Pedro repensou e decidiu aceitar à proposta de Danilo.

Viu que nada podia fazer para tirar aquela ideia da cabeça de seu amigo, decidiu aceitar e acabar de vez com aquilo. Devia ser um desafio de ser um samurai, ou passar por provas físicas, já que ele tinha um corpo definido e atraente aos olhos de homens e mulheres.

Ligou para seu amigo e disse que aceitava o que ele lhe havia proposto há alguns dias atrás.

Então, ele foi pegar seu passaporte, Danilo entregou-lhe à passagem e os documentos falsos. Só faltava dois dias, para às negociações começarem e o tal desafio a ser cumprido em quatro ou cinco meses.

Aceitar isso rápido demais, foi uma grande merda, mas, ele mesmo sabe à merda que vai sobrar para ele.

Numa noite qualquer, gélida por sinal, Danilo aproveita que seus empregados não estão em sua mansão e ele arruma suas malas, desce rápido para à sala de recepção e espera o táxi vir pegar-lhe e leva-lo para o aeroporto e, de lá, partir para qualquer ponto do mundo, sem ninguém saber de sua localização.

E quanto a Pedro, ele arrumou suas malas, então, dois dias depois, ele embarcou em um avião diretamente para Dubai, para, de lá, ir embarcar em um avião direto para Tóquio.

Depois de quase nove horas, ele chega na capital indiana e espera quase duas horas pelo o avião que ia embarcar.

Ficou muito nervoso. Sabia, bem lá no fundo, que o garoto asiático, de olhos rasgados, morava naquele país. Seu coração disparou ao lembrar-se daquele sorriso e em como ele se sentia tão diferente ao olhá-lo, em como se sentia tão bem no local de onde os dois sempre estão.

Então, uma voz que saía por entre às caixas de som espalhadas pelo o aeroporto, anuncia que os passageiros do voo a Tóquio, que era para embarcar. Seu coração acelera no mesmo momento. Se levanta, pega sua mala, passaporte e à passagem, indo em direção ao checking.

À mulher verifica o passaporte, identidade e a passagem, libera Pedro e ele começa a se passar por Danilo.

Por um lado, é o medo que tomara conta de ti, em saber que à Polícia federal poderia lhe prender por falsidade ideológica, por outro, era à ansiedade em poder acabar logo com aquele desafio e se puder conhecer o tal garoto que sempre via em seus sonhos.

Embarcou, guardou sua mala e se sentou à janela.

O avião decolou e ele terá que esperar mais seis ou oito horas de viagem até à terra do sol nascente.

*****

Shiro chegou ao orfanato, Jin o ajudou a subir e ele entrou em seu quarto, indo direto ao banheiro, lavar-se e já indo dormir. Tinha passado o dia estudando, depois andando pelo o parque das cerejeiras com sua mãe e lanchado em um restaurante perto do maior cruzamento do mundo, passou o dia todo junto de sua mãe e os dois retornaram para o orfanato.

Jin o colocou para dormir em seu futon e ela, silenciosamente, voltou ao seu, trancou à porta de seu quarto, encostou suas costas sobre ela e deslizou-a, até ficar sentada e começar a chorar em silêncio, deixando todas as suas lágrimas caírem sobre seu rosto e se encontrarem com o chão.

Sentiu uma imensa raiva de o governador querer alguma coisa com ela e à coitada ficar a pensar que era algo de extrema importância para ela e a sociedade nipônica.

Um homem de tanta importância aos japoneses e ao mundo, fazendo uma cagada dessas com uma senhorita trabalhadora?! Isso já é o cúmulo de uma sociedade machista, que acha que mulher é apenas um objeto que se possa usar, um objeto que serve apenas para abrir às pernas para satisfazer seus maridos, um objeto que só serve como escrava em casa e não pode dar um pio ou opinar sobre algo com seu esposo. Só serve para ser uma submissa, uma militonta levada pelo o seu marido. Era isso que Jin sentia, era a humilhação de se achar um objeto e a humilhação de ouvir um homem de “respeito”, chamar-lhe de “vadia”.

Passou à noite em claro, pensando na proposta dele e em sua ameaça de demolir o loca de onde salvou-a e salvou seu filho, Shiromya.

Estava, literalmente, gelada de medo e desespero, por causa deste maldito homem engravatado e galinha.

*****

Depois de horas de voo, Pedro, finalmente, desembarca na terra do sol nascente. Ao pisar os seus pés, pela primeira vez, em chãos nipônicos, sente-se seu coração acelerar, não sabia o porquê.

Logo escuta seu nome é falado em voz alta por um homem engravatado junto de vários outros, reunidos em um pequeno grupo, rodeado de seguranças.

Então, reconhece o presidente da empresa estatal e o governador de Tóquio. Tratou logo de ficar sério e se posicionou para poder conhece-los e já a começar se passar por Danilo, em vez de seu verdadeiro nome, Pedro.

Eles se aproximaram dele e ele curvou-se diante deles, e eles repetiram o mesmo movimento, logo apertando às mãos e sorrindo levemente para os senhores.

Um segurança veio por de trás de Pedro, que agora é Danilo e pegou suas malas, levando-as em direção ao carro que fora preparado para leva-lo ao hotel, onde mais tarde, acontecerá o jantar de negócios e a revelação do tal desafio que ele irá realizar.

Conversaram um pouco ao som de pessoas conversando ao redor sobre à visita de um brasileiro em terras japonesas a negócios e o governador comparecer junto com o maior empresário do país, o senhor Shin Wang. Logo eles partiram e se separaram, cada um com seu respectivo carro e partiram em direção ao hotel, de onde eles começariam já às discussões para negociar o Pacto Industrial entre brasil e Japão, para alavancar um país quebrado e ele ajudar nas exportações de minérios para um país que quase não tem.

Ele chegou ao hotel, tarde da noite, se trocou e foi ao jantar.

Logo ele soube do que se tratava o desafio.

Era falir com o orfanato de Jin e expulsar todos os moradores do local em menos de três meses.

O homem que traduzia às falas do governador e dos demais empresários que se encontravam junto deles ali, numa sala reservada, foi dispensado por “Danilo” e ele mesmo começou a falar em japonês.

Então, o governador pega uma pasta dentro de uma gaveta, inclusa na mesa e dá para o homem ao seu lado para ele passar adiante, até chegar em Danilo, que é Pedro se passando por ele.

Ele finalmente pegou à pasta, abriu-a e constatou que era um documento de expulsão e fotos dos moradores e funcionários do orfanato.

Ao passar às fotografias, seu coração disparou ao ver a foto do garoto deficiente que viu em seus sonhos. Ele se chamava Shiromya-Aiko, era filho adotivo de Jinoyama-Aiko e o pai era desconhecido.

Ficou olhando à ficha por alguns segundos, que pareciam horas, até que é chamado pelo o governador e obtém seu ultimato.

― Senhor Danilo, aceitará nosso desafio ou desistirá de nosso contrato bilionário? ― o governador perguntou, em tom ameaçador e estendo um papel com uma caneta por cima em direção ao homem desafiado.

― Sim. Eu aceito o desafio. ― respondeu em japonês.

― Então assine este termo de compromisso, se comprometendo a cumpri-lo um dia antes do desafio terminar. Se não o realizar, denunciaremos você à embaixada brasileira e o deportaremos daqui, sem direito a nada. Estamos entendidos?

― Sim. Estamos entendidos. ―pegou à caneta e assinou o papel, logo lhe entregando ao homem que o deu, passando para às mãos do governador e ele guardando em uma maleta, vigiada por um segurança.

― Boa sorte em seu desafio, rapaz. E só há uma condição. ― Masuzoe falou para ele.

― Qual? ― respondeu, já se levantando para apertar à mão do homem que gere Tóquio e o presidente da estatal afirmando o compromisso.

― Não se apaixone por Jinoyama-Aiko, à mãe de Shiromya-Aiko. Ela é minha e de mais ninguém. Entendido? ― avisou-lhe, em tom ameaçador.

― Sim, senhor Governador Masuzoe. ― respondeu-lhe, logo curvou-se em sinal de respeito à autoridade política e apertou à mão dele, afirmando o desafio e o compromisso com todos os homens daquela sala ali.

Finalmente, ele saiu daquela sala e partiu para seu quarto de hotel.

Chegou nele, entrou, trancou à porta com o cartão magnético do hotel e tirou suas vestes, ficando somente de cueca e já se deitando sobre o grande futon ao meio do quarto, com vista para toda à capital japonesa. O futon era estilo ocidental. Uma grande cama de casal, que tinhas somente sua armação de madeira leve, que sobre ela, continha um colchão leve, mas grosso por dentro e macio, de casal, que podia ser enrolado e guardado em qualquer lugar.

Deitou-se sobre ele, cobriu-se com o coberto grosso e logo adormecera e mergulhara em seu mundo de sonhos.

Então, começa a enxergar, em seu sonho, Shiro dormindo em seu futon de solteiro, tranquilamente e ele de pé em seu quarto.

Olhou para seu corpo e se viu de cueca, ficou com vergonha ao perceber que estava somente de peças íntimas no quarto de um garoto que ele nem conhecera, mas já tinha um certo afeto por ele.

Ficou olhando-o por alguns minutos, como se não houvesse nada ao seu redor, então ouviu o falar dele, sonhando com alguma coisa.

Só então percebeu, que, aquilo não era um sonho, e sim, um pesadelo. 

 

******

 

― Rômulo-chan? O que…

― Aqui o endereço de onde vou estar hospedado. ― o brasileiro deu um cartão com o endereço do hotel que ele estava indo se hospedar neste momento do encontro deles no corredor. ― Vá rápido. Não aguento sem ficar mais algum minuto sem você.

Por fim, ele saiu deixando sua paixão para trás estático que ainda encarava o pequeno cartão.

Saiu rapidamente dali, senão ele iria agarrá-lo no meio do corredor e tomaria seus lábios pequenos, doces e delicados para si.

Foi para o hotel, pegou a chave eletrônica, foi ao elevador, apertou o botão do andar onde está seu quarto, as portas metálicas fecharam-se e ele subiu. Depois de alguns segundos, as portas se abrem, ele sai carregando suas malas e vai até o quarto.

Tranca a porta logo em seguida, tira suas roupas de dormir, despiu-se, tomou um banho relaxante debaixo daquela ducha, secou-se e vestiu a cueca samba-canção junto de uma camiseta regata de cor branca. Pega o notebook, o liga, vai ao frigobar, pega algumas bebidas alcoólicas e refrigerantes, põe em cima da mesa japonesa, se acomoda entre as almofadas e logo vem a mente aquela imagem de quando encontrou Satoshi no prédio do governo. Seu coração acelera e ele sente seu corpo reagir ao ver aquele jovem asiático a sua frente.

Espalha aquelas imagens de sua mente sacudindo a cabeça, se concentra no notebook e trata de abrir seu e-mail.

Logo ao abrir o correio eletrônico, dá de cara com um e-mail de Danilo.

Não estava sentindo nada de bom vindo daquilo já com o assunto: “Precisamos esclarecer algumas coisas que ainda você não sabe e da merda meteórica que está sobre sua cabeça.”

Abriu e logo viu um longo texto para ler.

 

Querido Rômulo, parente querido,

 

Eu menti. Não estou neste exato momento em um orfanato na capital do Japão.

Estou curtindo minha vida erótica aqui em Bruxelas. A pessoa que está em meu lugar, é Pedro. Um amigo meu. Ele aceitou se passar por mim por três enquanto eu curtia minha vida adoidado.

Não queria mais administrar as empresas de meu avô. Estou de saco cheio daquele povo, de documentos, de reuniões, de encontros, de gerir um porre de pessoas, de manter sempre a imagem da empresa lá em cima, acima das outras, de manter os esquemas criminosos de meu avô com o governo Masuzoe e outros governos no oriente médio que financia nossa empresa para esquemas de corrupção.

Durante o tempo em que eu era presidente, fui juntando provas de quaisquer modalidades de todos os esquemas de crime de corrupção, entreguei anonimamente a polícia federal e eles abriram uma investigação sigilosa antes de eu fugir do país. A aposta foi apenas um despistar para eles não me prenderem e eu poder pegar uma cidadania de graça em qualquer país, ou blindar eu lá no Japão com a desculpa de uma reunião bilateral entre governos ocidentais e orientais.

Se ler esta mensagem, saiba que eu posso ter morrido. Descobri uma doença degenerativa que vai acabando pouco a pouco com meus órgãos essenciais do corpo.

Esqueci o nome dela, mas, sei que posso morrer a qualquer momento.

Descobri o prazer de fumar maconha e LSD. Fico louco todos os dias, festejo, pego geral e sou o maior garanhão do hotel onde estou hospedado. São mais de cinco camisinhas por dias que uso.

Estou gastando todo o dinheiro que tenho até não sobrar nada, eu ser expulso do hotel e morrer a míngua.

Me desculpa por falar tantas besteiras. É preciso. Defenda meu amigo, Pedro.

Ele é um homem bom. É um homem de honra ilibada. Ele merece sua total dedicação.

Quando descobrirem tudo, advogue pela a causa dele. É a única coisa que lhe peço em vida.

Isso é tudo que tenho pra falar.

Não sei de mais nada neste momento.

Nada me vem a cabeça para lhe deixar informado.

Ah, me lembrei. Aquele Satoshi, filho do governador Masuzoe, tem cara de ser um homossexual. Ele lhe olha de uma maneira que o deseja ardentemente.

Invista nele.

É um rapaz para casar pelo o que eu conheci.

 

Atenciosamente,

 

Danilo Ribeiro Costa.”

 

 

 

 

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