“Talvez ainda não seja o fim do mundo. Mas estamos num mundo que é o fim”.- Veríssimo Andrade.
OXFORD, INGLATERRA, ANOS ANTES…
É final de primavera e aquela suave chuva que antecede o verão está passando umedecendo as belas flores de um jardim. Pela janela, uma bela mulher está com uma mão posicionada no vidro, observando. Essa mulher é Violet.
— Violet, querida!
— Ow, sim, meu amor?
— Acredita que a Emily dormiu?
— A essa hora da tarde?
— Sim, também fiquei surpreso.
— Ah, minha pequena Emily! Tão novinha, mas tão preguiçosa.
— Sim, e nossa Lisa já está ficando uma mocinha. Já estou imaginando eu precisar estar indo atrás dos possíveis namoradinhos dela.
— Por favor, Makoto, nossa Lisa ainda é muito jovem pra essas coisas.
— Sim, eu sei. Eu vou na mercearia e já volto. Te amo!
— Te amo, querido!
Makoto se retira. Violet dá uma tosse discreta colocando um pano na boca, quando olha novamente o pano, está com respingos de sangue.
HOSPITAL CENTRAL DE LONDRES- ALGUNS MESES DEPOIS.
Makoto está na sala de espera desesperado sem ter notícias de sua esposa. Um médico sai do consultório e vai até ele.
— Sr. Ishihida,como eu sei que o senhor também é médico, não posso ficar dando rodeios. A sua esposa está com uma doença degenerativa de altíssimo grau. Pelo visto, uma doença silenciosa que só veio se mostrar agora.
— Mas… Ela tem chances de escapar, doutor?
O médico olha pra ele sem dar nenhuma esperança.
Dias depois, Makoto está andando na rua afoito e completamente desnorteado. Doroth o vê e tenta conversar com ele.
— Senhor Makoto?
— Não quero falar com você.
— Por favor, Makoto! Me escute!
— O que quer? Dizer que minha mulher está morrendo por minha culpa porque eu não saio um minuto do laboratório do teu marido?
— Você sabe que eu não diria isso.
— Sabe sim… Mas eu não vou desistir, eu farei de tudo para salvar a minha mulher, não importe o preço que eu tenha que pagar.
Ele se retira furioso.
— Espera, Makoto! Espera!
Ela diminui o tom de voz e diz:
— Você… Não vai conseguir salvá-la.
Alguns dias mais se passaram, Violet está na cama do hospital. Uma enfermeira acaba de trocar as toalhas e diz:
— Você tem visitas.
— É o meu esposo? Minhas filhas?
— Acho que não.
A enfermeira concede a permissão, e Doroth entra.
— Doroth?
— Oi, Violet!
— O que faz aqui?
— Bem… Vim te visitar já que seu marido me proibiu.
— Mas… Por quê? Ele não é de fazer isso.
— Eu sei… Escuta, Violet! Posso me assentar aqui com você?
— Claro.
Ela se senta ao lado da cama e pega nas duas mãos de Violet.
— Eu quero que saiba que… Daqui pra frente, mesmo quando as coisas ficarem difíceis, Deus já tem um plano para as suas filhas e elas nunca ficarão desamparadas.
Violet começa a ficar emocionada.
— Você se sentirá tão orgulhosa, mas tão orgulhosa por ter tido essas meninas tão lindas! E quero que escute bem, escute bem o que eu vou te dizer, Violet… A tua filha, Lisa… Vai se tornar uma mulher guerreira, batalhadora, talentosa… Ela vai honrar o teu nome e o nome do seu esposo até o último minuto… Está ouvindo isso? Nunca e jamais duvide do êxito que suas filhas terão nessa Terra.
Violet chora emocionada. Doroth a abraça.
3 dias depois, Violet faleceu.
No enterro, dor, remorso, lágrimas… A combinação perfeita para uma tragédia. Lisa ainda ali com seus 14 anos parada em frente ao túmulo de sua mãe enquanto seu pai está com Emily um pouco mais afastados conversando com outras pessoas, e eis que Doroth surge utilizando um chapéu preto com véu para que não mostrasse o seu rosto.
— Ela era uma boa mulher.
— Quem é a senhora?
— Escute bem, Lisa… Quando chegar aquele grande dia… Lembre-se quem é o verdadeiro inimigo.
Lisa não entende absolutamente nada. Em seguida, aquela lembrança se desfaz e vemos Lisa atualmente na sala onde está juntamente com Vivian e parecia que ela despertava de um pesadelo e solta um grito meio sufocado como se tivesse tirando água da boca.
— Lisa, o que houve?
— Eu… Eu me lembrei.
— O quê?
— A Doroth estava no enterro da minha mãe. Meu Deus, como eu pude me esquecer disso?
— Ela não era a única que estava lá, Lisa.
— O quê?
FLASHBACK- DIA DO ENTERRO DE VIOLET
Lisa e os demais já saíram. Doroth continua ali até que Vivian e seu esposo aparecem.
— Você não muda, não é, Doroth?
— Vivian? Ted? O que fazem aqui?
— Somos amigos e colegas de trabalho do Dr. Makoto, claro que viríamos.
— Perguntem se o Addan fez o mesmo.
O marido de Vivian, Ted diz:
— O Dr. Addan nunca gostou muito dessas coisas, não é?
— Muito pelo contrário, esse é realmente o tipo de ambiente que ele adora.
— Doroth, por que não almoça um dia desses na nossa casa? Ted e eu ficaríamos encantados em recebê-la.
— Melhor não… Não vão querer me receber depois de… Depois de tudo que a família do meu esposo fez e ainda há de fazer.
Ted diz:
— Bom, de todos os modos… Até mais tarde, senhora Doroth.
Ele pega na mão de Doroth e rapidamente vem na mente dela, a visão do acidente de carro que os dois sofrerão.
Doroth se assusta tirando a mão dele e se afasta.
— Até logo!
(VOZ EM OFF- VIVIAN)
Eu soube só depois daquele dia que Doroth viu meu marido morrendo quando ele tocou em suas mãos.
FIM DE FLASHBACK
— Você realmente acredita em tudo isso que a Doroth disse? Das probabilidades e… Tudo mais?
— Antes não, mas hoje sim, Lisa. Hoje eu acredito até mesmo quando a Doroth precisa blefar pra se safar. Eu… Eu precisei mentir para o Ted durante anos… Que eu havia tido outra filha.
— Espera… Então ela não é do mesmo pai do Cristhian e do Dylan?
— Não, Lisa… O pior é que quando meu marido soube… O coração dele se despedaçou.
FLASHBACK- RESIDÊNCIA DOS TUNNER- 2014
— Você… Esperou 19 anos pra me contar que teve uma filha? Por que esperou tanto? Por que escondeu isso de mim, Vivian? Eu sou teu marido, eu tinha o direito de saber.
— Porque não há nada pior do que saber que você teve uma filha com um pai babaca e que sequer sabe da existência dela.
— Como assim? Do que você está falando?
— A gente havia acabado de se conhecer, Ted… Eu era nova e… Teve um happy hour após o expediente em uma sexta-feira. Eu fui no bar, e maldita a hora em que “Ele” chegou perto de mim. Me ofereceu uma bebida, eu tola, aceitei… Horas depois… Estava eu estirada em uma cama sem calcinha e com meus peitos de fora. Ele me dopou pra poder abusar de mim… Mas nada foi pior do que ver o rosto da pessoa que fez isso, Ted. Nada pior do que ver o rosto do…
FIM DE FLASHBACK
Lisa, incrédula, pergunta:
— O NARAJ?
— Sim, Lisa. Aquele filho da puta do Naraj é o pai da minha filha. Eu não me arrependo de ter tido ela, mas quando lembro quem foi a pessoa, eu…
— … Aquele porco do Naraj que vive cheirando o rabo do Dr. Addan. Eu sempre achei ele um inútil ou apenas o “orelha” do Dr. Addan, mas isso?
— Ele não faz ideia de que teve uma filha.
— Sério? Então ele não sabe?
— Não. O Addan e a Doroth são os únicos que sabem. E agora você.
— Meu Deus, eu nunca imaginei que todos nós estivéssemos conectados por um laço do destino interminável. Meses atrás nunca sequer tínhamos ouvido falar um do outro e agora descubro que todos nós fazemos parte desse ciclo que parece não ter fim.
— Agora você entende a necessidade de acabar com tudo isso não é, Lisa? O Ted quando soube de tudo, ele ficou louco e queria jogar merda no ventilador, mas eu falei que precisávamos esperar mais um pouco. Foi aí que eu decidi que iria pedir demissão e nós 4 iríamos fugir pra bem longe para que o Addan não nos encontrasse. E foi justo nesse dia que a Hilda bateu no nosso carro e o Ted veio a falecer.
— Eu digo que foi um milagre os meninos terem sobrevivido naquele acidente, e a senhora também.
— Eu morri praticamente. Meus registros foram apagados do Planeta Terra, assim como aconteceu com o teu pai. O Addan é um sanguessuga, ele tira tudo das pessoas, tira a vida, tira os familiares e tira a dignidade… Ele não pode mais ficar impune de tudo o que ele fez. As experiências na ilha e em toda a Phoenix são o de menos, comparado ao que ele faz com o psicológico das pessoas.
— Você tem razão, o que sugere que façamos?
— Escuta… Para colocar um fim nessa guerra, teremos que tomar atitudes bem drásticas. Há duas alternativas que eu posso comandar todas elas. Primeiro, um sistema de autodestruição da torre. A central inteira não ficará tão afetada, só um pouco, mas a torre, as escadarias, plataformas e tudo mais, vão cair. Doroth me contou que a torre é o maior medo do Dr. Addan, se ele perde aquele lugar, ele perde tudo.
— Entendo.
— E a segunda opção é… Um míssil balístico continental com um alcance de 7000 quilômetros. Mas o único problema é… O míssil não destruirá apenas a central, mas toda a ilha.
— Isso… Isso é possível?
— Sim, mas… Se fizermos isso com pessoas aqui… Ninguém vai sobreviver. O sistema de autodestruição derrubará apenas a torre, mas o míssil destruirá tudo.
— Nós… Nós não podemos arriscar a vida de tantos inocentes, fora aqueles que já morreram por conta de tudo isso, eu… Eu não sei.
— Faremos o seguinte, vamos seguir pela opção 1, mas só depois que tivermos certeza que todos estão a salvo. O que acha?
— Pode ser, acho melhor.
— Bem, então… Vamos nos preparar, Lisa! Temos uma guerra para ganhar!
OPENING:
EPISÓDIO 13:
ARMAGEDDON
PLATAFORMA 3
Já é quase 10 da noite, e após uma difícil passagem pela Plataforma 1 e pela Plataforma 2, os heróis agora estão frente a frente com um inimigo até então desconhecido, mas que já provocou um caos a pessoas queridas por eles, e pelo visto, não está disposto a parar. Seu codinome: Chacal.
— É um prazer conhecê-lo pessoalmente, capitão Dan. Pena que esse prazer não será por muito tempo.
— Você é mais um dos ratos do Addan, não é? Quantos mais de vocês existem? Addan tem tantas pragas que eu fico sem entender como ele consegue fermentar a cabeça de vocês dessa forma.
— Calma aí, capitão! Releva. Você certamente foi manipulado por ele no passado, certo? Por que tá com essa bola toda achando que tem alguma moral?
— Não fale assim do meu pai!
— Scott, não dê bola pra ele.
— Ai que bonitinho! O filhinho do papai defendendo ele, mesmo depois de saber das atrocidades que ele cometeu.
— Os meus pecados eu já paguei e pago até hoje, você não tem o direito de apontar o dedo pra mim.
— Curioso. Vocês aqui todos reunidos, mais surpreso ainda com o Edward por ainda estar vivo. Não foi suficiente aquelas facadas, Edward?
— Acho que precisa melhorar um pouco esse pulso firme, “princesinha”.
Cristhian se irrita e vai para frente do capitão Dan.
— Já chega! Já cansei disso! Quem é você?
— Cristhian, por favor.- Orienta o capitão Dan.
— NÃO! Esse filho da puta matou amigos nossos e ainda teve coragem de matar o Demétrio.
— Coragem foi aquele moleque ter vindo pra cá sendo que ainda cheirava a fraldas.
— Cala a boca, seu filho da puta! CALA ESSA BOCA!
— Nossa! O capitão Dan agora tá sediando uma creche? Ou é um canil? Melhor colocar uma focinheira nesse teu pet, capitão.
— Focinheira eu vou colocar no teu pau! Por que a gente não encara isso de homem pra homem, hein? Ou tá com medo?
— Cristhian, não faça isso!
— Capitão! Eu já perdi todo mundo… Eu não posso me dar o luxo de morrer sem ao menos ter tentado.
— Ora, ora, ora… Garotinho corajoso. Pena que isso não foi suficiente para salvar o seu irmão da morte.
— NÃO FALA ASSIM DO MEU IRMÃO!
— Sabe de uma coisa, Cristhian? Agradeça por teu irmão ter se afogado naquele mar, porque se ele tivesse aqui, eu iria adorar cortar aquela pele escura dele e comer enrolada em marshmallows. Eu iria arrancar o pinto sujo dele com minha faca e dá pros urubus comerem, porque eles adoram uma boa carniça.
— EU VOU TE MATAR!
Cristhian se descontrola perante às provocações do chacal e parte pra cima dele com toda a sua fúria. O chacal desvia e dá um soco em Cristhian. Ele se recupera do golpe e começa a desferir vários socos seguidos do outro no chacal.
O homem é extremamente forte e não cede aos impulsos descontrolados de Cristhian. Os demais ficam olhando, não sabem se querem interver ou não. Qualquer movimento falso, o chacal poderia atirar em Cristhian ou neles.
Mas o chacal insiste em usar somente a sua força bruta, ao igual que Cristhian.
O jovem está completamente irritado, e não consegue ter precisão em seus ataques. O chacal já mais calmo, consegue neutralizar tudo o que vem de Cristhian.
Ele dá uma rasteira no jovem e em seguida começa a encher ele de socos enquanto está caído no chão.
Edward e Scott tentam ir até ele, mas o chacal não está para brincadeiras.
— Se um de vocês se aproximarem, eu juro que estouro a cabeça fodida dele na primeira oportunidade.
O Capitão Dan faz sinal para que eles se afastem.
Cristhian está perdendo a luta, mas não cede ao inimigo.
— Você bate que nem uma bichinha. Cadê sua força, chacal? Hein? Tá com medo de bater em homem?
— Pobre criatura, está achando mesmo que falando grosso assim comigo, isso vai te tornar um homem? Eu vou te mostrar… O que é ser homem.
O chacal, covardemente, empunha a sua “famosa” faca no abdômen de Cristhian, deixando todos ao redor completamente chocados.
Cristhian fica sem acreditar no que havia acontecido, morrer daquela forma? E principalmente sem saber que sua mãe está viva.
Neste momento, Scott, Victor e Edward se enfurecem como nunca e partem pra cima do chacal.
— Aaaaaaaaaaaahhhh!
Os três tentando golpeá-lo. O chacal segura Edward pelo pescoço e o joga contra Scott. Victor tenta soca-lo e o chacal desvia de seu golpe e o chuta fazendo-o cair.
Os três se recuperam. Continuam no embate. Makoto, e as mulheres olhando aquilo, aflitos. O capitão Dan sem reação.
Até que por fim…
Ouve-se um disparo.
— JÁ CHEGA!
Ele atira no teto e faz todo mundo cessar imediatamente. Em seguida ele aponta para a direção do Chacal.
— Eu já me cansei desses teus joguinhos… Tá na hora de você tirar essa máscara de uma vez por todas e mostrar quem você é de verdade.
— Ah, capitão. Sinto dizer que não vai querer saber. Aliás, um de vocês não vai querer saber.
— Do que está falando?
— Sabe… Sempre soube que esse dia chegaria cedo ou tarde. E no momento mais propício dessa guerra.
O chacal começa a tirar lentamente a sua máscara. Quando tira por completo, os demais não tem uma reação específica, porém Victor se sobressai e até pensa em estar sonhando por ver quem está na sua frente.
— Papai?
— Olá, “querido” filho. Sentiu minha falta?
SALA DE COMANDO SECRETA
Lisa observa Vivian mexendo em alguns comandos.
— Qual vai ser o primeiro procedimento?
— Eu preciso libertar as pessoas que estão presas, mas estou pensando aqui. Elas ficarão ali sozinhas do lado de fora. Vocês tem algum veículo de resgate?
— Sim, mas está tudo na praia, há o navio que nos trouxe.
— Não tem nenhum helicóptero?
— Não. Na verdade levaram o último pra salvar algumas pessoas.
— Droga! Mas de qualquer forma, não posso mais deixar eles presos. Já sei, vou orientá-los a ficar na porta da central do lado de fora até segunda ordem.
Vivian aciona o comando. De repente, em alguns lugares do prédio, o piso começa a se abrir como se fosse um compartimento secreto. De lá de dentro, as pessoas que haviam desaparecido começam a surgir subindo pelo piso- plataforma. Eles estavam escondidos no subterrâneo e por esse motivo, todos eles desapareceram.
As pessoas ficam atônitas olhando para um lado e para o outro sem saber o que fazer. Burburinhos e conversas paralelas iniciam. Vivian faz um chamado para que todos eles ouçam.
— ATENÇÃO TODOS! Neste momento, as portas principais de saída da central estão sendo abertas, vou pedir encarecidamente que todos vocês aguardem do lado de fora até o resgate chegar. Aos soldados que porventura ainda estão sob o comando do Dr. Addan, peço que larguem suas armas imediatamente, pois vosso anfitrião já perdeu a batalha e não poderá mais pagar por vossos serviços. Repetindo: Saiam imediatamente pelos portões e deixem todos os seus pertences pra trás e aguardem o resgate. Soldados, larguem todas as suas armas!
Aquela mensagem não apenas ecoou para os funcionários que estavam presos, mas também para todos os heróis e até mesmo o próprio Dr. Addan.
— Não… Não pode ser possível, essa maldita escapou!
— E agora, Dr. Addan? O que faremos?
— Eu não posso deixar que ela interfira nos meus planos, não posso deixar!
Na plataforma 3, todos estão escutando aquele recado. Doroth diz:
— Ela conseguiu! Não posso acreditar.
Fionna questiona:
— Quem é essa?
— Vivian Tunner. A mãe do Cristhian.
Cristhian no chão, quase agonizando, sussurra:
— Mã… Mamãe.
Como Vivian disse, os funcionários vão caminhando na direção da saída. Os soldados, por sua vez, também deixaram todas as suas armas e qualquer outro tipo de ferramenta que possa ser utilizada como arma no chão. Facas, granadas, pistolas, armas maiores, canivetes, coletes, capacetes, tudo foi ficando para trás.
A tática de Vivian foi excelente! Para eles, a guerra realmente acabou com a derrota do Dr. Addan.
Mas Addan não vai aceitar isso tão facilmente.
— NÃO! NÃO, O QUE ESSA VAGABUNDA PENSA QUE TÁ FAZENDO?
Ele pega o microfone e tenta entrar em contato com todos eles.
— ESCUTEM, PAREM IMEDIATAMENTE! NÃO DÊEM OUVIDOS A ESSA MULHER!
— Eles não estão ouvindo, Dr. Addan.
— Aquela maldita rackeou o sistema, eu não consigo mais operar no…
Neste momento, uma tela holográfica aparece bem na frente dele. Se trata de Vivian.
— Olá, Dr. Addan! Quanto tempo?
— Sua medíocrezinha dos infernos.
— Antes de mais nada, quero dizer a você que não adianta tentar fazer nada, pois eu rackeei todo o seu sistema, e agora eu estou no controle de tudo. Sei perfeitamente bem do medo que você tem ao ter essa torre destruída, então achei por bem não dizimar toda a ilha com o míssil como eu havia planejado, por tanto irei autodestruir a torre e fazer com que você perca todas as suas amostras únicas.
— NÃO! Você não pode fazer isso! Não se atreva ou eu juro que te mato, sua puta!
— Você já me matou, esqueceu? Me considere agora o seu fantasma que voltou para te assombrar, Dr. Addan. Ah, e antes que eu me esqueça, tem uma pessoa aqui que quer dar um recado a você.
Lisa aparece na frente.
— Olá, Addan. Ou melhor… Titio. É melhor você estar bem preparado porque estou indo atrás de você, e se você acha que o retorno da Vivian foi um fantasma na tua vida, é bom se preparar porque eu serei o teu verdadeiro inferno!
A chamada é desligada. Addan fica alguns segundos olhando para aquela direção como se a tela holográfica ainda estivesse ali.
Em seguida, ele bate as duas mãos em cima da mesa, tomado pela fúria.
— MALDIÇÃO! MALDIÇÃO! EU NÃO ACEITO PERDER! EU NÃO ACEITO PERDER!
— Dr. Addan, controle-se!
— NÃO! Não me peça pra que eu me controle, Naraj. Maldita a hora que você se envolveu com essa mulher e agora ela mesma está nos destruindo.
— O quê? Mas foi você mesmo que quis salvar ela do acidente porque precisava da geniosidade dela para fazer o protótipo.
— Eu estou falando sobre você ter tido uma filha com aquela idiota!
— Uma filha? Como assim? Do que você está falando?
— Você é burro, imbecil! Você engravidou a Vivian naquela noite depois do bar.
— Não, ela nunca me falou nada, ela nem sequer se lembra de mim, eu…
— … Você é mesmo um babaca, não é?
— Então por que ela não me falou nada? Por que o senhor não me falou nada? E o que houve com minha filha? Morreu no parto?
— Você é burro? A tua filha é a Ashley, IMBECIL!
Naraj perplexo.
Cortamos para a cena em que Ashley, Fionna e os outros estão ali impactados com os últimos acontecimentos, além da presença do chacal que se declara, o pai de Victor.
O Capitão Dan dá as coordenadas a Edward.
— Edward, tire o Cristhian e os civis daqui.
— Mas capitão…
— Por favor… Nós cuidamos desse idiota.
Edward pega Cristhian no colo e o leva para junto dos outros.
— Fionna, galera, vamos andando!
O chacal que agora sabemos que se trata de Stuart Evans, não tentou impedir a passagem deles.
— Vejam só que ironia! Nós quatro aqui presentes. Pais e filhos.
— Já chega, pai!
— Agora me chama de pai, meu filhão?
Scott pergunta:
— Victor, é verdade? Ele é teu pai?
— Sim… E era a última pessoa do mundo que eu imaginava encontrar aqui.
Dan começa o interrogatório.
— Pode me dizer como se meteu em tudo isso? Por que está trabalhando para o Dr. Addan?
— Pelo mesmo motivo que pessoas como o General Maximilion, o Dr. Makoto, e até mesmo como você trabalha, capitão Dan: Status e poder. Eu já sabia das coisas esplendorosas que o Dr. Addan fazia, eu pensei que seria interessante me aliar a ele para conseguir dinheiro e um pouco mais de status.
— Você sempre foi um coronel respeitado, pai. Botava medo nas pessoas para que elas te respeitassem, nem precisava do Addan pra fazer isso.
— Mas por que a gente tem que ser tão limitado? Sempre há um jeito de ter mais e muito mais.
— Você sente despeito porque viu que nem eu e nem a mamãe deitaram pra tua arrogância. Agora tem que se humilhar pra um velho de 60 anos pra conseguir dinheiro. Você é patético!
— Ora, ora, ora. O Victorzinho resolveu virar homem? Me conta, desse tempo que estamos separados, conseguiu comer alguma mulher? Ou ainda é um virgem fracassado de merda?
— Escuta aqui, não fala assim dele, tá legal?- Repreende Scott.
— Ora, ora… O filhinho do capitão Dan tá defendendo ele? Você é o quê? Namorado dele? É isso, capitão? Estão aceitando frutinhas agora no teu pelotão?
— Não aceito nenhum tipo de ofensa com qualquer pessoa da minha equipe, senhor.
— Ah não? Então não vai se importar se eu disser que bem aí do teu lado está um dos caras mais maricas que já conheci. Victor morria de medo de mulher, porque obviamente não era o que ele gostava, não é?
— O Victor é muito mais homem do que você, seu desgraçado!
— Scott, não provoca ele, filho.
— Não, pai! Quem esse idiota pensa que é de ofender o próprio filho dessa forma?
— Rapaz, tá comendo ele, Victor? Ou ele que te come pra te defender desse jeito?
— Eu vou te mostrar quem come quem, seu filho da puta desgraçado!
Dan e Victor tentam segurar Scott.
— Já chega, Scott!
— Não dê crédito a ele, Scott. Ele sempre faz isso, adora mexer no psicológico das pessoas.
— Veja só! Parece que você ao menos virou um adulto, né? Em outras épocas você já estaria agora gritando e berrando que nem um bebê.
— Muita coisa mudou desde que você nos abandonou, papai.
— Não, abandonei não, a tua mãe me expulsou de casa.
— Jura? Será que é porque você transava com a vizinhança inteira e fingia que estava tudo bem?
— Não me julgue por ser quem eu sou, Victor.
— E não me julgue por ser quem eu sou, papai. A diferença entre nós dois é que eu tenho muito mais dignidade e honra. Coisa que você sequer sabe. E quer que eu te diga mais? Essa guerra já tem um final, e você acha mesmo que o Addan vai te pagar mais um centavo depois de tudo que vai acontecer hoje? Ele está pouco se lixando pra você, pai. Você é mais um zero a esquerda. Um descarte para o Dr. Addan. Que tipo de serventia você vai ter agora? Ow, talvez você possa chupar as bolas brancas do Dr. Addan e deixar ele meter nesse teu rabo sujo e porco.
— Moleque… Nunca deixou de ser um moleque!
Ele pega uma arma, os outros três fazem o mesmo procedimento.
Os 4 ficam se encarando, esperando quem vai puxar primeiro o gatilho.
LONDRES, INGLATERRA.
May, Peggy, Benjamim e Sam correm até chegar a um container.
A situação no barco continua descontrolada, e eles ficam ali tentando se proteger como podem. May observando as últimas circunstâncias, diz:
— No fim das contas a gente descobre que os humanos são os verdadeiros monstros. Estão atirando em pessoas que sequer estão infectadas.
Peggy complementa:
— Eu sempre soube que isso aconteceria.
— Acreditem, eu vivo matando pessoas a rodo e não conheci nenhuma que valia a pena.- Ironiza Benjamim.
— Tá bom, gente. Tá bom. Eu quero primeiramente saber quem são vocês? E por que estão armadas? O “Homem-Morcego” aqui eu já tive o desprazer de conhecer, mas e vocês? Por que estão aqui?
— Olha, gato. Melhor falar com mais respeito com as duas oficiais do capitão Dan, tá legal? E bem aqui do meu lado está simplesmente a nora dele, então se não quiser ter seu saco chutado, melhor nos respeitar como merecemos.
— Peggy, por favor!
— Trabalham para o capitão Dan? Mas o que estão fazendo aqui? Por que não estão na ilha?
— É uma pergunta interessante. Por que você não tá lá também, ow policializnho de quinta?
— Você tá ligada que eu posso te prender, né?
— Você tá ligado que eu posso dar um tiro na tua cara, né?
— Gente, já chega, pelo amor de Deus! Peggy, pare! Vocês dois, chega!
— Isso aqui tá ficando interessante. – Debocha Benjamim.
— Primeiro, vamos parar de nos estranhar. Meu nome é May, essa aqui é a Peggy. E vocês?
— Já me conhece, sou o Benjamim.
— Sou o oficial Sam Ashford.
— Ótimo, agora que todos fomos apresentados devidamente, precisamos pensar em um plano. Eu perguntei pra uma das mulheres que estavam ali no tumulto e ela disse que os barcos estão levando refugiados para a Irlanda, significa que a infecção não chegou a tomar proporções pandêmicas e se limitou apenas na Inglaterra. A minha ideia é de convencer aos oficiais do mar a reunir o máximo de sobreviventes possíveis pra deixar navegando até o problema aqui dentro do país se solucionar. Eu estou com o pressentimento que haverá algo que vai acabar de vez com essa infecção, mas não sei dizer o que é, então… Preciso que confiem em mim!
Os três olham atentamente para May, e aguardam as instruções dela.
PLATAFORMA 3
O chacal Stuart continua provocando Dan, Scott e seu filho, Victor.
— Seria cômico se não fosse trágico, não é? Esse encontro entre pais e filhos.
— Não fale sobre ser pai porque tá aí uma coisa que você nunca soube fazer.
— Ah não? Só porque eu não atendi os caprichos de sua mãe?
— Não fala da minha mãe ou eu juro que não respondo por mim.
— Você me enoja, Victor. Sempre me enojou.
— Ainda bem. Porque eu sinto o mesmo sentimento por você.
Dan diz:
— Esse despeito pelo Victor só mostra que não é apenas o fato de estar trabalhando para o Addan… Você tá cego de ódio pelo teu filho porque sabe que ele se tornou uma pessoa muito mais bem sucedida na carreira e não precisou escorar em ninguém pra chegar onde ele tá hoje. Me atrevo a dizer que ele é até melhor que eu nesse aspecto, pois nunca se corrompeu. Você tem inveja do teu próprio filho, por isso quer destruir ele. Nunca terá um relacionamento de pai pra filho como eu tenho com o meu e até mesmo com ele.
— Que comovente! Quer adotar ele, capitão? Eu até facilito o processo de adoção pra você.
— JÁ CHEGA! Saia imediatamente daqui, pai!
— Vai ter que me matar pra que isso aconteça.
— Então não me deixa escolha.
Os outros dois se posicionam e Dan e Scott se pronunciam respectivamente:
— Vai ter que passar por cima de todos nós.
— Não vai se safar dessa, seu imbecil!
— Bem… (Ele coloca as armas no chão) Então vem pra cima, seus inúteis!
Dan, Victor e Scott também abaixam as armas e partem para cima do chacal.
O homem extremamente forte começa chutando a perna do capitão Dan e, em seguida, chuta o tórax de Scott. Victor vai pra cima dele e ele desvia de seu soco e o acerta com uma cotovelada nas costas.
Dan retoma o ataque e tenta dar socos na direção do rosto dele, mas o chacal defende com seus braços. Scott avança por trás, mas o chacal se abaixa a tempo de conseguir dar uma rasteira nele.
Dan ameaça com um “mata-leão”, mas o senhor Stuart é forte o bastante para desviar desse golpe e jogar o capitão Dan no chão. Victor reage e tenta atingir o seu pai, mas acaba sendo “desarmado” pela força brutal dele.
— Que ironia! Posso acabar com vocês três sem eu sequer usar uma arma. Como vocês são patéticos!
Victor se enfurece e parte pra cima dele dando vários socos em seu rosto. Uma força extrema começa a surgir do jovem soldado.
— Você arruinou a minha vida! Arruinou a vida da minha mãe! Você merece ir direto pro inferno!
— Isso, Victor! Isso! É o que eu quero, use sua ira! Ire-se!
— Seu filho da puta opressor! Você fodeu com meu psicológico e agora eu vou foder com tua vida!
— Você quer me matar? Você tá louco pra me matar, não é? Vai, me mata, sua bicha!
— VICTOR, NÃO ESCUTE ELE!- Repreende o capitão Dan.
— Eu vou acabar com você! Eu juro!
— VAI, SUA BICHA! ME MATA! ME MATA! NÃO TEM CORAGEM?
Victor está possuído por um ódio sem igual. Todas as lembranças dos maus tratos que ele sofreu durante toda a sua infância parecem estar vindo à tona. Stuart continua provocando-o com semblante de deboche e ironia, enquanto o jovem soldado está trincando os dentes de puro ódio.
Victor dá vários socos na cara de Stuart, até conseguir tirar sangue de seu nariz. O chacal está tão vidrado em fazer que o filho o provoque, que nem está se importando de estar recebendo tantos golpes.
— ISSO, FILHÃO! MOSTRA COMO VOCÊ ODEIA O PAPAI, MOSTRA!
— CALA A BOCA, PORRA!
Scott o alerta:
— VICTOR, NÃO FAZ O QUE ESSE FILHO DA PUTA TÁ DIZENDO! É ISSO QUE ELE QUER!
— VOCÊ NÃO ENTENDE, SCOTT? Esse homem destruiu a minha vida, foi por culpa dele que eu me tornei um homem amargurado e cheio de cicatrizes.
— Mas você não é um homem mau, Victor! Esse não é o seu papel. Se vingar dele é plausível, mas você pode ser tudo, menos um assassino.
— Não liga pra ele, filho! Pegue a pistola de volta e atire bem na minha cabeça. Vamos! Eu quero ver se você tem coragem e é homem o suficiente pra me matar. Vamos! Tá esperando o quê?
— Agente Victor! Você se lembra quando a tua mãe morreu? Você ficou irado comigo porque eu o orientei a deixá-la partir. Eu sei que faz pouco tempo, ainda está muito recente e você sofre com tudo isso, mas canalizar todo esse ódio em um cara que é apenas um pau mandado do Addan não vale a pena.
— Sim, Victor… Não deixa esse cara destruir o que há de melhor em você… O seu coração.
Victor escuta as palavras deles e suas mãos ficam trêmulas de tanto ódio.
— A tua vida e a tua dignidade valem muito mais do que esse filho da puta. – Diz Scott.
— Não dê importância a eles, filho… Eu acabei com a tua vida, agora nada mais justo que você também acabe com a minha. Vamos! Me mate! SEJA HOMEM AO MENOS UMA VEZ NA VIDA!
Victor coloca a ponta da pistola na testa de Stuart completamente possuído pelo ódio.
— Isso. Agora é só puxar o gatilho, filho! VAI! PUXA O GATILHO! ATIRA!
Dan e Scott gritam, respectivamente:
— VICTOR, NÃO!
— VICTOR!
Stuart provoca:
— O QUE TÁ ESPERANDO, SEU DESGRAÇADO? ME MATA LOGO!
Victor se enfurece e grita com os dedos prestes a puxar o gatilho. Stuart fecha os olhos e se prepara para a execução.
Dan e Scott ouvem o barulho do tiro e ficam impressionados.
Vemos a expressão de fúria de Victor no olhar e em seguida ele vira para a direção do capitão e do Scott, dizendo:
— Eu não sou um assassino como você.
Stuart percebe que Victor se recusou a matá-lo.
— Seu inútil… Não serviu nem pra isso.
Dan parabeniza a atitude de Victor.
— Parabéns, agente! Fez a melhor escolha possível.
Stuart não fica nada contente com essa decisão e pega uma outra arma e aponta diretamente para Victor.
— Vai encontrar com sua mamãezinha, seu imbecil!
Dan percebe a movimentação de Stuart e rapidamente se coloca de costas na frente de Victor.
— CUIDADO!
O tiro acerta a parte de trás do pescoço do capitão Dan ao lado de seu ombro… Justo onde não há proteção.
Victor e Scott completamente em choque. O capitão Dan coloca a mão no pescoço e sente o sangue escorrer. Ele se ajoelha no chão e cai para o lado.
Victor fica sem acreditar. Scott completamente em choque.
— PAI! PAI!!!
O capitão Dan está gravemente ferido. Victor se ajoelha para tentar acudi-lo. Scott, tomado por uma fúria incontrolável, pega uma das metralhadoras largadas ao chão e vai para frente com a decisão de alvejar aquele homem sem nenhum pudor.
— AAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHH MORRA!!!!
Scott dispara dezenas de tiros em Stuart. O chacal até mesmo nos momentos antes da morte, sorri com deboche por ver que o filho de seu inimigo foi quem se vingou no lugar que deveria pertencer a Victor.
Stuart dá um sorriso maquiavélico e cai no chão morto com os olhos arregalados. O chacal finalmente caiu.
No chão, Victor tenta de tudo para estancar o sangue do capitão Dan.
— Capitão, vai ficar tudo bem.
— Não se preocupem, comigo. Precisamos avançar na missão.
— Não, o senhor está ferido! Precisa se tratar.
Scott larga a metralhadora no chão após alvejar aquele homem.
— Pai, pai, eu estou aqui.
— Scott, não precisava ter feito isso, foi um tiro de nada.
— Não, o senhor está ferido! Eu não vou deixar que nada aconteça contigo.
— A missão precisa continuar… Eu vou ficar bem, eu juro que irei.
— Victor, me ajuda a fazer uma compressa no ferimento do meu pai, por favor.
— Claro.
Victor tira um lenço do bolso e amarra forte no local do ferimento para estancar a hemorragia.
Enquanto eles estão ali acudindo o capitão Dan, ouve-se uma voz feminina.
— CAPITÃO?
Eles olham para o lado.
— HILLARY?
Hillary aparece ali cambaleando e sangrando muito.
— Eu… Eu…
Hillary tropeça e Victor rapidamente corre para acudi-la.
— Hillary? O que houve? O que aconteceu?
— Pegue isso.
Ela entrega a chave do helicóptero a ele.
— A Ellie… Ela lutou com todas as suas forças, e serviu com dignidade até o fim.
Dan, mesmo ferido, presta atenção no que diz Hillary. Scott ao lado dele também fica observando.
— Eu também quero dizer que… Eu também servi até o fim. Talvez não com a mesma dignidade que a Ellie, mas… Eu tentei.
— Hillary, você… Você é uma mulher incrível! Eu me orgulho por ter trabalhado com alguém como você.
Lágrimas escorrem pelo rosto de Hillary.
— Eu me lembro desde começo… Nós fugindo pelo departamento de polícia em Oxford, eu e a Leonor enfrentando o Aragon pela primeira vez. Foram tantos momentos… Eu fui tão injusta com o pobre Brian sendo que ele sempre foi tão bom pra mim. Eu acho que eu nunca fui uma mulher tão boa assim… Diferente da Ellie que era justa e responsável… Eu não passava de uma mimada e caprichosa.
— Não diga isso, Hillary. Você é uma das mulheres mais corajosas que eu já conheci na vida, eu sempre achei.
— Obrigada, Victor! Obrigada, Scott! Obrigada, meu capitão… Obrigada por me liderar tão bem, obrigada por me tornar essa mulher tão forte que eu fui.
O capitão, fraco, diz:
— Hillary… Eu… Vá em paz, filha.
— O… Obrigada… Fiquem com Deus.
Hillary fecha os olhos, seu pulso que até então estava dando sinais de vida segurando nas mãos de Victor, perdem a força. Aquele coração bravo de uma mulher guerreira parara de bater.
Victor acaricia o cabelo de Hillary e a deixa partir em paz. Os demais ficam completamente impactados ao perder mais uma de suas amigas mais próximas.
ATO II
Edward, Fionna, Ashley, Makoto, Cristhian e Doroth estão se aproximando da plataforma 4. Esta última alerta a eles.
— Esperem um pouco, tem uma enfermaria aqui do lado. Vamos colocar o jovem Tunner ali enquanto o capitão e os outros não sobem.
Edward diz:
— Tem razão. Vem, Cristhian!
— Cuidado, cuidado, tá me machucando.
— Eu sinto muito, vou te colocar em cima da maca, segura no meu ombro com cuidado, isso… Pronto! Já passou.
Fionna diz:
— O que iremos fazer agora, Doroth? O Edward é o único militar aqui conosco, o Cristhian está ferido, não podemos avançar só a gente.
— Estou aqui pensando… Se o chacal ficou como o guardião da plataforma 3… Quem estará na plataforma 4?
SALA DE COMANDO SECRETA
Vivian e Lisa continuam observando os funcionários da Phoenix saindo da central. Como foi orientado, os soldados acabaram se entregando todos, e estão saindo de mãos vazias das instalações da central.
— Eu estou um pouco preocupada, é noite e nenhum deles poderão sair por essa mata, tenho medo de ainda ter animais ferozes a solta por aí. Se pelo menos tivéssemos algum helicóptero ou coisa do tipo…
— E agora, o que podemos fazer, senhora Tunner?
— Eu não sei, Lisa, eu…
Ela observa algo atípico no radar.
— Espera um pouco, o que é isso?
— O que foi?
— Tem… Tem alguém ou alguma coisa se aproximando da ilha, o radar identificou intrusos se aproximando.
— Intrusos?
— Espera um pouco, eu posso acessar as câmeras externas que ficam no prédio e até mesmo na torre, tem um alcance extremamente alto.
Vivian consegue entrar no sistema das câmeras externas e ela mostra vários helicópteros se aproximando.
— Mas… O que é isso?
Lisa olha mais a fundo na tela.
— Espera um pouco, tem como aproximar mais daquele helicóptero ali do meio?
— Vou tentar.
Vivian aproxima ainda mais o zoom da câmera e Lisa percebe alguém conhecido.
— Ai, meu Deus!… É a Judy!
— Quem?
— A cabo Judy, era pra ela ter ido embora, ela voltou pra nos salvar!
No helicóptero, Judy está conversando com o piloto.
— Depressa! Precisamos tirar eles daquela ilha o mais rápido o possível, avise a todos os outros a ficarem de prontidão.
Na sala de comando, Lisa diz:
— Vivian, há alguma possibilidade de entrarmos em contato com o helicóptero que a Judy está?
— Sim, sim, eu consegui ver o número de série dele. Só vai levar um minutinho.
— Eu não estou acreditando… Ela deveria ter voltado pra Londres e voltou com reforços.
Do lado de fora, os helicópteros começam a se aproximar, até que uma chamada é soada no helicóptero onde se encontra Judy.
— Cabo, estamos recebendo uma chamada, possivelmente de dentro da ilha. O que fazemos?
— Atenda! Possívelmente é o desgraçado do Addan. Passe o microfone pra cá e deixa que escutemos sem o fone.
— Tá, pode pegar.
Judy pega o microfone do helicóptero.
— ALÔ?
— JUDY! SOU EU, LISA!
— Lisa? Como? Como conseguiu falar com a gente?
— É uma longa história, Judy. Mas não sabe o quanto eu estou feliz por tê-la de volta.
— Eu não poderia deixar os meus amigos sozinhos, então trouxe reforços.
— E chegou na melhor hora possível. Escute, um grupo de sobreviventes que estavam presos aqui na ilha estão saindo agora mesmo das instalações da central e não têm para onde ir. Por favor, conduza todos nos helicópteros e os deixem a salvo no navio.
— Espera, sério?
O piloto avista um grupo de pessoas saindo pela porta principal.
— Cabo, ela tem razão. Posso vê-los.
— Certo, piloto! Entre em contato com todos os outros para pousarmos e salvar os reféns. Eu pego o megafone e anuncio para eles não se assustarem.
— Certo, cabo Judy!
— Lisa? Como estão as coisas aí?
Lisa respira fundo e diz…
— Vamos acabar com tudo isso, Judy! Chegou a hora do Addan pagar por tudo.
— Era exatamente o que eu queria escutar. Entramos em contato depois, Lisa. Temos vidas inocentes para salvar.
— Ok, minha amiga… Obrigada!
— Não precisa agradecer, te vejo no navio!
Judy desliga a chamada, e pega o megafone para anunciar aos sobreviventes.
— ATENÇÃO TODOS! FIQUEM ONDE ESTÃO. IREMOS RESGATÁ-LOS, PEÇO QUE NÃO SE ASSUSTEM!
Na sala de comando, Vivian elogia Lisa.
— Fez um excelente trabalho, Lisa! Agora está na hora de você lutar, não vai querer enfrentar o Dr. Addan com essa camisola, né?
— Como assim?
— Venha comigo! Vou te dar roupas adequadas e armas para você partir pra cima deles.
Na Torre, Addan, Naraj e Emily percebem a movimentação dos helicópteros pelas enormes janelas dali.
— O… O que está acontecendo?- Pergunta Addan.
Os helicópteros começam a pousar na direção da entrada principal e Addan percebe que estão indo atrás dos reféns.
— NÃO! NÃO, NÃO PODE SER! SAIM DAQUI, SEUS MALDITOS! SAIAM DAQUI!
Naraj, enfurecido, diz:
— O senhor mentiu pra mim todo esse tempo! Eu tinha o direito de saber que eu tinha uma filha!
— CALA ESSA BOCA! Acha mesmo que a Ashley vai olhar pra você e falar: “Oi, papai querido. Vamos ser bons amigos?” Se toca, Naraj!
— É o meu sangue… E eu vou reivindicar isso.
— Onde você vai?
— Fazer o que eu deveria ter feito desde o começo… Ir atrás do meu sangue.
— VOLTA AQUI, NARAJ! VOLTA AQUI, SEU TRAIDOR!
Naraj deu as costas para o Dr. Addan deixando-o ainda mais irritado.
— Isso só pode ser uma loucura! Só pode ser!
Ele tenta entrar em contato com Stuart.
— Chacal, preciso de você agora. Onde você está?
Ele estranha que o chacal não o está respondendo.
— Chacal, repito, onde você está?
Na plataforma 3, o capitão Dan, Scott e Victor escutam a chamada vinda do walkie talkie de Stuart.
Victor vai até o corpo de seu pai, pega o Walkie-Talkie e diz:
— Acho que o seu chacal não pode mais atender, Dr. Addan.
— Victor?
— Acabou, Dr. Addan! É melhor você preparar essa tua bunda, porque a gente tá indo atrás de você pra encher ela de bala, seu filho da puta!
Victor desliga. Do outro lado, Addan taca o walkie-talkie no chão e começa a pisar em cima.
— NÃO! NÃAAO! MALDIÇÃO! MALDIÇÃO!!!
Em uma sala especial, Vivian abre um compartimento de vidro onde há um uniforme tático militar e armas de todos os tipos.
— Pronto, Lisa. Vista-se, escolha as armas que quiser. Está na hora de você tomar o lugar que é seu por direito.
Conforme os minutos vão se passando, Lisa começa a se vestir. Uma calça tática preta com cintos e vários coldres, um colete a prova de balas, mais um colete de proteção pra coluna, a farda tática de cima. Botas revestidas de couro, e armas de todos os tipos, ela vai encaixando em coldres, cintas, até se sentir completamente “armada até os dentes”.
— Bem… Como eu estou?
— Está ótima, Lisa! Agora vamos! Vou te acompanhar até o caminho, mas eu preciso passar em outro lugar antes.
— Aonde você vai?
— Preciso ver meus filhos. Se eu vou mesmo morrer neste lugar, preciso ver meus filhos pela última vez.
ENTRADA DA CENTRAL DA PHOENIX
Judy já está no solo coordenando os reféns a subirem nos helicópteros.
— Vamos, pessoal! Vão subindo nos helicópteros sem empurrar, por gentileza.
As pessoas vão subindo uma por uma em cada um dos helicópteros. Eles vão retornando e indo para a praia para deixar os sobreviventes no navio.
Judy segue liderando com maestria o resgate e vai conseguir salvar uma enorme quantidade de pessoas que já estavam condenadas.
ENFERMARIA DA PLATAFORMA 4- 20 MINUTOS DEPOIS
Doroth diz a Fionna e Edward:
— Escuta, é melhor a gente ver como está lá fora, pra ver se o capitão está chegando ou não.
Fionna, concordando, diz:
— Sim, tem razão. Vamos dar uma olhada, Edward. Ashley, você pode ficar aqui com o Cristhian?
— Claro, vou ver o que consigo pra esse ferimento dele. Dr. Makoto, o senhor pode ficar e me ajudar?
— Claro, senhorita!
Edward diz:
— Ok, tomem cuidado. Não vamos demorar muito.
Edward, Fionna e Doroth saem para procurar ajuda.
Cristhian está na maca, ainda gravemente ferido.
— Não se preocupe, Cristhian. Você vai sair dessa. Dr. Makoto, eu acredito que a farmácia fica naquela porta, pode trazer soro, curativos e alguma coisa pra dor, por gentileza?
— É claro, senhorita Ashley.
Makoto entra na farmácia e vê alguém lá dentro.
— Espere, quem é voc…
Na torre, Addan está ensandecido de fúria. Emily tenta acalmá-lo.
— Dr. Addan? O que podemos fazer agora?
— Preciso pensar, Emily… Preciso pensar. Eles não vão me vencer, não podem me vencer, ninguém me vence. Eu… Eu preciso tomar um ar, preciso espairecer um pouco.
— Mas…
— Enquanto isso… Tenho uma missão pra você, pequena Emily.
ENFERMARIA DA PLATAFORMA 4
Ashley está tomando conta de Cristhian na maca e alguém está se aproximando dela de costas.
— Dr. Makoto, o senhor já conseguiu…
Quando vira pra trás, se assusta, pega uma seringa que está ali perto e ameaça:
— QUEM É VOCÊ? O QUE TÁ FAZENDO AQUI? FICA LONGE DE MIM!
É Vivian que está ali.
— Calma, calma… Eu não vim pra machucar vocês, fique tranquila, Ashley.
— Como… Como sabe o meu nome? Onde está o Dr. Makoto? O que fez com ele?
— Calma, eu pedi pro Dr. Makoto esperar dentro da farmácia por uns instantes porque eu precisava… Bom, eu só vim me despedir do meu filho.
Cristhian ouve a voz e se ajeita na maca.
— Mãe?
— Cristhian!
— Mãe, é você mesmo?
Ashley, confusa, fica sem saber se acredita ou não.
Vivian se aproxima da maca e abraça Cristhian.
— Mãe, mãe, é você mesmo? Eu estou sonhando?
— Não, filho, sou eu. É a mamãe!
Ashley pergunta:
— Ela é mesmo a tua mãe, Cristhian?
Antes que Cristhian pudesse responder, Vivian deixa de abraçá-lo para se direcionar à Ashley.
— Eu… Eu esperei 23 anos por este momento. De finalmente poder estar cara a cara… Com a minha filha.
Os olhos de Ashley começam a ficar marejados.
— Eu… Eu não entendo.
— Você é minha filha, Ashley. Eu tive você bem antes do Cristhian e do Dylan.
Baque em Ashley. Cristhian, igualmente, sem palavras.
— Não… Não pode ser. Achei que minha mãe pudesse estar morta depois de descobrir que não era mais a Hilda.
— O Addan enganou vocês esse tempo todo. Ele sabia a sua parentela desde o princípio.
Cristhian, tentando se levantar da maca, pergunta:
— Mãe, como pode estar viva?
— Foi uma longa história, meu filho! O Addan me manteve viva esse tempo todo para que eu pudesse terminar de finalizar o projeto do protótipo que atacou vocês se passando pela Lisa.
— Mas… A senhora trabalhava para o Addan?
— E o seu pai também, filho.
— O… O quê?
— No dia do acidente, realmente foi algo não planejado, a Hilda e nós estávamos apenas no dia errado e no lugar errado. Mas cedo ou tarde, o Addan iria mandar nos matar. Eu descobri os planos sujos dele com o soro vivium que transforma as pessoas em mutantes descontrolados e precisava urgente fugir do país e levar vocês dois. Eu iria retornar apenas para buscar a Ashley e levar ela conosco. Mas nada saiu como planejado.
— Quer dizer que… A Ashley é minha irmã?
— Sim, filho… Eu infelizmente tive a Ashley por consequência de um estupro. O safado me assediou em um bar, me dopou e o resto vocês já sabem.
Ashley, em lágrimas, pergunta:
— Se a senhora é a minha mãe… Então quem é meu pai?
Ouve-se uma voz ali na enfermaria.
— Finalmente tivemos o nosso encontro em família.
Vivian se vira e percebe que é Naraj.
— Naraj! O que faz aqui, seu desgraçado?
— Então… É verdade? Naquela noite você… Engravidou?
— Diz isso como se importasse, né? Você é um nojento depravado, me estuprou e fingiu que nada aconteceu… Como pôde ficar com a consciência tranquila esse tempo todo?
— Eu… Eu só descobri agora que você teve uma filha, e que essa filha era justamente a Ashley.
Ashley baqueada.
— O… O Addan mentiu pra mim, ele disse que não havia acontecido nada contigo, que você sequer iria se lembrar de mim.
— Infelizmente eu me lembro desse teu rosto horroroso perto de mim, Naraj. De você colocando esse pau sujo pra fora enquanto eu nem podia me mover. Só depois eu percebi o ódio que a Hilda sentia por ter sido violentada. A Abigail não tinha culpa de nada, mas eu a entendo… E vendo você agora na minha frente… Só percebo que o meu ódio por você nunca mudou.
— Não… Não, isso não é justo! Eu… Eu não sabia de nada, eu…
— Está vendo só? Até você foi capacho do Addan. Ficou tanto tempo chupando o pênis dele que nem percebeu que você estava sendo usado esse tempo todo. Mas não se preocupe, Naraj. Na minhas mãos está o botão que aciona a autodestruição da torre.
— O… O quê? Não pode fazer isso.
— Não só posso, como vou.
Vivian aperta o botão. Em uma tela na sala da torre, aparece a mensagem de autodestruição. Na enfermaria, o desespero de Naraj é evidente.
— Você tá maluca? Quer nos matar aqui dentro?
— Eu sei que isso de autodestruição já virou clichê, até porque vocês fizeram isso no Centro de Estabilidade em Londres há alguns meses, mas era isso ou o míssil que destruiria toda a ilha, mas seria injusto com os inocentes que ainda estão aqui.
— Sua… Vadia!
Naraj aponta uma arma pra ela.
— Ah, agora você resolveu me matar, Naraj? Já esqueceu que eu estou morta para o mundo e ninguém mais vai sentir a minha falta? Já perdi o meu Ted e o meu filho Dylan, a única coisa que eu queria fazer era rever o Cristhian e dizer à Ashley que eu sou a sua mãe. Agora… Posso descansar em paz, acabe logo de uma vez por todas com isso!
— Poderia ter sido diferente, a gente podia ter ficado juntos!
— Ha! Eu nunca poderia ficar com um bunda mole como você, Naraj. Esse teu pau minúsculo nunca poderia ser melhor do que o pau de um homem negro, alto e charmoso como o meu Ted era. Você é patético, Naraj. Nunca será alguém importante nessa vida, tudo o que você é e sempre será: O pobre cachorrinho do Dr. Addan.
— AAAAAHHH CALA A BOCA!
Naraj puxa o gatilho. Momentos de tensão sem saber se ele conseguiu acertar ou não. Ashley com as mãos na cabeça, Vivian está de olhos fechados, até que ela abre lentamente e se depara com o pior.
— Cristhian?
— Ma… Mamãe. (Sangue escorre de sua boca).
Cristhian se colocou na frente da bala e cai no chão agonizando.
— Não, não, meu filho não! Não, não!
Makoto fica na porta da sala da farmácia.
— Não pode ser.
— Cristhian, Cristhian, por favor! Não faz isso comigo. Ashley me ajuda.
Ashley se ajoelha e segura no rosto de Cristhian.
— Me… Me desculpem.
— NÃO, NÃO. CRISTHIAN! MEU FILHO, NÃO!
Na plataforma 4, Edward, Fionna e Doroth estão ali observando e vêem Victor e Scott chegando nas escadas com o capitão Dan ferido.
— Puta que pariu, é o capitão! Fionna, vai pegar algum curativo ou coisa do tipo.
— Já estou indo!
Na enfermaria, Cristhian continua deitado agonizando.
— Mã… Mãe.
— Não, eu nunca vou te perdoar. EU NUNCA VOU TE PERDOAR, SEU DESGRAÇADO!
Vivian pega a seringa das mãos de Ashley e enfia diretamente no olho de Naraj.
— Aaaaaaahhhh!
— SEU FILHO DA PUTA! SEU CRETINO DO CARALHO! MORRA, MALDITO! MORRA!
Ela toma a arma das mãos dele e o atira várias vezes alvejando-o até a morte.
— AAAAAAAAAAAAAAAHHH! AHHHHHHHHHHHH!! DESGRAÇADO!
Ashley está no chão juntamente com Cristhian.
— Chris… Reaja, por favor.
— Você… Você poderia ter sido uma ótima irmã.
— Ainda podemos ser Chris, ainda podemos ser.
Vivian se aproxima dele novamente.
— Filho, meu filho, não me deixa, não me deixa, por favor! Eu demorei tanto tempo pra te dizer que estou viva, não me deixa agora, por favor.
— Mamãe… Fala pra Lisa… Que eu ia pedir ela em casamento depois que saíssemos dessa ilha… Eu… (Tira algo do bolso de sua calça) Comprei essa aliança escondido antes de vir pra cá. Entregue… Entregue à ela, por favor. E diz… Que eu a amo muito!
— Cristhian, por favor, não faça isso comigo! Não nos deixe!
— Te amo, mamãe… Espero que eu tenha sido um ótimo filho pra você.
Cristhian fecha os olhos e da mesma forma que aconteceu com o seu irmão, ele se encontrou com a morte. Vivian e Ashley ficam em prantos, as duas segurando as mãos de Cristhian enquanto choram desconsoladas.
Makoto no canto da porta, sem reação. O pior de tudo, foi Cristhian ter partido sem se despedir da pessoa amada: Lisa.
Ashley se levanta e diz:
— Eu vou atrás da Fionna,já volto!
Ashley sai de lá desconsolada e com os braços sujos de sangue. Vivian continua ali completamente em prantos deitada sob o peito de seu filho.
No caminho, Ashley acaba topando com Fionna no corredor, rapidamente Fionna percebe algo errado em Ashley.
— O que houve, Ashley?
Ashley chorando, responde:
— Eu… Eu…
Fionna observa os braços dela.
— De quem é esse sangue, Ashley?
— Eu sinto muito, Fionna, eu… Eu…
— De quem é esse sangue, Ashley? Responda!
— Me… Me desculpa, foi…
O desespero começa a tomar conta de Fionna.
— Ashley, quem morreu? Pelo amor de Deus, me responda: QUEM MORREU?
— O Cristhian… O Cristhian tá morto, Fionna. Ele tá morto!
Ashley cai no chão em prantos, Fionna a abraça e fica completamente incrédula com o que escutou.
Em algum corredor, vemos Lisa completamente armada e indo em busca possivelmente do Dr. Addan. Ela para por alguns instantes, olha pra trás e diz:
— Quando tudo isso acabar… Vou finalmente viver o verdadeiro amor ao lado do Cristhian. Eu vou salvar a minha irmã e me tornar esposa dele.
Pobre Lisa, jamais se passa pela sua cabeça que o seu amado… Já não poderá mais atender ao seu pedido.
Na plataforma 4, Dan, Edward, Victor e Scott estão ali conversando, o último diz:
— Vocês… Ouviram isso? Pareceu tiros?
Dan responde:
— Melhor irmos ver o que aconteceu com eles, antes de…
Ao dar alguns passos à frente, os 4 se deparam com alguém que não estavam esperando.
— Emily?
Emily está do lado extremo da plataforma 4. Victor, Scott e Edward ficam atentos.
— Emily, precisamos conversar.
O que eles não perceberam, era que Emily estava manipulando uma barra de ferro pontiaguda com suas projeções psíquicas ao lado dela.
— Venha conosco, Emily. A tua irmã está te esperando.
— Eu não tenho mais irmã.
Ela manipula aquela barra de ferro pontiaguda e acerta em cheio no peito do capitão Dan atravessando para as costas.
Scott, Victor e Edward em choque, respectivamente:
— PAI!!!!
— CAPITÃO!!
— CAPITÃO DAN!
Dan fica preso com aquele ferro em seu corpo. Victor, Scott e Edward se aproximam de Emily.
— O QUE VOCÊ FEZ, EMILY?
— O QUE O MEU PAI FEZ PRA VOCÊ?
— Emily… Por que tá fazendo isso?
— Eu não tenho escolha… E todos vocês vão morrer aqui.
Emily utiliza o seu pulso supersônico com toda a força e arremessa os três soldados, cada um para uma extremidade diferente da plataforma. Victor é arremessado para a parede do lado direito, Scott para o lado esquerdo e Edward para o fundo, mais atrás do capitão Dan.
Os três caem no chão desmaiados.
Emily, sem nenhum pudor, diz:
— Esse… É o juízo final de todos nós.
O fim… Terá um gosto amargo.
Doroth ficou escondida em algum lugar vendo o que Emily acabara de fazer com os 4.
O fim… Será dolorido.
Fionna tenta consolar Ashley que chora sem parar.
O fim… É apenas o começo.
Vivian continua chorando sob o corpo de Cristhian. Makoto está sentado na cadeira sem reação.
O fim… O último adeus de tudo… Será terrível!
NA PRÓXIMA SEMANA!
NÃO PERCAM O ÚLTIMO CAPÍTULO DE: