“Mene, Mene, Tequel, Parsim”.

 

Essas são as palavras que foram escritas sobrenaturalmente na parede do palácio babilônico durante a festa de Belsazar. O significado dessas palavras falava da derrocada de Belsazar e seu reinado na Babilônia diante do juízo divino sobre ele.

O profeta Daniel foi o único capaz de interpretar a inscrição “Mene, Mene, Tequel, Parsim”. Ele deu o seguinte significado a essas palavras (Daniel 5:25-28):

 

  • Mene:Contou Deus o teu reino, e determinou o seu fim.
  • Tequel:Pesado foste na balança, e achado em falta.
  • Parsim: Dividido foi o teu reino, e entregue aos medos e aos persas.

 

A Bíblia diz que certa vez o rei Belsazar deu um grande banquete. Ele convidou mil dos seus nobres, e juntos todos eles se embriagaram. Belsazar cometeu até um sacrilégio ao ordenar que trouxessem as taças de ouro e de prata que o rei Nabucodonosor tinha tomado do Templo de Jerusalém. O objetivo dele era tomar vinho nessas taças, juntamente com seus nobres, suas mulheres e concubinas.

 

O texto bíblico ainda diz que enquanto eles bebiam vinho nas taças do Templo, eles louvavam os ídolos do paganismo babilônico. Foi então que de repente apareceram dedos de mão humana na parede e começaram a escrever a inscrição na parte mais iluminada do palácio. Nesse ponto o texto bíblico ainda não revela que o conteúdo da inscrição era “Mene, Mene, Tequel, Parsim” (Daniel 5:5).

 

Belsazar observou a mão misteriosa que escrevia na parede e ficou completamente apavorado. Seu medo era tão grande que seus joelhos batiam um no outro e suas pernas fraquejavam.

Belsazar mandou chamar Daniel.

Daniel avisou que “Mene, Mene, Tequel, Parsim” eram palavras que transmitiam a resposta divina ao arrogante Belsazar. Em seu orgulho e iniquidade, Belsazar havia desafiado o Deus Todo-Poderoso que já havia demonstrado a sua soberania nos dias de Nabucodonosor.

Mas empregando vogais entre as consoantes das palavras, e lendo-as como verbos, as três palavras “Mene, Tequel e Parsim” significam respectivamente “contado, pesado e dividido”. Daí vem a interpretação do profeta Daniel que aplicou essa inscrição como um anúncio do juízo de Deus que seria derramado sobre o orgulhoso Belsazar.

 

Aquele homem iníquo havia sido contado, pesado e, consequentemente, seu reino seria dividido entre os medos e os persas. Na mesma noite em que foi escrito na parede do palácio “Mene, Mene, Tequel, Parsim”, Belsazar foi morto e o poderoso império babilônico caiu. Historiadores gregos escrevem que os persas conquistaram a Babilônia de surpresa, enquanto os líderes babilônicos se ocupavam com festas e orgias.

 

Anos mais tarde, após os tempos bíblicos, podemos usar como exemplo a alegoria da caverna de Platão.

No texto, Sócrates fala para Glauco imaginar a existência de uma caverna onde prisioneiros vivessem desde a infância. Com as mãos amarradas em uma parede, eles podem avistar somente as sombras que são projetadas na parede situada à frente.

As sombras são ocasionadas por uma fogueira, em cima de um tapume, situada na parte traseira da parede em que os homens estão presos. Homens passam ante a fogueira, fazem gestos e passam objetos, formando sombras que, de maneira distorcida, são todo o conhecimento que os prisioneiros tinham do mundo. Aquela parede da caverna, aquelas sombras e os ecos dos sons que as pessoas de cima produziam era o mundo restrito dos prisioneiros.

Repentinamente, um dos prisioneiros foi liberto. Andando pela caverna, ele percebe que havia pessoas e uma fogueira projetando as sombras que ele julgava ser a totalidade do mundo. Ao encontrar a saída da caverna, ele tem um susto ao deparar-se com o mundo exterior. A luz solar ofusca a sua visão e ele sente-se desamparado, desconfortável, deslocado.

Aos poucos, sua visão acostuma-se com a luz e ele começa a perceber a infinidade do mundo e da natureza que existe fora da caverna. Ele percebe que aquelas sombras, que ele julgava ser a realidade, na verdade são cópias imperfeitas de uma pequena parcela da realidade.

O prisioneiro liberto poderia fazer duas coisas: retornar para a caverna e libertar os seus companheiros ou viver a sua liberdade. Uma possível consequência da primeira possibilidade seria os ataques que sofreria de seus companheiros, que o julgariam como louco, mas poderia ser uma atitude necessária, por ser a coisa mais justa a se fazer.

 

A metáfora proposta pela Alegoria da Caverna pode ser interpretada da seguinte maneira:

 

Os prisioneiros: Os prisioneiros da caverna são os homens comuns, ou seja, somos nós mesmos, que vivemos em nosso mundo limitado, presos em nossas crenças costumeiras.

 

A caverna: A caverna é o nosso corpo e os nossos sentidos, fonte de um conhecimento que, segundo Platão, é errôneo e enganoso.

 

As sombras na parede e os ecos na caverna: Sombras e ecos nunca são projetados exatamente do modo como os objetos que os ocasionam são. As sombras são distorções das imagens e os ecos são distorções sonoras. Por isso, esses elementos simbolizam as opiniões erradas e o conhecimento preconceituoso do senso comum que julgamos ser verdadeiro.

 

A saída da caverna: Sair da caverna significa buscar o conhecimento verdadeiro.

 

A luz solar: A luz, que ofusca a visão do prisioneiro liberto e o coloca em uma situação de desconforto, é o conhecimento verdadeiro, a razão e a filosofia.

 

Trazendo a Alegoria da Caverna para o nosso tempo e também o contexto de “Mene, Mene, Tequel, Parsim”, podemos dizer que o ser humano tem regredido constantemente, a ponto de estar, cada vez mais, vivendo como um prisioneiro da caverna, apesar de toda a informação e todo o conhecimento que temos a nossa disposição.

As pessoas têm preguiça de pensar. A preguiça tornou-se um elemento comum em nossa sociedade, estimulada pela facilidade que as tecnologias nos proporcionam. A preguiça intelectual tem sido, talvez, a mais forte característica de nosso tempo. A dúvida socrática, o questionamento, a não aceitação das afirmações sem antes analisá-las (elementos que custaram a vida de Sócrates na antiguidade) são hoje desprezados.

 

A política, a sociedade e a vida comum deixaram de ser interessantes para os cidadãos do século XXI que apenas vivem como se a própria vida tivesse importância maior que a preservação da sociedade. As notícias falsas estão enganando cada vez mais pessoas que não se prestam ao trabalho de checar a veracidade e a confiabilidade da fonte que divulga as informações.

As redes sociais viraram verdadeiras vitrines do ego, que divulgam a falsa propaganda de vidas felizes, mas que, superficialmente, sequer sabem o peso que a sua existência traz para o mundo. A ignorância, em nossos tempos, é cultivada e celebrada.

Quem ousa opor-se a esse tipo de vida vulgar, soterrada na ignorância, presa na caverna como estavam os prisioneiros de Platão, é considerado louco. Os escravos presos no interior da caverna não percebem que são prisioneiros, assim como as pessoas que estão presas na mídia, nas redes sociais e no mar de informações, muitas vezes desinformantes da internet, não percebem que são enganadas.

Remetendo novamente ao princípio da escritura na parede que estremeceu Belsazar, o reinado babilônico do Dr. Addan foi contado, pesado e dividido. Mas dessas frases compostas e traduzidas, podemos apenas focar em “Tequel”: Pesado fostes na balança e achado em falta.

Existe uma balança sobrenatural em nossa volta que está pesando cada uma de nossas ações. Tudo aquilo que fizemos ou não será julgado. Vivemos na época do predomínio da opinião rasa, do conhecimento superficial, da informação inútil e da prisão cotidiana que arrasta as pessoas, cada vez mais, para a caverna da ignorância.

Lisa agora tem duas escolhas: Se tornar uma prisioneira dessa caverna metafórica, ou sair dela e sentir a luz do sol que a causa desconforto, mas que trará a ela, o verdadeiro conhecimento.

 

“Bem vinda, Lisa. Você cumpriu a sua fase no projeto. Aguarde mais instruções.”

 

— O… O que tá acontecendo? O que…

Lisa rapidamente vai para o outro computador, procura mais informações e vê um outro botão com o nome:

 

Acessar imagens em tempo real.

 

Ao acessar essas imagens, seus olhos ficam grandes, lágrimas escorrem em seu rosto. Ela vai se afastando da tela.

— Não…

Dentro da tela, podemos ver a imagem de todos eles dentro do calabouço no chão praticamente desmaiados… Inclusive ela.

— Doroth tinha razão…

Ela olha para cima e para os lados em 360 graus.

— … EU ESTOU PRESA EM UMA SIMULAÇÃO!


 

OPENING:

 

 

 

EPISÓDIO 11:

  TEQUEL


                       ATO I


 

 

SALA SECRETA DO CALABOUÇO.

 

As luzes se acendem e vagarosamente os heróis começam a se levantar após aquele barulho estridente em seus ouvidos.

— O… O que aconteceu? – Pergunta o capitão Dan, atordoado.

— Me desculpem, meus amigos! Mas… Eu precisava fazer essa brincadeirinha com vocês.

— O quê?

— Calma, não existe simulação nenhuma. Fiz essa brincadeira com vocês para que pudessem acalmar os nervos.

Fionna, irritada, diz:

— A essa altura do campeonato você fica fazendo joguinhos com a gente?

— Não se preocupem. Tirando essa última parte, tudo o que eu falei aqui era verdade. Inclusive sobre Aragon e Neon.

Victor pergunta:

— Como podemos confiar em você?

— Vocês não tem outra escolha a não ser confiarem em mim. Querem derrotar o Dr. Addan ou não?

Todos eles ficam pensativos sem saber o que responder. Cristhian percebe Lisa um pouco distante e com a mão na cabeça.

— Tá tudo bem, Lisa?

— Eu… Eu acho que sim. Só estou um pouco tonta.

 

SALA MISTERIOSA.

 

Na sala onde Lisa acordou, ela tenta raciocinar o que supostamente poderia ter acontecido com ela. Ela começa a dar voltas e voltas por aquela sala colocando as mãos sob a cabeça tentando entender o que está acontecendo.

— Não, não, não pode ser. Eu devo estar ficando maluca. Só pode ser um sonho, é isso. É apenas um sonho bobo.

Lisa olha novamente para a tela e vê seus amigos na sala do calabouço. Ela fica ainda mais em choque ao ver ela mesma ali em pé ao lado deles.

— EI!! Eu estou aqui! Essa aí não sou eu! Vocês estão me ouvindo? DROGA! O que eu faço? O que eu faço?

Na sala do calabouço, Doroth dita algumas regras.

— Entendam de uma vez por todas que a esta altura do campeonato, Addan já está indo para a Torre juntamente com seus cúmplices. Ele pode parecer forte, mas ele tem uma fraqueza, essa fraqueza está na torre. Ele guarda a única amostra do soro que ele fez que pode transformar tudo isso aqui que vocês já sabem. Mas lá na torre também há um dispositivo, que se ele ativar, o vírus será derramado nos oceanos, pelo ar e, consequentemente, não sobrará mais vida na Terra. Se querem vencer o Dr. Addan, precisamos sair desse calabouço o mais rápido o possível. Mas lembrem-se… O Addan irá colocar armadilhas em todos os andares para chegarmos lá.

O capitão pergunta:

— Armadilhas?

— Sim. Addan é o único que tem acesso ao elevador direto à torre através de reconhecimento facial. Uma pessoa comum terá que passar pelas 4 plataformas onde cada uma possui uma escada espiral. Na última plataforma, existe uma outra escada que os leva para a torre. E lá que vão encontrá-lo. Espero que estejam prontos, senhores. Porque a partir de agora, não tem mais volta. É matar ou morrer!

Na sala misteriosa, Lisa continua desesperada sem saber o que fazer. Ela olha pela tela e vê os seus amigos saindo daquela sala juntamente com Doroth.

— Não, não, espera! Para onde vocês vão? Esperem!

Os outros vão na frente e Doroth fica um pouco atrás deles. Ela olha diretamente para a câmera como se tivesse de fato olhando para Lisa do outro lado.

Ela faz um gesto com as mãos como se tivesse fechando algo e, em seguida, usa linguagem labial: “A chave… Na parede… A chave”.

Lisa, intrigada, pergunta a si mesma:

— O… O quê?

Lisa sai da tela e vai para as paredes e começa a procurar alguma coisa que possa ser útil. Até ela achar um pequeno compartimento onde há uma chave pendurada.

— Ai, meu Deus! Meu Deus, a chave! Essa deve ser a chave!

Lisa procura a porta e a encontra, ainda que meio camuflada.

— ACHEI! ACHEI! Eu não acredito que achei.

Ela abre a porta. Sai daquela sala e se depara com um corredor estranho e cheio de tubos elétricos ao redor. A iluminação ali é baixa, mas o suficiente para ela conseguir enxergar o caminho.

— Tá, e agora o que eu faço? Preciso de alguma coisa.

Ela procura por algum objeto e encontra uma barra de ferro solta no chão debaixo de um daqueles tubos de eletricidade.

— Espero que isso aqui sirva.

Na saída do calabouço, a porta se abre e rapidamente Ellie, Hillary e Julian ficam de prontidão.

— O… O que aconteceu lá embaixo?- Pergunta Ellie.

— É uma longa história, Ellie!- Responde o capitão.

Todos começam a sair do calabouço um por um até por fim chegar a vez de Doroth. Hillary fica incomodada ao ver aquela figura ali com eles.

— Quem é ela? Quem é essa mulher?

O capitão responde:

— Bom, ela é…

— … Me chamo Doroth Winston, ao seu dispor. Sou a esposa do Dr. Addan e vou guiar vocês até a torre.

— O… O quê? Tá de sacanagem comigo?

— Não dá tempo pra explicar, Hillary, precisamos avançar.

Lisa tropeça e se escora no ombro de Cristhian.

— Lisa, é sério, você está bem?

— Não, eu…

— Filha, tá se sentindo mal?

— Não é nada, é que…

Doroth interrompe:

— Não se preocupe, ela só está cansada não é mesmo, LISA?

Ela olha pra Doroth estranhando o peso de suas palavras ao pronunciar o seu nome.

— S… Sim. Eu devo estar cansada. Apenas isso.

 

No corredor misterioso, Lisa continua andando ali descalça e com a barra de ferro na mão tentando entender o que está acontecendo.

Ela anda por mais alguns metros até passar por uma parte na parede e duas mãos a agarram através de uma grade.

— AAAAAAAAAHHH!

Lisa cai no chão se rastejando para trás.

— O… O que é isso? O que é isso?

— Me ajuda, por favor. (Era uma voz feminina).

— Espera, você… Você é humana?

— Por favor, me tira daqui, eu não aguento mais.

— Tá bom, mas como eu… Como eu?

— A chave! Você tem a chave!

— Ah, a chave, ok.

Lisa abre aquela pequena cela e a mulher sai de lá se rastejando.

— Graças a Deus! Graças a Deus!

A mulher aparentava ter uns 40 anos e possui os cabelos pretos e longos, e se encontra bem debilitada.

— A senhorita está bem? Foi o Addan que te prendeu?

— S… Sim. Obrigada, Lisa!

— Espera, como sabe o meu nome?

— Porque eu estou na mesma situação que você, Lisa.

— Então é verdade, não é? Nós estamos dentro de uma realidade virtual?

— Não… É muito pior do que isso.

— Como assim?

— Eu sou de carne e osso, assim como você também é. Mas aquela que está ali juntamente com os seus amigos… Não é você.

— O quê? Isso não pode ser possível, eu…

— … Escuta, Lisa! ME ESCUTA! Não temos muito tempo… Os teus amigos estão correndo perigo. Aquela outra versão de você… Vai matar todos eles!

Lisa completamente impactada.

 


 

                  ATO II


 

PRIMROSE HILL, LONDRES, RESIDÊNCIA DA SENHORA TRUDY, 20H30.

 

Preocupada com a inquietação de Trudy, May pergunta.

— Achou a Luna, dona Trudy?

— Não, filha. Não sei onde ela foi parar. E eu costumo dormir às 21h e não durmo enquanto todos os gatos não estão em seu devido lugar.

— Dona Trudy, vai descansar. A Peggy e eu certamente não vamos conseguir dormir agora, então se ela aparecer, a gente coloca ela pra dentro.

— Ai, vocês só podem ser dois anjos. Muito obrigada! Eu já coloquei os outros gatos na salinha deles. Vou me recolher. Onde está a sua outra amiga?

— Ela está no banheiro.

— Tá bom, boa noite, querida!

— Boa noite, dona Trudy!

Trudy foi deitar. May sentou-se no sofá e esperou até que Peggy saísse do banheiro.

— Cadê a dona Trudy?

— Foi deitar. A pobrezinha ainda tá muito preocupada com o sumiço da gata dela.

— É estranho que ela deve ter uns 100 gatos aqui e consegue perceber quando falta um.

— É verdade.

Um pequeno relâmpago clareia a janela.

— É, parece que vai cair uma chuva. Acho que até eu vou deitar um pouco, faz dias que eu não durmo direito. Até mais, Peggy!

— Até, “princesinha”. Boa noite! Eu vou ficar aqui no sofá mesmo pra qualquer coisa.

— Bom, você que sabe. Até!

May vai para o quarto de hóspedes. Peggy deita no sofá e pega uma revista que está ali na mesa de centro.

— Sério que eu estou lendo uma revista de receitas?

Na janela, sem que Peggy perceba, está ali a gata Luna olhando para ela, mas seus olhos já não são mais os mesmos.

 

 

CORREDOR MISTERIOSO DA CENTRAL DA PHOENIX.

 

Lisa está completamente impressionada com as palavras da mulher desconhecida.

— O que você tá dizendo não faz o menor sentido. Como pode haver duas de mim? A Doroth disse que nós estávamos em uma realidade virtual. Quando eu acordei, tinha alguma coisa estranha ali falando de projeto, teste, alguma coisa assim.

— Me ajude a me levantar, vamos até aquela sala pra eu ver uma coisa.

— Mas e se alguém aparecer?

— Não se preocupe, o Addan deve estar na torre.

Lisa ajuda aquela mulher a se levantar. As duas se dirigem até a sala onde Lisa acordou.

— Ok, ok. Eu vou desligar os aparelhos.

Lisa fica tentando entender o que aquela mulher está querendo fazer.

— O que está havendo? Me explica! Por que a Doroth disse que nós estávamos em uma realidade virtual?

— Entenda. A Doroth falou isso de propósito.

— De propósito?

— Sim, ela precisava de uma desculpa para ativar aquela onda sonora lá dentro.

— Ativar onda sonora? Eu… Eu me lembro de tudo isso. Como é possível que eu esteja aqui e me lembre desses acontecimentos?

— O seu cérebro estava conectado ao protótipo. Na medida que você enviava coisas e memórias para ele, ele também enviava pra você.

— Pro… Protótipo?

— Sim, Lisa! Aquela garota que está com seus amigos se passando por você, não passa de mais um experimento do Dr. Addan. É um protótipo de tecnologia altamente avançada que ele vinha desenvolvendo há 12 anos.

— Mas… Como você sabe de tudo isso?

A mulher abaixa a cabeça, suspira e depois diz:

— Porque eu é que fiz a projeção desse protótipo. Eu que ajudei ele a criar essa coisa.

— Você ajudou a criar isso? Mas, então… Quem é você, afinal?

— Me chamo Vivian… Vivian Tunner.

Baque em Lisa. Ela dá dois passos para trás, incrédula.

— Não… Não pode ser possível. VOCÊ É A MÃE DO CRISTHIAN!

 

PRIMROSE HILL, RESIDÊNCIA DE TRUDY.

 

Após alguns minutos que foram se deitar, Peggy decide se levantar do sofá e vai até a cozinha. Ela vai direto na geladeira procurar alguma coisa para comer e encontra uma maçã.

Ela pega a maça, lava na pia e quando vira de frente,vê a gata Luna em cima da mesa.

— Ahhh!

Ela derruba a maçã no chão.

— Luna? A tua dona estava te procurando, onde você este…

Peggy percebe que a gata não parecia a mesma de horas atrás. Seus olhos estão brancos como se as pupilas estivessem dilatadas e rosna de maneira grotesca.

— Ai, meu Deus!

Peggy imediatamente pega a vassoura ali no canto para se defender. A gata tenta avançar nela.

— Sai de perto de mim!

Peggy dá a volta pela mesa se afastando da cozinha.

May ouve o barulho e vai até lá.

— Peggy, o que tá acontec…

— … May, não se mexe!

— O… Ai, meu Deus! É a gata da Trudy?

— Não é mais. Olha pra ela.

May repara que Luna já não é mais uma gata comum.

— Ela… Ela tá infectada. Como isso é possível?

— Ela deve ter se infectado com aquele cara que deixamos lá fora.

— É verdade, o que a gente faz agora?

— Eu não sei… Mas se não nos livrarmos dela agora… Essa gata vai provocar um caos dentro dessa casa.

Os gatos em seu quarto começam a ficar agitados, miando muito. Trudy, em seu quarto, ouve o barulho dos gatos, e se levanta.

— Mas o que os meus filhos estão fazendo?

Trudy abre a porta de seu quarto. Vai para o corredor. Percebe a movimentação estranha na sala.

— Meninas, o que tá acontecendo?

Peggy alerta:

— DONA TRUDY, CUIDADO!

A gata avança pra cima de Trudy. Peggy consegue acertar a vassoura nela e a gata cai rolando pelo carpete.

— MAY, NÃO DEIXA ELA ESCAPAR!

May pega um vaso e tenta acertar na gata. Mas o animal está muito mais forte do que elas imaginam. Trudy está no chão, atordoada.

— O que está acontecendo? A minha Luna nunca me atacou desse jeito.

— Esse é o problema, dona Trudy… Essa não é mais a Luna.

 

SALA MISTERIOSA DA CENTRAL DA PHOENIX.

 

Lisa tenta encontrar palavras para o que acaba de escutar.

— Não pode ser possível, o Cristhian disse que você…

— Sim, eu deveria ter morrido há quase 8 meses atrás… Mas o Addan fez exatamente comigo a mesma coisa que ele fez com o seu pai, Lisa. Ele me “matou” para o mundo porque precisava de mim para finalizar o projeto.

— Mas como você se envolveu nisso tudo? Meu pai, eu já sabia que era um cientista e tal, mas…

— Ted e eu éramos bioquímicos e eu estudava ciência robótica.

— Ciência robótica?

— Sim, o Dr. Addan soube das minhas invenções e me contratou. Eu não podia falar para os meus filhos em que tipo de coisa que a gente estava se metendo. Mas com o tempo eu descobri que as coisas que o Addan faziam, era contra os nossos princípios. No dia que… A Hilda bateu com o carro na gente, eu tinha acabado de pedir demissão.

 

FLASHBACK- PUB DE LONDRES- DIA DO ACIDENTE DA FAMÍLIA TUNNER.

 

Ted e Vivian estão em um pub comprando algumas coisas.

— O quê? Você pediu demissão? Você é maluca? Esse homem vai nos destruir, Vivian.

— Ted, não faz ideia das coisas absurdas que o Addan quer fazer. Ele tá indo de contra os direitos humanos.

— E o protótipo? Disse que estava quase finalizado.

— Sim, falta pouco, mas não posso dar continuidade nisso. Ted, ele quer usar o rosto de uma pessoa nesse protótipo e colocar ela para viver no lugar da pessoa real.

— O quê?

— Sim, eu estou te falando.

— Espera, então… Por isso que eu ouvi uma conversa do Naraj falando de uma substância que… A que o Dr. Makoto estava trabalhando comigo anteriormente.

— Ted… O Addan quer construir um exército de monstros e mutantes em todo o mundo.

— Então… Então é verdade. O que vamos fazer? E os meninos?

— Nós iremos agora mesmo pra casa, vamos arrumar as nossas coisas e fugir do país. Se não fugirmos hoje… O Addan vai voltar e vai tentar nos matar. O Makoto não vai abrir mão das filhas, ele não pode nos ajudar. Somos os únicos que sabem dos planos sujos do Dr. Addan. Ele vai se livrar de nós na primeira oportunidade.

 

FIM DE FLASHBACK

 

— Depois disso, aconteceu o fatídico episódio do acidente. Incrivelmente não foi planejado, Hilda não tinha a intenção de bater na gente, mas aconteceu. O Addan viu que eu ainda tinha chances de sobreviver e rapidamente fez a sua escolha. Colocou outra mulher qualquer pra ser enterrada no meu lugar assim como ele fez com o seu pai.

Lisa, com os olhos marejados, diz:

— Meu… Meu Deus.

— Eu ainda estou fraca por conta do acidente, voltei a andar faz mais ou menos um mês. Você não tem ideia, Lisa… Do quanto eu me arrependo por ter feito parte de tudo isso, por ter feito os meus filhos passarem por isso.

— Dona Vivian, o seu filho, ele…

— Eu… Eu sei.

Rompe a chorar.

— Meu Dylan… Meu caçula. Tudo isso porque eu e o Ted não dissemos “Não” para o Dr. Addan.

— O teu marido, ele…

— Sim, ele… Ele realmente faleceu no acidente. Quando eu soube, quis morrer, quis… Quis tirar a minha própria vida, porque eu perdi o meu marido e também meus filhos.

— Eu sinto muito.

— A gente nunca sabe o quão longe uma mãe pode chegar, Lisa. O Addan destruiu todos nós. Todas as nossas famílias, filhos, parentes e amigos… Ele é o próprio mal, Lisa… Quero que saiba que tudo o que eu… O Ted e o seu pai fizemos… Foi por amor aos nossos filhos. Somente por eles.

Lisa tenta consolar Vivian.

— Eu… Preciso te fazer uma pergunta e quero que seja muito sincera comigo.

— Claro… Pode falar.

— Há alguma possibilidade… Da minha mãe, Violet, estar viva?

Vivian demora a responder. Seus olhos ficam marejados. Lisa entende aquele pequeno silêncio e rapidamente se encosta em algum lugar.

— Eu sinto muito, Lisa… Eu sinto muito. O teu pai fez de tudo… De tudo para salvar a tua mãe. Eu sinto muito.

Lisa desaba a chorar, foi como se tivesse perdido a sua mãe… Mais uma vez.


 

                  ATO III


 

 

PRIMROSE HILL- CASA DE TRUDY.

 

Continua o embate de Peggy, May e a gata infectada.

 

— May… A arma. A arma em cima da mesa de centro.

— Eu vou tentar.

— Não machuquem a minha Luna, por favor.

— Senhora Trudy, preciso que entenda que aquela gata não é mais a Luna. Se não a detivermos, ela vai nos matar.

May tenta se aproximar da mesa de centro para pegar a arma que Peggy deixou ali. Mas a gata não está disposta a dar trégua e avança pra cima da mesa.

— Ah, droga!

— Quer saber, eu já perdi a paciência com essa desgraçada! Volta aqui, “pixana”!

— Peggy, cuidado! Não deixa ela te morder!

Peggy pega uma almofada do sofá e tenta usar como escudo para os ataques da gata. Luna avança pra cima de Peggy, ela cai no tapete e consegue segurar a fúria da gata com a almofada.

— MAY, DEPRESSA!

May puxa a escopeta de Peggy de cima da mesa pelo cano dela e se afasta. A gata está com toda fúria tentando fazer de tudo para ataca-la.

— Sai de mim, sua gata maldita!

Peggy joga Luna com travesseiro e tudo para o outro lado e May, com uma pontaria perfeita, acerta um único tiro nela fazendo com que ela se espatife pelo chão.

— Ai, meu Deus! Minha Luna, minha pobre Luna!

May diz:

— Sinto muito, dona Trudy… Mas ela iria fazer algo muito pior.

— Ela nunca fez isso, ela…

May percebe algo incomum no braço de Trudy.

— Peggy?

— O que foi?

Peggy se levanta e vai até elas. May aponta para o braço de Trudy.

— Olha.

— Não… Essa não.

— Ham? O quê? Ah, acredito que ela me mordeu quando avançou em mim, que estranho, essa mordida tá doendo mais que o normal, mas acredito que uma limpeza com álcool e soro já resolve, não é?

— Senhora Trudy!- Diz May.

— Sim, filha?

— Nós precisamos conversar.

 

SALA MISTERIOSA DA CENTRAL DA PHOENIX.

 

Após minutos de choro, Lisa parecia estar agora um pouco mais conformada em saber que definitivamente a sua mãe não está mais entre nós.

— Eu realmente sinto muito, Lisa. Sinto muito mesmo pela sua mãe.

— Sinto muito pelo Dylan.

— Agora precisamos agir antes que seja tarde demais. Como eu falei, aquela coisa que está se passando por você é um protótipo de alta tecnologia avançada. Em outras palavras, um robô.

— Um robô? Mas como? Como ele pode ser tão idêntico a mim?

— O Addan também usou a mesma tecnologia que a amiga de vocês, que descanse em paz, Jennifer, usava para criar máscaras sintéticas bem reais. Só precisavam de uma foto sua para poder criar essa máscara e eles conseguiram fazer um protótipo quase humano perfeito.

— Há outros protótipos desses por aí?

— Não, graças a Deus não. Não sei o que faria se existissem mais desses por aí.

— Mas… Há quanto tempo então eu estou dormindo? Não me diga que eu estava aqui esse tempo todo e…

— Não, não… Foi um pouco antes de vocês irem ao calabouço. Houve um momento em que você disse que iria no banheiro e foi aí que o safado do Naraj te pegou e te desmaiou. Precisou de apenas 10 minutos pra colocar as suas roupas no protótipo sem que ninguém desconfiasse. Afinal uma mulher demora mais ou menos esse período para ir no banheiro, não é? Então quem iria desconfiar?

— Então eu fui substituída há poucas horas atrás?

— Sim. E óbvio que sei tudo isso, porque eles me forçaram a participar de tudo antes de me colocarem naquela cela.

— Então toda aquela coisa de realidade virtual não existe?

— Não. Aquilo foi uma invenção da Doroth pra poder enfraquecer o protótipo. Ela já sabia que não era você que havia entrado naquele calabouço. Então ela ativou aquela onda de som pra poder desprender a sua conexão com o protótipo e você desligar dela. Ela fez isso para te ajudar.

— Então a Doroth não é uma vilã no final das contas?

— A Doroth é tão vítima como todos nós. Ela fez isso justamente pra que você saia desse sono e desmascare a impostora que está com eles.

— Preciso te fazer outra pergunta: E a minha irmã, a Emily? Com ela também está acontecendo a mesma coisa que aconteceu comigo?

— Não, não. A Emily é a Emily. Mas o Dr. Addan fez alguma coisa com ela.

— Eu sabia!

— Agora nós precisamos dar um jeito de avisar os teus amigos. Eles estão indo pra torre. Tem um atalho que eu conheço que vai fazer com que você não precise passar por todas as plataformas, vai sair diretamente na terceira e depois virá a quarta plataforma e por último a torre. Vamos?

As duas se retiram daquela sala e vão para o corredor.

— Espera! Espera! Obrigada… Eu tenho certeza que o Cristhian deve sentir orgulho por ter uma mãe como você.

— Acha que o Cristhian iria me perdoar por ter feito tudo isso com ele?

— Claro que sim. Ele tem o coração bom.

— Ótimo! Vamos correr antes que…

— O quê?

— Antes que o protótipo perceba que não está mais conectada a você.

 

SALÃO NOBRE- ESCADARIA PARA A PLATAFORMA 1.

 

Liderados por Doroth, os heróis finalmente se dirigem à escadaria da primeira plataforma para alcançarem a torre.

— Bem, senhores, o caminho de vocês começa aqui. Após subir esse primeiro lance de escadas, chegaremos à primeira plataforma. Se querem deter o Dr. Addan, vão precisar passar por todas elas.

O capitão Dan os incentiva.

— Certo. Vamos, soldados!

A “falsa” Lisa sente alguma coisa estranha e fica direto ajeitando algo por trás de sua orelha. Doroth percebe.

— Algum problema… Lisa?

— Eu… Estou bem. Estou bem.

Doroth já sabe o que está acontecendo e quem era ela.

 

 

PRIMROSE HILL- RESIDÊNCIA DE TRUDY.

 

Trudy está em lágrimas diante das garotas.

 

— Então… Eu vou morrer, não é? Eu vou… Me transformar em uma daquelas coisas que me atacou lá fora, não é?

May suspira e diz:

— Eu sinto muito, dona Trudy. Sinto muito mesmo.

— Nós sentimos muito, dona Trudy.

— Tudo bem, tudo bem, eu… Só quero que… Só quero que me façam um favor. Que me deixe morrer juntamente com os meus gatos no quarto.

As duas olham uma para a outra. May responde:

— Tudo bem, dona Trudy. Vamos nos arrumar e… Colocar você na cama.

Passou-se apenas alguns minutos, e como prometido, May e Peggy colocam Trudy na cama e todos os outros gatos estão ali no quarto ao redor.

As duas já estão arrumadas e prontas para partir, mesmo na chuva que começara a cair.

— Em toda a minha vida… Ninguém nunca foi tão gentil comigo como vocês duas foram. Obrigada! Eu nunca me esquecerei de vocês duas.

Peggy coloca um dos gatos em cima do colo dela para que ela o abraçasse.

— Adeus, dona Trudy!

— Adeus, meninas! Por favor… Tranquem a porta quando saírem.

E foi assim que aconteceu.

May e Peggy saíram e deixaram Trudy sozinha ali pra morrer junto com seus adorados gatos.

As duas saem trancando a porta da frente e deixando a chave ali mesmo. Ninguém mais poderia entrar naquele lugar.

Molhadas pela chuva, as duas vão saindo daquela residência completamente enlutadas. Foi como se tivessem perdido alguém próximo a elas.

Peggy vai na frente se dirigindo ao carro. May olha para trás. Seus cabelos molhados não disfarçam a angústia que está sentindo.

Para Trudy, aquele foi o momento de sua despedida, mas mesmo na hora da morte, ela teve a companhia com quem ela sempre amou… Seus gatos.

 

CENTRAL DA ILHA DA PHOENIX- TORRE.

 

Enfim, chegamos à famosa torre onde o Dr. Addan tanto teme perder o que tem ali.

Com ele está Emily, Naraj e o chacal.

— Enfim chegamos! Sinta-se em casa, jovem Emily.

Emily fica olhando para o local admirando tudo aquilo. Um bip é ouvido em um relógio especial que está no pulso do Dr. Addan.

— Droga!

— Algum problema, Dr. Addan? – Pergunta Naraj.

— O protótipo se desconectou.

— O quê? Como?

— Alguém desativou.

— Espera, se desativou, significa que…

— A Ishihida verdadeira acordou.

 

PLATAFORMA 1- ALGUMAS HORAS PARA CHEGAR NA TORRE.

 

Finalmente os heróis chegam na primeira plataforma. Aparentemente um lugar comum. Com uma escadaria em espiral que dá passagem para a próxima plataforma.

— Então essa é a primeira plataforma, senhora Doroth? – Pergunta o capitão Dan.

— Sim, mas tomem cuidado. O Addan não iria deixar vocês passarem tão facilmente. Tem alguma armadilha em algum lugar.

Julian empunha a sua arma e diz:

— Vamos ver se esse filho da puta do Addan pode nos deter.

Todos estão andando cautelosamente por aquela plataforma até chegar perto da escadaria. Mas houve um momento em que “Lisa” paralisa de vez e fica como estátua.

Cristhian diz:

— Mas não tem nenhuma armadilha aqui, eu acho que… Lisa?

Todos se viram para olhar para ela.

— Lisa, o que tá acontecendo? Tá me assustando.

Ela ainda de cabeça baixa, diz:

— Tem razão, Cristhian… Eu é que sou a armadilha.

 

A falsa Lisa pega a pistola de sua cintura, mira diretamente em Julian e acerta um tiro na testa dele.

O desespero toma conta de todos.

— AAAAAAAAAAAAAAAHHH!! LISA!- Se desespera Cristhian.

Ela aponta para Hillary. Ellie corre para protegê-la.

— Hillary, cuidado!

Ela dispara e supostamente acerta em Ellie que cai por cima de Hillary. Todos ficam impactados e não entendem o que está acontecendo. Makoto imediatamente se aproxima.

— FILHA! O… O que está fazendo?

— Viu como eu cresci, papai?

Ela puxa Doroth pelos cabelos e coloca a pistola na cabeça dela.

Todos desesperados sem entender o que é tudo isso.

— ATENÇÃO TODOS! É hora de partirmos para a etapa final… E essa festa… Começa a partir de agora.

 

 

 

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