nada)
[SALA]
ROBERTA – Ela já vem. Só está terminando de se arrumar.
MIGUEL – Ok. Esperar mais um pouquinho, não faz mal algum.
DIEGO – Como amigos vocês estão saindo demais, não acha não?
ROBERTA – Normal Diego. Vai dizer que você não costuma sair para jantar fora com seus amigos.
ROSÁRIO – (entrando na sala com uma bandeja nas mãos) Olha o cafézinho.
MIGUEL – Obrigado, mas não precisava se incomodar dona Rosário. Acredito que a Carla já deve estar descendo.
ROBERTA – Nada, eu recomendo você tomar seu café, porque sabe como é mulher né, demora para passar maquiagem, cabelo, roupa, elas devem demorar um pouquinho. Anda, toma.
MIGUEL – Então tá. Eu aceito o café da senhora. (Miguel pega seu café e caminha para o sofá, fingindo ignorar o olhar sério de Diego)

[CENA 03 – HOSPITAL/ NOITE]
FELIPE – O que minha mãe tem?
LUANA – Felipe, quando você chegou? (corre para abraça-lo, mas ele desvia e vai em direção ao Paulo)
FELIPE – Não importa quando eu cheguei, quero saber como está minha mãe?
PAULO – Calma Felipe, a mamãe está bem, ela teve um mal subido, mas já foi diagnosticada, vai passar um tempo em repouso aqui no hospital, de observação.
FELIPE – Se ela está bem, por que não a levamos para casa?
PAULO – O médico disse que é melhor deixar ela ficar um pouco aqui.
FELIPE – Eu quero vê-la.
LUANA – Ela está repousando, só amanhã que o médico liberou para gente vê-la.
FELIPE – (agitado) Eu não quero esperar até amanhã, quero vê-la agora.
PAULO – Calma cara, o que está acontecendo contigo?
LUANA – Estamos em um hospital Felipe.
FELIPE – E daí se estamos em um hospital, eu quero ver minha mãe. E quero ver ela agora. (vai até a recepção)
PAULO – Calma Felipe, a deixe repousar, amanhã iremos ver ela.
FELIPE – Eu não quero perder minha mãe, Paulo. Não quero perder ela. (senta na cadeira, e começa a chorar. Luana caminha até ele, pensa colocar a mão na cabeça dele e fazer um carinho, mas volta atrás. Paulo, vai até o irmão, e o consola)
PAULO – A nossa mãe está bem. Não vamos perdê-la. Ela só precisa repousar um pouco.
FELIPE – E o que a fez passar mal?
PAULO – O médico acha que alguma noticia que ela recebeu tenha provocado isso.
FELIPE – Quem foi à última pessoa que esteva com ela?
PAULO – Não sabemos. Quando descemos para sala, ela já estava deitada em cima do sofá, desmaiada.
FELIPE – Eu vou dormir aqui. Não vou sair de perto dela.
LUANA – Tem certeza amor? Você deve estar cansado da viagem, porque você não vem comigo pra casa, toma um banho, descansa e amanhã cedo, voltamos para visita-la.
FELIPE – Não, eu já disse que vou dormir aqui.
PAULO – Eu também acho que é melhor você ir, Felipe. Eu fico aqui, você precisa descansar. Você deve estar muito exausto do trabalho que você foi fazer em São Paulo.
FELIPE – Eu vou ficar aqui, Paulo. Se vocês quiserem podem ir, mas eu vou ficar aqui.
PAULO – Eu também vou.
LUANA – Bem, eu não. Preciso descansar, ainda mais nesse estado.
FELIPE – Toma… (entrega as chaves para ela) …pode ir no meu carro. Quando chegar avisa. (Luana recebe a chave da mão de Felipe, e sorrir ao perceber, que pela primeira vez, Felipe pareceu se preocupar com ela)

[CENA 04 – CASA DO CLÁUDIO/ SALA/ NOITE]
VERÔNICA – Ninguém atende! Está acontecendo alguma coisa!
CLÁUDIO – Talvez o telefone dela esteja desligado ou descarregou?
VERÔNICA – Não. Eu tenho certeza, alguma coisa está acontecendo. Tentar novo. (tenta ligar novamente pra Luana) Finamente você atendeu filha. O que estava fazendo? No hospital?! E como é que ela está? Sei. Bem, então amanhã eu passo aí. Tá minha filha, quando chegar em casa me liga. E descanse, não deixa acontecer nada com essa criança. Tchau, boa noite.
CLÁUDIO – Quem está no hospital?
VERÔNICA – Viviane passou mal, e vai passar à noite no hospital.
CLÁUDIO – Mas ela está bem?
VERÔNICA – Está. Amanhã vou visitar minha amiga.

[CENA 05 – HOSPITAL/ NOITE]
(Felipe consegue encontra o quarto da sua mãe. Ele se aproxima dela, dar um beijo em sua testa, pega na mão dela e fica observando-a)

[CENA 06 – CASA DA ROSÁRIO (SÃO PAULO)/ SALA/ NOITE]
(Rosário e Roberta continuam conversando com Miguel, enquanto Diego continua no canto da sala com a cara fechada para ele)
PAULA – (descendo as escadas com a Carla logo atrás) Demorou mas aqui está. Sua companhia para esta noite.
MIGUEL – Nossa, você está linda, Carla.
CARLA – Obrigada. E desculpa, pelo que elas duas disseram, para fazer você ter vindo até aqui.
MIGUEL – Eu vim por que quis. E na verdade, elas não fizeram nada. Eu que fiz.
CARLA – Como assim?
MIGUEL – Vamos que você vai saber. Não se preocupa dona Rosário, irei trazer sua afilhada cedo.
ROSÁRIO – Divirtam-se filhos. Não ligue para o tempo.
MIGUEL – Vamos.
CARLA – Vamos. Boa noite madrinha.
ROSÁRIO – Boa noite filha. (Rosário leva Carla e Miguel até a porta, e os dois saem)
ROBERTA – Vamos ver se finalmente essa amizade evolui.
DIEGO – Não acredito que vocês permitiram que aquele cara, saísse com a Carla, no estado que ela está?
ROBERTA – Que estado?
DIEGO – Todos nós sabemos que a Carla está grávida, vai que esse cara fica bêbado e sofre um acidente com ela, e ela perde essa criança.
ROSÁRIO – Que horror filho. Não vai acontecer nada disso com ela. Eles só vão jantar fora.
ROBERTA – Você só fala bobagem né, Diego. Deixe que os dois vão se divertir, e se tudo der certo, um novo casal essa cidade vai ganhar.
DIEGO – Vocês estão doidas para os dois ficarem juntos né. (sobe para o quarto, e não esconde a irritação)

[CENA 07 – CASA DA BEATRIZ/ SALA/ NOITE]
(Beatriz está sozinha na sala lendo um livro, quando Thomas vem descendo as escadas devagar)
THOMAS – O menino já dormiu?
BEATRIZ – Já. Ficou interessado nele agora?
THOMAS – Eu não estou interessado. Só queria saber se ele não iria ficar bagunçando lá em cima, capaz de quebrar alguma coisa.
BEATRIZ – Meu filho é um anjo de menino. Não está incomodando ninguém.
THOMAS – Cuidado para não mimar demais esse garoto. Quando ele crescer, você verá os resultados.
BEATRIZ – Para de tentar me ensinar a cuidar do meu filho, Thomas. Eu sou a mãe dele, e tudo o que ele precisar eu vou dar. Meu filho vai ver, que não precisa de um pai, apenas eu basto para ele. Amanhã quando a psicóloga vier para a visita, verá que aqui será um ótimo lar para ele. E por falar nisso, ainda bem que você estará na empresa e não estará aqui para lançar um desses comentários negativos.
THOMAS – Eu não faria isso. Já que é esse o seu sonho, de ser mãe. Não faria nada para atrapalhá-lo.
BEATRIZ – Ótimo.
THOMAS – Vou indo me deitar, você não vai?
BEATRIZ – Vou logo terminar de ler esse livro aqui. Logo eu vou.
THOMAS – Ok, então. Boa noite, irmã.
BEATRIZ – Boa noite. (Thomas sobe para seu quarto, e Beatriz fica pensativa no sofá)

[CENA 08 – RESTAURANTE – PRAÇA (SÃO PAULO)/ NOITE]
MIGUEL – Gostou?
CARLA – Bonito aqui. Não conhecia esse restaurante.
MIGUEL – É. Ele também é novo para mim. Devo ter vindo aqui, apenas umas duas vezes.
CARLA – Acompanhado com alguém?
MIGUEL – Sim. Com minha irmã e o marido dela. (ele rir, percebendo o motivo da pergunta dela) O que você quer pedir?
CARLA – (pega o cardápio) Nem sei, acho que… (ela fica enjoada, e pergunta onde fica o banheiro)
MIGUEL – Aquela porta ali, à esquerda.
CARLA – Com licença. (caminha rapidamente para o banheiro, e ele desconfia de algo, tempo depois ela está de volta)
MIGUEL – Está tudo bem?
CARLA – Está. Só foi um mal estar passageiro.
MIGUEL – Se você quiser a gente pode ir para casa?
CARLA – Mal chegamos. Não, vamos ficar um pouquinho.
MIGUEL – Certeza?
CARLA – Tenho.
MIGUEL – Então, vamos escolher o que?
CARLA – (ela pega o cardápio novamente, mas volta a ficar enjoada ao ver os nomes de algumas comidas) Eu estou sem fome.
MIGUEL – O que você tem Carla?
CARLA – Nada. Só estou sem fome mesmo. Pra falar a verdade, já havia comido algo no meu trabalho.
MIGUEL – Você tem certeza?
CARLA – Tenho. Se você quiser, pode pedir algo para você sem problema.
MIGUEL – Não sei se vou conseguir comer, vendo você aí nesse estado.
CARLA – Estou bem. Sério, pode pedir algo para você.
MIGUEL – Garçom… (ele faz seu pedido, Carla não pede nada, e os dois ficam conversando, ele comendo, ela observando, e fazendo de tudo para não ficar enjoada, mas o papo estava tão bom, que ela nem lembrava mais disso) Agora, vamos dar um passeio?
CARLA – Claro. Tomar um ar, vai me fazer bem.
MIGUEL – Então vamos. (os dois agora estão caminhando em uma praça)
CARLA – Gostei desta noite.
MIGUEL – É, agradeça a sua irmã.
CARLA – Eu sei que isso tem um dedo dela.
MIGUEL – Mas ela tinha razão, realmente você estava precisando dar uma volta. Seus olhos já estão com um brilho especial, diferente, quando eu fui te buscar. (ele fica em frente a ela, faz um carinho em seu cabelo, os dois se encaram por um tempo, Miguel se aproxima, mas…)
CARLA – Você é um bom amigo, Miguel. (se afasta dele)
MIGUEL – Eu não queria ser apenas um bom amigo.
CARLA – Mas é tudo que pode ser agora.
MIGUEL – Por quê?
CARLA – Meu coração não está aberto para novos romances.
MIGUEL – Eu não quero ter um romance. Quero ter um relacionamento. Eu gosto de você, Carla. E eu posso esperar o tempo que for, para ter você para mim.
CARLA – É melhor a gente ir, está tarde e… (antes que ela terminasse a frase, Miguel rouba um beijo dela)

Continua no Capítulo 38…

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