“Me sinto em uma prisão. Uma prisão que eu mesma criei.
Onde fora dela tudo é tão lindo e colorido. E por dentro é como um calabouço frio e sombrio…”
Edward coloca o primeiro pé pra fora descendo para o local onde eles foram parar.
Era uma sala grande, branca, bem iluminada com vários artefatos tecnológicos.
Um por um, os sobreviventes vão entrando naquele local.
“… Qual o sentido da vida afinal? Porque tenho que sentir a dor que estou sentindo?
Por quê? Por quê?…”
Liderados por Edward e pelo capitão Dan, os sobreviventes vão explorando aquela sala secreta até finalmente chegar a uma espécie de gabinete com vários telões mostrando gravações de várias partes da ilha e de outros lugares que ainda não vimos.
Edward concentrado com a sua arma percebe alguma coisa ali na frente e faz um sinal para que todos façam silêncio.
…” Por que por mais que lute eu sempre vou estar presa nesse calabouço?…”
Há uma mulher ali olhando para o alto dos telões de costas. Não podemos ver seu rosto ainda. Mas possui um cabelo grisalho comprido até as nádegas. Quando todos estão devidamente posicionados olhando para aquela figura, eis que ela quebra o silêncio.
— Eu esperei muito tempo por este momento!
“… Já estou fraca, não existe mais esperança para sair dessa. Já estou farta de ser forte por fora e me sentir morta por dentro. Meus sorrisos agora são todos falsos como a alegria que vocês veem em mim…”
O Capitão apontando a sua arma, pergunta:
— QUEM É VOCÊ?
A misteriosa mulher vai virando lentamente para a direção deles.
— AGENTES!- Alerta o capitão.
“… Estou tentando voltar ao normal. Mas o que é ser normal? Qual o objetivo da vida? Por que me sinto tão submissa a essa guerra que enfrento contra o que sinto?…”
A mulher finalmente termina de se virar e fica frente a frente com eles.
— Eu te fiz uma pergunta… QUEM É VOCÊ?
“… Cansei de implorar por ajuda e ninguém enxergar o meu sangue escorrendo pelo chão dessa prisão…”
— Vocês não queriam saber a verdade?… Eu sou a verdade! E se vocês acham que sabiam de alguma coisa até aqui, se preparem… É hora de colocar todas as peças desse tabuleiro de volta ao jogo. Ou… Se preparem para o pior!
“…Decidi que vou fazer de tudo para acabar com essa dor.
Vou me entregar à escuridão e ver o que tem no fundo do calabouço obscuro.”
– Poema ‘Calabouço’- Sombra.
OPENING:
EPISÓDIO 10:
“O CALABOUÇO”
ATO I
SALÃO SECRETO DA ILHA DA PHOENIX
Todos os heróis estão diante daquela misteriosa mulher. O capitão Dan insiste:
— De que verdade está falando? Do que está falando? Que tipo de jogo é esse?
— É muito mais que um jogo, capitão Dan.
— Como sabe o meu nome?
— Eu sei tudo sobre vocês. Cada fio de cabelo de vocês eu conheço como se fosse uma sombra ao vosso lado durante todos esses anos.
Edward questiona:
— Você é cúmplice do Dr. Addan por acaso? Por que ele tinha tanto medo de que encontrássemos esse lugar?
— Me ofende dizer que sou uma mera “cúmplice”, quando a minha missão aqui nessa Terra é muito mais profunda do que vocês mesmos pensam. Devem estar pensando que sou apenas uma velha estranha e fedida dentro de um calabouço. Mas verão que o fato de vocês estarem aqui nesta tarde, faz parte de uma profecia que recebi há anos.
— Que tipo de profecia?- Pergunta o capitão Dan.
— Sempre fui uma mulher muito católica e devota ao Senhor. Eu sabia que ele tinha me escolhido para uma missão. Mas eu sabia que teria que comer o pão que o diabo amassou para que essa profecia fosse concretizada.
— E então? Por que está aqui? Por que nós estamos aqui?
— Para que possamos nos entender, precisamos partir do princípio. E vou começar dizendo a vocês o meu nome… Eu me chamo Doroth Winston… Sou a esposa do Dr. Addan.
Choque em todos. Rapidamente aqueles armados, baixam a guarda e ficam perplexos com aquela revelação. Doroth deve ter mais de 50 anos ou 60 anos, e em seu rosto envelhecido há uma pequena pinta preta no canto superior esquerdo do lábio. Seus cabelos são brancos como a neve e está usando uma camisola branca, surrada, suas mãos estão sujas, maltratadas e ela vive descalça com seus pés já esfolados e desgastados.
— Eu imaginei que vocês tivessem essa reação.
Fionna dá um passo à frente e pergunta:
— Espera. Eu nunca soube que o Dr. Addan fosse casado. Como a senhora ficou tanto tempo aqui escondida?
— Não podemos entender todos os planos de Deus, minha cara Fionna, mas no fundo a gente sabe. E só entende depois.
— Se é esposa do Dr. Addan, o que você é nossa? Aliada ou inimiga?
— O que vocês acham que eu sou? Apenas uma velha decrépita? Parece que não aprenderam a lição quando vivenciaram aquilo no casamento real. “Um tordo engaiolado deixa o céu inteiro irado”. Eu sou como o tordo que o Dr. Addan me aprisiona para que eu não possa cantar. Para que eu não ressoe as boas novas para o mundo.
Lisa pergunta:
— Você é algum tipo de vidente ou coisa do tipo? Se sabia o que ia acontecer, por que não tentou impedir?
— Jovem Lisa, as coisas não são tão simples como você diz. Sua mãe tinha que morrer pra que você se tornasse a mulher que você é hoje. Pobre Violet! E pensar que ela tinha um futuro brilhante pela frente.
— Con… Conheceu a minha mãe?
— É claro que sim, querida. Muito antes dessa ilha ser fundada. Violet teria sido uma artista plástica, teria uma carreira brilhante, mas… O destino não quis assim.
— Se sabe das coisas como diz, então sabia o que iria acontecer com a minha irmã? Sabia da Emily?
— É claro que sim. A Emily é peça-chave dessa profecia. Antes mesmo dela nascer ou de você nascer, eu já sabia a importância que vocês duas teriam nessa guerra.
— Eu não entendo. Por que a gente tinha que estar nessa guerra? Aliás, por que estamos nessa ilha?
— Por escolhas que o teu pai, Makoto, e tua mãe, Violet, fizeram no passado. A propósito… Que prazer revê-lo, senhor Makoto Ishihida!
Lisa e os demais ficam incrédulos que aquela mulher se dirigiu a Makoto.
— Do… Doroth… Pensei que estivesse morta.
— Espera, pai. Você conhecia essa mulher?
— Muito antes de você nascer, minha filha… Addan se casou com ela pouco tempo depois que eu vim da Coreia. Foi ela que… Bom, ela que…
— … Eu que apresentei a tua mãe pra ele, Lisa. A Violet era filha da Florence, sua avó.
— Minha… Avó?
— Sim… Ela era a irmã mais velha do Addan, e acabou concebendo a tua mãe com um dentista que ela conheceu em sua cidade de origem.
Makoto insiste:
— Mas você ainda não me respondeu. Como pode estar viva?
— Da mesma forma que você está vivo, Makoto. Você fez um trato com o Dr. Addan de desaparecer da face da Terra para que todos pensassem que você estivesse morto. Comigo foi o mesmo. Addan queria que eu desaparecesse, mas ele sabia que não podia me matar, pois uma maldição terrível iria cair sob ele. Addan precisou ver através de sonhos o quão terrível era o seu destino se ele não tivesse a mim por perto. Ele quase enlouqueceu, porque… Eu tive uma visão que me dava 71 possibilidades do futuro. Todas elas eram ruins, porém em uma delas… O Addan iria sair ileso. Como eu não sou nenhuma idiota, usei isso ao meu favor. Eu disse que ele perderia a batalha em todas as 70 possibilidades da minha visão, mas que somente em uma ele ganharia. Então tive que blefar, eu menti dizendo que nas possibilidades que ele perde, ele me matou. E a única vez que ele ganha é quando ele me deixa viva. Eu precisava contar essa mentira para fazer com que as profecias se cumprissem dentro de seu tempo previsto, eu não poderia morrer antes disso.
Todos ficam sem reação diante das palavras dela. Doroth começa a andar pela sala vagarosamente e olhando para as paredes.
— Eu… Tenho algumas coisas para contar a vocês, mas antes… Precisamos voltar do início. Descobrir a origem de tudo isso. E a origem vem de quem vocês realmente imaginam, ele: Addan Melvick. Acomodem-se, pois… Vou contar como foi a história de Addan.
AMERSHAM, INGLATERRA, 1966.
Uma residência grande com um enorme jardim é mostrado. É nada mais e nada menos que a residência da família Melvick. Do lado de fora há um garotinho agachado brincando com algum inseto. Ele usa uma boina marrom e suspensório.
Uma outra garotinha usando uma jardineira e um chapéu de veludo surge mais abaixo e o chama de…
— ADDAN!
O pequeno Addan dá um sorriso:
— Doroth!
Addan larga tudo o que estava fazendo e parte para acompanhar a amiga Doroth. Ambos saem brincando e gargalhando pela rua até entrarem dentro de um bosque.
No bosque, eles continuam se aventurando.
— Vamos, Addan! Vem me pegar.
— Me espera, Doroth.
Quando Doroth começa a correr, um passarinho passa por ela e se choca contra uma árvore.
— Aaaaaaaah!
— O que foi?
— O… Eu acho que foi o passarinho. Ele se machucou.
As crianças se aproximam do passarinho que está no chão se estorricando.
— Pobrezinho. O que a gente faz agora, Addan?
Addan pega aquele pássaro na palma de sua mão. Ele ainda está vivo, mas claramente debilitado, então ele tampa com a outra mão. Doroth observa. Quando ela pensa que ele faria algo para ajuda-lo, Addan quebra o pescoço do pássaro terminando de mata-lo.
— O que você fez?
(VOZ EM OFF: DOROTH ADULTA)
“… E foi naquele momento que eu percebi… Que o Addan sempre foi um monstro”.
— Eu só queria acabar com o sofrimento dele, Doroth.
— Mas ele estava vivo, era só levar em um médico.
— Ele quebrou a asa dele, Doroth. Que serventia ele teria? Por isso foi melhor acabar de vez com o sofrimento dele.
Addan dá as costas para voltar.
— Addan?
— Quê?
— Você só tem 8 anos. Como pode pensar nessas coisas?
— Ahh minha cara, Doroth Winston. Você ainda tem muito o que aprender.
Eu não entendia como uma criança de 8 anos já tinha tanta malícia em seu coração. Eu tentava acreditar que não passava apenas de um teatrinho para tentar ser popular, mas a medida que as coisas vão avançando, o Addan ia fazendo coisas cada vez mais absurdas, principalmente no colégio.
Uma vez na aula de ciências, ele fez algo tão sádico quanto o passarinho.
Um professor está passando pelas carteiras na sala de ciências onde os alunos estão aprendendo a dissecar um sapo, mas ele não esperava que Addan fosse fazer algo ainda mais perverso.
— Muito bem, alunos, vocês estão indo muito… Addan, o que você fez?
— Oi, professor. Fiz direito?
Addan costurou a boca do sapo e cortou as 4 patas deixando-as em cima da mesa ao lado dele.
O professor não consegue dizer nada, sente até mesmo vontade de vomitar. Addan friamente diz:
— O que foi? O sapo comeu a sua língua?
Eu estava nessa aula nesse fatídico dia. Addan e eu estávamos crescendo. A medida que ele crescia, a maldade o consumia cada vez mais.
Addan está andando no corredor do colégio e se aproxima de uma escada. Agora ele está com 11 anos. Uns alunos se aproximam dele o provocando.
— Aí ow esquisito! Você é o cara mais estranho e sem noção da sala, não?
— Por favor… Fiquem longe do meu caminho.
Os garotos olham uns para os outros e começam a dar gargalhadas irônicas pra ele.
— Vocês ouviram isso, galera? O esquisito querendo nos dar lição de moral, pode isso? Abre o olho, esquisito! Ou a gente pega você.
Os três garotos passam por Addan para descerem as escadas. Addan larga os livros no chão e se aproxima deles.
— EI!
Addan chama o garoto que o provocou e o empurra das escadas. Os outros dois garotos ficam eufóricos. Addan volta um pouco os degraus da escada e grita:
— SOCORRO! DIRETOR PARKINS! ELES EMPURRARAM O MAYFOY!
Vários alunos, professores e diretores se aproximaram pra ver o que havia acontecido com o jovem Mayfoy. Mas o que o Addan não sabia, é que eu estava naquele corredor e vi tudo o que ele fez.
No ano seguinte, chegou a vez de finalmente eu me mudar de Amersham. Meus pais receberam uma ótima proposta na Irlanda, então tive que me mudar. Foi um pouco chato a despedida, eu realmente gostava da amizade do Addan apesar de tudo, mas isso foi bom pra mim. Foi assim que eu consegui me tornar uma mulher muito devota a Deus.
Anos se passaram, eu estava com 23 anos de idade e voltei para a Inglaterra, eu só não sabia que o destino estava me pregando mais uma peça.
Doroth está sentada no banco de uma praça com uma revista e um Starbucks na mão. Addan se aproxima.
— Doroth Winston?
Doroth olha para trás, se levanta e diz:
— Addan? Addan Melvick?
— Sim, sou eu!
— Ai, meu Deus! Não acredito!
Nós nos abraçamos, eu realmente fiquei feliz em ver ele. Mas não sabia o que viria depois.
Addan e eu nos casamos 1 ano e meio depois. Estávamos verdadeiramente apaixonados. Mas foi um pouco depois que nos casamos que eu tive a visão. Veio nos meus sonhos. A primeira vez eu não entendia bem, mas eu percebi que aquilo se repetia dia após dia. Nessa época, o Addan já estava com quase tudo pronto para tornar a organização Phoenix em realidade.
Eu percebi que não estava entendendo nada, porque sempre que eu tinha essas visões, aconteciam de uma forma diferente. Foi aí que eu notei que eu tinha que contar. Então fui contando todas as vezes que acontecia. Eu tinha mais ou menos dois sonhos por semana, por isso era fácil contar.
Creio que demorou uns 4,5 ou 6 meses. Quando eu me dei conta que os sonhos pararam e que cada vez as coisas foram ficando mais claras, eu precisei fazer uma pergunta clara ao Addan, mesmo sabendo do risco que eu correria.
Estava ele chegando de mais um dia de trabalho, eu estava sentada no sofá vendo um filme e ele me deu um beijo no rosto. Ele ia pro chuveiro, então eu me levantei e perguntei:
— Addan?
— Sim?
— Você não me machucaria, não é?
— Que pergunta, meu amor. Claro que eu nunca te machucaria.
Mas ele não sabia, que ele iria me machucar muito mais do que ele imaginava.
Voltamos ao momento em que Doroth está na sala contando tudo isso para eles.
— Duas semanas depois disso, eu descobri que estava grávida.
Fionna pergunta:
— Espera, você… Teve filhos? Mas como?
— Sim, Fionna. Eu tive filhos. Gêmeos, pra ser mais preciso.
— Mas… Eles estão vivos? Como eu nunca ouvi falar deles?
— Bem… Já ouviu falar em Acromegalia, doutora Fionna?
— Sim, se eu não me engano, era aquele distúrbio que produz muito hormônio do crescimento, não é?
— Exatamente. O caso mais raro foi na Hungria, um senhor chamado Adam Rainer. Ele sofria dessa doença e quando tinha 33 anos de idade, já media 2 metros e 18. Ele faleceu com 51 anos de idade e já media 2 metros e 34. Ele não parava nunca de crescer. Essa é a parte que… Eu quero que vocês entendam. Eu tive dois filhos lindos e saudáveis, dois meninos. Addan e eu ficamos muito felizes e não havia nada de anormal neles, mas isso foi mudando com o tempo.
FLASHBACK
Os meninos iam crescendo cada vez mais rápido e eu não entendia o motivo, Noah era o mais novo e nasceu 3 minutos depois do Arthur. Por algum motivo, ele sempre foi mais apegado a mim do que o pai. Arthur, por sua vez, era um puxa-saco daqueles do Addan.
Mas eram crianças, né? Então a gente deixava como estava.
Mas eu estava estranhando que as crianças estavam espichando de uma maneira desproporcional. Addan os levou a um especialista, fizeram uma série de exames e diagnosticaram eles com essa doença.
Eu fiquei desesperada, não sabia o que fazer, os meus meninos iriam crescer cada vez mais e isso poderia prejudica-los na vida. Mas Addan já estava em um estágio avançado de sua carreira como cientista, então ele teve uma ideia… Uma maldita ideia.
— Doroth, querida… Eu tenho um plano pra salvar os meninos, mas você precisa confiar em mim.
— Faça o que for preciso, mas salve eles!
Eu não deveria ter feito aquilo. Eu não deveria tê-lo incentivado, mas essa era a única maneira que eu encontrei. Porém… O que Addan fez com nossos filhos, foi pior do que como se os tivesse matado.
A loucura do Addan começou a tomar forma quando ele começou a criar o soro Vivium. Ele acreditava em uma cura, mas não esperava que as coisas sairiam tão ruins.
Eu passei a ver os meus filhos cada vez menos, não entendia o motivo do Addan está escondendo eles de mim. Com o tempo, imagens da profecia vieram até mim novamente. Mas tinha uma coisa que eu não entendia.
Eu nunca via o Arthur e o Noah nessas visões, eu nunca via os meus filhos em nenhuma delas. Mas só alguns anos depois que eu entendi… Que eu já os havia visto nas visões, da mesma forma que vocês também viram. E eu surtei.
— O QUE ESTÁ FAZENDO COM NOSSOS FILHOS? O QUE FEZ COM ELES?
— ESSE É O ÚNICO JEITO, DOROTH! SÓ ASSIM PRA SALVAR ELES.
— NÃO! EU DISSE PRA VOCÊ CURAR ELES E NÃO TRANSFORMAR ELES EM ABERRAÇÕES!
— Guardas, por favor, tirem a minha mulher daqui.
— NÃO! ME SOLTEM! EU QUERO OS MEUS FILHOS DE VOLTA, ADDAN! DEVOLVA OS MEUS FILHOS!
FIM DE FLASHBACK
— Só depois eu entendi… Que meus filhos estariam aqui, mas não na forma que eu conhecia. E muito menos como vocês conheceram.
Fionna questiona:
— Espera um pouco. Se não for loucura, você está tentando dizer que…
— … Sim, Fionna… Aragon e Neon são os meus filhos!
ATO II
“E todos os habitantes da Terra adoraram a besta. São eles os que não têm os nomes escritos no Livro da Vida que pertence ao Cordeiro, que foi morto antes da criação do mundo.”- Apocalipse 13:8.
Acreditar no que os seres humanos são capazes de fazer, é um passo cada vez mais arriscado. Se nem mesmo nos tempos bíblicos, já não havia essa rede de confiança, imagine agora?
Mas nada se compara a um homem fazer experimentos macabros com os próprios filhos. Arthur e Noah foram condenados a uma vida que não os pertencia. E agora… Eles são Aragon e Neon.
— … Sim, Fionna… Aragon e Neon são meus filhos!
Todos ficam boquiabertos. Não podem acreditar que tal informação como aquela possa ser verdade.
Ashley, que até então se encontrava calada, diz:
— Então… Então foi por isso todos esses segredos. O Addan não queria que ninguém da ilha soubesse que estava fazendo experimentos com… Seus próprios filhos.
— Quando eu soube que o Addan estava ejetando aquele vírus neles e os dois estavam se transformando nessas coisas, eu enlouqueci. Fiquei desesperada e soube que isso fez piorar ainda mais o processo de aceleração do crescimento deles. Foi aí que o Addan criou essas cápsulas gigantescas para deixar os dois adormecidos. E ele teve a brilhante ideia de não os chamar mais pelos seus nomes verdadeiros, para que as memórias da infância deles ficassem guardadas bem lá em seu subconsciente. Em outras palavras, ele não queria que os dois se lembrassem quem eles eram antes.
FLASHBACK- MOMENTO DO DUELO DE ARAGON E NEON.
— Lutamos por nossa espécie… Lutamos pelo o que somos!
— E o que somos, Aragon?
— NÃO ME CHAME ASSIM!
— ESSE É VOCÊ! Você deixou de ser quem você sempre foi, Aragon. Sequer lembra de seu nome… Sequer se lembra… De mim.
FIM DE FLASHBACK.
O capitão Dan diz:
— Então… Aqueles dois monstros são seus filhos gêmeos com o Dr. Addan?
— Sim, capitão. Agora vocês entendem que o sacrifício da Hilda não foi em vão. Ela era mãe. E faria de tudo pelo Scott e até mesmo pela Abigail. Mas ela deixou o ódio a cegar.
Fionna questiona:
— Por que não o impediu? Por que não denunciou o Addan antes dele cometer essas atrocidades?
— Falar é fácil, Fionna. Mas vocês não tem ideia do que é ser mãe, aliás, nenhuma de vocês aqui sabem. Vocês se consideram mulheres fortes e determinadas, mas não tiveram a maior prova de força da mulher: Ser mãe.
FLASHBACK- OXFORD, INGLATERRA, 2012.
A organização Phoenix já havia sido fundada. Doroth chega até o escritório do Dr. Addan e vê quando a jovem Abigail e Edmund, seu pai, saem do consultório.
— Até logo, Dr. Addan! Te mando toda a documentação da menina amanhã.
Quando Doroth percebe do que se trata, ela entra no consultório enfurecida.
— Doroth? O que faz aqui sem me avisar?
— Vai fazer de novo, não é? Vai usar aquela garota para um de seus experimentos diabólicos como você fez com o Arthur e com o Noah?
— Shh, já disse que não quero que esse assunto seja vasado aqui dentro da sede. Arthur e Noah não existem mais, agora eles atendem por Aragon e Neon. Entende isso?
— Ai, meu Deus! Eu… Eu fui tão ingênua! Eu sabia desde o começo que você era uma pessoa terrível, Addan. Desde criança quando você matou aquele passarinho, eu soube… Que você era um doente. Quando você empurrou aquele garoto da escada do colégio e acusou os outros meninos.
— Não foi eu… Foi…
— PARA DE MENTIR, ADDAN! Eu estava lá. Eu vi quando você o empurrou.
— Se sabia… Então por que não me denunciou? Hein?
— Como eu disse… Fui ingênua. Fraca. Você… Você acabou com a vida da Hilda, você…
— … Não, não, alto lá! Eu fiz um favor pra ela e pro Dan.
— Um favor? Você ajudou a esconder um homem morto e ainda mandou o filho deles pra outro país.
— Cala essa boca! Já disse que não quero ouvir essas coisas aqui na sede.
— E o que vai fazer com o senhor Makoto? A Violet morreu, ele tem duas filhas pra criar e você o fica forçando a trabalhar 24 horas por dia.
— Não quero que questione os meus métodos, Doroth.
— Tanta coisa que você fez. Tantos crimes. Como pode sair impune de tudo isso? Você destruiu a sua própria família, Addan. Seus pais, seus irmãos, seus filhos e sua esposa. Até quando vai carregar o sangue de todos eles em suas mãos?
Addan abre a gaveta de sua mesa e pega uma arma.
— Eu disse… Pra você calar essa boca.
— Vai me matar, Addan? Vai me matar como fez com aquele passarinho? Sabe… Anos depois que eu fui pesquisar e soube que passarinho era aquele. Era um tordo. Agora eu entendi quando me veio essa frase na cabeça: “Um tordo engaiolado deixa o céu inteiro irado”. Você sabia que se o tordo ficasse vivo, ele espalharia a verdade aos 4 cantos. E agora quer fazer o mesmo comigo, não é? Eu sou o teu tordo, não é?
— Cale a boca, Doroth! Ou eu juro que…
— … Eu vi o futuro, Addan. Eu vi tudo o que vai acontecer e até mesmo essa conversa que estamos tendo agora.
— O que disse?
— O Senhor me mostrou através de sonhos, 71 probabilidades de como a sua luta vai acabar. Você perde em 70 delas. Em todas essas 70, você me mata. Mas apenas uma… Você sai ileso. E é justo a que você não me mata.
— Está blefando.
— Estou blefando? Aquela moça e aquele senhor que saiu daqui se chama Edmund e Abigail. Abigail é filha da Hilda, porém ela acha que ela está morta, pois incendiou sua casa quando era jovem e matou seus pais. Você nunca me contou nada disso e muito menos que Hilda matou os próprios pais.
Naquele momento, Addan percebeu que Doroth falava a verdade.
Horas mais tarde, Doroth está caminhando de noite na rua sozinha. Um camburão preto estaciona ao lado da calcaçada e dois homens encapuzados saem do veículo e colocam Doroth lá dentro tapando a sua respiração com um pano molhado de clorofórmio.
Muitas horas se passaram e Doroth acorda em algum outro lugar desconhecido. Addan está ali com Naraj e alguns capangas.
— O… O que aconteceu? Que lugar é esse, Addan?
— Você está na ilha da Phoenix, querida Doroth. Mas ficará presa nesse calabouço pelo resto da tua maldita vida.
— Não, não pode fazer isso comigo. Me tira daqui! ADDAN! ME TIRA DAQUI!
FIM DE FLASHBACK.
— E essa é a minha história, senhoras e senhores. Não apenas a minha história, como a história de todos nós. Eu ainda acredito que um dia meus filhos vão se lembrar de mim, vão se lembrar que eu fui a mãe deles e os amava muito.
Após alguns segundos de silêncio por conta do impacto de tamanhas revelações, o capitão pergunta:
— Você havia dito que existia 71 possibilidades de como essa guerra iria acabar… Dessas 71 possibilidades… Em qual delas a gente vence?
Doroth dá um sorriso estranho de satisfação e responde:
— Nenhuma.
— O QUÊ?
Edward repreende:
— Tá de sacanagem? Vamos lutar em 71 possibilidades e não iremos vencer em nenhuma delas? Você disse que o Addan só venceria em uma.
— Não, eu disse que ele sairia ileso em apenas uma dessas possibilidades, mas não disse sobre vocês. Sinto muito, mas… Todos vocês vão perder. A minha visão mostra claramente… 71 possibilidades conforme as suas escolhas… Todas elas vocês perdem. Todas elas vocês morrem.
Makoto, enfurecido, diz:
— Não deem ouvidos a essa mulher! Ela sempre foi uma bruxa e só está tentando nos assustar.
— Será mesmo isso, Makoto? Será que eu estou apenas tentando te assustar? Eu sei como você vai morrer, Makoto. Na verdade, houve várias formas que você morre e não vai querer saber como.
— Já chega! Para de assustar o meu pai!
— Lisa Ishihida. A grande bisneta de Craig Melvick! Você pode ter herdado o sobrenome de seu pai, mas o sangue dos Melvick corre por suas veias.
— Cala a boca! Eu não tenho o sangue de vocês.
— Não, querida. Eu sou uma Winston, você é uma Melvick assim como sua mãe e assim como a Emily. Makoto e eu viemos de outra família, mas a linhagem dos Melvick continua transcendendo através das raças. Você nasceu no sul da Coréia como o teu pai, mas possui metade do seu sangue britânico.
— Mas eu nunca poderia ser como vocês… Os Melvick são um câncer para a sociedade, e por mais que você tenha passado por tudo isso que você falou e até entendo… Não fez nada para impedir. Você é tão culpada quanto ele. Vocês fizeram tanto mal que…
O capitão Dan interrompe, dizendo:
— … Que me obrigaram a fazer algo que eu não queria pra que o Addan não me entregasse… E a Hilda acabou pagando por isso.
— Como eu disse, Hilda era uma mulher amargurada por tudo o que fizeram com ela, infelizmente ela fez escolhas e acredite se quiserem, a morte da Hilda foi menos pior do que eu vi em uma das minhas visões.
— Como? Como assim?
— Em uma das probabilidades, Hilda é assassinada por um dos Tunner.
Cristhian arregala os olhos e sabe que ela está se dirigindo a ele.
— Um dos Tunner iria assassinar Hilda.
— Espera um pouco, eu? Isso não é possível, não poderia ser eu.
— Como não? Hilda provocou a morte de seus pais, nada mais justo do que você se vingar, não é?
— Mesmo assim, nem meu irmão e eu faríamos isso. E ele muito menos agora, que…
— … Acho que deixei claro que um Tunner iria matar Hilda em uma das probabilidades, possivelmente seria o seu irmão e não você.
— Não, não pode ser possível. Meu irmão está morto!
— Mas e se em outra probabilidade não foi o contrário? Não foi você que morreu e ele não?
Cristhian fica baqueado. Não sabe como reagir.
— Foi o que pensei, jovem.
Fionna pergunta:
— Como podemos saber se tudo isso que a senhora está falando é real?
— Como podemos saber se essa conversa que estamos tendo agora mesmo é real? Será que vocês realmente estão aqui ou… Não estão na verdade participando de uma espécie de… Simulação?
Todos em uníssono:
— O QUÊ?
Neste momento, vemos um vislumbre (que poderia ser uma visão de Doroth) de uma sala fechada em algum lugar com várias cápsulas criogênicas com o corpo de cada um dos heróis. Podemos apenas ver os seus rostos adormecidos pelo vidro das cápsulas.
Enquanto eles imaginam tudo isso acontecendo, Doroth mais uma vez os provoca.
— Como é se sentir uma pessoa real, senhores?
Dan se enfurece e se aproxima da mulher.
— Cale essa boca! Nós não estamos na porra de uma simulação.
— Sim, vocês estão, capitão Dan. Tudo que estão vendo aqui faz parte de um sistema de programação criada pelo Dr. Addan. A ilha inteira é um mundo criado em realidade virtual. Vocês estão aqui neste momento, mas seus corpos reais descansam em uma cápsula criogênica. Quando vocês chegaram do navio, uma toxina foi liberada através do ar para que todos vocês desmaiassem. Foi assim que o Addan capturou todos vocês e os colocou na cápsula. Como vocês explicam as pessoas terem desaparecido daqui da ilha sem mais nem menos? Uma central gigantesca com vários funcionários e do nada todo mundo sumiu? Acontece que nenhum deles era real, todos eles eram dados desse sistema do Dr. Addan. E então… Querem continuar jogando esse jogo ou querem sair dele e ir para o mundo real?
BASE MARÍTIMA DA CENTRAL DA PHOENIX
O Dr. Addan, Emily, Naraj e o Chacal se encontram na base marítima após terem chegado de submarino. Enquanto eles conversam, Emily está um pouco dispersa e preocupada com algo.
Addan percebe a distância da garota e pergunta:
— Está tudo bem, Emily?
— Estou, eu… Eu estou preocupada com o Aragon.
— Não se preocupe, querida. Estamos chegando no último estágio do nosso plano, depois disso tudo sairá bem, não se preocupe.
— Tudo bem, me desculpe, é que… Tem muita coisa acontecendo na minha cabeça.
— É normal, querida. Os teus poderes estão aumentando, mas logo tudo isso vai acabar.
— Milorde Addan, já podemos ir?- Pergunta Naraj.
— Claro, Naraj. Vamos ser rápidos antes que um daqueles ratos apareçam.
SALA SECRETA DO CALABOUÇO
O Capitão Dan e os outros estão completamente perplexos com o que Doroth revelou.
— A senhora só pode ser maluca. Nós não estamos em simulação nenhuma! Somos pessoas de carne e osso. Sangramos, sentimos dor, temos sentimentos.
Victor se coloca na frente e diz:
— Se isso é uma simulação… Então por que eu diria coisas que eu jamais contaria no mundo real?
Dan pergunta:
— Como assim, agente Victor?
— Eu contei algo pessoal para o Scott antes da gente vir pra cá. Eu não teria dito isso nem mesmo em um sonho, quanto mais em uma simulação.
Doroth diz:
— Ah, jovem Victor! Você não faz ideia do que ainda te espera nessa ilha. Se acha que ainda não se machucou o suficiente, é bom estar preparado pra se machucar muito mais. Seja lá o que você contou para o Scott… Nada se compara com o que está por vir.
Edward diz:
— Escuta, a gente vai ficar dando ouvidos a essa mulher? Não percebe que ela está tentando nos desviar do verdadeiro alvo que é o Dr. Addan.
— É assim mesmo que vocês acham? Neste exato momento, a minha versão real está na sala onde todos vocês estão alinhados dentro de suas cápsulas, se eu puxar a mangueira do dispositivo conectado ao cérebro de vocês… Vocês morrem! Tanto aqui na realidade virtual, como lá fora. O que me dizem?
Todos ficam sem saber o que fazer ou dizer.
— Papai, o que a gente faz?- Pergunta Scott.
— Eu não sei, filho.
Makoto se irrita e vai para a linha de frente.
— Não deem mais ouvidos a essa mulher, ela está tentando nos manipular!
— Você quer ser o primeiro, Makoto?
— Cale a boca! Você é uma cobra como o próprio Addan.
— Papai, se acalme!
— Eu não posso me acalmar, filha! Essa família maldita tirou tudo de mim e eu não vou deixar que façam isso de novo.
— Bem… Vocês fizeram as escolhas de vocês…
Doroth fecha as duas mãos como um símbolo de oração, levanta a cabeça para o alto e diz:
— DESLIGAR TODOS ELES!
— NÃO, NÃO POR FAVOR!- exclama o capitão Dan.
— PARA COM ISSO, DOROTH! POR TUDO QUE É MAIS SAGRADO- implora Makoto.
Um barulho inquietante começa na sala. As luzes começam a piscar, cada um dos heróis vão para o chão atordoados com aquele barulho que penetram enfurecidamente em seus tímpanos.
— PARA! TÁ DOENDO!!- exclama Lisa.
Todos começam a gritar sentindo muita dor, o barulho fica cada vez mais agudo. Quando parecia que eles estavam prestes a entregar os pontos, as luzes se apagam de uma vez e fica apenas uma profunda escuridão.
Abrimos a imagem com um jardim cheio de rosas dançando ao sabor do vento. Uma mulher de aproximadamente 30 anos está com uma cesta ali colhendo flores. Ela olha para trás e dá um sorriso.
— Você estava aí esse tempo todo, sua bobinha.
Lisa é quem está ali com uma roupa normal.
— Desculpa, mamãe, eu… Deixa pra lá.
— O que está fazendo? Por que a sua cesta ainda está vazia?
Ela percebe que está com uma cesta nas suas mãos.
— Oh, claro.
Ela se aproxima de sua mãe Violet e ambas estão agachadas colhendo algumas flores. Violet olha para o rosto de Lisa.
— Filha, você cortou o seu cabelo?
— Eu… Eu…
— Ficou bom assim, eu gostei.
— Sério?
— Sim. Você parece uma mulher mais madura agora.
Violet se levanta com a sua cesta.
— Vamos? O seu pai deve estar voltando da pescaria, hoje teremos o melhor jantar de todos.
— Mamãe, espera.
— Sim, filha?
Lisa desaba a chorar e parte pra abraçar a sua mãe.
— Ow, querida, calma, calma, tá tudo bem.
— Eu senti tanto a sua falta. Tanto.
— Mas eu sempre estive aqui, querida. Sempre estive contigo.
— Eu falhei, mamãe. Eu não consegui proteger a minha irmã, não consegui cumprir a promessa que fiz a você e ao papai.
— Não, meu amor. (Secando suas lágrimas). Você ainda tem coisas para fazer nessa Terra.
— Então… Isso não é real?
— Eu queria muito que você ficasse aqui comigo para sempre, Lisa. Mas estaria sendo muito egoísta ao fazer isso. Esse não é o seu mundo, e você sabe disso.
— Eu quero ficar. Eu quero ser a filha que eu nunca consegui ser.
— Mas você já é, minha filha. Eu tenho tanto orgulho de você, tanto orgulho da mulher valente que você se tornou.
— Eu sinto muito, mamãe. Sinto muito mesmo por decepcionar você.
— Você não me decepcionou, Lisa. Será sempre a minha primogênita.
Lisa percebe ao redor que as rosas estão se murchando e aquele cenário começa a se dissolver.
— O… O que tá acontecendo?
O tempo está acabando. Você precisa voltar, Lisa.
— Não, eu não quero voltar. Eu quero ficar com você.
— Infelizmente você não pode. Vá, filha! E lembre-se… Eu te amo muito!
Tudo começa a desaparecer, inclusive a própria Violet.
— NÃO, MAMÃE! ESPERA! MAMÃE! MAMÃE!!!!
Tudo escurece.
Vemos Lisa com um aparelho respiratório arregalando os olhos e se levantando bruscamente de uma mesa onde ela estava conectada com vários fios em sua cabeça, seus braços e seu peito.
— Aaaaaaaaaaaaahhhhh!
Lisa tira a máscara de oxigênio. Começa a tossir muito. Ela acorda em uma sala rodeada de telões e vários comandos de controle.
Ela começa a tirar os fios de seus braços, em seguida da cabeça, e em qualquer parte onde ela estava conectada a algo.
Lisa está com uma camisola branca e não entende como foi parar ali. Ela desce da maca, estando descalça, ainda débil, e começa a olhar para todos os lados.
— Oi? Tem alguém aí? Capitão Dan! Cristhian! Onde vocês estão?
Lisa se aproxima de alguns desses telões. Ela vê um botão escrito
“Processamento de imagens antigas”.
Ela aperta no botão. Na tela à sua frente. Aparece imagens dela na mansão Maximilion.
— O que é isso?
Ela passa pra outra imagem e vê ela no casamento real.
— Não, não, isso não pode ser possível.
Ela busca ao redor da sala alguma coisa que possa ser útil e que te dê alguma informação.
Eis que quando ela acha que as coisas poderiam estar pior, uma mensagem aparece em um computador.
“Bem vinda, Lisa. Você cumpriu a sua fase no projeto. Aguarde mais instruções.”
— O… O que tá acontecendo? O que…
Lisa rapidamente vai para o outro computador, procura mais informações e vê um outro botão com o nome:
Acessar imagens em tempo real.
Ao acessar essas imagens, seus olhos ficam grandes, lágrimas escorrem em seu rosto. Ela vai se afastando da tela.
— Não… Não…
Dentro da tela, podemos ver a imagem de todos eles dentro do calabouço no chão praticamente desmaiados… Inclusive ela.
— Não pode ser.
Ela se afasta mais um pouco e se escora na maca, suas pernas tremem.
— Doroth tinha razão…
Ela olha para cima e para os lados em 360 graus.
— … EU ESTOU PRESA EM UMA SIMULAÇÃO!