Ao final do expediente, Zhan guardou alguns de seus pertences na mochila, ajeitou sua nova mesa e saiu se despedindo dos presentes no local. Em sua mente estava vivo a expressão irritada carregando aquelas palavras frias dando a ordem para ele se direcionar a seu novo chefe. Xian não retornará para a empresa e mesmo que não quisesse pensar, se preocupava se estava bem.

O caminho para casa cogitava todas as possibilidades, olhou algumas vezes para a tela do seu smartphone, chegou a abrir o WhatsApp no “PV” de Wei Xian, mas o que diria? Ele não tinha certeza de que seria respondido. Se fosse visualizada a mensagem, talvez ele ignorasse como das outras vezes.

Em alguns momentos se questionou por que ainda se importava, era somente pedir a demissão e sair da empresa Jiang. Ele não era tão necessário ao ponto de Jiang Cheng pedir para permanecer. Era melhor se afastar de Wei Xian de uma vez, evitar problemas e esquecer que se encontraram. Porém, se não fosse o fato de aquela coincidência do destino Zhan não saberia sobre sua origem e não reencontraria seu irmão.

Seu coração se apertou quando pensava no afastamento, sentiu um nó na garganta quando foi ordenado a mudar de chefe e um receio forte tomou a alma. Ele só sabia que desde que viu Wei Xian a primeira vez na entrevista, não quis mais se afastar…

Logo que chegou em seu prédio, pegou as chaves respondendo as mensagens de Bel que ainda estava no salão concordou em jantarem juntos assim que ela encerrasse seu trabalho. Quando entrou em seu apartamento, viu Lan Huan conversando com seu tio pelo notebook em um vídeo chamada, se aproximou discretamente e cumprimentou-o com um aceno. Fez por fim um gesto com a mão de que sairia. Direcionando para seu quarto e em seguida tomar um banho, trocando aquelas roupas formais de trabalho.

Huan tinha uma expressão séria e sorriu breve a Zhan, depois voltou a falar com o tio assim que Zhan se direcionou para o quarto.

— Tio, tudo que me contou é sério demais. – Huan virou o rosto para a direção que Zhan foi e suspirou. – Wang anda tendo crises de ansiedade, tenho receio de que saber sobre essa verdade possa piorar a situação.

— Eu sei, mas ele terá que ser forte dessa vez, a situação dele no país só poderá ser resolvida com os testemunhos dessas pessoas e Wei Xian está incluído. – Lan QiRen estreitou os olhos e passou a mão levemente em sua barba. —Amanhã a essa hora, estraremos em conferência peço que fale com todos os envolvidos para e vamos colocar um fim em toda essa história horrível. – QiRen sabia que o baque para Wang seria forte, mas era necessário regularizar sua situação legal ou poderia ser preso e deportado ao ponto de nunca mais poder sair da China e voltar ao Brasil.

— Certo meu tio. – Huan esfregou entre os olhos e disse: – Eu vou preparar ele antes, não tem como despejar tudo em cima dele sem nenhum amparo.

Concordando QiRen se despediu e encerrou a chamada, poucos minutos depois Zhan apareceu na sala, estava de camiseta e bermuda esfregando a toalha nos cabelos molhados. Bel estava de pé na sala e falava algo com Huan, quando olhou para Wang um olhar triste, apesar de esboçar um sorriso alegre.

Zhan se aproximou e dei um selinho nos lábios dela, esboçando um breve sorriso dizendo em seguida:

— Achei que iria demorar no salão.

— A última cliente cancelou e aqui estou… – Bel olhou Huan. – E vocês devem estarem com fome, certo?

— Vou preparar algo, faça companhia para meu irmão.

— Wang vou te ajudar. – Huan olhou Bel e sorriu gentil.

— Ah! Sem graça os dois eu vou ajudar também…

— A cozinha é pequena, não cabe os três cozinhando ao mesmo tempo… – Zhan resmungou. – Sosseguem os dois.

Huan acabou concordando e Bel deu de ombros se sentando no sofá da sala pegando o controle da tv.

— Vem irmão Huan, ver TV comigo, já que temos um faz tudo que quer se virar sozinho na cozinha… – Debochou de Zhan rindo baixinho encarando o olhar sério dele.

Quando Zhan foi para a cozinha Bel sussurrou a Huan, estava nervosa e preocupada.

— Irmão Huan, que história louca… – Bel olhava para ele aflita.

— É mais problema, mas a solução está próxima… – Huan olhou a TV e apesar de não entender o português percebeu que era o noticiário local. – Amanhã marcarei um encontro com Wei Xian, precisamos do testemunho dele sobre a viagem de Wang, afinal ele foi a última com quem conversou.

— Entendo. – Bel murmurou. – Zhan só tem recebido notícias ruins atrás da outra.

— É por isso que vamos conversar com ele antes, é bom que esteja aqui para qualquer reação dele. – Huan agradeceu a ajuda.

— Nunca que eu o deixarei passar por tudo isso sozinho.

Zhan terminou de preparar a janta e chamou a dupla para se sentarem e comer. Durante a janta, Bel tagarelava como sempre, mas seus olhos eram preocupados com o noivo. Ao término do jantar com tudo limpo e guardado, Zhan preparou um suco de abacaxi com hortelã para refrescar daquela noite quente.

Sentados na sala, Huan chamou Zhan para conversarem. Ele estava tenso e pensava em como começar aquela conversa. Por fim, não teve jeito, ele teria que contar a verdade que o tio descobriu.

— Wang, nosso tio conseguiu reunir provas e testemunhas sobre o que aconteceu na China antes de sua viagem e claro do contato da sra. Han. – Cauteloso, Huan continuou: – A ex-secretária de nosso pai, foi cumplice de tudo que aconteceu e concordou em testemunhar a seu favor.

— É uma notícia boa, no final vai tudo se resolver. – Zhan demonstrou certo alívio. – O tio conseguirá provar que não vivi aqui como clandestino sabendo desse fato.

— Realmente, depois de ser duro nas investigações conseguiu encontrar a sra. Luo e ela concordou, mas pediu para falar com você e… – Huan fez uma breve pausa cauteloso nas palavras. – Wei Xian.

Zhan estranhou e olhou para Bel que estava ao seu lado que lhe sorriu fazendo um carinho em seu ombro.

— Eu entendo que ela queira falar comigo, mas por que com Wei Xian? – Olhava seu irmão e sentiu seu coração palpitar mais forte. Algo lhe dizia que não era boa coisa que iria escutar.

— Wang, o tio me falou que foi fácil para nosso pai enganar a família sobre sua morte e dizer que a sra. Han era uma golpista… – Huan estendeu a mão e tocou a de Zhan apertando demonstrando que estava ali com ele. – O teste de DNA deu negativo sobre o pai, quero dizer que você não é filho dele…

Zhan estreitou os olhos e ainda encarando Huan, demonstrou-se confuso depois murmurou engolindo seco.

— Eu não sou um Lan?

— Você é meu irmão, mas só por parte de mãe…

Zhan virou o rosto para Bel e entendeu que ela já sabia pois não se mostrava chocada como ele, apesar de ter um olhar triste desde a hora que ele a viu. Voltou a face para Huan e esperou que ele continuasse a falar.

—Ao que parece, segundo a Sra. Luo, o pai sabia que não era filho dele e esse era os motivos das brigas intermináveis de nossa mãe com ele. – Huan tomou um pouco de ar e continuou. – Eu lembro que o pai sempre foi frio com você, algumas vezes ignorando a sua presença… – Huan apertou a mão de Zhan ao notar os olhos lacrimejarem do irmão mais novo. – Eu não ligo para isso, você é meu irmão e sempre será.

Zhan baixou a cabeça e soltou a mão de Huan, em seguida esfregou o rosto e murmurou algo incompreensivo para Bel e Huan.

— O que Wei Xian tem a ver com essa história? – Olhou o irmão novamente.

— Sra. Luo disse que o motivo de você ter ido com nossa mãe na viagem tem a ver com Wei Xian e que como ele foi a última pessoa com quem você conversou, pode testemunhar para o processo e não ser acusado de clandestino no Brasil.

— Hm…

— Como você não se lembra de nada, vou contar o que sei… – Huan bebeu mais um gole do suco, estava com a garganta seca e um tanto nervoso. – Quando nosso pai expulsou você e a mãe da mansão Lan, vocês não tinham nem dinheiro para alugar um quarto de hotel, eu consegui naquele dia mandar o dinheiro e vocês ficaram um tempo em um hotel. O pai soube que eu fiz e restringiu minha conta, mesmo assim eu conseguia enviar o pouco de dinheiro que conseguia. – Huan tinha um semblante indignado. – Ele odiava tanto a nossa mãe que me proibiu de falar com vocês. Você saiu da escola faltando 2 meses para concluir o ensino e fazer as provas para a faculdade de Pequim.

— Minha nossa senhora, que pai esse?! – Bel murmurou muito triste com o que ouvia.

Zhan olhou para ela com breve sorriso consolador. Voltou a face para Huan aguardando continuar.

— E você decidiu trabalhar na periferia de Shangai para se sustentar e claro a mãe também conseguiu um trabalho. Alugaram um apartamento pequeno, pelo valor que tinham para viver. Nesse período, você se esforçou o dobro para conciliar entre o trabalho e concluir os estudos para enfim, fazer a prova para a faculdade. Wei Xian estudava com você… – Huan sorriu e olhou para Bel. – E foi quando nossa mãe conseguiu uma oportunidade no Brasil para um bom emprego e você disse que não iria com ela. Eu estava junto e foi bem complicado para ela aceitar, chorou e deixou bem chateado. Mesmo assim, você estava firme nessa decisão, não viria com ela para o Brasil.

Zhan suspirou e seu semblante se fechou tenso.

— O que aconteceu? Por que mudei a decisão?

— Eu não sei, algumas semanas depois exatamente dias antes de viajar você me ligou falando que não iria mais fazer a prova para a faculdade e viajaria com a mãe. Questionei e você respondeu que não poderia deixar a mãe sozinha em um país estranho. – Huan fez uma breve pausa e olhou para a TV onde o noticiário passava sem eles prestarem atenção. – Eu acredito que Wei Xian sabe o motivo.

Zhan se levantou e caminhou pela sala, fechou os olhos e expirou o ar do peito que estava o tempo todo preso de tanta tensão ao ouvir tudo que o irmão lhe disse. Então, se virou e pegou a sua chave e carteira.

— Vai aonde Zhan? – Bel levantou se aproximando dele.

— Preciso ficar sozinho, vou andar por aí…

— Vai procurar Wei Xian? – Bel olhou para Huan.

— Não, só preciso de ar e ficar sozinho. – Se aproximou dela e beijou sua testa. – Irmão…

— Qualquer coisa estamos aqui Wang. – Huan pegou o smartphone de Zhan e lhe entregou. – É só chamar…

Zhan concordou e virou-se saindo do apartamento, quando desceu o elevador seus olhos estavam vermelhos e inchados, queria chorar, mas não conseguia.

No apartamento, Bel estava nervosa e andava pelo lugar de um lado para o outro.

— Wang é forte, só precisa digerir tudo que ouviu. – Huan olhava a moça e apontou o sofá para ela se sentar. – Eu temo muito que haja um motivo pior por trás dessa decisão repentina de Wang em viajar.

— Só Wei Xian pode dizer.

— É por isso que lhe enviei um e-mail solicitando um encontro, ele ainda não respondeu, caso demore ligarei. – Huan tomou o último gole do suco e levantou pegando o copo de Wang e Bel para lavar. – Eu preciso saber antes dessa reunião com a sra. Luo programada para sexta.

Bel olhou para a tela de seu telefone onde havia uma foto dela e Zhan, passou leve a ponta do dedo bastante triste com toda aquela história.

✽ • ✽

Na rua, Zhan caminhava pela calçada olhando o lugar com a mente fervilhando depois de ouvir aquela história, agora tinha algum sentido ter sido abandonado pelo homem que até então acreditava ser seu pai. No entanto, seus pensamentos eram ainda presos a Wei Xian, ele havia jurado que não o procuraria, mas seus pés o levaram até o ponto do ônibus e pouco depois estava saltando em um ponto perto do prédio de Xian que ficava em Ipanema. Ao entrar no prédio, já conhecido pelo porteiro foi logo informado por ele que Xian não estava.

— Sr. Wei saiu no começo da tarde e ainda não retornou Sr. Han. – O homem falava em um sotaque nordestino carregado enquanto separava as correspondências para colocar nas caixinhas dos apartamentos.

— Obrigado. – Zhan já ia embora quando se virou dizendo. – Não precisa preocupar sr. Wei em dizer que estive procurando por ele.

— Ok, Sr. Han. – Concordando o homem voltou para seu serviço após abrir o portão para Zhan sair.

Zhan ficou parado na calçada, pegou seu smartphone e abriu novamente o WhatsApp no pv de Xian, queria mandar uma mensagem e chegou a digitar, porém resmungou consigo e desistiu. Guardou o aparelho no bolso do bermudão. Voltou a andar, voltaria para o Leblon caminhando pelo calçadão, respirar o ar fresco que vinha da maresia do mar talvez o relaxasse.

Chegou no calçadão e caminhou lentamente, estava sem pressa precisava pensar com calma em tudo. Cada vez que se lembrava das palavras de seu irmão, seu peito palpitava angustiado. Estava curioso sobre os motivos de ter decidido viajar, preocupado com algo que fosse grave à ponte de mudar de ideia. Nesse momento que estava perdido nesses pensamentos de repente viu ao longe Xian passar e se sentar em um quiosque. Um leve sorriso se fez na sua face e quando pensou em apertar o passo para se aproximar foi surpreendido com um rapaz que se sentou ao lado de Xian.

Zhan parou tão de repente que quase tropeçou, ficou ali alguns metros congelado no lugar a cena que ele viu o fez gelar por dentro. Xian estava ao lado de uma pessoa e estava sorrindo.

A expressão dele era tranquila e seu sorriso era solto, despreocupado. Zhan notou o rapaz que parecia bem íntimo, já que tocava em Xian e ria junto com ele.

Zhan baixou a cabeça e se virou afastando-se o máximo que pode e ficou de longe olhando a dupla que bebia e conversa sem reservas.

— E eu, preocupado com ele… – Murmurando para si chegou perto de outro quiosque e pediu uma cerveja, sentou-se em uma cadeira onde pudesse ver Xian com seu “amigo”.

Zhan ficou naquela mesinha sentindo um tanto chateado, algumas vezes até tinha uma sensação de se enganado. Todo o tempo que estava se preocupando com Xian, sobre ele está sofrendo era mentira? Eles ficaram ali sendo vigiados por Zhan sem fazerem ideia do quando o outro estava irritado.

— Idiota! – Ofegou chateado e resmungou, vendo a dupla sair do lugar já tarde da noite um amparando o outro. Levantou-se, pagando a conta e os seguiu mantendo distância para não ser notado.

Ficou parado no ponto de ônibus olhando para a portaria por algum tempo e como não viu o rapaz sair, concluiu o que era de fato aquilo que presenciou no calçadão. Virou-se e voltou para a rua principal para pegar o ônibus para casa.

— Idiota, sou idiota… – Zhan resmungava em mandarim quando desceu no ponto que ficava próximo de seu prédio, pouco tempo depois estava entrando em casa.

— Zhan?! – A voz sonolenta de Bel chamou atenção.

— Bel, por que dormiu no sofá? – Ele se aproximou e ajudou a sentar.

— Estava esperando você chegar, seu irmão foi dormir e fiquei vendo um filme na tv. – Bel bocejou e olhou a hora. – Nossa! Já são meia noite. – Virou o rosto para ele. – E você, está bem?

— Um pouco, na verdade irritado, mas vou tomar um banho e me deitar.

— É, faz isso, tome um banho e descanse. – Bel sorriu e se levantou. – Quer que eu fique?!

Zhan olhou para ela, a princípio iria negar não estava bem para o momento, mas ao lembrar da cena de Xian e o rapaz, uma onda de irritação tomou todo seu peito e balançou a cabeça concordando.

Logo que eles entraram no quarto, Zhan fechou a porta e avançou em Bel, a pressionou contra a parede e beijou seus lábios com uma ferocidade que a surpreendeu. Assim que seus lábios se afastaram, ela tomou fôlego e murmurou a ele.

— Que beijo!!! Fazia tempo que não me pegada desse jeito. – Ela sorriu desejosa, voltou a beijar Zhan.

Zhan retribuiu e cada vez mais intenso, seu olhar tinha um brilho diferente e todo o tempo que a beijava não os fechou. Em sua mente só via a face de Wei Xian sorrindo para outra pessoa, cada lembrança da cena o deixava ainda mais feroz e por fim pegou a noiva no colo a levando para a cama. Ambos tiraram suas roupas com pressa. Bel sorria para Zhan, enquanto ele beijava seu corpo e a tocava com intensidade. Os gemidos e sons de beijos tomavam o quarto, eles suavam com o calor daquela madrugada, seus corpos unidos em uma frenética excitação. No auge do êxtase finalmente gozaram, ambos estavam deitados largados na cama respiração pesada tentando controlar os corações depois de transarem. Sorrindo Bel virou-se para olhar Zhan, este ainda estava olhado para frente, fitava o teto e sua respiração estava se acalmando.

— Que incrível!!! – Sorrindo inclinou a cabeça olhando para o rosto suado de Zhan.

Zhan finalmente se virou e de costas para Bel se sentou na cama.

— Vou tomar um banho. – Levantou-se e foi para o guarda-roupas.

— Vou com você vai que tem segundo tempo… – Sorriu e se sentou pronta para levantar-se.

— Não.

— Hum?!

— Vou tomar banho e depois você vai… – Pegou um conjunto de short e camiseta junto com a toalha que logo em seguida enrolou na cintura e parou ao lado dela beijando sua testa. – Já venho.

— Ok… – Bel murmurou estranhado aquela atitude e logo que Zhan saiu do quarto se encostou na cabeceira da cama pensativa. – O que deu nele?

No banheiro, Zhan ficou parado olhando-se pelo espelho, sua expressão era ainda pior que antes, estava irritado e seu corpo tremulo. Nesse instante, voltou a se xingar mentalmente questionando o porquê de estar tão irritado?

— Merda! – Virou-se e entrou no box abrindo a ducha e ficando um tempo deixando a água cair por um longo tempo.

Bel estava sonolenta quando viu Zhan retornar para o quarto, foi até o guarda-roupa e pegou outra toalha e uma blusa dele para a noiva.

— Vai tomar seu banho, vou deitar-me… – Entregou a ela.

— Ok. – Bel foi ao banheiro.

Zhan tirou os lençóis suados da cama e os trocou por limpos, dobrou o que estavam sujos e suados colocando em um cesto perto do corredor fora do quarto, quando voltou se deitou relaxando na cama, virou-se de lado quando ouviu a porta do quarto se abrir, fechou os olhos para fingir que dormia.

Bel se aproximou e se deitou ao lado dele, encostou a cabeça em seu ombro e passou o braço na sua cintura.

— HanHan, já dormiu…? – Inclinou o rosto e notou que os olhos estavam fechados. – Descansa amor. – Se deitou olhando para a nuca de Zhan, suspirou baixo, estava preocupada com ele.

Pouco depois o sono venceu e Bel adormeceu ainda abraçada a Zhan, porém ele não conseguia dormir, ele estava chateado demais… Descobrir que não era filho do maldito que o abandonou no Brasil era até certo ponto um alívio, mas ver Wei Xian sorrindo com outra pessoa foi como um soco na boca do estômago. Ficou algumas horas com a cena em sua mente até que o sono o venceu e adormeceu por volta das 4 da manhã.

✽ • ✽

Na manhã seguinte, Zhan se levantou cedo para o trabalho se arrumou e tomou normalmente seu dejejum, Huan estava ao seu lado sentado tomando o café da manhã, vez ou outra olhava para o irmão mais novo, notando que estava irritado.

— Wang, sei que não deve ser fácil tudo que ouviu ontem, mas acredite, tudo vai se resolver.

— Sim. – Zhan estava enviando relatórios pelo smartphone a Huaisang.

— Wang, está tudo bem?

Zhan parou o que fazia e olhou para o irmão.

— Sim. – Se levantou e caminhando até o sofá e pegou sua mochila. – O dia hoje tem muito trabalho, o novo executivo é um tanto enrolado.

— Tudo bem, bom trabalho.

Zhan colocou a mochila de couro nas costas e ajeitou o seu terno e por fim a gravata, quando abriu a porta virou-se para Huan e disse em tom categórico.

— Não envolva Wei Xian nessa história.

— Wang, precisamos saber dele o que aconteceu e…

— Huan, por favor… Não quero Wei Xian envolvido nesse assunto, vamos cuidar disso entre nós. – Zhan pegou a chave e se virou. – Eu já vou.

Huan acenou com a cabeça e inspirou fundo quando o viu sair e fechar a porta atrás de si. Pensativo com tudo, só pode entender não queria envolver Wei Xian justificaria a causa da irritação de Zhan.

— Por mais que tenha pedido, eu preciso saber… – Huan olhou a tela de seu smartphone abrindo os e-mails e lá estava a confirmação do encontro.

“ Ok, me encontre no meu escritório a 1 h da tarde. Wei Xian”

Continua…

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