Amar você é como amar a solidão!
◄••❀••►
O som do motor do avião emitia era estranho, um rugido que fazia arrepiar a espinha o que era curioso ao mesmo tempo já que era semelhante ao cantar de uma baleia. Era assim que em poucos segundos a turbina da asa esquerda pegou fogo. Tudo aconteceu muito rápido e só o que Wang sentiu foi a dor forte na cabeça e ser sugado para fundo do mar. Escuro e frio! Estava muito frio, se esforçava para nadar e não sabia se conseguiria, mas tentava desesperadamente nadar. Até que cansado parou de tentar e o silêncio se fez.
Ao abrir os olhos, uma senhora lhe sorria com os olhos cheios de lágrimas, estava zonzo, a visão era turva e falhava lhe jogando novamente na escuridão. Mas dessa vez não havia silêncio, vozes sussurradas lhe chamavam atenção. Não entendi o que diziam, ele tentou se mexer e falar, perguntar quem era aquela senhora. Ele buscou entender, entretanto o seu esforço fez a cabeça doer tanto que chorou sem emitir um som. Não conseguia falar.
Wang lutou para viver, quando todos acreditavam que ele não se recuperaria, enfim despertou do coma, no entanto os médicos foram categóricos, se o rapaz sobreviver terá diversas sequelas.
Wang sobreviveu, a muito custo e sob condições graves levavam os médicos a ficarem desacreditados de sua recuperação. O traumatismo craneano com perda de massa encefálica contribuiu para uma paralisia dos membros inferiores. A memória foi afetada e a cegueira contínua lhe proporcionava estado de confusão mental. No entanto, ele queria viver e lutava para ser consciente, começando a intrigar os médicos.
Han An cuidou, ajudou e se animou ao ver o esforço diário do rapaz em querer viver, Wang não sabia o motivo, mas somente falava em mandarim: Tenho que viver!
A senhora havia contratado a mãe do rapaz para lecionar mandarim em seu pequeno curso de idiomas. Han An ganhara um filho, não podia abandoná-lo em abrigo social, ele morreria se o deixasse só. Ela se compadeceu da crueldade que o pai do rapaz, decidida, iria esconder de Wang e assumi-lo como seu parente.Han Zhan foi o nome que ela disse a ele, quando este quis saber quem ele era.
O caso dele foi estudado, sua recuperação foi lenta, mas contínua, aos poucos a visão voltou, sua fala melhorou auxiliado por uma fonoaudióloga e com a fisioterapia recuperou os movimentos das pernas. Era difícil algumas vezes a dor na cabeça era tão aguda e violenta que o levava a desmaios e convulsões.
Os 3 anos de longo tratamento foram necessários para começar a andar com auxílio de moletas. O dinheiro que Han An recebia vindo da China era voltado para cuidar dele e se sustentarem.
A recuperação de Zhan se acelerou depois da pior fase e em pouco tempo ele não precisava mais da moleta para andar. E nesse período ele queria estudar e trabalhar com a sua tia. As dores sumiram, porém os traumas ficaram… Zhan não conseguia ouvir sons que lembrassem o motor do avião desenvolvendo a síndrome do pânico com ansiedade pós-traumática, mas ainda assim Zhan lutou para superar cada dia. Tratamento com neurologista e terapeuta o fortaleceram, foi nesse período que conheceu a Anabel. Eles estudavam na mesma faculdade e moravam no mesmo prédio. Han An incentivou, afinal o lugar não tinha jovens na idade de Zhan e a moça que era recém chegada no prédio junto com sua mãe foi uma boa companhia para ele.
Não demorou muito para Zhan se afeiçoar a Bel, a morena era divertida, tagarela e agitada. Inteligente e sempre o impressionava. Brincalhona lhe pregando peças, mas sempre disposta ajudar pronta para tudo, eles ficaram cada vez mais próximos e como a amizade fortalecendo a cada dia, se descobriram apaixonados.
Zhan se formou e Bel abandonou a faculdade de administração por amar a área da beleza, sua mãe na época trabalhava em um salão e dizia que não queria que a filha seguisse esse caminho. Mas a paixão pela estética e beleza falou mais alto, e a garota com apoio de Zhan decidiu fazer o curso superior de Esteticista. Algum tempo depois, a mãe de Bel descobre que desenvolveu câncer no colo do útero e tanto Zhan quanto a Bel ajudaram, mas o estágio avançado não permitiu muito tempo. Uma fase difícil e a mãe de Bel veio a falecer, no entanto ela fez um pedido ao casal, queria que lhe dessem um neto, para que a família dela não morresse com ela.
Bel é filha única e sua mãe havia fugido de Minas Gerais com um amor que no fim a abandonou grávida no Rio de Janeiro. Bel sabia que tinha uma tia e possivelmente parentes em Minas, mas nunca quis procurar, afinal eles nunca se interessam pela mãe ou por ela.
Bel e Zhan decidiram ter o filho, mas como o Zhan era muito correto pediu-a em noivado e passaram ambos a juntar dinheiro para o casamento. Combinaram que seria na Vista Chinesa um local que gostavam de passear e que tinha uma bela vista do Rio de Janeiro.
Algum tempo depois Bel fazendo exames de rotina descobriu que tinha cisto no ovário. Ela fez o tratamento, mas precisou retirar o que estava infectado. Com medo de não poder ter filhos o casal decidiu tentar a gestação já que as chances eram de 50%, por isso ela não tomava mais as precauções para evitar.
Zhan durante esse tempo aceitava trabalho de assessoria a estrangeiros e foi indicado para empresas que estavam chegando na cidade. A vida ficou consideravelmente melhor, Zhan financiou um apartamento no mesmo prédio que moravam sua tia e Bel.
Durante todo esse tempo, aparentemente tudo estava se encaixando, mas para Zhan a sensação era outra. Um vazio estranho estava sempre em seu coração, isso o fazia se sentir mal como se fosse ingrato com todos a sua volta.
Nas sessões com a terapeuta que o tratava desde a época que saiu do hospital que conseguia falar sobre esse vazio, por mais que a Dr. Marta Regina conversasse e lhe mostrasse opções e visões diferentes, o vazio não desaparecia.
Zhan sentia medo desse vazio, sentia medo de ser injusto com sua tia que tanto se sacrificou para cuidar dele, sentia medo de ser ingrato com Bel que ajudava-o estudar um idioma que por mais que fosse inteligente ainda lhe dava muita confusão. Português realmente é uma língua difícil.
O vazio nunca passava, algumas vezes se trancava no quarto para chorar escondido por não aguentar aquele sentimento estranho e tão pesado no peito.
Por fora ele era o homem responsável que todos diziam que era de confiança, mas por dentro havia um caos e sentimentos confusos. Ele decidiu para de pensar nesse vazio até ouvir uma conversa de sua tia em mandarim ao telefone.
Ela dizia algo como: “O maldito morreu, já foi tarde, não preciso do dinheiro dele…”
Uma conversa ouvida sem querer que a princípio Zhan ignorou até ouvir seu nome.
“Han Zhan está bem, não precisa de nada… Boa noite!”
Nesse momento, Zhan percebeu que a sua tia poderia ter escondido dele algo de seu passado, se aproximou e questionou. Ela estava assustada com o questionamento, mas só lhe disse que era para esquecer, já que ele não tinha mais ninguém na China. Sua única parente era ela.
Zhan sabia de alguma forma que a tia mentia, mas novamente acatou e se calou. Ele pensava que se enfrentasse poderia magoá-la. A angústia em seu coração voltou, o vazio que ele fingiu ignorar o devorava novamente. Era isso, estava sentindo-se deslocado, como se não fosse realmente seu lugar.
Conversou com Bel sobre o que ouviu da tia e passou a juntar dinheiro separado para ir a China, porém ainda havia um problema que mesmo tendo dinheiro para a passagem não conseguiria evitar, o pânico do avião.
Zhan decidiu enfrentar os medos, primeiro do mar e ao ver uma competição de surf se inscreveu na escola da praia do Leme. Ele conseguia chegar na areia, pisar na beira da água, no entanto entrar no mar o assustava. Se esforçou, todos os dias pela manhã ia a praia. Praticava na areia com os alunos e professores os movimentos. Superando um pouco cada dia e quando finalmente entrou no mar pode sentir pela primeira vez a tranquilidade que nunca sentiu em todo aquele tempo. Afinal, diziam que ele era Han Zhan, mas ele não lembrava de nada, nem de sua infância ou mesmo adolescência. Todo o vazio e dúvidas sumiam quando ele entrava no mar e “pegava” algumas ondas.
“Um medo por vez…”
O pânico de avião ainda é algo que ele não consegue superar, apesar de ir ao aeroporto e vê-los de longe, o som da decolagem o levava fugir do lugar. Nesse período em que enfrentava seus traumas Bel engravidou. E foi enorme alegria para eles já que as probabilidades eram meio a meio. Todos comemoraram, uma nova energia pairou sobre Zhan, este não imaginava que aquele pequeno ser o fazia se sentir tão vivo.
No entanto, com 3 meses de gestação Bel teve uma hemorragia que levou a um aborto espontâneo, a jovem noiva ficou arrasada. Todos sentiram muito, Zhan queria aquele bebê, mas a vida o levou… Para realizar esse sonho, continuaram a tentar, Bel fazia o tratamento para ajudar a “segurar” a próxima gestação.
E Zhan recebeu uma proposta vantajosa de trabalhar como intérprete e assistente de um empresário vindo da China. O salário era generoso e fazer o que ele sabia de melhor. Animado, pensou nas possibilidades de juntar o dinheiro necessário para junto com a Bel irem a China, assim que se casassem, data essa já marcada para setembro do mesmo ano.
Era verão, o sol a finco não dava trégua quando ele chegou na empresa Jiang para a sua entrevista e naquele dia tudo mudou. Quando o viu, algo em seu coração gritou com tanta força que achou que fosse perder o equilíbrio. Porém, foi seu futuro chefe que se sentiu mal de imediato apertou o passo para ampará-lo. Tão logo o tocou um arrepio subiu a espinha e preciso de esforço redobrado para não demonstrar suas emoções.
Wei Xian tomou sua mente, mesmo depois de sair da empresa após a entrevista, não conseguiu tirar aquele homem de seus pensamentos. Era estranhamente perturbador como ele o olhava. Naquele mesmo dia, novamente se encontraram e as trocas de olhares constantes continuaram, Zhan queria perguntar, mas o homem era bem evasivo e como não sabia se seria contratado, preferiu deixar para depois.
A contratação aconteceu e conviver com Wei Xian era um tanto renovador e ao mesmo tempo intrigante, por muitas vezes quis perguntar, ter uma conversa mais informal. Porém, o profissionalismo de Wei Xian chegava a intimidar Zhan. Mantendo sempre a postura formal, não ousava avançar em algo pessoal com seu chefe.
As semanas foram passando e finalmente a oportunidade chegou, ele poderia falar com Wei Xian fora do escritório e a festa de Patricia era o ideal. Aquela noite foi um divisor de águas para Zhan e ao mesmo tempo que uma alegria enorme o tomou por inteiro também foi a descoberta de seu passado e de tudo que aconteceu antes da queda do avião.
A única pessoa que ele conseguia pensar era em Wei Xian, que o conhecia como havia dito serem melhores amigos. Talvez pudesse lhe dizer quem era Lan Wang e o vazio que sempre sentiu finalmente desaparecesse, no entanto, tudo entre eles deu errado. Foi tão desastroso que atualmente mal se veem e o vazio no coração voltou a engoli-lo de uma forma que não tinha mais forças para vencê-lo.
✽ • ✽
— Sra. Han, fico imensamente grato a tudo que fez por Wang. – Lan Huan estava sentado no sofá da sala do apartamento de Han An. – Tem minha eterna admiração e respeito.
— Eu não fiz para ter retorno de nada, não podia deixar ele sozinho. – An tomou um gole de chá mate gelado e pegou uma tigela com biscoitos amanteigado estendendo para Lan Huan. – Coma, é saboroso.
— Obrigado. – Huan estava visivelmente emocionado, ele passou o dia conversando com médicos que cuidaram de Wang e faltava conversar com a terapeuta. Estava muito preocupado com as pequenas crises de ansiedade que seu irmão vinha apresentando recentemente. – Eu não posso se quer imaginar o quanto foi doloroso para Wang, todo o tratamento.
— Um milagre, saber sr. Lan, os brasileiros são muito religiosos e todos que cuidaram dele dizem que foi um milagre. – An olhava para o copo longo com o líquido em tom marrom. – Zhan é especial… Lutou para viver, o que me surpreende é, por que ele lutava? – Ela olhou Huan pensativa. – Sempre me questionava, um menino lutando sob aquelas sequelas e que muitas das vezes o faziam chorar, mas nunca desistir… Ele não se lembrava de sua vida antes do acidente, no entanto sempre dizia em meio as sessões de fisioterapia que tinha que sobreviver.
Huan fitou a senhora que contemplava o nada com aqueles questionamentos, nesse instante em seu coração algo sinalizou. Ele poderia estar enganado por pensar nisso, mas se recordou das palavras de Wang quando ligou do aeroporto.
— Irmão.
— Wang… – Huan ouviu-o um tanto esperançoso. – Quer me dizer algo?
Wang olhou para a direção da loja do aeroporto e suspirou sutilmente voltando a falar com Huan em um tom sussurrante para não ser ouvido pela mãe.
— Recebeu a minha encomenda?
Huan olhou para um envelope vermelho com lacre dourado e respondeu:
— Wang, eu recebi.
— Entregue a Wei Xian.
Huan olhava o envelope e suspirou chateado dizendo em seguida:
— Entregue-o você.
— Não posso…
— Wang, por que está indo com a mãe se está claramente em sua voz que não quer ir? – Huan insistiu. – Wang, você não é culpado de nada e não se obrigue a ir nessa viagem por acreditar que deve a ela.
Wang ficou em silêncio quando viu sua mãe sair da loja e caminhar até ele, rapidamente se despediu do irmão.
— Entregue a Xian, por favor irmão. – Wang encerrou a chamada.
Aquelas palavras ficaram marcadas e Huan começou a ligar os pontos. Nesse instante batida na porta e em seguida se abriu onde Zhan olhou para o irmão e a tia sentados na sala.
Aquelas palavras ficaram marcadas e Huan começou a ligar os pontos. Realmente existia um motivo forte para Wang lutar tanto para viver.
Aquelas palavras ficaram marcadas e Huan começou a ligar os pontos. Nesse instante batida na porta e em seguida se abriu onde Zhan olhou para o irmão e a tia sentados na sala
— Que bom que chegou, venha se sentar aqui e toma um mate gelado. – An acenou para Zhan se aproximar.
Huan sorriu gentil a Zhan quando este se sentou ao lado dele no sofá, tinha passado em casa e trocado as roupas do trabalho depois de um banho.
— Como foi no trabalho?
— O de sempre, Huaisang é enrolado, mas pega rápido o serviço quando entende o português. – Zhan esboçou um leve sorriso e pegou da mão de sua tia um copo cheio de mate gelado.
— É bom, ele é esperto, logo estará por dentro de tudo.
— Hm.
— Conversei com os médicos que cuidaram de você.
Zhan olhou o irmão e suspirou dizendo em um tom levemente chateado.
— Os laudos médicos não foram suficientes?
— Claro, enviei para o tio anexar no processo. – Huan sabia que Zhan não gostava de lembrar desse período, mas era importante para o processo que todos os envolvidos fossem testemunhar para a inocência de Zhan. – Os médicos vão testemunhar, só não consegui falar com sua terapeuta.
— Ela está de licença, retorna na semana que vem, já tenho hora agendada. – Zhan tomou gole do chá e se levantou. – Tia, só passei para te ver, mas vou voltar quero dormir cedo. – Olhou para Huan. – Vai vir?
An olhou para ambos e acenou os dispensando.
— Vão descansar, eu tenho outras coisas para fazer. – A senhora levantou recolhendo os copos.
— Que ajuda tia? – Zhan estendeu a mão pegando a bandeja com os copos e a jarra de chá gelado.
— Obrigada.
Logo que ambos terminaram de ajudar a An, retornaram para o apartamento e Huan puxou assunto novamente com Zhan.
— Você viu Wei Xian na empresa?
Zhan estava ajeitando sua mochila para o dia seguinte de trabalho, quando ouviu a pergunta, inspirou baixo e olhou para Huan.
— Sim.
Huan aguardou ele continuar a falar e Wang notou que o assunto não morreria ali, fechou a mochila e caminhou até a varanda olhando para o céu. Huan o seguiu e encostou na grade olhando o céu estrelado.
— Eu fui conversar com Wei Xian.
— Imaginei, apesar de ter pedido para não o envolver.
— Wang, querendo ou não, Xian faz parte de seu passado e se ele tivesse informações que pudessem ajudar seria bom…
— Tivesse? – Zhan olhou Huan e voltou a falar em tom melancólico. – Quer dizer que foi lá atoa?
— De certa forma, ele não sabe por qual motivo você veio na viagem.
— Ótimo, não precisa mesmo envolvê-lo. – Zhan se inclinou para voltar a sala quando Huan o interrompeu.
— Wang, sei que está chateado. Wei Xian tem tido problemas com sua presença, mas não é sua culpa… – Huan falava em tom compreensivo. – Aliás não é culpa de ninguém…
— Irmão, Wei Xian está muito bem… – Zhan recordou do sorriso de Xian ao telefone. – Eu que me preocupei atoa, ele está bem…
Huan estranhou aquela postura e seguiu com olhar Zhan voltar para dentro e atravessar a sala indo para a mesa onde arrumava a mochila de trabalho. Huan entrou e fitou-o uns instantes até que saiu da sala indo até o quarto, voltando alguns segundos depois com um envelope vermelho na mão.
Zhan fechou a mochila e parou o que fazia olhando para aquele envelope estendido a sua frente.
— O ano novo está longe…
— Este envelope você me entregou antes de viajar para o Brasil.
Zhan olhou-o curioso e pegou o envelope, estremeceu quando leu os caracteres que tinha o nome de Wei Xian.
— Nos falamos a última vez pelo telefone e você tinha me enviado o envelope pedindo que entregasse a Xian.
Zhan andou até o sofá da sala olhando o envelope, havia uma sutil tremedeira nas mãos e um receio enorme brotando no coração.
— Eu não entreguei, aconteceu tantas coisas com a notícia da queda do avião que achei melhor não entregar a Wei Xian. – Huan seguiu e parou ao lado de Zhan. – Todos estávamos muito abalados e a família de Xian havia proibido qualquer contato com os Lans. O tempo passou e o envelope ficou guardado. Não faço ideia do que tem dentro, não tive coragem de abrir.
Zhan se sentou no sofá e continuou olhando o envelope, seu coração pulsava freneticamente chegando a se esforçar para recuperar o fôlego.
— Talvez dentro do envelope tenha a resposta do por quê decidiu viajar com a mãe.
Zhan finalmente tirou os olhos do envelope e virou a cabeça inclinando para o irmão, engoliu seco e concordou curvando leve a cabeça. Pegou a fita dourada que fechava o lacre e retirou, logo em seguida puxou uma folha dobrada de dentro que veio com um par de alianças prateadas que quase caíram de sua mão.
Huan abaixou ao lado de Zhan para segurar o envelope e surpreendido com as lágrimas de seu irmão o amparou em seus braços.
Zhan chorou compulsivamentenos braços de seu irmão. Chorou como nunca havia feito antes, ele seguravaaquele par de alianças como se fosse preciosidades e o papel retirado doenvelope vermelho havia uma numeração e caracteres que diziam:
520 我愛你 Wǒ ài nǐ (Eu te amo)
我會回來 Wǒhuì huílái (Eu vou voltar)
Continua…