“Quando uma pessoa sofre de um delírio, isso se chama insanidade. Quando muitas pessoas sofrem de um delírio, isso se chama religião.”- Robert M. Pirsig.

 

 

OXFORD, CIDADE DO CONDADO DE HAMPSHIRE, INGLATERRA- SEDE DA ORGANIZAÇÃO PHOENIX- 10 ANOS ANTES.

 

Na saudosa sede da Organização Phoenix, antes do caos ter se instalado através da experiência com os cães, também havia busca por uma cura de doenças consideradas anômalas.

No escritório do Dr. Addan, está ele analisando a jovem Abigail com pouco mais de 20 anos de idade. Nesta época, a garota ainda tinha um cabelo crespo, mas também vivia muito aquém de sua realidade.

Após alguns exames detalhados, o Dr. Addan se aproxima do suposto pai da garota. Não podemos ver seu rosto, mas sabemos que possui a pele negra assim como a filha. Ele está de costas atento ao que o Dr. Addan diz.

— A tua filha está sofrendo sim de uma síndrome que afeta a capacidade cognitiva dela. É difícil dizer ao certo, mas ela sofre de um Transtorno Dissociativo de Identidade, Esquizofrenia, possui quadro de bipolaridade como o senhor mesmo explicou. Não sei se com apenas uma medicação, isso vai resolver.

— O que devo fazer então, doutor?

Addan pensa em algo como se uma lâmpada acendesse na sua cabeça e dá um sorrisinho sarcástico.

— Se queres… Posso encaminhar a tua filha para um projeto novo que estou desenvolvendo em outras instalações da Phoenix, um projeto inovador que pode revolucionar a humanidade.

— Mas… O que eu tenho que fazer? Que tipo de projeto é esse?

— Se estiver de acordo… Não precisará me pagar nada, mas em troca, não poderá ver a tua filha enquanto o programa não finalize.

— O… O quê? Eu não posso ficar longe da minha filha, ela já não tem a mãe e…

— … Senhor… Eu conheci a mãe dela. Sei muito bem quem é.

— O… O que disse? Sabe da mãe da Abigail? Como isso pode ser possível? Aquela vadia abandonou a filha há anos atrás.

— Se me ajudar a utilizar a tua filha para o meu programa, prometo que encontrarei o paradeiro de sua mãe. Ou eu não me chamo Addan Melvick.

— Está bem, Doutor. Faça o que for preciso, mas cure a minha filha!

No dia seguinte, o Dr. Addan está fazendo todos os seus preparativos para a transferência de Abigail à ilha.

— Phillip, por favor, prepare tudo para iniciar os procedimentos da jovem.

— Pode deixar, Dr. Addan.

(Obs: Phillip era o médico que trabalhava na Organização Phoenix ao lado de August e Fionna na primeira temporada. O mesmo acabou morrendo no episódio 6. Fionna ainda não trabalhava na Phoenix nessa época.)

 

Na ilha da Phoenix, Abigail é submetida a procedimentos bizarros que, com o tempo, foram piorando ainda mais as suas funções cognitivas.

No passar dos anos, seu cabelo foi caindo até que ficasse completamente careca. Perto de iniciar seu experimento com hibridomas e a substância química por qual ele batizou anos depois, de Soro Vivium. Abigail foi, até onde sabemos, a primeira humana a ser submetida ao programa.

Ela ficou meses dentro de uma cápsula criogênica sendo estudada para observar a sua reação ao vírus. Entretanto, ao ver que aparentemente as coisas pareciam normais, o Dr. Addan pediu para que retirasse Abigail da hibernação.

Mas o que ninguém imaginava, era que esse vírus e a substância química acabou alterando as células genéticas de Abigail provocando uma mutação desconhecida.

Mutação essa que fez com que ela adquirisse habilidades. Habilidades, tais como Emily também possui.

Em uma de suas crises, Abigail se esperneia em cima de uma maca, os médicos tentam acalmá-la e ela acaba gerando com seu próprio pensamento, um pulso supersônico que afastou todos os médicos de perto dela, arremessando-os para longe.

Foi neste momento que o Dr. Addan descobriu que Abigail seria uma arma potente em suas mãos, e que não poderia se livrar dela tão facilmente e muito menos devolvê-la para o seu pai biológico.

Hoje, Abigail está com cerca de 30 anos de idade, sua aparição justo no momento em que todos da ilha desapareceram, ainda é um mistério. Aos poucos, é preciso revirar (até do túmulo) as peças desse quebra-cabeça, ou terminar como a Abigail… Em um loop infinito de insanidade e confusão.


 

OPENING:

 


 

EPISÓDIO 4:

 “ABIGAIL”


 

 

Há pessoas que conseguem marcar presença…

— Eu sou a agente Peggy, eu vou ajudar vocês, precisam vir comigo!

Há pessoas que possuem coragem…

Peggy bate com sua viatura em um poste e é arremessada para fora. A família que ela acabara de salvar fica presa lá dentro. Um grupo de infectados se aproxima e um deles tira o homem e, em seguida, a mulher e o garotinho.

— NÃO, SOLTA ELES, SEUS MALDITOS!

Há pessoas que só precisam de um empurrão…

— Eu disse que iria proteger aquela família com a minha vida e eu fracassei! Agora eu percebo o quanto eu sou inútil! Eu sinto muito, Capitão Dan. Foi um prazer conhecer a todos vocês, espero que a minha morte sirva pra alguma coisa no futuro.

— Agente Peggy, pare imediatamente! Repito: Pare imediatamente!

— Bom, é chegada a hora. Boa sorte para todos vocês! Câmbio e desligo!

E há pessoas que conseguem enganar a morte…

Em alta velocidade, o carro onde está Peggy “voa” pelo desfiladeiro e junto a ele, as criaturas também saltaram e caíram rolando pelo barranco. Cada um terminava quebrando o pescoço com a queda ou tendo seus crânios esmagados com o impacto nas pedras. O carro onde estava Peggy capotou várias vezes pelo barranco e antes mesmo de chegar ao final, o carro explode — as rodas e várias partes do veículo saem voando por todos os lados.

E às vezes até mesmo a morte pode ser revogada…

May continua abaixada com as crianças, ambas tampando os ouvidos. Ao perceber que aquela chacina chegou ao fim. May tira as mãos dos ouvidos e, de repente, escuta-se um som de botas de couro se aproximando.

Pelo ponto de vista da pessoa em questão, vemos May de costas com as crianças. May vai se levantando e virando lentamente para nossa direção. Ela arregala os olhos e se surpreende diante do que vê.

— Ai, meu Deus!… PEGGY?

— Olha só quem tá aqui? A princesinha do grupo.

— Não pode ser possível. Você deveria estar morta!

— Também amei revê-la, colega. Olha, não dá tempo de te explicar aqui, precisamos ir para um lugar seguro. Essas crianças são suas?

— Não, eu… Eu as encontrei.

— Bem, hoje é o dia de sorte de vocês, baixinhos.

Peggy agora usa uma manta esverdeada por cima de sua roupa, claramente possui marcas e feridas em seu corpo. Usa faixas brancas nos punhos e também em uma das pernas. Seu cabelo continua curto e aparentemente seu rosto não sofreu nenhum dano grave, com exceção de algumas marcas de cortes na testa que está em fase de cicatrização.

As duas mulheres e as 4 crianças se dirigem para a porta do anfiteatro.

— Esperem um pouco.

Peggy sai e só se ouve os tiros em direção às criaturas. May fica ali no canto com as 4 crianças abraçadas à ela.

Após um tempinho, Peggy retorna.

— Barra limpa. Já podem sair!

— Você realmente vai ter que me dar uma ótima explicação.

Cerca de meia hora depois, equipes de emergência chegam naquela creche, juntamente com os pais das crianças.

— SASHA, QUERIDA!

— MAMÃE!

Sasha sai correndo para abraçar a sua mãe e seu pai. Os outros pais também correm para acudir seus filhos. Uma mãe recebe a trágica notícia sobre seu filho e cai no chão em prantos.

Um socorrista se aproxima de May e Peggy que estão próximas da ambulância.

— Vocês precisam de ajuda? A cidade está em toque de recolher, não podemos mais ficar na rua.

Peggy responde:

— Relaxa, gato. Minha sister e eu estamos esperando nosso pai vir buscar.

May olha para Peggy. Em seguida, o socorrista repara em como elas não parecem em nada com simples mulheres civis.

— Desculpa perguntar, mas… Vocês são… Da polícia?

— Que pergunta, garoto?

Peggy tira o seu distintivo do bolso.

— Agente Peggy da Tropa Especial da Irlanda do Norte. Estou a serviço do Capitão Dan.

— Oh, então trabalham para o Capitão Dan? Então vocês devem ter notícias da ilha, não é?

— Ilha?

May se coloca na frente.

— Ah sim, claro, a ilha, eles estão lá tentando cumprir a missão e nós fomos designadas para ficar aqui e cuidar das pessoas que precisem de ajuda. Sabe como é, né? A barreira de contensão foi rompida e precisarão de reforços.

— Ow, ok. Entendi. Vou deixa-las então. Tomem cuidado e vão para casa.

O socorrista se afasta e volta para a ambulância.

Em seguida, todos os carros e vans saem do local deixando Peggy e May sozinhas.

Peggy olha para May, dizendo:

— Ilha? Que porra de ilha você tá falando?

— Ah, não, querida. Você é que precisa me explicar muita coisa ainda. Vamos sair daqui, ow morta-viva!

— Ei, não me chame de morta-viva que eu ainda não virei uma daquelas coisas, hein?


 

 

LABORATÓRIO CENTRAL DA ILHA DA PHOENIX.

 

Edward percebe Fionna e Ashley conversando a sós e se dirige até elas.

— Aí, meninas. Preciso de vocês aqui, um minuto.

Ambas consentem.

— Pessoal! Eu sei que a maioria de vocês não me conhece bem, mas estou aqui realmente para ajudar. O Capitão Dan e o restante da sua tropa devem chegar em menos de meia hora. Ainda tá complicado descobrir o que aconteceu com as pessoas dessa ilha, mas precisamos ficar vigilantes. Entretanto… Precisamos de um plano para conseguir pegar o Dr. Addan desarmado naquele bunker.

Jennifer se prontifica.

— Escutem, eu posso ir até lá.

— Tá falando sério?

— É claro que sim. Sou uma espiã muito habilidosa, eu tenho uma roupa impermeável na mochila pra facilitar minha camuflagem e passagem pela água. Posso fazer isso.

Julian, irônico, diz:

— Não vai querer se disfarçar de um golfinho, né?

— Cala a boca, Julian! Escutem, eu não tenho equipamentos pra me disfarçar de ninguém, tal como eu fiz com a Rainha Elizabeth no dia do julgamento. Mas eu consigo me infiltrar naquele bunker e rendo o desgraçado do Dr. Addan.

Todos olham uns para os outros, Edward responde:

— Beleza então, mas… Eu vou com você.

— Não é necessário, sei me virar sozinha.

— Ah, claro. A não ser que você saiba como manejar um submarino, não é?

Jennifer fica pensativa.

— Foi o que eu pensei. Eu acompanho você até chegar na base marítima que vai para a entrada subterrânea do bunker. Chegando lá você prossegue sozinha e eu fico esperando você voltar. Combinado?

— Combinado! Preciso de pelo menos uma meia hora ou mais para me arrumar. Vamos acabar com aquele cretino!


LONDRES, INGLATERRA.

May e Peggy estão sentadas em cima da varanda de uma loja longe dos infectados, conversando.

— Sabe quando a gente… Toma impulso pra fazer alguma coisa e em seguida você se arrepende? Então… Foi o que eu senti no dia da minha “morte”.

May fica atenta, escutando-a.

— Eu estava realmente disposta a morrer naquele dia, mas não queria que fosse em vão ou apenas um ato heroico idiota. Eu queria levar aquelas coisas comigo. Quando eu vi aquela família sendo morta na minha frente e eu sem poder fazer nada, me senti uma inútil. Então eu pensei: Tudo bem morrer, não é? Mas aí quando eu acelerei o carro, quando eu me vi sob o céu daquele desfiladeiro… Eu percebi que a minha missão nessa Terra ainda não havia acabado. Mas aí já era tarde demais.

— Como você sobreviveu?

— Bom… Quando eu percebi a merda que eu havia feito, abri a porta do carro e pulei pra fora. Eu caí no chão do desfiladeiro e rolei até o final. Essa porra doeu pra caralho, sério. Quando eu me dei conta, estava caída perto de um córrego, toda fodida.

— E o que aconteceu depois?

— Quando eu pensava que eu estava de fato morta, uma mulher me encontrou. Uma camponesa, por assim dizer. Ela me arrastou até o casebre dela. Me lembro das suas mãos colocando umas ervas na minha testa, na minha perna e outras partes do meu corpo. Era uma senhora de uns 50 e poucos anos. Seu casebre era bem modesto. Apesar de simples, era esperta. Ela tinha uma espingarda que deixava pendurada na parede. Eu fiquei muitos dias sendo cuidada por essa senhora, não fui para nenhum hospital, ela fez tudo sozinha. Tomou conta de mim durante todos esses dias até a minha recuperação. Passou-se mais algum tempo, eu já estava ficando recuperada, mas a senhora já não tinha uma saúde de ferro e começou a definhar pouco a pouco. Antes de morrer, ela fez eu prometer que faria o bem para as pessoas, não importa o que acontecesse. Então ela me deu o colar com uma cruz e em seguida faleceu.

— Coitadinha, Peggy.

— Sim… Eu não achei justo deixar aquela mulher ali e partir. Então eu quis fazer um enterro digno pra ela. Cavei no quintal dos fundos daquele casebre e a enterrei. Recolhi flores silvestres, pois estávamos de fato em uma mata, e coloquei em seu túmulo. Após isso, eu peguei a espingarda dela e saí de lá. Perambulei por aí até conseguir sair de Hampshire. Então peguei carona nas estradas, até que consegui chegar aqui em Londres na semana passada. E quando eu pensei que realmente vocês já não estavam mais nesse plano, eu escutei o decreto da Rainha Elizabeth no rádio de um comboio que eu estava de carona. Foi aí que eu soube que o Capitão Dan ainda estava vivo, e que estava atrás daquele filho da puta do Addan.

— Sim… Mas pra dizer a verdade, Peggy… Muitos de nós nos deixaram.

— Sério? E aquela vadia da Leonor? Não me diga que tá por aí exibindo os peitos dela pra todo mundo?

— Ela… Ela morreu no mesmo dia que pensamos que você havia morrido.

— Ai, meu Deus! Sério? Pobre Leonor. E os outros? A Hillary, Victor…

— A Hillary e o Victor estão bem, estão vivos. Eles estão na ilha junto com o capitão Dan.

— E aqueles garotos? Lembro que tinha uma garota oriental e a irmã dela, e aqueles boys que já nem lembro mais do nome.

— Também estão todos na ilha.

— O quê? Civis? Aonde que o capitão estava com a cabeça de levar uma creche pra uma missão dessas?

— Eles receberam um treinamento rigoroso. A Emily, irmã da Lisa, foi sequestrada pelo Dr. Addan junto com a Dra. Fionna. Por isso que eles estão na ilha para resgatá-las.

— Fionna, eu lembro dela. Achava ela muito inteligente. Mas… E o Frederico, Brian, os outros agentes…?

— Acho que você já sabe a minha resposta.

— Eles… Morreram, não é?

— Sim… Todos os agentes que estavam conosco, com exceção da Hillary, do Victor e do próprio capitão Dan, estão mortos.

— Nossa! Então muita coisa aconteceu enquanto eu estive fora.

— Sim, muita coisa mesmo.

— Mas e você? O que está fazendo aqui sozinha e… Correndo perigo desse jeito? Por que não foi com os outros?

— Bem… Essa é a hora que você vai precisar ter muita paciência pro que eu vou te explicar.

Peggy se atenta à May e ela começa a contar tudo o que aconteceu.

 

BUNKER SECRETO DA ILHA PHOENIX

 

Naraj se aproxima do Dr. Addan em sua poltrona.

— Como a garota está?

— Ela está bem. Dei um chá pra ela e pedi que ela descansasse nas próximas horas. A coitadinha está começando a ativar os seus poderes psíquicos que consumem muita energia. Lembra como foi com a Abigail, não é? Foi bem difícil no começo.

— A Abigail teria sido uma arma muito melhor se não fosse a maldita cabeça dela. Ela aprendeu a controlar seus poderes, mas por conta de seus distúrbios mentais, não consegue fazer nada direito.

— Está pensando em tornar a Emily como a nova Abigail, doutor?

— Claro que sim, Naraj. A Abigail já tem 31 anos, mesmo se eu quisesse, não poderia fazer muita coisa pra salvar a mente doente dela. A Emily ainda é jovem, e está a cada dia mais focada em desenvolver seus poderes.

— De fato. E tem notícias da Hilda?

— Ainda não, mas está escondida em algum lugar da ilha. Mas logo aquela vagabunda vai aparecer. Ainda mais agora com a filha dela perambulando por aí, pra cima e pra baixo.

— Elas nunca tiveram uma conversa frente a frente como mãe e filha, não é?

— Não que eu saiba. A Hilda não se conforma com o fato de ter tido uma outra filha.

— Mas por que ela se preocupa com isso? Sequer deu atenção para o outro filho legítimo dela com o capitão.

— Não dá pra entender o pensamento daquela maluca. Mas fico imaginando a cara do Capitão Dan quando chegar aqui e descobrir que têm uma enteada. Ele certamente vai surtar! E eu vou adorar ver isso.

No quarto onde Emily descansa, podemos ver uma pessoa se aproximando lentamente.

Emily está com um sono profundo por conta do chá calmante que recebera de Naraj. A pessoa em questão segura Emily nos braços e sai dali sorrateiramente com a garota no colo.

 

LONDRES, INGLATERRA.

 

Peggy fica totalmente chocada com tudo o que May lhe contou.

— MAS QUE FILHOS DA PUTA! Eu não acredito que vocês foram enganados desse jeito. Meu Deus, coitado do Capitão Dan. Como pode o Dr. Addan conseguir comprar as pessoas assim tão facilmente?

— Sim, ainda estou tentando processar tudo isso… Mas vai passar, vamos vencer essa guerra.

— É, e enquanto isso… Melhor a gente se preocupar com nós mesmas, gata. Daqui a pouco aquelas coisas vão chegar aqui e eu não estou afim de sentir bafo de morto vivo nas minhas narinas.

— Sim, melhor a gente se apressar.

— Confesso que nunca imaginei que faria dupla com a pessoa mais improvável desse mundo.

— Então somos uma dupla, agente Peggy?

— Se me bajular demais, eu juro que eu mesma te mato.

— Já vi que seu senso de humor não mudou nada.


 

 

BASE MARÍTIMA DA PHOENIX- 11 DA MANHÃ.

 

Emily está no chão, adormecida. Ela começa a despertar pouco a pouco.

Ainda sem entender o que está acontecendo, consegue avistar primeiramente os submarinos ali em seus respectivos lugares. Ela se recosta um pouco no chão e está olhando unicamente para a aquele lado.

— Que bom que acordou, princesa!

Emily olha para frente e avista ela: Abigail.

A mulher está em pé de costas com um braço apoiado no outro olhando para o enorme recipiente com o vidro quebrado em sua frente.

— Quem… Quem é você?

— Ow, como eu sou mal educada… (Vira para a frente dela) Me chamo… Abigail.

— A… Abigail?

— Sim, minha jovem Emily.

— Como sabe o meu nome?

— Ai, querida! Eu sei muitas coisas sobre você, sobre essa ilha… Ai, me sinto uma enciclopédia humana às vezes. Acho que sou descendente de alguma Faraó por aí. Hahahahaha!

Abigail sempre fala em entonação teatral como se tivesse atuando em tudo o que profere.

— Quem é você exatamente? E que lugar é esse? Onde está o Dr. Addan?

— Calma, peixinho dourado. Você está no lugar que muito te interessa.

— Do que você está falando?

— Está vendo este enorme frasco gigante na minha frente? Pois é. Aqui é onde o imponente Aragon descansava.

— O… O Aragon? Então ele ficava aí?

— Sim, querida.

— Então como foi que ele saiu?

— Essa é a parte interessante, minha jovem.

Emily se levanta. E fica atenta ao que Abigail vai lhe dizer.

— Eu passei… Um ano da minha vida descendo aqui às escondidas sem que ninguém soubesse, para conversar com o Aragon. O papai Addan não podia saber, senão ele ficaria muito bravo comigo e ia me colocar de castigo, mas… Eu sempre vinha aqui e conversava com ele na minha mente. Eu sabia que ele podia me ouvir, pois ambos compartilhávamos do mesmo poder viral. Mas sabe o mais incrível, Emily? É que de tanto que eu me envolvia nas pesquisas do nosso pai, Addan… Eu descobri você. Eu sabia que você estava em Hampshire e sabia que você era como eu. Pude perceber assim que vi a sua foto na carteira do seu papai Makoto. Então… Quis fazer uma surpresa para o meu pai Addan, quis trazer a única garota poderosa como eu, para esta ilha.

— Espera um pouco. Como você poderia me trazer pra cá? Quem me trouxe foi o Dr. Addan, eu me lembro disso.

— E de fato foi ele… Mas não estou dizendo que eu trouxe você pra esta ilha, pequena… Quis dizer que… Eu é que libertei o Aragon de sua prisão.

— O… O quê?

— Sim, querida… Passei tantas madrugadas vindo conversar com o Aragon. Então eu comecei a falar de você. Falei que ele precisava te encontrar. Então enquanto o nosso pai estava fora, eu procurava descobrir mais sobre o seu paradeiro. Descobri que você morava no Condado de Hampshire. O pai Addan trabalhava na cidade de Oxford, então liguei os pontos.

Emily fica cada vez mais impressionada com o relato de Abigail.

— Eu soube do dia em que desencadeou o projeto com os cães em Oxford. Então foi aí que eu precisava fazer com que Aragon acordasse imediatamente, ele precisava trazer você pra cá antes que o mundo tentasse fazer algo contra você.

— Fizesse algo contra mim? Você libertou um monstro que ainda não estava domesticado e ele quase me matou!

— (Aproximando-se de Emily). Sim, eu sei e realmente eu sinto muito, mas precisava fazer algo (tocando nos braços dela).

— Tira essas mãos de mim! Você é maluca!

— Maluca? Eu estava tentando te salvar, então… (afastando-se novamente de Emily) Eu finalmente vi o nascimento dele.

 

FLASHBACK- MANHÃ DO DESPERTAR DE ARAGON- MESES ANTES.

 

Abigail está em pé diante do recipiente, admirando, intacta. Até que enfim, os olhos de Aragon se abrem.

— Ai, meu Deus! Aragon! Espera um momento.

Abigail desliga o compartimento para que toda a água daquele recipiente seja diluída. Ao terminar, Aragon dá um soco no vidro do recipiente e sai dali rugindo.

Abigail fica encantada ao ver o monstro em sua frente, um vislumbre de loucura e alienação pairando sobre seus olhos. Ela se ajoelha reverenciando o monstro e, em seguida, fica de pé e com os olhos enormes e um sorriso diabólico no rosto, dizendo…

— Vá! Encontre a Emily! Traga-a de volta para o seu verdadeiro lar.

Aragon, neste momento, vai em direção à água onde os submarinos ficam apostos e mergulha.

Abigail vai para a borda da água e fica admirando o feito como uma verdadeira lunática.

— Ai, meu Deus… Vai ser incrível!

 

CASA DE LISA, HAMPSHIRE- DIA DA APARIÇÃO DE ARAGON.

 

Hillary e Leonor se encontravam petrificadas diante da criatura mais assustadora que elas já presenciaram.

— Meu… Meu Deus! O que é essa coisa, Leonor?

— Eu não sei! Ele é enorme!

 No laboratório subterrâneo da casa de Lisa, Emily se encontrava desesperada e Fionna não conseguia entender o motivo da garota ter ficado tão nervosa de uma hora para a outra.

— Emily, você precisa se acalmar e me dizer o que tá acontecendo!

— NÃO! NÃO! NÃO! NÃO!

Vendo que não tinha resultados, Fionna prepara um sedativo para aplicar em Emily. Quando estava prestes para injetá-la, a garota bate na mão da doutora fazendo com que a seringa fosse parar ao chão.

 

FIM DE FLASHBACK


 

— … E foi assim que tudo aconteceu, jovem Emily. O restante eu não preciso te dizer, não é?

— Sua… Você tentou me matar!

— NÃO! Não, eu juro, eu estava tentando te ajudar, Emily. Eu queria trazer você pra cá, queria que nos uníssemos, somos todos irmãos.

— Eu não sou a droga da tua irmã!

— Somos filhas do mesmo pai! O Dr. Addan nos criou, ele é o nosso pai, e assim como Aragon e Neon também são.

— FICA LONGE DE MIM!

— Pense, melhor… Você já consegue controlar o Aragon. Vamos procurar o Neon e juntos vamos nos tornar os mutantes mais poderosos da humanidade… Os 4 cavaleiros do apocalipse.

— Eu não vou me juntar a você… Você mentiu para o Dr. Addan, agiu pelas costas dele…

— NÃO! (Esbraveja em tom de loucura) Eu… Eu jamais trairia o papai… Ele me deu a vida e por isso eu sou o que sou. Os meus dons… Os meus poderes… Tudo eu devo ao Addan… E não vou permitir que ninguém tire isso de mim!

— Eu não vou deixar que você interfira nos nossos planos, Abigail… Por tanto…

Emily estica as mãos na direção de Abigail. Ela de costas, alisando a sua careca, diz:

— Eu… Eu só queria poder ser uma pessoa melhor… Para todos.

Abigail, com o outro braço, libera um pulso supersônico e Emily é arremessada contra a parede daquela base.

— AAAAAAAAAAAAHHHH!!

Emily cai. Abigail se vira para ela novamente.

— Eu não sou uma pessoa ruim, Emily… Eu só queria ser amada pelo meu pai… Só queria que ele prestasse atenção em mim… Diferente do FILHO DA PUTA DO MEU PAI BIOLÓGICO QUE ME ABANDONOU!

Abigail pisa no solo e provoca uma onda psíquica em sua volta.

Emily, furiosa, se levanta, sentindo dor.

— SUA… SUA VACA! EU JURO QUE VOU TE MATAR!!

 

BUNKER SECRETO.

 

Naraj entra no quarto de Emily.

 

— Jovem Emily, conseguiu descans…? Emily? Emily? Droga!

 

Minutos depois, Naraj chega até o Dr. Addan.

 

— A Emily não tá no quarto.

— O quê? Não pode ser possível, ela não poderia ter ido pra longe.

— Eu a procurei em todo o lugar e não achei.

— Merda! Espera um pouco.

O Dr. Addan vai nos monitores, vasculha a região do bunker e arredores. E consegue ver que Abigail é quem a pegou.

— Mas…

— Dr. Addan, ela está…

— Naraj… Pegue o submarino… Temos 7 minutos pra chegar naquela maldita base sem sermos pegos. AGORA!!

 

Na base marítima, continua o incessante embate entre Emily e Abigail.

 

— Por Deus, Emily! Eu só quero ser a tua amiga. Somos praticamente irmãs!

— CALA A BOCA! Eu não sou nada sua. NADA!

Emily se esforça para utilizar seus poderes contra Abigail.

— Está vendo só? Ainda é fraca. Se ficarmos juntas, seremos indestrutíveis.

— NUNCA!

Emily corre na direção de Abigail. Ela move apenas um dedo para que Emily seja jogada para o outro lado.

— Ahhhhh!!

— Viu só? Ainda é fraca. Ainda não consegue controlar seus poderes. A única coisa que você consegue é se comunicar com os infectados.

— Você não sabe de nada. Me deixa em paz!

Abigail levanta os braços e começa a declamar em alto e bom som:

— VOCÊ NÃO ENTENDE, EMILY? NÓS DUAS TEMOS O PODER DE DESTRUIR O PLANETA INTEIRO!

O eco da voz de Abigail ressona por toda a central e tudo começa a tremer. As luzes piscam. No laboratório, Fionna e os outros se assustam com o que está havendo. Jennifer pergunta:

— O que é isso?

Edward responde:

— Eu não sei, mas tem alguma coisa errada. Já está pronta, Jennifer?

— Sim, estou quase. Só preciso prender minhas armas menores no cinto e já estou indo. Em 5 minutos me arrumo.

Fionna se aproxima dos dois.

— Gente, tomem cuidado vocês dois… Eu não sei, mas… Estou com um mal pressentimento.

— Relaxa, Fionna. Lembre-se que eu me disfarcei de você e encarei um monte de vadia dentro daquele presídio. Vai ser moleza.

— Tudo bem… Mas tomem cuidado.

— Pode deixar.

— Vamos indo, você arruma o colete quando chegar lá embaixo.

Julian diz:

— Aí, Jennifer! Acaba com aquele velho filho da puta!

— Pode deixar, gatinho!

Ellie, com a mesma energia, diz:

— Manda aquele velho pros quintos dos infernos! Aquele maldito matou o meu melhor amigo e parceiro.

— Tranquila, gata. Farei o meu melhor. Vamos, Edward?

— Sim, também vou pegar uma arma reserva e partiremos em 5 minutos. Vamos!

Eles saem do laboratório. Fionna, apreensiva, diz:

— Se cuidem, gente!

Ashley percebe o semblante inquietante de Fionna.

— O que foi, Fionna?

— Eu não sei, Ashley… Eu não estou sentindo uma energia muito boa. Alguma coisa de muito ruim vai acontecer.

 

Na base marítima, Emily está caída, próxima da água onde ficam os submarinos, com o nariz sangrando e devidamente fraca.

— Você é só mais uma louca psicótica, não é de nada.

— O QUÊ? Como pode dizer isso de mim, Emily? Eu salvei a tua vida.

— NÃO! Você mandou o Aragon pra ir me matar, porque sabia que ele ainda não estava domesticado.

— Eu… Eu não saberia, eu juro… Mas ainda podemos mudar isso. Vamos sair daqui da base e procurar o Neon. Se conseguirmos controlar ele, seremos invencíveis, querida!

— Foi a minha irmã que mandou você não, é? Foi a Lisa?

— E isso faz alguma diferença?

— ME RESPONDA!

Um pequeno fluxo em forma de ventania sai de dentro da Emily afastando um pouco, a Abigail.

— Ora, ora, ora… Vejo que conseguiu fazer com que eu desse dois passos fora do lugar. Mas eu te digo uma coisa, minha pequena… Te falta ódio!

Abigail arremessa Emily para o lado oposto. Ela se aproxima, faz Emily se levantar do chão com o poder de sua mente.

Emily está flutuando há 1 metro do chão. Abigail apontando o braço pra ela com as mãos abertas.

— POR QUE ESTÁ TORNANDO AS COISAS TÃO DIFÍCEIS?

— ME… ME SOLTA!

O submarino do bunker está chegando na base junto com o Dr. Addan e Naraj. Abigail continua a pressionar Emily.

— Você não entende… Você sempre teve o seu pai presente, e eu só queria o meu.

Abigail pressiona os dedos e Emily sente sua garganta apertar.

— Arrgh, me… Me solta.

Abigail fica olhando para Emily com um olhar paranoico, uma lágrima escorre do seu olho direito.

— Sou… Apenas… Uma… Nobre… Camponesa.

Perto de provocar o pior, o Dr. Addan sai do submarino junto com Naraj, e se aproxima delas.

— ABIGAIL! PARE!!

Abigail solta Emily, que cai no chão, e em seguida ela grita soltando uma onda psíquica em toda a base marítima. Addan e Naraj são arremessados e quase caem na água.

Emily fica no chão tossindo muito. Abigail no ápice de sua fúria.

— EU NÃO QUERO SER QUALQUER UMA! EU NÃO QUERO!

Abigail fica de quatro “patas” e foge dali como um animal selvagem. Addan e Naraj se levantam.

— VOLTA AQUI! ABIGAIL!

Já era tarde. Abigail sumiu na penumbra daquele lugar. Emily ainda está ali, caída no chão, se sentindo sufocada.

— Emily! Você está bem?

— Dr. Addan, eu disse que era para o senhor prender a Abigail no calabouço junto com…

— … CALA A BOCA! (Pegando Emily no colo). Nunca precisei prender a Abigail no calabouço por ela sempre ser inofensiva. (Eles se dirigem até o submarino).

— INOFENSIVA? Ela acabou de tentar matar a sua principal arma. Já está na hora do senhor perceber que as coisas estão fugindo do controle.

Dr. Addan coloca Emily na parte de trás do compartimento do submarino e finge não escutar o que Naraj diz. Ele segura-o em seus ombros chamando sua atenção.

— DR. ADDAN, POR FAVOR. RECAPACITA!

— (Tirando as mãos de seus ombros) Não se atreva a questionar os meus métodos, Naraj!

— Nunca questionei a forma que o senhor trabalha, mas está na hora do senhor reconsiderar que estamos perdendo o controle da situação.

Emily reclama de dor.

— Por favor, me tira daqui! Por favor!

Addan olha para Naraj, enérgico, e diz:

— Só perde o controle quando eu quero. Então não ouse me dá lição de moral.

Os dois assumem o comando do submarino e partem dali. Em questão de segundos, Edward e Jennifer chegam até o local. A última exclama:

— CARALHO! Mas… O que aconteceu aqui?

— Droga. Alguém esteve aqui. As águas estão agitadas… Alguém estava utilizando a passagem.

— Tá e o que a gente faz?

— Não temos muito tempo, Jennifer. Vamos subir naquele submarino e encontrar o desgraçado do Addan.

 

BUNKER SECRETO- 15 MINUTOS DEPOIS…

 

Emily já está sendo devidamente cuidada em seu quarto no bunker.

— Felizmente, ela não sofreu nenhum dano grave. Irei providenciar curativos para raladuras e pomadas. Mas o senhor entende o risco que tivemos? Se a Abigail conseguiu entrar nesse bunker tão tranquilamente, qualquer um daqueles idiotas podem vir até aqui.

— Eles não se atreveriam a vir até aqui, Naraj. Estariam caindo dentro da toca do lobo. Fique de olho na Emily, preciso fazer umas coisas.

Na entrada inferior, Edward dá passagem para Jennifer.

— A barra tá limpa, Jennifer. Parece que o Addan está sozinho. O idiota do Naraj é inofensivo, não precisa se preocupar com ele, se eu perceber que ele vai agir, eu também farei a minha parte.

— Certo, gato. A rainha do disfarce aqui sabe de muitos truques.

— Trouxe as algemas?

— Sim, estão comigo.

— Ótimo. Tente rendê-lo e atire somente se ele reagir.

— Pode deixar.

— Espera, por que não colocou um colete?

— Isso iria atrapalhar a minha roupa, e pelo amor de Deus, é só o velho do Dr. Addan, ele vai precisar retirar um quilo de naftalina da cabeça pra conseguir me atingir. Até mais, gato!

Jennifer está toda vestida de preto, com uma roupa que cobre até uma parte do pescoço. Ela se dirige para entrar no bunker.

Edward fica ali do lado de baixo vigiando para ver se ninguém chega.

Jennifer sobe pelo compartimento inferior do bunker. Há uma escada para descer até a base marítima. Ela levanta a tampa levemente. Sai. Fecha a tampa. Com muita cautela e cuidado para não fazer nenhum barulho possível. Ela pega a sua arma, sai se espreitando pelas paredes.

Vai até a porta do quarto de Emily, que possui uma pequena brecha. Vê Naraj ali ao lado dela. Percebe que tem pouco tempo para agir.

Ela vai em direção à sala principal. Addan está de costas segurando um relatório nas mãos, atento. Podemos ver apenas o mexer de lábios com sua leitura e, em seguida, uma arma sendo apontada para a sua cabeça.

— Paradinho aí mesmo, doutor.

Addan parece não ter medo da ameaça de Jennifer.

— Como foi que chegou aqui?

— Não interessa. Cadê a Emily?

— Sério? Acha mesmo que a Emily tá do lado de vocês?

— Vira pra cá bem devagar, e não ouse fazer nenhuma gracinha ou eu juro que vou meter uma bala na porra da tua cara.

— Calma, calma… Já estou virando.

— Põe as mãos na cabeça! ANDA, PORRA!

Naraj ouve a voz de Jennifer.

— Mas o que será que tá acontecendo ali?

Ele sai e alguém o coloca contra a parede calando a sua boca.

Addan coloca as mãos na cabeça e fica bem de frente para Jennifer.

— Você deve ser a Jennifer, não é? A vagabunda que assumiu o lugar da outra vagabunda da Fionna na prisão.

— Eu não falaria dessa forma diante de uma mulher armada, Dr. Addan. E eu estou me segurando para não dar um tiro nessa tua cara decrépita.

— O que pensam em fazer? Acham mesmo que podem me vencer?

— Me diga uma coisa, Dr. Addan… Por que tudo isso? Por que machucar essas pessoas? Por que essa porra toda?

— Adrenalina, excitação, poder, êxito.

— Não me venha falar em êxito.

— A glória eterna.

— SÃO VIDAS INOCENTES!

— INOCENTES? Ninguém nesse mundo é inocente, Jennifer. E você, sendo uma espiã profissional também deveria saber disso. O meu legado só vai terminar quando eu conseguir destruir todos vocês. Enquanto eu viver… Vocês perecerão. Não se preocupe… O sofrimento de vocês está quase chegando ao fim.

— Não. Acabou pra você, Dr. Addan.

— Realmente acabou, Jennifer. E somente um de nós vai sair vivo deste bunker. Espero que da próxima vez, lembre-se de colocar um colete.

— O quê?

Jennifer sente uma facada certeira na sua costela por trás. O Dr. Addan dá um sorriso diabólico. Jennifer vira e vê um homem com uma roupa preta e uma máscara prateada de lobo.

— Q… Quem é você?

— Gostaria de te apresentar… O chacal, querida Jennifer.

O homem apelidado de chacal, dá outras 4 facadas na barriga de Jennifer. Esta cai agonizando, e sangue começa a escorrer da sua boca.

— E… Edward… So… Socor…

— Eu disse que eu sempre estarei um passo a frente de vocês, Jennifer.

O Dr. Addan pega o seu celular. Conecta em um dispositivo holográfico. Imediatamente a gravação aparece em vários pontos estratégicos da ilha, inclusive na floresta onde está o Capitão Dan e os outros.

— Mas o que é isso?

Addan está gravando Jennifer dando seus últimos suspiros no chão e o holograma da gravação aparecendo tanto na floresta quanto no laboratório onde estão Fionna e os outros.

— MEU DEUS, JENNIFER!- Se desespera Fionna.

— Espero que vocês todos estejam vendo isso com muita atenção capitão Dan, Fionna, Lisa e todos vocês que ousam me desafiar. Acho que já fui bonzinho demais com vocês. Tá na hora de mostrar que comigo ninguém se mete. E essa vadia é apenas um exemplo do que vai acontecer com todos vocês.

Ele filma o “rosto” do chacal.

— Espero que estejam vendo isso que estou mostrando a vocês. Esse é o meu mais novo aliado: O chacal. Sua identidade está sendo mantida em segredo, por enquanto, mas… Ele vai pegar vocês. Ah, capitão Dan?

O Capitão Dan, na floresta, furioso, escutando e vendo tudo.

— Farei questão de te mandar para o inferno.

— FILHO DE UMA PUTA!

— Esse foi o meu aviso pra vocês. Acabaram os joguinhos! agora vocês verão o que é guerra de verdade.

O Dr. Addan desliga. Jennifer dá seu último suspiro e morre de olhos abertos.

No laboratório central, Fionna, Ashley e todos ficam em prantos.

— EU SABIA QUE IA ACONTECER ALGUMA COISA, EU SABIA! MEU DEUS!- exclama Fionna.

— CALMA, FIONNA! POR FAVOR, CALMA!- Tenta contornar Ashley.

— Je… Jennifer. Não pode ser , não pode…- Diz Julian que, em seguida, joga a sua arma no chão e vai até os computadores e começa a quebrar tudo.

— AAAAAAAAAAAAHHHH!!! FILHO DA PUTA!! EU VOU TE MATAR, DR. ADDAN!

Ellie e Mason tentam segurá-lo.

— JULIAN, SE ACALMA!

— JULIAN, PARE!

Makoto se agacha colocando as mãos na cabeça.

Na floresta, o capitão está em fúria e lágrimas ao mesmo tempo.

— Mataram a Jennifer. MATARAM ELA!

Lisa, Victor, Hillary, Demetrio, Judy, Scott e Cristhian ficam completamente atônitos.

No bunker, Addan dá o seu ultimato.

— Já sabe muito bem o que fazer, não sabe?

O chacal apenas consente fazendo a afirmativa.

— Vá até a central… E mate todos eles! Não descanse até tirar a vida do último rato daquele lugar. E comece pelo traidor do Edward.

— Sim, mestre!

O chacal se retira. Addan olha para o corpo de Jennifer.

— Espero que você faça uma boa estadia no inferno… Vadia.

O plano deu errado. Addan mais uma vez saiu na frente. Quem é o chacal? Por que ele está trabalhando para o Dr. Addan?

Por um pequeno vacilo, mais uma vida foi ceifada.

Jennifer não conseguiu…

Ela lutou até o fim…

Mas a sua morte não terá sido em vão…

A rainha do disfarce será vingada.

Nem que isso custe…

 

A morte de todos.


 

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