― Cancelamos a aliança econômica entre a estatal brasileira e o nosso país. ― Dizia o presidente para o governador Masuzoe. ― Assim sendo, não há mais desafios ou apostas entre o tal de Danilo e à mulher por quem você quer fodê-la até enjoar, não pode ser expulsa do orfanato e nem o local pode ser destruído.

― Não, não, não! ― retrucou em voz alta, levantando-se

― Olha como fala comigo, seu merda! Quase que nós íamos nos fodendo, por sua causa. Agora se senta! ― ordenou-lhe, logo o homem obedeceu à ordem do presidente do país.

― E o que vamos fazer com o tal brasileiro que veio cumprir o desafio?

― Vamos porra nenhuma! ― levantou-se, indo em direção a ele. ― Você, você ― apontou com o dedo indicador da mão direita em direção ao rosto dele. ―, você vai arrumar e dar um jeito nesta cagada que ias fazer. Enquanto isso, vou fazer o meu papel de “presidente” e gerir o meu país. Dê conta desta cagada e faça papel de macho e assume o posto de governador! Este é um país sério, de homens que gerem e que às mulheres ficam ajoelhadas diante de nós, esperando pelas ordens ou abaixam às cabeças em respeito a nós. Então, seja homem e trabalhe. Não gaste dinheiro com putas e largue à capital do país à beira de um colapso de corrupção! Agora, se levante e vá trabalhar! Anda! ― o governador se levantou rapidamente, os homens que faziam sua segurança o acompanharam até descer do prédio do governo do país e ir em direção ao heliporto, embarcar no helicóptero e ir para seu escritório.

Alguns minutos depois, já dentro da pequena aeronave com sua equipe do governo e o primeiro Ministro, Masuzoe esbravejava palavrões, já incomodando piloto e copiloto.

― Mas que merda! Não se pode mais se divertir aqui! É só trabalho, se torna homem, trabalho, gestão… Vão tudo à merda! Eu quero passar só à imagem de bom moço, porém, nas noites em que ninguém me vê, fodo putas e as pago com luxo e presentes! ― dizia, em voz alta, revelando seus altos podres sobre sua gestão corrupta e machista.

Parou por alguns segundos e pensou no que ia fazer com o homem que estava cumprindo o desafio.

― Se eles pensam que vão acabar com minha diversão… Ah, não vão mesmo! ― ajeitou-se sobre sua poltrona e adormeceu-se lá.

*****

― O que?! Mas como não tem recursos que o governo mandou para o orfanato?! ― Jin indagava, não acreditando no que sua secretária dizia ao telefone.

― É senhora. Eles mandaram uma carta aqui, abri-a e veio este aviso. Vou lhe entregar neste momento. Com licença. ― Avisou e logo desligou o telefone. Pegou à carta registrada e foi em direção à sala da gestora do orfanato.

― O que aconteceu? ― Pedro fez uma pergunta infeliz.

― O que aconteceu? O que aconteceu?! ― alterou sua voz, então, respirou fundo, tentando controlar sua raiva. ― Por sua causa, o governo mandou cortar recursos daqui do orfanato! ― bateu com seus punhos sobre à mesa.

― Senhora….

― Cale-se, homem! Por sua causa, este orfanato vai falir! ― sua voz alterou-se mais uma vez.

Neste momento, Pedro se cala e à secretária Misouri entra.

Ela se recompõe e pega o envelope de cor branca com uma bola vermelha ao centro, representando à bandeira do país, com o brasão do governo e à assinatura do próprio governador e dos respectivos gestores de Tóquio.

Abre, pega o papel timbrado e com o brasão do governo de Tóquio e lê o que está escrito. Realmente, era verdade o que à assistente de Jin dizia.

O primeiro passo para à derrota pelo ao lado de Jinoyama Aiko, foi dado. Agora só falta Pedro, que na verdade está se passando por Danilo, cumprir seu desafio e assinar contrato com à estatal japonesa de serviços e comunicações, para sair logo dali, depois, esquecer o que aconteceu, voltando sua vida “ao normal”.

Engoliu em seco ao ver aquela mulher preocupada daquele jeito.

Realmente, aquele lugar é de extrema importância para ela.

Era como se fosse o seu refúgio, para se proteger de algo que acontecera no passado.

― Com licença, senhorita Jin. Posso ver à carta? ― ele pediu, retendo-se em seu lugar e chamando à atenção das duas mulheres.

Ela pegou a carta, junto do envelope e jogou sobre à mesa, perto da beirada da mesma. Ele rapidamente pegou os papéis, abriu o papel que continha o conteúdo daquela “má” notícia e leu.

Enfim, soube que o primeiro passo para sua vitória havia sido dado. Mas, porém, algo lhe dizia que aquilo tudo ia mudar, de um jeito tão inacreditável, que ele mesmo não acreditar no que estava acontecendo.

Anotou em seu caderno de anotações que houve e sobre o que veio no local de seu desafio, devolveu à carta e o envelope para ela, logo esperou por mais afazeres que à mesma ia realizar durante o dia todo.

― Agora não sei o que faço, Misouri. Sem recursos, não poderemos manter este local, pagar o imposto único com às contas de energia, gás, água e internet juntas e não poderei pagar os meus funcionários. Inferno! ― gritou, socando os dois punhos sobre à mesa, novamente.

― Calma senhora. ― Sentou-se ao lado de Pedro. ― Acharemos um jeito de não falirmos e ficarmos aqui. ― Tentou acalmar sua chefe, dando certo em seguida e já fazendo-a pensar sobre como vai juntar recursos para manter o seu local de trabalho e esconderijo.

― Tomara, Misou. Tomara. ― respondeu-lhe, encarando Pedro e ele desviou seu olhar do dela. Aqueles olhos puxados penetravam demais em seu corpo e em sua mente.

Chegando a ser até um pouco assustador.

Respirou fundo, tentando-se acalmar enquanto Jin procurava um jeito de inverter sua situação de risco.

― Misou, só tenho dinheiro para pagar os funcionários nos próximos dois meses. Depois disso, só tenho recurso para comprar comida e para emergências de saúde. ― Dizia, quase desesperando-se.

******

Depois de horas conversando e tentando ter alguma ideia de como não deixar o orfanato falir durante três meses, Jin encerrou à reunião, saiu de sua sala e foi andar um pouco, sozinha, aos arredores do seu local de trabalho.

Preferiu esfriar um pouco sua cabeça e ver como poderia arranjar fundos para manter seus funcionários e ela mesma. Pensou em seu filho, um deficiente físico, que tem certas limitações e que precisa de alguns cuidados especiais.

Lembrou-se de seu passado, de quando era uma simples gueixa e se deu seu primeiro beijo com seu já falecido marido, Jung.

Sentou-se em um banco de cimento, já antigo, com detalhes de flores em cores brancas ao redor de uma palavra em japonês. Que era “Perdão”.

Olhou para o parque de diversões, viu os brinquedos enferrujados, balanços vazios, escorregadores sem cor, sem vida. Não sabia mais o que fazer.

Respirou fundo e fechou seus olhos por um instante e sentiu seu corpo doer. Como já era o início da tarde, o sol iluminou-a.

Ficou por alguns segundos, imóvel, depois voltou ao seu quarto, trancou-se lá dentro. Não sabendo que o quarto de Pedro, que passava por Danilo, era ao seu lado. 

*******

Apartamento de Satoshi.

 

Ele relembrava os dias maravilhosos que passou com Rômulo. Foi então que começou a sentir falta do carinho, dos olhares cúmplices, dos beijos molhados.

Foi então que decidiu acerca do dossiê que tinha contra seu pai. Mas para isso acontecer, ele teria que se render aos encantos do procurador-geral que tinha uma queda.

É um sacrifício necessário. Mesmo ainda não querendo aceitar o fato, porém, ele ama Rômulo. Claro, os dois tinham pouco tempo do caso amoroso deles, no entanto, já sabiam que foram feitos um para o outro.

Terá que entregar seu corpo para outro homem aproveitar-se. Era o único jeito de ele fazer justiça e poder tirar a cúpula da corrupção do poder em Tóquio.

Levantou-se da cama, sentou-se, pegou seu celular pesquisou o número do procurador.

Abriu a conversa dos dois, respirou fundo, encarou a tela do celular e começou a digitar a mensagem ao homem.

Satoshi: Peço as devidas escusas, senhor procurador. Desculpe-me pelo o horário que lhe envio esta mensagem. Preciso muito de sua graciosa presença em meu apartamento. Quero debater certos assuntos de extrema importância em relação ao governo de Tóquio, gerido pelo o chefe do executivo, também meu pai, Yōichi Masuzoe. De preferência, venha sozinho. Precisamos ter esta conversa a sós.

Procurador-geral Takeo: Boa noite. Não precise desculpar-se. É uma honra ser convidado a aproveitar de sua “deliciosa” presença. Não sei o assunto que queres tratar diretamente a mim e sem os outros, mas, vejo que é sério pelo o tom da mensagem. Amanhã terei um tempo livre a noite. Posso ir aí em seu apartamento?

Satoshi: Sim, senhor. Como preferir. Só confio ao senhor no que lhe falarei. O assunto é sério. E quero somente nós dois conversando sobre isso. Não pode vazar para a imprensa, senão haverá crises e mais crises que pode culminar no Impeachment de meu pai.

Procurador-geral Takeo: Certo. Amanhã passarei aí para nós conversamos. Por via das dúvidas irei com alguns documentos para denúncia anônima. Pelo o que vejo, é grave e vou ter que abrir a denúncia, entregar as provas (Se tiveres) aos órgãos responsáveis, por fim, recorrer na justiça, caso for possível.

Satoshi: Ok. Muito obrigado pela a sua atenção. Desculpe-me mais uma vez por acordá-lo.

Procurador-geral Takeo: Por nada. Não precise se desculpar. Falar com você é um elixir no qual eu amo provar. Tenha um boa noite e nos veremos amanhã. Que Kami Sama o proteja e guarde.

Satoshi: Desejo o mesmo ao senhor.

 

Enfim, ele desligou o celular e voltou a deitar-se. Teria e terá a obrigação moral de fazer aquele sacrifício em prol de seu país junto de sua querida Tóquio.

Deitou-se na cama, mas seu corpo junto de sua mente não o permitia adormecer.

Aquele assunto e aquilo que irá fazer com o procurador. Ele sabe muito o que aquele homem quer. Não quer o dossiê, quer ele. Então, Satoshi irá usar de seu corpo para atrair a autoridade judiciária e usá-lo de fantoche para fazer justiça.

Desde muito antes de seu pai ser governador, que o jurista Takeo sempre o assediava. Vivia na casa de Masuzoe e nas primeiras oportunidades, assediava o garoto menor de idade. Isso foi até a idade adulta, quando o mesmo assediador se casou com uma juíza.

Mas, mesmo assim, o procurador nunca parou de o procurar para ter um relacionamento extraconjugal. Nunca conseguiu, claro. Mas, porém, Satoshi viu-se obrigado a fazer aquilo que lhe dava asco.

Atraiu o rato. Agora só falta deixar a ratoeira armada para o roedor ser pego.

Por fim, seus pensamentos deram-lhe, o jovem dormiu. Mas, sua mente logo imaginou Rômulo.

Seu subconsciente estava de sacanagem com ele.

*******

No outro dia ele acordou, arrumou-se, deixou as bebidas quentes em cima da mesa da sala de chá junto das bolachas, alguns bolinhos primavera juntos de doces caseiros.

Pôs um quimono amarrado a sua cintura e um pouco aberto em seu peito, dando um ar de sensualidade ao jovem, passou um hidratante labial, prendeu seu cabelo em um coque samurai, passou um hidratante corporal, borrifou um perfume, a campainha logo tocou e ele logo foi atender.

Apressou-se em terminar de se perfumar, foi correndo até a porta, a abriu e viu logo o homem de meia idade, de terno e gravata a espera.

Logo ele enxergou os olhos rasgados do procurador o encarar da cabeça aos pés. 

― Bom dia, senhor Procurador…

― Me chame somente de Takeo, Satoshi. Posso entrar?

― Pode. ― O jovem asiático deu espaço para ele e o deixou entrar.

O conduziu até a sala de chá, o homem sentou-se de um lado, Satoshi sentou-se em frente a ele. Logo começou os olhares sedutores e o corpo seduzindo o homem mais velho ali a sua frente.

― Então, Satoshi…

― O assunto que tenho a revelar ao senhor…. digo… a você, é que… ― respirou fundo e com todas as forças, finalmente desembuchou. ―…. tenho provas que meu pai é corrupto, usou de dinheiro público para comprar quadros, tapetes persas, pagar prostitutas em Seul na Coreia e usou de verba pública para bancar viagens.

Quando ele terminou de falar, o homem ficou com uma expressão assustada.

― Como?!…. Onde você arranjou isto?!

― Eu não posso revelar a fonte. Mas sei que tudo é verdade, pois testei a veracidade de todas provas aqui. Por isso o chamei. Só você em quem confio para entregar este dossiê.

― Mas isso pode acarretar na pena de morte de seu pai! Você não se sente mal por estar entregando a cabeça de seu pai à justiça?!

― Não. Se ele fosse um homem bom, aceitaria seu filho homossexual, não seria corrupto e governaria para todos, não para o bolso dele, para seus prazeres sexuais, para gastos em outros fins ilícitos.

― Onde está o dossiê?

― Está bem guardado, Takeo. Mas, porém, o custo para você denunciar meu pai vai ter um preço. Um alto preço.

― Sim…. o que me ofereces em troca?

― Eu. ― O respondi rapidamente abrindo um pouco do meu quimono de cor azul-marinho. ― Não é a mim que você sempre ficava me assediando quando jovem? Aproveite. Agora você me terá por um dia. ― respondeu-o quase num sussurro.

― Não posso fazer isso com você, Satoshi. ― respondeu-o engolindo em seco.

― Não se finja de coitadinho e bom marido. Você me quer. Então, venha pegar a sua troca. ― Abriu seu quimono por completo deixando seu corpo seminu à mostra.

Naquela manhã, Satoshi fez o que planejou e entregou a cópia do dossiê original a Takeo. Então, os dois saíram do apartamento e o jovem asiático o acompanhou ao elevador.

Mas, antes de chegarem à porta de metal, Takeo o agarrou pela a cintura e deu-lhe um beijo demorado. Os dois logo escutam o sino do elevador chegar ao andar e uma voz conhecida ecoar pelo o corredor.

― Satoshi?! ― era Rômulo que carregava consigo um ramalhete de flores. Saiu do elevador e foi tirar satisfações com o seu caso amoroso.

― Rômulo?! Como você veio aqui?! Não é nada do que está pen…. ― O brasileiro deu um tapa na cara na cara dele e jogou o ramalhete de flores nos dois.

― Então era isso de você me abandonar?! Era pelo o procurador-geral Takeo que você me trocou?! Hein?! ― gritou em direção ao jovem asiático que se encolheu num canto da parede enquanto o outro asiático saiu de fininho com o dossiê e foi cumprir com a parte de seu combinado.  

 

 

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