Xian caminha pela sala olhando a tela do telefone, a notificação não foi aberta, ele ficou dividido em visualizar, porém se o fizesse teria que responder. Inspirando profundamente fechou os olhos dizendo para si mesmo que naquele momento não queria falar com Zhan.
— Só fingir que não viu e amanhã agir como sempre. – Tocou na tela e silenciou o aparelho.
Na manhã seguinte, chegou ao escritório e foi direto falar com Cheng sobre a sua transferência para China, apesar de ter concordado em voltar para sua mãe, Xian estava decidido a ficar. Precisava ganhar tempo e com a chegada de Huaisang tentaria enrolar o máximo que conseguisse.
— Bom dia! – Depois de suaves batidas na porta, entrou na sala de Cheng.
— Bom dia Xian, como você estar? – Cheng estava separando alguns documentos em pé ao lado de sua mesa.
— Estou bem, dormi a tarde toda… – Fez uma breve careta. – Dra. Jiang me dopou. – Se sentou na cadeira de frente a mesa de Cheng.
— Você precisava desse descanso.
— Mianmian deu trabalho?
— Ela ficou bem, mas notou que você não estava bem, ela falou com Ning.
— Ts…
— Xian, sei que sr. Han ou melhor Wang está próximo demais por conta do trabalho, mas evita esse assunto até ser transferido. – Cheng fazia o pedido em um tom preocupado.
— Eu posso evitar? Como? – Xian bufou incomodado com a conversa. – Ele é meu assistente e mesmo que fiquemos falando de trabalho o dia todo, uma hora o assunto surge.
— Eu sei, mas tenta ao menos se preservar… – Cheng insistiu.
Xian levantou e ajeitou o paletó, virando-se para sair da sala.
— Quando Huaisang chega?
— Amanhã.
— Bom, vou trabalhar… – Abriu a porta da sala saindo em seguida.
Xian entrou em sua sala se sentou na cadeira pegando as pastas e abrindo seu computador. Suaves batidas na porta chamaram sua atenção e ainda olhando seus e-mails viu de relance seu assistente entrar na sala.
— Bom dia Sr. Wei. – Zhan estava de pé em frente a mesa de Xian, tinha uma postura mais séria e formal que o habitual.
Xian ergueu os olhos e acenou leve com a cabeça, voltando ao que fazia no computador.
“Ele está tão sério, o que pode ter acontecido dessa vez? Droga, não vou perguntar, do jeito que estou azarado na certa outra bomba para explodir.”
— Bom dia… Sr…. – Nesse momento travou, agora que todos sabiam que ele era o Wang, como o chamaria? Xian ficou em silêncio.
— Pode continuar me chamando de Han Zhan.
— Ah?! – Xian olhou-o estático por uns segundos e por fim curvou com a cabeça. – Certo, Sr. Han.
O clima na sala era tenso, ambos pareciam querer dizer algo, mas ao mesmo tempo evitavam tocar no assunto.
Zhan sentia ainda mais a distância de Xian e mesmo que pensasse em uma forma de amenizar a situação, não conseguia abertura por parte do outro para falar.
— Como está agenda de reuniões de hoje? – Xian esperou pelo relato de seus compromissos do dia.
— Sr. Wei tem uma reunião pela manhã e outra à tarde.
— Bom. – Xian se mantinha distante e sério, voltou a face para a tela abrindo outros e-mails.
— X-xian…
Xian ouviu seu nome, mas o tom fora baixo demais vindo de Zhan, preferindo não falar com ele, fingiu que não ouviu torcendo para não ser chamado novamente.
— Sr. Wei, vou preparar os relatórios.
— Obrigado Sr.Han.
Zhan ficou alguns segundo parado olhando Xian que estava focado respondendo os e-mails, por fim virou-se e saiu da sala.
Xian olhou para as costas de Zhan saindo e seus olhos lacrimejaram, prendeu a respiração e engoliu seco tão logo a porta de sua sala fechou.
“Desculpa, mas é melhor assim!”
Xian voltou ao que fazia e se afundou no trabalho praticamente o dia todo, entre as reuniões conversava com Cheng sobre o andamento das obras na montadora.
Logo após a última reunião, Xian estava na sala sua sala esperando o último relatório que Zhan fazia e enviaria por e-mail, decidiu fechar aquele compromisso e passar na escola de MianMian para buscá-la para conversarem sobre o que estava acontecendo. Queria tranquilizar a filha e pensou em levá-la a tal sorveteria que foi da outra vez com Zhan e a sua sobrinha.
Zhan parou em frente a porta de Xian, do lado de fora protelou se entraria ou não. Ele estava certo de que Xian dali para frente não queria mais aproximação ou mesmo falar algo além do trabalho. No entanto, Zhan estava inquieto e a decisão em pedir demissão só se confirmava com aquela postura de seu chefe.
— Sr. Han?! – Vanessa se aproximou.
Zhan virou o rosto para ela e aguardou.
— Sr. Jiang lhe aguarda na sua sala.
— Obrigado Vanessa. – Estendeu a pasta para ela. – Pode me fazer esse favor, entregue ao sr. Wei, precisa de uma assinatura no documento.
— Claro Sr. Han. – Ela pegou a pasta e viu o homem se afastar para ir à sala de Cheng.
— Vanessa… Vanessa… – Uma das secretárias acenou da mesa a chamando. – Vem aqui.
— O que foi Jessica? – Vanessa parou de frente a mesa.
— Aconteceu algo, temos certeza. – Jessica apontou para o rapaz sentado em outra mesa. – Rodrigo disse que o copeiro falou que na reunião sr. Wei e Sr. Han estavam muito esquisitos.
— Vocês dois são fofoqueiros, hen… – Vanessa ralhou com ambos.
— Vanessa, toda empresa fala desses dois… – Rodrigo sorriu cochichando. – Eles se tratavam pelo primeiro nome e hoje é só sr. Han para cá e Sr. Wei para lá…
Vanessa virou os olhos para a dupla fofoqueira e fez um gesto para eles ficarem em silêncio.
— Não sei de nada e voltem para o trabalho. – Virou-se e foi para a sala de Xian.
— Eles brigaram. – Rodrigo comentou por fim. – Meu ship… – Suspirou.
Jessica olhou e passou a mão na cabeça do amigo consolando.
✽ • ✽
Zhan parou em frente a porta da sala de Cheng, deu duas suaves batidas e aguardou permissão para entrar, tão logo a porta se abriu ele entrou olhando para Cheng.
— Sr… Hum! Como prefere ser chamado? – Cheng foi que abriu a porta para Zhan.
— Han Zhan.
— Ok… – Cheng caminhou até a mesa dele e aponto a cadeira para Zhan. – E como está Lan Huan?
— Ele está bem.
— Já o levou para conhecer algum ponto turístico? – Cheng se sentou e sorriu para Zhan.
— Passamos o domingo a tarde na Urca, ele precisava se distrair depois de tudo.
— Eu entendo, que situação.
Zhan observou Cheng e entendeu que a conversa não seria sobre a empresa.
— Wei Xian lhe contou?
— Sobre você e o que seu pai fez? – Olha de Cheng demonstrou certa pena de Zhan. – Sim, ficamos indignados, Qing, minha esposa e que você conhecia lamentou bastante.
— Vamos regularizar a situação legal, possivelmente terei que mudar documentação até na empresa.
— Sem problemas, eu sei que pode demorar, ainda é nosso funcionário. – Cheng encostou na cadeira e fitou-o querendo dizer algo, mas nitidamente não sabendo como tocar no assunto.
— Sr. Jiang quer saber algo mais?
— Na verdade sim, sobre Wei Xian.
Zhan se ajeitou na cadeira e aguardou.
— Posso te chamar de Zhan? – Cheng estava tentando amenizar a conversa, porém ele sabia que não seria fácil.
— Claro.
— Zhan, estou preocupado Xian, aliás todos nós estamos preocupados. Ele não lidou bem com sua suposta morte. – Cheng aproximou-se apoiando os braços sobre a mesa. – Ele ficou 3 anos em estado de choque, deprimido e praticamente vegetando. O resultado, foi uma tentativa de suicídio. – Cheng ficou em silêncio.
Zhan estremeceu, seu pomo de adão subiu e desceu engolindo seco a dor que sentiu ouvindo as palavras de Cheng. Fechou os olhos inspirando algumas vezes para se acalmar.
— Tentativa de suicídio… – Murmurou.
— Sim, sorte que a SanRen, mãe de Xian chegou em casa a tempo. Tudo que aconteceu, fez Xian acordar e depois de quase morrer, se ergueu e saiu desse estado depressivo. – Cheng olhou Zhan avaliando as suas reações. – E devido a isso estamos preocupados com toda essa história e claro Xian não aguentar um novo surto depressivo.
Zhan apertou os dedos ansioso e olhando Cheng disse:
— Vai me demitir?
— Não, preciso de você, Huaisang está vindo ele vai substituir Xian.
Zhan abriu os olhos surpreso.
— Nossos pais decidiram e claro eu concordei… – Notando o olhar surpreso de Zhan, perguntou: – Xian não lhe falou?
Zhan não conseguia falar, estava sentindo um nó na garganta e sua única reação foi negar com a cabeça.
— Droga Xian! – Cheng bufou. – Enfim, talvez ele comunique antes do final do expediente. – Xian vai voltar para China. Não entenda errado, mas é para o bem de todos que ele se afaste.
Zhan estava nitidamente chateado e uma leve irritação começava a surgir.
— Ele não precisa voltar, posso me demitir. – Zhan falou por fim em um tom áspero.
— Não é uma pauta Zhan, você se demitindo ou não, não vai mudar o fato de que Xian vai voltar para China, já assinei a transferência. – Cheng fez uma breve pausa. – Olha, existe situações que não tem outra solução, afinal vocês se reencontraram e apesar de tudo, as vidas de ambos seguiram outros rumos. Xian precisa se libertar do passado. – Cheng lamentou. – Mas ficar olhando para o passado não vai ajudar muito, certo?
Zhan estava atordoado e não falou mais nada, se levantou e olhou sério para Cheng.
— Eu compreendo. – Curvou levemente a cabeça.
— Eu sei que em breve você se desligará da empresa Jiang, assim que tudo se regularizar quanto a sua documentação e claro a volta para sua família. – Cheng se levantou e andou até perto de Zhan. – O império Lan precisa de seu herdeiro de volta.
Zhan continuou em silêncio, não se importava com aquela história de império Lan, seu coração e mente só pensavam em Xian.
— Eu peço que ajude Huaisang a se adaptar ao setor de Xian.
— Claro. – Zhan curvou novamente a cabeça. – Algo mais, Sr. Jiang?
— Cheng, pode me chamar assim, afinal éramos amigos. – Cheng fitou curioso. – Não se lembra de nada, nadinha?
— Eu tive traumatismo craniano e perca de massa cefálica… – Zhan negou com a cabeça. – Foi a sequela que tive, não lembro de nada.
— Que triste… Veja o lado bom, ao menos aqui no Brasil você foi bem cuidado, construiu uma vida nova, tem uma noiva…
— E um filho…
— Filho?!!! – Cheng arregalou os olhos.
— A minha noiva está grávida.
— Ah… – Cheng suspirou baixo. – Parabéns.
— Obrigado. – Zhan voltou a olhar sério para Cheng. – Farei o meu melhor para ajudar Sr. Sang.
— Eu não duvido. – Cheng fez um gesto com a mão mostrando que Zhan estava dispensado.
Zhan saiu da sala e ao fechar a porta caminhou apressado para a sala de Xian, ao parar de frente deu duas batidas e esperou. No entanto, não ouve nenhuma permissão de entrar, quando tocou na maçaneta para abrir a porta foi abordado por Vanessa.
— Sr. Han, aqui está a pasta. – Estendeu a pasta. – Sr. Wei já assinou.
— Obrigado Vanessa. – Zhan pegou a pasta.
Vanessa caminhou ainda falando com Zhan.
— Sr. Wei já encerrou, deixou recado de que Sr. Han está liberado caso queira sair mais cedo, ele não volta mais hoje.
Zhan ficou parado vendo Vanessa se afastar, ele virou olhar para a porta e saiu voltando para sua mesa, guardou a pasta na gaveta e arrumando as papeladas guardando na gaveta. Após trancar o seu armário saiu se despedindo.
Jessica e Rodrigo viram o assistente de seu chefe passar e cochicharam.
— Primeiro um vai embora e agora o outro… hummm…. – Jessica sorriu maliciosa.
— Será que eles vão se encontrar? – Rodrigo tinha um olhar esperançoso.
— Olha os dois novamente fofocando. – Vanessa aparece de repente dando um susto na dupla.
— Ahhhh, Vanessa, avisa quando se aproximar… – Jessica tinha a mão sobre o peito ofegando.
Rodrigo riu com o susto.
— Fofoca no escritório é nossa diversão, não estraga a brincadeira.
— Vão trabalhar, ainda tem uma hora para final do expediente. – Vanessa se afastou voltando para usa mesa.
— Como ela quer que não fofoquemos, todo mundo reparou como esses dois se olham… – Rodrigo maliciou. – Só idiota que não percebe que ali tem algo… ou quer ter algo… – Piscou para Jessica.
— Como dizia minha santa vozinha, onde tem fumaça, há fogo!
— Uiee… – Rodrigo se abanou.
✽ • ✽
Zhan estava fora do prédio na calçada pegou seu smartphone e abriu o Whatsapp, percebeu que Xian não havia visualizado a sua mensagem de ontem. Irritado enviou mais uma mensagem.
“Xian”
Esperou um tempo e continuou sem resposta, nem mesmo visualização. Seu coração estava acelerado, ele precisava ver Xian, falar com ele. Ouvir toda aquela história de tentativa de suicídio o perturbou muito.
“Xian”
Enviou nova mensagem, dessa vez não olhou mais a tela e rapidamente guardou na sua mochila de couro preta o telefone e caminhou entre as pessoas para a estação do metrô.
“Xian, mesmo que não queira falar comigo, não tem como me evitar para sempre.”
Xian estava no carro com MianMian, como havia saído para buscar a filha na escola foram direto para a sorveteria. No lugar, ambos pegaram taças cheias de sorvetes de vários sabores e na varanda do lugar ficaram saboreando a sobremesa naquela tarde quente do Rio.
— MianMian, baba quer conversar com você.
MianMian olhou-o atenta enquanto comia colheradas generosas de sorvete.
— MianMian, olha isso, vai acabar se engasgando.
— É legal baba, a cabeça fica zumbindo com o frio hahahahaha…
Xian acabou sorrindo com alegria de sua filha.
— Baba sorriu.
— Eu sei sorrir.
— Não sorrir mais… – A pequena fez um beicinho.
— Desculpa seu baba, é muito trabalho… – Afagou os cabelos da filha com carinho. – Prometo que vamos nos divertir mais.
— Eu vou cobrar baba.
— Pode cobrar.
— Baba está triste, eu não gosto de ver baba triste.
Xian juntou as mãos em um gesto de prece e se desculpou de novo.
— Não se preocupe, seu baba está bem, só cansado do trabalho.
— Então, tem que descansar mais.
— É, por isso que vou sair mais cedo do trabalho e buscar minha Mianmian na escola.
— Obaaaa. – A pequena levantou as mãos para cima comemorando.
— Vamos terminar esse sorvete e ir para casa, hoje vamos comer besteiras e ver seus desenhos favoritos, que tal essa programação?
— Perfeita. – Fez um gesto de ok para o pai.
Xian sorriu e esperou a filha terminar sua taça de sorvete quando pegou o seu smartphone, olhou a notificação na tela de bloqueio e bufou.
— Mais mensagens, como o Cheng quer que eu o evite?
Xian guardou o celular no bolso do paletó e voltou a observar a filha terminar seu sorvete. Pouco tempo depois, já chegavam em casa, Xian respondia as perguntas de MianMian que não parava de tagarelar.
— Pronto, estamos em casa, vai logo para o banho.
Beth apareceu na sala pegando a mochila da pequena.
— Cuido da princesa, sr Wei.
— Obrigado Beth.
Xian começou a desabotoar o paletó e tirar a gravata em seguida quando sentiu seu telefone vibrar sem parar. Ao pegar o telefone olhando a tela se arrepiou. Era a ligação de Zhan. Inspirou fundo e por fim decidiu atender.
— Sr. Han, aconteceu algo na empresa?
— Xian, abra a porta.
— Ah?! – Xian olhou para a porta.
— Estou aqui de pé em frente da sua porta, precisamos conversar.
Xian caminhou para a porta e ofegou algumas vezes tentando colocar na face uma expressão mais suave. Ao abrir a porta olhou Zhan, seu corpo tremia e mesmo que lutasse para manter-se na normalidade, sua voz saiu gaguejando.
— Z-Zhan…
Zhan se aproximou e parou de frente a ele.
— Por que não me contou da sua transferência?
— O que?! – Xian fechou a porta e ainda sem saber como agir virou-se para Zhan. – Eu não falei, porque tivemos muito trabalho e…
Zhan olhava-o com leve brilho triste no olhar.
— Xian
— O que?
Zhan se aproximou e puxou Xian pelo braço sussurrando perto de seu ouvido.
— Eu sei sobre nosso passado…
Xian arregalou os olhos e afastou dele rapidamente.
— Como? Quem falou? Lan Huan, ele prometeu… – Xian já não conseguia mais disfarçar, caminhou atordoado para a sala.
— Ele não contou, eu só juntei os fatos. – Zhan o seguiu. – Para de se afastar de mim, temos que conversar.
Xian olhou-o parando no meio da sala.
— Não temos o que falar. – Xian tremia se esforçando para segurar o choro. – E daí o que sabe, não muda nada.
— Não é isso Xian, olhando você, sei que não está bem.
— Ah não, outro falando que não estou bem… – Irritado voltou a se afastar de Zhan. – Agora tenho um monte de fiscal da minha vida. – Engoliu seco. – Querem controlar minha vida, meu trabalho e agora minha mente… Estou bem Zhan, não se preocupe. – Xian apontou a porta para ele sair. – Pode seguir em paz para sua casa, sua família e claro sua noiva que está lhe esperando. – Virou-se de costas para não deixar Zhan ver suas lágrimas.
Zhan sentia aquelas palavras carregadas de dor e mágoa. Fechou os olhos por alguns segundos e ao abrir dizendo com um tom sofrido.
— Eu vou voltar a ter paz, quando Xian tiver paz.
Xian estava de costas para ele e ao ouvir aquelas palavras precisou de uma força redobrada para não cair em prantos.
— Vai embora para sua casa, Zhan, não estamos em condições de falar sobre isso…
— Eu vou, mas fique sabendo que não poderá evitar esse assunto para sempre. – Zhan suspirou e virou-se para sair, ao abrir a porta olhou de novo para Xian que estava ainda de costas para ele. – Antes de você voltar para China, nós vamos conversar. – Abriu a porta e saiu deixando o lugar totalmente arrasado.
Xian virou-se e chateado foi direto para o quarto, entrou no banheiro tirando toda a roupa e entrando no chuveiro tomou um banho longo e demorado. Chorou deixando água levar suas lágrimas e por fim saiu indo direto para a cama depois de vestir uma bermuda e camisa.
Nesse instante, o seu telefone vibra e ele olha a tela já irritado achando que era Zhan, mas dessa vez era Cheng.
— Xian, como está?
— Estou bem Cheng, o que foi dessa vez?
— Não foi nada, mas pensei que tinha comunicado ao Zhan que vai voltar para China, ele estava confuso sobre as orientações que estava dando a ele para ajudar Huaisang.
Xian resmungou baixo.
— O que foi Xian?
— Eu ia contar, mas …
— É tinha que ter contado logo, afinal ele também tem que se preparar. – Cheng comia um pedaço de bolo sentado na sala. – Olha vou te falar logo de uma vez e te dar um bom conselho.
— Seus conselhos eu dispenso, já que assinou minha transferência sem nem conversar comigo antes…
— Não é para surtar, é um sinal para você seguir sua vida e deixar o passado de uma vez.
— Diga logo… – Xian bufou.
Cheng ficou receoso de repente, inspirou fundo e pensou em desistir de falar sobre a noiva de Zhan estar grávida.
— Fala logo Cheng, essa merda está me irritando.
— Zhan vai ser pai.
Xian ficou calado, seus olhos se arregalaram pasmo deixou o telefone cair da sua mão.
— Zhan vai ser pai…
Continua…