aJulgamento de Satoshi – Parte 01

— Senhor Satoshi, confirma que foi chantageado de ser preso, antes que soltasse o vídeo íntimo entre você e o procurador Takeo? — o advogado de defesa o perguntara.

— Sim. Ele me ameaçou de prisão por tentativa de chantagem e extorsão, por eu tê-lo ameaçado de soltar o vídeo na internet, caso ele não parasse de vir em meu apartamento e colocasse a denúncia anônima acerca da corrupção de meu pai para frente e não arquivasse.

— Por que ele?

— Porque ele queria destruir e destituir meu pai do cargo a qualquer preço. Então ele foi uma presa fácil para mim.

— Sabe se ele teria algum motivo para tentar derrubar o governador Masuzoe a todo custo?

— Não sei. Não consegui descobrir nada sobre.

— E sobre os outros procuradores? O que sabe deles?

— Todos eles estão envolvidos num esquema de corrupção da esfera judicial do Brasil. Eles vendiam sentenças aos acusados e lavavam dinheiro junto com os magistrados e todos os chefões do judiciário brasileiro.

— Você descobriu algo do tal hacker que passou este dossiê a você?

— Não. Não descobri nada.

— Sem mais perguntas excelência.

— A acusação está com a palavra. — a juíza falou e ficou encarando o promotor levantar-se e ir em direção a Satoshi.

— O senhor Satoshi teve o intuito de atacar o governador Masuzoe, porque ele é o seu pai e não o aceitava por ser homossexual?

— Não! É que…

— É que o quê senhor Satoshi? Viu júri?! Ele não tem justificativas para dar-nos e lhes prestar mais esclarecimentos sobre o caso e o dossiê. Nem a fonte do “tal dossiê” nos quis mostrar! Em minha opinião, acho que tudo isto é falso e é para desestabilizar o governo de Tóquio, por pura vingança ao pai que não aceita seu filho se tornar um pederasta sodomita!

— Protesto excelência! O promotor está usando de palavras de baixo calão para atacar o réu! — o advogado de defesa interrompeu o acusador ao levantar-se.

— Protesto aceito. Retire as falas errôneas da acusação e recomece sua fala, promotor, sem palavras que possam atingir o réu.

— Pois bem… como dizia, o senhor Satoshi fez isso tudo com o intuito de atingir seu pai e fazê-lo passar vergonha. Vazando até vídeos de relações íntimas com um integrante da procuradoria para deixar a imagem da família queimada e todos o abandonar. Este jovem tem más intenções e quer destruir seu progenitor que a todo custo o quis dar uma boa educação, para ele não virar um sodomita. Pois bem, senhores jurados, está aí. Ele mesmo confessou que tem conhecimento sobre o dossiê. É mais do que culpado. Por mim, encerramos esse julgamento ainda neste momento. Já ouvimos de tudo. Só faltam os senhores, com toda a sabedoria que lhes têm. Decidirem por uma sentença condenatória justa ao jovem. Ele não merece a morte, pois ele ainda tem muito a aprender na vida. Isto é tudo que tenho, meritíssimo. — encerrou sua fala e sentou-se novamente.

— Com a palavra para encerrar antes da decisão proferida pelo o júri, a defesa manifestará suas justificativas.

Rômulo se levantou e foi em direção ao júri.

— Senhores jurados, meu cliente foi chantageado, obteve provas que o governador desviava fundos públicos e, simplesmente, de uma forma não convencional, denunciou-o com provas contundentes, o governador Masuzoe foi corrupto. Ele não vazou o vídeo íntimo, como a acusação tenta provar. Há indícios que houve hackeamento e o vídeo fora vazado nas redes sociais. Meu cliente queria e quer apenas justiça. Era sabido que seu pai era corrupto, porém, somente ele obteve coragem para reunir provas contra o desgoverno de Yoichi Masuzoe. Senhores jurados, meu cliente quer apenas justiça e é inocente. Ele não merece estar passando por isto. Ele quer apenas que tudo seja esclarecido e que tudo seja obedecido na ordem da lei. É o que tenho a falar, meritíssimo.

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Mudança do orfanato para a antiga casa de Jinoyama-Aiko

Pedro e Jin terminaram de pôr as coisas nos caminhões e deram os endereços aos motoristas, de onde eles deveriam descer a mudança e ficaram descansando um pouco no local até voltarem ao hospital.

— Sabe, Danilo… as vezes acho que não deveria estar aqui. Eu sinto que aqui no Japão não é mais o meu refúgio. Eu só queria alguém para ser meu refúgio. — Seus olhos rasgados encararam-no e ele estremeceu ao encará-la, logo depois sentir uma vontade louca de dar-lhe beijos quentes e úmidos. Seu corpo já dava sinais de que precisava dela.

— Sobre o beijo, senhora Jin…

— Cale-se. — pôs o dedo indicador em sua boca, surpreendo-o.

— Mas…

— Danilo… meu corpo está pedindo e eu quero muito tê-lo por somente uma vez, antes que tu vás embora. Por favor, esqueça de tudo do governo e me possua agora. — pulou em seu colo tacando-lhe um beijo que logo foi correspondido intensamente por Pedro que a abraçou pela à cintura, sentindo a maciez daquela pele de pêssego.

Então, naquela tarde erótica, os dois tiveram um relacionamento sexual, praticamente, de despedida. Ela já não ligava mais para o local em si. Queria mesmo era viver sua vida ao lado de seu filho, se caso ele sobreviva. E se sobreviver, será apenas um jovem vegetando a vida toda em cima de uma cama.

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Hospital onde Shiromiya está internado – Sonhos de Shiro

— Shiro?

— Sim, Kami-sama. — lhe respondeu admirando o lindo lago de águas cristalinas, onde carpas nadavam de um lado a outro e flores das sakuras e cerejeiras caíam sobre às águas límpidas, formando pequenas ondas.

— Está na hora.

— Mas já?! Não posso mais despedir-me de minha mama?!

— Não, Shiro. O tempo acabou. Venha. — seu braço esticou em direção a ele, que logo foi puxado violentamente e tudo tornou-se escuro. Sentiu seu corpo levitar e logo enxergou estar dentro do quarto ao lado de Deus. — Olha lá sua mãe, Shiro. — apontou o dedo em direção ao corredor em que Jin estava sentada. — Memorize bem a imagem de sua mãe, porque vai ser a última coisa que verá ainda em espírito.

Logo os aparelhos começam a ressonar um barulho uníssono, avisando que os batimentos cardíacos cessaram. Shiro havia morrido.

Os médicos tentaram de todos os modos o reviver, mas todos sabiam que ele não escaparia.

Os aparelhos foram retirados na presença de Jinoyama e Pedro dentro do quarto, o corpo foi coberto por um lençol e retirado do quarto para o necrotério próximo.

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