“A morte é só uma mudança de estado.
Depois dela, passamos a viver em outra dimensão.”
Zibia Gasparetto.
Para alguns, a morte é o ponto final da vida.
— Acabou pra você, Dr. Addan.
— Realmente acabou, Jennifer. E somente um de nós vai sair vivo deste bunker. Espero que da próxima vez, lembre-se de colocar um colete.
— O quê?
Jennifer sente uma facada certeira na sua costela por trás. O Dr. Addan dá um sorriso diabólico. Jennifer vira e vê um homem com uma roupa preta e uma máscara prateada de lobo.
— Q… Quem é você?
— Gostaria de te apresentar… O chacal, querida Jennifer.
Para outros, a morte é o ponto de partida.
— Je… Jennifer. Não pode ser , não pode…- Diz Julian que, em seguida, joga a sua arma no chão e vai até os computadores e começa a quebrar tudo.
— AAAAAAAAAAAAHHHH!!! FILHO DA PUTA!! EU VOU TE MATAR, DR. ADDAN!
Ellie e Mason tentam segurá-lo.
— JULIAN, SE ACALMA!
— JULIAN, PARE!
E há aqueles que acreditam que a morte não passa de… Um recomeço.
— Já sabe muito bem o que fazer, não sabe?
O chacal apenas consente fazendo a afirmativa.
— Vá até a central… E mate todos eles! Não descanse até tirar a vida do último rato daquele lugar. E comece pelo traidor do Edward.
— Sim, mestre!
O chacal se retira. Addan olha para o corpo de Jennifer.
— Espero que você faça uma boa estadia no inferno… Vadia.
Resta apenas esperar o momento em que a morte decida bater à sua porta. Ou, se tiver sorte, você mesmo vai bater na porta dela.
OPENING:
EPISÓDIO 5:
O CHACAL
LABORATÓRIO CENTRAL.
O desespero toma conta de todos. Ellie e Mason tentam segurar Julian de sua crise.
— Eu… Eu sabia que ela não deveria ir sozinha, por que deixamos ela ir sozinha? Agora ela tá morta e não podemos fazer nada.
Ellie tenta acalmá-lo.
— Não tínhamos como adivinhar o que ia acontecer, Julian. Pare de se culpar! Você não tem nada a ver com isso, tudo é culpa daquele desgraçado do Dr. Addan.
Mason prossegue a linha de raciocínio.
— E quem é esse cara que apareceu? Esse tal de chacal?
Ashley comenta:
— Gente, estamos esquecendo de alguma coisa.
Fionna questiona:
— O quê?
— O Edward. Ele foi com a Jennifer, por que ele ainda não voltou?
— Droga, precisamos avisar ao Edward pra ele sair de lá o quanto antes!
BUNKER SECRETO.
Edward sobe no bunker. Vagarosamente começa a chamar por Jennifer sussurrando.
— Jennifer! Cadê você?
Ele com a guarda levantada, se aproxima da sala. E a primeira imagem que vê é da pobre Jennifer morta ali no chão e o Dr. Addan sentado na poltrona de frente pra ela.
— Je… Jennifer!
— Ora, ora, ora… O bom filho à casa torna.
— O que você fez com ela, Dr. Addan?
— Eu? Deveria fazer a mesma pergunta a você… Traidor.
Edward franze a testa e fica cada vez mais possuído pela raiva.
— Qual é o objetivo de tanta maldade, Addan?
— Porra! Agora deu pra todo mundo vir me fazer essas mesmas perguntas clichês? “Ah por que isso?” “Ah por que aquilo”? FODAM-SE TODOS VOCÊS! Nem sempre a gente precisa ter um motivo.
— Não, mas todos possuem uma história. Qual a tua história, Addan? Ou vai me dizer que um belo dia você decidiu acordar e fabricar esse monte de aberrações e matar pessoas?
— Deveria ter mais cuidado com o que você fala, Edward. Não está em condições nenhuma de reclamar.
— Tantas pessoas inocentes… Eu me pergunto: Não sente remorso? Quando você deita a cabeça no travesseiro, não consegue sentir o sangue de todas essas vidas que você tirou?
— Pra ser sincero… Não. Nunca precisei me arrepender de nada, então não é agora que eu vou me arrepender de alguma coisa. Mas não nego o fato de que esperava muito mais de você. Meu único arrependimento foi ter te dado confiança e liberdade. E o que você faz? Se une aos meus piores inimigos.
— É, a vida é cheia de supresas, Dr. Addan.
— De fato, meu nobre Edward. Eu não sei qual é o início da tua história, mas… Digo que ela vai acabar aqui e agora.
— Que porra você tá falando?
O chacal aparece atrás e tenta aplicar o mesmo golpe que fizera com Jennifer. Edward se esquiva e bate no braço dele. Sua arma cai ao chão. O chacal o empurra contra a parede e ameaça cortar sua garganta. Edward dá uma cabeçada nele. Ele se abaixa pra pegar e o chacal agarra os seus braços e o arremessa para o outro lado.
Addan, testemunhando aquilo, diz:
— ACABE COM ELE, CHACAL!
O chacal pega a arma do chão e se aproxima de Edward para atirar nele. Quando está prestes a puxar o gatilho, Edward avança pra cima dele segurando o seu braço fazendo com que o tiro disparasse no teto. Edward dá um soco no chacal e em seguida o empurra com força dando margem para que se afaste dele.
Edward corre para a passagem do bunker que dá acesso aos submarinos.
Enquanto isso, Fionna e os outros estão tentando abrir uma conexão com Edward.
— DROGA! DROGA! COMO VAMOS FAZER ISSO?
Ashley mexe nos computadores.
— Espera, talvez tenhamos como ver nas câmeras. Espera um pouco, eu acho que… Pronto! Se tivermos imagens da base marítima, vamos poder ver se o Edward voltou ou não.
— Como você consegue acessar as câmeras da central?
— Acredite, foi assim que eu acabei descobrindo muita coisa que eu não queria.
No subterrâneo, Edward continua a correr em direção ao submarino.
— PORRA! Quem era aquele maldito?
Quando está prestes a subir no submarino, o chacal o puxa para fora e dá um soco nele.
— Ahhhhh!
Edward cai ao chão. Pelo laboratório, Fionna, Ashley e os outros avistam tudo pela tela do computador.
— EDWARD, SAI DAÍ! SAIA!
Obviamente Edward não pode ouvi-los. Ele está no chão e o chacal se aproxima dele. Sobe em cima de Edward, aperta o seu pescoço e segura firme a sua faca.
— Q… Quem é você?
Com uma voz grossa e claramente usando um modificador, ele diz:
— Sou aquele que pune todos os traidores, Edward. E você é um deles.
— Do que está falando?
— Farei com você a mesma coisa que fiz com tua amiguinha lá em cima.
— Você… Você matou a Jennifer.
— E será um prazer ser o assassino do homem que traiu a confiança do mestre.
O chacal empunha a sua faca e acerta no ombro dele.
— AAAAAAAAAAHHH DESGRAÇADO!
Fionna e os outros gritam, testemunhando tudo aquilo pela tela.
— EDWARD! EDWARD!
Na base marítima, Edward frente a frente com a sua morte.
— Filho… Filho da puta, mostra a sua cara, covarde! Mostra a porra dessa tua cara, se você for homem!
— Gosto da dor lenta, caro Edward.
Ele acerta outra facada. Dessa vez no peito.
— AAAAAAAAAAAAHHH!!
O desespero tomando conta de Ashley e Fionna. Julian, Ellie e Mason totalmente em choque. O Dr. Makoto ainda agachado no chão, sem qualquer reação.
Edward, no chão, perdendo suas forças.
— Seu… Seu… Eu nunca vou me arrepender. Avisa ao Dr. Addan que mesmo morto, eu irei atrás dele e de todos vocês.
— É claro, meu caro Edward.
— Me mata logo, seu covarde!
— É… UMA… HONRA.
O chacal apunhala outra facada em Edward, que espirra sangue em sua máscara. Edward começa a perder as forças e pouco a pouco vai se desfalecendo. Ele fecha os olhos e nenhuma reação mais é mostrada em seu corpo.
No laboratório, pela primeira vez vimos lágrimas rebeldes dos olhos de Fionna ao ver Edward naquela situação.
— NÃO! EDWARD! POR FAVOR, NÃO!
Ellie diz:
— O Edward não pode morrer! Se ele morrer, todos nós estamos fritos!
— NÃO, NÃO, EU NÃO POSSO ACEITAR ISSO, EU NÃO POSSO!
Ashley tenta segurar Fionna.
— Fionna, calma! Calma! Por favor.
Julian ainda em êxtase pela morte de Jennifer, murmura:
— Primeiro a Jennifer, e agora… Não. Por que isso?
Makoto, que ficou calado durante todo esse tempo, finalmente dá a voz:
— Não adianta mais… Esse é o nosso fim. E mais ninguém poderá nos salvar.
Na base marítima, o chacal sobe no submarino, fecha o compartimento, liga os motores e diz:
— Finalmente eu terei emoção de verdade. Hora de acabar com aqueles ratos!
Ele liga os motores e agora o seu submarino está vindo na direção da Central.
No laboratório central, todos estão desconcertados com a atual situação. Makoto prossegue:
— Anos sendo vítima desse monstro… E agora ele toma a minha filha de mim e faz todos esses absurdos com as pessoas à minha volta. Vocês estão entendendo que não estamos falando de um ser humano? Addan é um monstro! Ele é o próprio demônio… E se porventura algum de vocês têm esperança de que algum dia ele vai se arrepender por suas maldades, esqueça! Ele nunca vai se arrepender. Eu vi o que ele fez e ainda há de fazer. Se o Capitão não nos tirar daqui imediatamente… Todos nós morreremos.
Todos os que estão ali presentes, olham para Makoto temendo que o pior aconteça.
BUNKER SECRETO
Naraj se aproxima do Dr. Addan e avista o corpo de Jennifer.
— Mas o que houve aqui, Dr. Addan? Como eles invadiram?
— Não se preocupe, Naraj. Está tudo sob controle. Só preciso que alguém tire o corpo dessa vadia daqui.
— E enquanto ao Edward, senhor? Suponho que o chacal já o tenha eliminado também, não?
— O Edward? Não, não… Aquele ali não quebra tão fácil.
— Mas… Eu escutei todo o duelo, creio que com a força do chacal, ele não deve ter ido muito longe.
— Você acha mesmo que o Edward iria se deixar morrer por umas facadinhas? Não, não. Ele é pior do que um infectado, só morre com um tiro na cabeça. Por isso que era conveniente tê-lo ao meu lado. Ele era como uma barata, quanto mais a gente matava, mais ele voltava.
Na base marítima, vemos Edward ali no chão. Podemos observar apenas a mão dele e, em seguida, um de seus dedos começa a se mexer.
FLORESTA DA ILHA DA PHOENIX
A tropa do Capitão Dan segue caminho até chegarem finalmente à central. Entretanto, todos eles continuam em choque pela morte de Jennifer. Lisa contesta:
— Eu estava pensando… A Jennifer que era uma espiã altamente habilidosa… Teve um fim desses. Quem dirá nós?
O capitão Dan a responde:
— Lisa, precisa primeiramente entender que nós não somos iguais. O que aconteceu com a Jennifer foi uma trágica fatalidade. Se fomos desistir por todas aquelas pessoas que morreram, sequer estaríamos nessa ilha.
— É, o meu pai tem razão. Estamos aqui justamente por essas pessoas que morreram. Precisamos ter esperança.
Demétrio responde:
— E por falar em esperança… Gente, eu não quero ser chato, mas falta muito pra chegar?
O capitão Dan olha pra cima, suspira e diz:
— Aquilo ali responde a tua pergunta?
Os demais observam o prédio da central há alguns metros acima de onde eles estão.
Hillary murmura:
— Puta merda! Eu pensei que fosse um prédio de quinta. É um complexo gigantesco.
— Não é a toa que é aqui que o Addan cria a maioria das suas aberrações. Bem, soldados! Mais 10 minutos de caminhada e finalmente chegaremos ao portão principal da central.
Eles começam a subir o morro em direção à central.
LABORATÓRIO CENTRAL
Fionna tenta tomar as rédeas da situação.
— Tá legal, gente. Tá…É… Ellie?
— Sim?
— Sem a Jennifer e o Edward… Somos apenas nós 6 agora. Então enquanto o capitão Dan não chegar, vocês 3 são os únicos militares aqui. Nós não temos muitas opções, então… O que sugere?
Ellie olha para Fionna e percebe a responsabilidade que caiu sob ela.
BUNKER SECRETO- QUARTO DE EMILY.
Emily está no quarto ainda tentando se recuperar das feridas que recebeu na luta contra Abigail.
Addan entra no quarto sorrateiramente, com um sorriso hipócrita, dizendo:
— Estás bem, pequena Emily?
Emily, em tom de poucos amigos, responde:
— O que você acha?
— Essas pequenas raladuras vão passar muito em breve, não se preocupe com isso.
— Essas raladuras não me incomodam, Dr. Addan.
Ela vira de frente para o Dr. Addan e fala com um semblante sério e furioso.
— Eu vou me vingar da Abigail e todos aqueles que ousarem ficar no meu caminho.
— Ora, ora, ora… Então finalmente vai dar lugar para usar todo o seu poder, jovem Emily?
— Nem que eu morra… Mas eu só vou descansar quando todos eles estiverem dentro de uma cova. EU JURO!
LONDRES, INGLATERRA.
May e Peggy se dirigem ao carro que May “pegou emprestado”.
— Agora falando sério, gata. Como você aprendeu todas essas habilidades?
— Meu pai era sargento do exército (entrando no carro). Ele me ensinou muita coisa até a minha adolescência, até… (Coloca o cinto) Até ele falecer.
— Ai, meu Deus. Eu sinto muito!
— Está tudo bem… Ele… Morreu em uma guerra civil na Escócia.
— Que coincidência! Estamos exatamente na mesma situação.
— Mas… A gente não pode deixar acontecer o mesmo que aconteceu com meu pai e com as outras pessoas. Eu passei muitos anos recuando da guerra, mas… Parece que o sangue de guerra corre pelas minhas veias.
— É uma lutadora, minha cara May. Devo parabenizar.
— Não mereço nenhuma dessas parabenizações. Eu só quero que esse pesadelo termine.
— Bem, então… Para onde iremos agora? Alguma ideia?
— Não sei… Talvez deveríamos pedir ajuda, mas… A quem iríamos recorrer? E modéstia parte, estamos sendo ainda mais úteis que a própria polícia, então… Acredito que seria melhor a gente andar pela cidade pra aconselhar as pessoas a se esconderem e se protegerem, pelo menos até toda essa bagunça acabar.
— Isso é o que uma ótima líder diria. Então… (Coloca o cinto de segurança)Pé na estrada, gatinha!
Em outra extremidade dali de Londres, os policias Sam, George e Arnold chegam até um posto de gasolina e se deparam com uma cena desconfortável.
— Mas que porra aconteceu aqui?- Pergunta Sam, incrédulo.
— Ai, meu Deus! Isso é… Isso é…
— Não complete a frase, Arnold. Claramente são, são…
Sam completa:
— Tripas.
Arnold e George sentem repulsa e vontade de vomitar.
Na frente deles, algumas pessoas completamente dilaceradas, com as tripas de fora, muito sangue e membros de corpos espalhados. Ali foi o primeiro local afetado quando os infectados quebraram a barreira de contenção. Certamente, não teriam tempo de fugirem.
— O que esse maluco do Dr. Addan fez? Criou um exército de monstros.
George se aproxima e toca no ombro de Sam.
— Aí, soldado! Vamos dar o fora daqui, na boa… Passa o relatório pro comandante, avisa que não temos nada que ver aqui. E eu pensava que o que eu vi na lanchonete já era suficiente.
— É… Pelo visto… As coisas estão piores do que imaginei.
Os três homens entram novamente na viatura, abandonando aquele local.
LABORATÓRIO CENTRAL
Ellie está ditando as regras a todos.
— Precisamos primeiro colocar um de nós pra vigiar o corredor principal. Não sabemos se o chacal vai vim até nós.
Julian se prontifica:
— Pode deixar comigo, eu faço questão de arrancar as tripas desse filho da puta depois do que ele fez com a Jennifer.
— Não, Julian. Você ainda não está 100% estável. Vai acabar deixando as suas emoções falarem mais alto. Mason, você vai ficar de vigia.
— Ok, se não tem outro remédio.
— Tá, mas o que eu faço então, Ellie? Eu não vou ficar parado sem fazer nada.
— O senhor Makoto não pode ficar correndo pra lá e pra cá toda hora, então seria melhor que você o levasse para algum quarto, pra ele repousar até o capitão chegar.
— Mas… Eu estou bem, senhorita.
— Senhor Makoto, com todo o respeito, mas o senhor já é de idade e tentar acompanhar esse mesmo ritmo que estamos fazendo, vai te exaustar ainda mais.
— O quanto que eu tenha as minhas filhas de volta… Eu aceito.
— Ótimo! Meninas, nós três ficaremos juntas por enquanto. Acho que vamos precisar de algum kit de primeiros socorros.
Ashley responde:
— Eu sei onde podemos achar.
— Ótimo! Então vamos. Tá tudo bem pra você, Fionna?
— Claro, Ellie. Vai ser uma boa forma de nos protegermos.
— Lembrem-se que não sou nenhuma líder aqui, estou fazendo isso unicamente até o capitão Dan chegar e ele vai decidir o que fazer em seguida.
Ashley diz:
— Melhor termos cuidado, a Hilda ainda está pela central. Não sabemos onde ela pode estar.
— Verdade, aquela desgraçada com certeza está bem viva e perambulando por aí. Não bastou os socos que eu dei nela.
— Iremos nos cuidar, mas que sejamos rápidos! Mason, vá para o corredor! Julian, leve o senhor Makoto para o quarto, e meninas, venham comigo!
Os 6 sobreviventes da central possuem uma árdua missão a fazer. Resta saber por quanto tempo eles vão aguentar.
PORTAL PRINCIPAL DA CENTRAL DA PHOENIX.
O Capitão Dan juntamente com sua equipe, chegam finalmente ao portão principal da central.
— Bem… É aqui. Mas… Não era para o Edward estar aqui?
Victor responde:
— Estranho, nenhum de nossos amigos vieram até o portão.
O Capitão Dan tenta se comunicar com Edward.
— Alô, Edward? Na escuta? Estamos em frente ao portão principal. Pode abrir pra a gente? Oi? Na escuta?
Scott fica observando as inúmeras tentativas que seu pai faz em se comunicar.
— O que houve, pai?
— Estranho… O Edward não responde, não consigo entrar em contato com ele e… Ninguém mais tá respondendo.
Lisa pergunta:
— E o que a gente faz? Esperamos aqui?
— Eu não sei… Isso não está me cheirando muito bem.
CORREDOR DA CENTRAL DA PHOENIX.
Mason está de guarda em uma das entradas que dá acesso ao corredor para o laboratório central onde eles estavam. Em outro local, vemos Julian levando o Sr. Makoto até um quarto.
— Era aqui que o senhor se hospedava?
— Digamos que sim, jovem.
Julian repara numa fotografia na mesa ao lado da cama.
— Quem é essa?
— Minha esposa… Violet.
— Então ela é a mãe das meninas? Da Lisa e da Emily?
— Sim… Mãe das minhas duas princesas.
— Pensei que ela fosse sul coreana como o senhor.
— Não, ela é de origem inglesa. A Lisa puxou mais os meus traços orientais, a Emily ficou um pouco mais mestiça. (Para um pouco de falar e suspira). Saudades delas!
— Não se preocupe, vamos todos sair dessa. Eu prometo!
Em outro corredor, Fionna, Ashley e Ellie estão se dirigindo à uma sala para pegar primeiros socorros.
— Aqui dentro tem algum kit em algum lugar.- Orientou Ashley.
— Tá legal, fiquem atentas. Eu vou pegar.
Ellie entra na sala e vai até um balcão. Ela abre os armários inferiores e pega uma bolsa com remédios, seringas, curativos, esparadrapos e soro.
Fionna e Ashley ficam esperando-a do lado de fora da sala, no meio do corredor. Ellie pega a bolsa e se dirige até a porta.
Quando ela se aproxima, as luzes da central piscam em coloração avermelhada e a porta da sala se fecha. Fionna e Ashley gritam respectivamente.
— Ai, meu Deus! Ellie!
— Ellie!
— Gente! (Batendo na porta) O que aconteceu? Me tirem daqui!
Na sala onde está o Sr. Makoto e Julian, a porta também fecha automaticamente.
— O que é isso? Que porra tá acontecendo aqui? Oww! Abre essa porta! Ellie! Gente! Mas que caralho! O que tá acontecendo, doutor?
— Eu, eu não sei. Não era pra isso ter acontecido.
No local onde Mason está de guarda, a porta automática que dá acesso ao corredor começa a se fechar sozinha.
— Ah merda!
Por sorte, Mason foi mais rápido e conseguiu passar pela brecha da porta antes que ela se fechasse completamente. Caído ao chão, ele fica confuso com o que está acontecendo.
— Mas que merda tá acontecendo aqui?
No outro corredor, Fionna e Ashley continuam tentando tirar Ellie daquela sala.
— Ashley, por que as portas se fecharam?
— Eu não sei, Fionna. Tem alguma coisa errada.
— Meninas! Precisam ir até o Mason, peça pra ele vir até aqui e me ajudar a sair.
Fionna responde:
— Tá bom, Ellie.
Ashley pega na mão de Fionna, assustada, apontando para frente.
— Fionna?
— O que foi?
— OLHA!
Bem lá na frente do corredor, parado, respirando um pouco acelerado, está ele…
— É o chacal!- Exclama Ashley.
O chacal está segurando sua faca na mão.
— Meu Deus, a gente precisa sair daqui.
Ellie, do lado de dentro, escuta.
— Meninas, o que tá acontecendo? Quem tá aí?
O chacal continua parado no fim do corredor. Ele pega a sua faca e fica jogando de uma mão para a outra. Ele balança o pescoço até estalar e olha pra frente. Fixa seu olhar nas mulheres. Em seguida, começa a correr na direção delas.
— Ai, meu Deus! Ashley! Corre!
Elas começam a correr. Ellie de dentro da sala, fica completamente desesperada sem poder fazer nada.
— FIONNA! ASHLEY! NÃO! ALGUÉM ME TIRA DAQUI!
Uma incessante perseguição começa. Fionna e Ashley tentam procurar locais para se esconderem. O chacal continua vindo na direção delas a todo custo.
— Fionna, o elevador à direita!
Elas correm até o elevador. Fionna pressiona o botão.
— Ai meu Deus! Ele tá vindo!
A porta do elevador se abre. As duas entram.
Quando a porta está prestes a se fechar, o chacal coloca suas mãos para dentro do elevador e puxa os cabelos de Ashley tirando-a para fora.
— ASHLEY!
— AAHH ME SOLTA! ME SOLTA!
Ashley fica se debatendo e morde o braço do chacal. Ele a solta arremessando-a no chão. Fionna sai do elevador e avança pra cima dele distribuindo socos em seus peitos e no rosto mascarado.
O homem a esbofeteia. Ela cai ajoelhada e em seguida Ashley retorna e sobe em cima de suas costas dando vários socos nele. O chacal fica transtornado e arremessa Ashley para longe.
Ele volta à Fionna que continua caída ao chão.
— Vai ser um prazer enfiar uma faca na sua barriga igual eu fiz com o idiota do Edward.
O chacal empunha a sua faca para acertar em Fionna e ela segura tentando impedir que seja atingida.
— Como é sentir a morte passando pela sua janela, Fionna?
— Como sabe o meu nome?
— Eu sei de muitas coisas.
Quase pressionando a faca contra Fionna, Ashley aparece com um extintor de incêndio.
— SOLTA ELA!!
O chacal fica atordoado com o vapor gelado do extintor. Fionna se levanta. As duas voltam para o corredor e correm para o outro lado.
— SOCORRO!! SOCORRO!
Mason está correndo em outra direção e começa a procurar por todos.
— Gente! Onde vocês estão? FIONNA! ELLIE!
No quarto do Dr. Makoto, Julian continua tentando abrir a porta.
— Ahhh mas que porra! O que tá acontecendo na merda desse lugar? Por que essas portas não se abrem?
— Com certeza o Dr. Addan está envolvido nisso, como sempre. Ele deve ter bloqueado as portas da central.
— Mas por que ele faria isso? Permitiu que nós entrássemos na central sem tentar nos impedir, por que agora ele está fazendo isso?
— O Addan está jogando conosco, jovem. Precisamos encontrar uma saída antes que ele faça coisas piores conosco.
Nos corredores, Mason continua procurando pelos companheiros e Ellie escuta a sua voz.
— MASON! MASON, AQUI!
— Ellie! Ellie, você está bem?
— Não, eu não estou bem. Estou presa dentro dessa sala, a Ashley e a Fionna estão correndo perigo, o chacal entrou na central.
— Quê? Não pode ser possível, ele não passou pela porta onde eu estava de guarda.
— Ele certamente entrou por algum outro lugar, precisa encontrar esse desgraçado e matar ele.
— Eu vou procura-lo.
— Acho que não vai ser necessário.
O chacal já se encontra presente.
— VOCÊ?
— Preciso fazer com que sangue seja derramado neste lugar… E preciso de voluntários. Acho que você seria a peça perfeita para o meu jogo.
— Você matou a Jennifer e o Edward. Eu nunca vou te perdoar por isso.
Mason pega a sua arma, dispara contra o chacal, ele desvia do tiro e, em seguida, parte pra cima dele derrubando-o ao chão. O chacal arranca a sua arma da mão de Mason e a joga pra bem longe.
Mason dá uma cabeçada nele. Em seguida chuta os seus peitos fazendo com que ele se afaste. Ellie, do lado de dentro da sala, em desespero.
— MASON, CUIDADO, POR FAVOR!
Mason se levanta e está disposto a enfrentar o assassino.
— Seu capacho maldito do Dr. Addan!
O Chacal o segura pelos cabelos e o arremessa contra a parede. Mason tenta se levantar dando um chute nas costelas do chacal. Ele é mais forte e devolve com um outro chute no rosto de Mason arrancando sangue de sua boca.
O chacal o levanta segurando seu pescoço com uma única mão e o erguendo na parede.
— Eu disse que eu não saio daqui enquanto não ver sangue ser derramado.
O chacal pega a sua faca e enfia na garganta de Mason deixando-o por segundos pendurado em sua mão.
Ashley e Fionna chegam ao corredor neste exato momento.
— AAAAAAAAAAAHHHHH!!
— MASON! NÃO!
Ellie, de dentro da sala, grita:
— O QUE TÁ ACONTECENDO? MASON!!
O chacal retira a faca do pescoço de Mason e encosta a sua máscara fazendo com que todo o sangue jorre em cima da cabeça dele.
Fionna e Ashley ficam assustadas, petrificadas, diante daquela cena doentia.
— Não… Por quê?- Diz Fionna com a voz embargada.
O chacal solta o corpo de Mason. Ele fica uns segundos olhando para o seu trunfo e, em seguida, fixa o olhar nas garotas.
Ashley percebe a arma de Mason ali no canto da parede, perto dela, e não hesita em tirá-la do chão.
— FICA LONGE! FICA LONGE OU EU JURO QUE TE MATO!
— Isso não vai funcionar comigo, princesinha.
— ATIRA NELE, ASHLEY! ATIRA NELE!
— AAAAAAAAAHHHH!!
Ashley dá vários tiros seguidos no chacal e nenhum fez sequer um arranhão.
— Não… Não pode ser.
— Eu disse… Não sou como vocês. Acho que tá na hora de eu colocar um ponto final nisso tudo.
Fionna se coloca na frente de Ashley.
— Não se atreva, seu animal!
Quando o chacal ia se aproximar, ele recebe uma chamada pela escuta do Dr. Addan.
— Chacal! Já pode voltar. É o suficiente.
— Tem certeza? Eu tenho duas franguinhas aqui na minha frente doidas pra morrer.
— Sim, por hoje é o bastante, vamos dar uma trégua a eles até o capitão Dan chegar. Lembre-se que têm uma pessoa muito especial com eles que você quer ver.
— Verdade, preciso estar bem vivo para este reencontro.
— Volte pra cá e aguarde novas instruções.
— Perfeito, doutor… Bom, estou indo nessa, miladies. Dessa vez vocês escaparam, mas… Não espere que será assim da próxima vez.
O chacal se retira. Pega o elevador mais próximo. Ao se retirar, as portas que estavam trancadas se abrem automaticamente.
Ellie sai da sala já ofegante.
— MENINAS! Meninas, vocês estão bem? Eu… Eu… Ai, meu Deus! MASON! MASON!!
— O chacal… O chacal matou ele, eu… Eu tentei atirar nele e…
— … Não foi sua culpa, Ashley! Ele tentou matar nós duas.
— Pobre Mason… Ele… Eu estou perdendo todos os meus colegas oficiais da força aérea. Primeiro o Marco e agora ele?
Julian e Makoto chegam ali no corredor.
— Gente, estão bem? A porta estava fechada e… O… M… Mason?
— Meu Deus, o que aconteceu com ele?
— O chacal, Julian… O chacal matou o Mason.
— Quê? Como ele entrou aqui? COMO ESSE FILHO DA PUTA ENTROU AQUI?
— Ele sabia o meu nome, ele… Ele olhou bem nos meus olhos e disse que sabia de mim e de possivelmente de todos nós.
Ellie pergunta:
— Mas… Então quem pode ser o chacal?
Julian, furioso, responde:
— Eu não sei quem é, mas eu vou agora mesmo matar aquele filho da puta!
— Não, não, Julian! Ele já foi embora!- Impede Fionna.
— Não me interessa, eu vou atrás daquele cuzão desgraçado do caralho.
— Ele, ele não foi atingido por um tiro, eu… Eu dei vários tiros nele. Por que ele não morre?
Ellie diz:
— Se o capitão não chegar aqui… Não vai sobrar ninguém pra contar história.
PORTÃO PRINCIPAL DA CENTRAL.
O capitão Dan continua insistindo em tentar entrar em contato com alguém pra ver se abrem a porta, mas é inútil.
— Isso está muito estranho. Por que não respondem? Por que a porta não abre?
Cristhian questiona:
— Isso não é bom, e se formos apenas as iscas para o filho da puta do Dr. Addan?
O portão começa a se abrir.
— EI, ESPERA! TODO MUNDO EM GUARDA!
O portão vai se abrindo. O capitão Dan e os demais ficam em estado de alerta. Quando termina de abrir, Edward sai ali se espreitando pela porta, gravemente ferido.
— Droga! Edward?
O capitão Dan o segura pelos braços. Victor e Scott se aproximam.
— Precisam encontrá-los. O chacal vai matar eles.
— O chacal está aqui? Ele fez isso com você?
— Eu vou ficar bem, mas precisam ajudar a Fionna e os outros depressa!
Minutos depois, vemos o capitão Dan com toda a tropa ali no corredor, testemunhando o corpo de Mason ensanguentado. Era notório o semblante de dor pairando entre eles.
Ellie, em um sentimento de impotência, abraça ao capitão Dan.
Lisa corre imediatamente para os braços de seu pai e ambos se abraçam chorando.
Julian é recebido em prantos por Victor e Scott.
Hillary e Judy acudindo Ashley completamente atordoada.
Fionna abraçando Edward no chão, sem acreditar que ele está vivo.
Cristhian e Demétrio parados no corredor olhando todos eles tentando, de alguma forma, encontrarem acalento um no outro. O que é pouco provável a esta altura do campeonato. Já que na lógica humana, eles não possuem mais nenhuma esperança, e não sabe se haverá mais alguma outra saída além do que já viram aqui.
Seja pelo chacal ou qualquer outro… Eles estão presos por um fio interminável que conecta todos eles ainda que indiretamente, ou, no frigir dos ovos… Bem diretamente.
SALA ESCURA, ALGUM LUGAR DOS PORÕES DA CENTRAL.
Em uma sala bem pequena com tonalidades escuras, se encontra Hilda agachada e encostada na parede de metal. Ela está com o olhar distante e totalmente sem rumo.
— Não vão apagar a minha história… Não irão apagar!