“Ao lutar com monstros redobre suas forças, use todas as suas armas, mas acautele-se para não se tornar um deles.”- Edmilson Silveira.


 

Na teoria da evolução, Darwin afirmava que as espécies não são fixas e sofrem mutações ao longo do tempo. O darwinismo se sustenta em dois pontos: a ancestralidade comum e a seleção natural.

A ancestralidade comum afirma que todos os organismos vivos possuem um ancestral em comum. A seleção natural afirma que os indivíduos mais aptos sobrevivem e, por tanto, para que ele ocorra é necessário variabilidade entre os indivíduos.

O lamarckismo, por sua vez, acredita na lei do uso e desuso. As partes do corpo utilizadas com mais frequência se tornam mais desenvolvidas, enquanto aquelas pouco utilizadas se atrofiam.

O lamarckismo também defende o princípio da “Lei da Herança”, que afirma que as características são adquiridas durante a vida e podem ser passadas aos descendentes.

Atualmente, a teoria evolutiva mais aceita entre a comunidade científica é o “Neodarwinismo”. É uma teoria que incorpora as descobertas da genética, tais como as mutações e recombinação genética, às ideias da teoria evolucionista proposta por Darwin.

Mesclando essas três teorias evolucionistas… Se na teoria de Darwin, o homem evoluiu a partir dos macacos, então Aragon e Neon evoluíram de onde? Eles utilizaram mais partes do corpo para desenvolverem segundo a lei do uso e desuso de Lamarck? Talvez foram adquiridas de herança?

Mas talvez seja aquilo que o próprio neodarwinismo explica: Mutações e recombinações genéticas. Mas tudo aquilo que muda é porque veio outra coisa antes. Eles certamente não nasceram monstros ou pelo menos, não desse tamanho.

Mas entre as incertezas que nós temos, esses dois titãs poderosos e extremamente perigosos estão prestes a se enfrentarem pela primeira vez. E não será uma rincha qualquer, uma “briga de galo” ou coisa do tipo.

É um duelo de monstros.

Onde um deles vai cair.


 

OPENING:

 


 

   EPISÓDIO 9:

ARAGON X NEON


 

ILHA DA PHOENIX

 

Aragon e Neon estão se encarando a distância. Aragon cerra um dos punhos e aos poucos começa a ranger seus dentes.

Do outro lado, Neon se desencosta da árvore, dá um passo a frente. Fecha o seu punho ficando em posição de ataque.

Aragon o encara por mais alguns segundos, mas ele se cansa de só olhar e levanta a sua cabeça para o alto desatando um grito.

Neon retribui o grito do outro lado. Em seguida ambos começam a correr na direção um do outro.

A distância parecia grande se fossem dois humanos, mas as criaturas estão correndo em uma velocidade descomunal e prontos para o que der e vier.

Eles se aproximam, cada um com o braço pronto para o ataque. Seus punhos se chocam um no outro. Eles ficam encarando pra ver quem vai ceder primeiro. Aragon começa a gritar e bate em Neon com o outro braço.

Neon revida e dá uma cabeçada nos peitos de Aragon o derrubando no chão.

Aragon se levanta e empurra Neon para o interior da floresta e ele bate as costas em uma árvore. Aragon se afasta, pega um galho de uma árvore, arranca para usar como arma.

Neon faz a mesma coisa. Pega um tronco, quebra ao meio na perna e segura aquele tronco como se fosse a sua “espada”.

Os dois encarando um ao outro,

Olho no olho,

Rangendo os dentes.

Tudo parecia depender daquele momento, seus olhares fixados um no outro. Não sabemos por qual motivo eles estão lutando. Aliados ou inimigos? Amigos ou rivais?

Após se encararem por pouco mais de 1 minuto, Aragon toma a frente e parte para cima de Neon com o galho na mão para acertar na cabeça dele. Neon se agacha desviando do ataque. Ele pega o tronco e acerta nas costas de Aragon. O monstro urra de dor e retribui acertando o galho no rosto de Neon que cai no chão com o golpe.

Aragon ruge para o céu, segura o tronco com as duas mãos, se levanta para atingir a barriga de Neon, mas ele o chuta para conseguir distância. Em seguida ele se levanta, pega o tronco que havia caído e sem piedade, vai golpeando Aragon com aquele tronco sem parar.

Enquanto caminha, ele o ataca. Aragon tentando se defender, mas Neon está cada vez mais brutal e o empurrando para cada vez mais fundo da floresta.

Após muito ser atacado, Aragon cria forças e consegue segurar o tronco que Neon estava utilizando. Os dois ficam se encarando e forcejando um com o outro.

No bunker secreto, Emily sente uma forte dor de cabeça e se agacha ao chão.

— Aaai! Meu Deus… Meu Deus, não pode ser. Aragon encontrou o Neon!

De volta à ilha, os dois monstros continuam se encarando. Aragon perde a paciência e dá uma cabeçada na testa de Neon.

O monstro deixa o tronco cair no chão, Aragon pega uma pedra que está ali perto e tenta acertá-lo. Neon desvia, usa seu punho para socar Aragon, mas ele desvia e Neon acerta no rochedo que está logo atrás.

Sem sentir um pingo de dor por ter acertado aquele rochedo, Neon retoma o ataque, mas enquanto isso, um deslizamento de pedras começa e vai caindo na direção deles.

Os monstros se dispersam na floresta, ficam a uma distância respeitosa. Eles se aproveitam do deslizamento e apanham todas as pedras que precisam para jogar um no outro enquanto estão correndo para mais abaixo da floresta.

Após chegarem a uma região plana, eles se detém por alguns segundos mais uma vez. Então Aragon começa a correr para o lado oposto e dentro da floresta. Neon o persegue.

Possivelmente Aragon o está atraindo para alguma armadilha. Neon começa a correr mais rápido, Aragon olha pra trás e vê o poder descomunal vindo de seu “companheiro de espécie”.

Ele olha para frente de novo, continua a correr, mas Neon dá um salto a metros e metros de altura, é possível ver o reflexo do sol entrando pelas folhagens no rosto do monstro enquanto ele se prepara para descer diretamente nas costas de Aragon. Derruba-o, empurra-o, puxa-o pela cabeça e prensa ela no chão várias vezes.

Aragon está caído ao chão e um pouco baqueado. Neon está recuperando as energias, mas sem abaixar a guarda.

Aragon começa a se levantar pouco a pouco. Neon, respeitoso, não o atacou pelas costas e esperou o momento oportuno de Aragon ficar frente a frente com ele de novo.

Os dois se olham, Neon decide dar alguns passos para trás. Aragon se recupera e mais uma vez se coloca na posição de ataque. Ao que tudo indica, aquela luta estava longe de terminar.

 

CENTRAL DA ILHA DA PHOENIX

 

Todos ainda estão se recuperando da trágica notícia sobre a morte prematura de Demétrio. Cristhian, completamente abalado, diz:

— Como ele pode ter morrido assim? Quando ele estava aqui com a gente, ele estava bem. Ele passou pela pior parte pra morrer quando estava prestes a voltar pra casa?

Lisa tenta consolá-lo:

— Pelo visto, Cristhian. O destino não está se importando com a forma que nós vamos morrer ou o momento certo. Eu só espero que Deus tenha piedade de nós.

O capitão Dan ainda sem acreditar, diz:

— Eu lamento, eu realmente sinto muito mesmo, se eu soubesse que tal fatalidade aconteceria, não teria permitido que o Demetrio saísse do nosso radar. Sei que vou parecer extremamente frio agora e talvez pensem que estou fazendo descaso dele, mas… Infelizmente precisamos focar na missão. Os que estão aqui precisam ir adiante. Se pararmos para nos lamentar sobre cada vez que um de nós morre… Só teremos motivos para nos lamentar.

 

FLORESTA DA ILHA DA PHOENIX

 

Aragon e Neon continuam se encarando. Aragon está um pouco mais ferido, mas parece não se importar.

Ele range os dentes e se prepara pra dar um soco em Neon. Este segura o braço dele e o chuta para trás. Neon avança pra cima de Aragon o empurrando para mais abaixo da floresta.

Aragon dá vários socos nas costas de Neon para que ele o solte.

Por fim, Aragon consegue se desprender dele e pula de um pequeno barranco. Neon faz o mesmo procedimento e finalmente eles chegam à cachoeira.

Aragon respira com muito ódio e parte pra atacar Neon novamente. Quando Neon também se movimenta para atacar, a águia gigante surge de cima da cachoeira e parte para o meio dos dois bicando o braço de Neon e tentando impedir que ambos se ataquem.

A águia começa a usar suas garras pra atacar Neon, ele tenta usar seus braços para se defender. Aragon se afasta. Após segundos tentando se desviar dos golpes daquela águia, Neon se enfurece soltando um urro que estremeceu todo o lugar.

A águia se afasta e fica sobrevoando próxima ao rio. Aragon fica olhando para Neon e ele olha pra ele novamente e parece começar a se expressar em uma linguagem que somente eles entendem. Neon se expressa falando algo para Aragon e a águia.

 

– Vocês não entendem… Isso é um erro.

 

Aragon e a águia prestam atenção no que Neon tem a dizer. Ele não mexe a boca, é como se estivesse se comunicando com eles por telepatia.

 

– Não era pra ser assim… Ainda não entenderam quem é o verdadeiro inimigo?

 

Pela primeira vez, os monstros se reúnem. Poderá ter algum acordo entre eles para acabar de vez com essa guerra?

 

BUNKER SECRETO.

 

Emily continua tentando captar a energia dos dois monstros que estão na ilha. Mas cada vez que tenta fazer algo do tipo, sua cabeça começa a doer e ela se ajoelha.

— Aaaai! Droga!

Enquanto sente fortes dores, algumas imagens e lembranças vagas surgem em sua mente, isso a deixa confusa, não sabe se essas memórias são reais ou apenas sonhos.

Na sala principal do bunker, Naraj e Addan estão conversando.

— Dr. Addan, precisa pensar no próximo passo. O capitão Dan e seus fieis estão avançando e rápido.

— Admito que sem a Hilda, sofremos um forte desfalque no nosso grupo de aliados, mas ainda temos o chacal. E falando nele, olha quem apareceu!

— Com licença, doutores! Lorde Addan, acabo de executar mais um desses ratos.

— Perfeito, chacal! Quem foi dessa vez?

— Um cadete jovem da marinha, um tal de Demetrio.

— Mais um peso morto que nos livramos.

— Devo dizer também que uma das agentes do capitão Dan fugiu de helicóptero. Certamente voltou para o continente.

— Não precisamos nos preocupar com ela, o foco está nas pessoas que estão aqui, principalmente o capitão Dan, a filha do Ishihida e aqueles traidores. E falando em traidor… Acho que deveria prestar mais atenção em fazer o seu trabalho direito, chacal.

— Não entendi, senhor.

— O infeliz do Edward… Ele está vivo!

— Não… Não pode ser possível, eu mesmo o matei com minhas próprias mãos.

— Pelo visto você falhou nessa questão, e ainda bem que foi com o Edward, imagine se fosse com um daqueles animais? Precisamos ser cautelosos a partir de agora, chacal. Dan e sua corja vão acabar encontrando o calabouço e nossos segredos virão à tona. A Abigail fugiu, Hilda está morta e meus dois monstros estão em algum lugar dessa maldita ilha.

Naraj o pergunta:

— Então… O que faremos, doutor?

— O que eu ansiei durante todo esse tempo… Finalmente iremos para a Torre. Quando chegarmos lá, implantaremos armadilhas no decorrer do caminho para ver até que ponto esses ratos chegam.

— É lá na torre que…

— … Sim, Naraj. Toda a comanda para autorizar o derramamento do vírus nos oceanos e cidades estão ali. O Reino Unido foi apenas o começo, breve o mundo inteiro será tomado pelos infectados. E ai daquele que ousar atravessar o meu caminho!


 

CENTRAL DA ILHA DA PHOENIX.

 

Após se recuperarem temporariamente da morte de Demétrio, os sobreviventes estão se preparando para ir pro calabouço. Scott está sentado no chão encostado na parede sozinho. Victor se aproxima dele.

— E aí, irmão? Como você está se sentindo?

— Nada bem, Victor. Nada bem.

— Eu entendo… Tudo o que a gente tá passando tá sendo um golpe muito duro. Eu ás vezes invejo você, sabia?

— Mas por quê?

— Bom… Apesar dos apesares, você ainda tem seu pai que te ajuda, te apoia, te dar amor e carinho. Mesmo com o jeitão do Capitão Dan, ele faria qualquer coisa pra te ver bem. E também você tem a sua namorada, a May, bom, acho que já podemos oficializar isso, não é?

— Sim, sim, claro.

— Então… Tá vendo? Você tem as melhores pessoas do mundo ao seu lado. Eu… Bom, eu…

— Victor, você é meu amigo. Te conheço bem menos do que eu gostaria, mas… Eu sempre tive um grande carinho por você e meu pai também.

— Eu sei disso, é que… Eu ainda carrego cicatrizes, sabe? E eu não estou falando de quando a minha mãe morreu lá no palácio, falo de algo muito mais atrás, antes mesmo de eu me tornar policial.

— Sério, mas o que seria?

— Bom, é… É que…

— Relaxa, não precisa me contar se não quiser, eu vou entender.

— Vamos conversar mais ali na frente, não quero que os outros escutem nossa conversa.

— Claro, claro.

Eles se levantam e se afastam mais dos outros e ficam próximos a uns computadores naquela imensa sala.

— Pronto, Victor. O que você quer me contar?

— Eu terei que ser muito forte agora, porque… Não sei se vou conseguir te contar tanta coisa sem chorar.


 

FLORESTA DA ILHA DA PHOENIX.

 

Os monstros e a águia gigante continuam em sua incessante “discussão”. Neon parecia querer uma espécie de trégua, mas Aragon não está para poucos amigos.

Neste momento, aquele lugar ao redor da cachoeira começa a se encher de outros animais infectados e rodeiam o ambiente.

A águia continua sobrevoando tentando entender de qual lado ela fica. Neon parece estar tentando convencer eles de algo.

(Obs: A partir de agora cada um dos monstros terá um diálogo apontado em uma cor. Preto para Neon, Azul para Aragon e Laranja para a Águia).

 

— Precisamos nos unir… Esse é o único jeito.

 

Aragon ruge e tenta rebater as “palavras” de Neon.

 

Não há… União… Pra seres… Como nós.

 

Neon aponta o dedo para ele.

 

— MENTIRA! Você deixou o ódio te dominar.

 

A águia começa a se manifestar, enquanto todos outros animais infectados ficam atentos a tudo.

 

— Por que estamos lutando? Pra quem é essa luta? Qual é o fim?

 

— Lutamos por nossa espécie… Lutamos pelo o que somos!

 

— E o que somos, Aragon?

 

— NÃO ME CHAME ASSIM!

 

— ESSE É VOCÊ! Você deixou de ser quem você sempre foi, Aragon. Sequer lembra de seu nome… Sequer se lembra… De mim.

 

Aragon fica irritado, confuso, não sabe como reagir. Os outros animais ficam assistindo aquele embate sem piscar. A águia real mais uma vez se manifesta.

 

— Tudo isso é um erro… Nós somos um erro. Nossa espécie é um erro. Fomos criados para destruir, e nunca teremos salvação.

 

Neon mais uma vez tenta convencer Aragon.

 

— Quando é que vai entender… Que nós não somos desse mundo?

 

— Quando é que vai entender… Que eu não sou como você?

 

— Então… Fizestes a tua escolha.

 

— Sim… E eu não vou me arrepender dela.

 

Os dois monstros retomam as suas energias. A águia alerta os outros animais.

 

— Depressa! FUJAM!

 

Os animais, pequenos ou grandes começam a se dispersar pela floresta, se escondendo o máximo que podem. Aragon e Neon estão dispostos a levar essa luta até as últimas consequências.


 

CENTRAL DA ILHA DA PHOENIX

 

Victor começa a contar para Scott sobre o seu passado.

— Quando pequeno, eu nunca quis ser militar ou coisa do tipo, na verdade eu não tinha certeza do que queria, se seria astronauta, jogador de futebol, engenheiro ou qualquer outra coisa. Eu sempre fui um menino muito recluso a tudo. Na escola eu sempre tirei notas boas e apesar de não ser o aluno popular, eu também não ficava entre os excluídos. Eu era sempre aquele garoto do meio-termo. Parte disso foi bom para manter a minha conduta ao longo do meu crescimento, mas isso também fez com que eu criasse bloqueios contra os meus sentimentos e por aí vai.

— Você fala em que sentido?

— Bom… A minha mãe sempre foi uma santa, apesar do seu jeito irreverente que você mesmo viu… Ela era uma mulher bondosa e muito devota a Deus. Mas… Não posso dizer o mesmo do meu pai. Meu pai era um homem carrancudo, bravo, fazia o que queria com a gente. Meu pai se aproveitava porque sempre foi um homem atraente e utilizava isso pra conseguir o que queria. Certamente foi assim que ele acabou fisgando a minha mãe, porém, pelo o que eu sei, meu pai sempre foi pobre, não entendi como ele se tornou uma pessoa tão gananciosa depois que teve a mim.

— Seus pais chegaram a ter outro filho?

— Não, minha mãe tentou engravidar várias vezes e parece que ela já não era mais fértil, não sei explicar… Mas eu não duvido nada de ter algum irmão ou irmã por aí a solta.

— Como assim?

— O meu pai traía a minha mãe. E não era aquela coisa de fazer uma vez e depois sair arrependido, eram várias e várias vezes. Sempre com mulheres mais jovens que ele. A primeira vez que eu descobri isso, eu tinha 12 anos. Minha mãe havia saído com umas amigas da igreja e eu estava meio doente esse dia. Então me levantei pra tomar uma água e ouvi um barulho vindo da garagem. Quando cheguei lá para ver o que era… Vi meu pai trepando com uma vadia de 18 anos na parede do estacionamento.

— Ai, meu Deus!

— Eu fiquei intacto, porque não entendia ainda nada daquilo. Meu pai me viu, eu já estava esperando pelo pior.

 

FLASHBACK.

 

— Victor, filho. Está tudo bem… É… Não precisa contar nada pra mamãe, os adultos fazem isso de vez em quando, sabia? Você ainda é um garoto, mas logo vai se tornar um homem. E quando virar um homem, poderá ter todas as garotas que você quiser aos seus pés. Eu amo a tua mãe, mas… Sabe como é né? Um homem não pode ficar muito tempo seco.

Eu fiquei em choque com o tamanho do cinismo do meu pai. Foi como se ele dissesse: “Ah tá tudo bem trair a esposa uma vez na garagem de sua própria casa, eu sou homem, posso fazer isso”.

Mas o problema é que não ficou apenas nisso… Ele continuou a fazer isso ao longo dos anos. Meu pai era coronel do exército. Coronel Stuart Evans, ou apenas Coronel Evans, assim o chamavam. Eu já estava cansado de tudo isso, meu pai às vezes bebia e várias vezes agredia a minha mãe.

Mas houve uma vez, quando eu tinha 16 anos, que cheguei em casa e vi ele discutindo com minha mãe. Ele estava com uma garrafa de Whisky na mão e eu cheguei a tempo de impedi-lo.

— Pai! O que você tá fazendo? Deixa a mamãe em paz!

— Sai de perto de mim, seu moleque!

Ele me empurrou e eu caí no carpete da sala.

— O que foi? Tá querendo bancar o homem agora?

— Stuart, por favor, deixa ele em paz.

— CALA A BOCA, MATILDE! Você mimou demais esse garoto e veja só como ele é agora… Um frouxo. Um viadinho covarde. Posso apostar que até agora você não perdeu esse cabaço, né? É um virgem de merda que não consegue pegar nenhuma menina.

— Para com isso, pai!

Ele me levantou e ficou apertando a gola da minha camisa.

— Vai dizer pra mim que eu estou mentindo, hein? Sua bichinha virgem!

— Stuart, por favor, deixa o garoto em paz.

— Cala a boca, mulher!

Ele deu um tapa na minha mãe.

— NÃO BATE NA MINHA MÃE!

— Ora, ora, ora… Então o boiolinha resolveu agir? Vai fazer o quê? Vai me bater? Ham? Vai me bater, seu filhinho de uma puta? Já entendi porque não pega mulher nenhuma, você deve chupar o pau dos seus colegas da escola.

— CALA A BOCA!

Meu pai se enfureceu e pegou a pistola dele.

— Quem é você pra me mandar calar a boca, moleque?

— Eu já cansei! Cansei das coisas que você fazia e faz até hoje. Todo mundo te considera um coronel respeitado, mas você não passa de um falso aproveitador e que trai a mamãe dentro de sua própria casa.

— Como ousa?

— Sim, papai. Cansei de esconder as coisas que você fazia. Minha mãe fazia de tudo para te agradar e você ia comer a primeira puta que aparecia na tua frente.

— Você vai se arrepender disso, moleque.

— Então atira em mim. Vamos! Atira no “viadinho”, como você fala. Vamos ver se matar teu filho também cabe na tua ficha criminal que já está extensa até demais.

— CALA A BOCA, MOLEQUE!

Minha mãe se colocou na frente e tentou impedir o meu pai.

— Já chega, Stuart! Já chega! Acabou… Acabou tudo. Saia desta casa!

— O… O quê? Eu não vou sair porra nenhuma, essa também é minha casa.

— Saia imediatamente ou conto tudo para os teus superiores… E não diga que eu não sou capaz, porque eu sou.

— Ha!

Meu pai guardou a arma dele no bolso.

— Ok… Ok então… Façam bom proveito… “Moças”.

Após isso, meu pai só voltou para buscar as suas coisas, a minha mãe ficou desolada e já não estava mais aguentando trabalhar, eu precisava fazer alguma coisa para ajuda-la e ao mesmo tempo provar para o meu pai que eu era bom, e que eu poderia esfregar tudo isso na cara dele.

Então eu me alistei no exército, comecei a seguir a carreira militar, fiz tudo isso pela minha mãe e também por mim. Mas… Devido aos meus traumas… Aquilo começou a afetar a minha vida sentimental, digamos. No exército a gente vê de tudo, então…

Eu cheguei a ter uma namorada ali com meus 20 anos, possivelmente eu vivi aquela ilusão de todo jovem apaixonado, eu gostava dela, mas… Estar no quartel acabou me deixando confuso em relação a muitas coisas. Com o tempo eu fui percebendo que eu não me sentia mais atraído por essa moça. No ano seguinte, alguns colegas tentaram arrumar outra namorada pra mim, ela era filha de um tenente e não vou negar que era uma moça muito atraente.

Mas o mesmo se repetiu com a anterior… Com o passar dos dias, eu fui vendo que… Aquilo não me atraía mais. Que eu me sentia melhor com os meus colegas militares do que com minhas namoradas, então eu pensei: O que tá acontecendo? Eu admito, Scott, que demorou, mas demorou muito mesmo, pra eu perceber que eu realmente era diferente dos outros. Mas eu escondia tão bem que não deixava os outros perceberem.

 

FIM DE FLASHBACK

 

— E o que aconteceu depois?

— Eu… Eu peço que isso por enquanto fique apenas entre nós.

— Claro.

— Eu… Eu comecei a me masturbar enquanto eu estava no exército várias vezes, mas… Não era o que você pensa que me deixava excitado, eu… É…

— … Tá tudo bem, irmão. Confia em mim.

— Eu comecei a perceber que eu também sentia atração por… Bom… Por homens.

— Entendi.

— Olha, eu sempre fui muito na minha, você sabe. Eu confesso que sim, que já senti atração por meninas e tudo, mas… Eu passei tanto tempo vendo corpos suados, músculos e pênis, que… Aquilo foi moldando a minha mente, mas não estou dizendo que mudei só porque entrei no exército. Acredito que no fundo isso já existia em mim, mas passei tanto tempo sendo oprimido pelo meu pai que larguei isso de mão, sabe?

— Então você é… Tipo… Gay?

— Eu diria bissexual, talvez essa seja a colocação mais acertiva pra mim, mas… Acho que o que me move é justamente eu não ter nenhum rótulo, isso é o que faz toda a diferença.

— Sim, com certeza.

— E relaxa, irmão. Eu não vou tentar te assediar.

— Por quê? Não sou atraente o suficiente pra você, Victor Evans? Hahaha.

Os dois riem.

— Irmão… Eu nunca me importei com a sexualidade de ninguém, acho que todo mundo tem que fazer aquilo que se sentir bem. Eu jamais vou deixar de gostar de você pelo o que você é ou já foi, Victor. E se algum dia você encontrar alguém… Eu espero sinceramente que ela ou ele te faça feliz.

— Valeu, Scott. Você é um bom amigo. Certamente será um marido incrível para a May.

— E você também será para alguém algum dia, Victor. Eu te amo, irmão!

Os dois se abraçam.

— Eu também te amo, Scott.

— E não se preocupe, teu segredo está guardado comigo. Não vou contar isso pra ninguém.

— Muito obrigado mesmo.

Hillary chama por eles:

— Ei, vocês dois! Já vamos partir.

— Melhor a gente ir, Victor.

— Vamos!

Eles se aproximam novamente do capitão Dan e dos outros.

— Pessoal, é hora de partirmos para nossa próxima missão. Eu não sei o que vamos encontrar dentro daquele calabouço, mas… Tomem cuidado! Essa será a oportunidade mais decisiva de nossas vidas.


 

FLORESTA DA ILHA DA PHOENIX

 

Após muita “conversa”, parece que não houve e não haverá nenhum acordo. Aragon está disposto a enfrentar Neon.

Aquele cenário volta a ficar com aquele clima de duelo de faroeste. As criaturas observando os dois e ao mesmo tempo uns olhando para os outros. Certamente estão com medo, curiosos, aflitos, são vários sentimentos vindo à tona.

Após minutos de silêncio e de confronto visual, Aragon ruge e parte pra cima de Neon.

A águia tenta interver, realça o seu voo, volta na direção dos monstros e começa a bicar e prensar suas garras nos dois como tentativa de apartá-los.

Os outros animais ficam eufóricos e começam a correr procurando por um abrigo. Aragon se irrita com a águia e tenta atacá-la. Ela, prudentemente, se afasta e deixa que os dois se decidam entre eles.

Os pássaros infectados surgem e formam uma nuvem negra entre eles. A águia levanta voo, olha por cima daquela nuvem de pássaros, os dois estão ali no meio forcejando um contra o outro. Os animais menores (infectados ou não) tentam se esconder como podem nas árvores, buracos e qualquer lugar que seja útil para a sua proteção.

Dentro daquela nuvem de pássaros que parecia que foi feita exclusivamente para que os dois titãs tivessem aquela luta, Neon empurra Aragon, que cai no chão. Ele tenta soca-lo e Aragon o chuta para longe. Neon se recupera e salta na direção de Aragon.

O chão treme, os pássaros tentam continuar mantendo aquela barreira, mas não iriam continuar por muito tempo. Mostrando que eles não possuem nenhum lado, os pássaros se dispersam no momento que Neon começa a distribuir socos seguidos do outro no rosto de Aragon o afastando até chegar em um pequeno desfiladeiro.

Aragon percebe o risco de poder cair e rapidamente se desvia dos socos de Neon pulando pela ribanceira e deslizando entre as pedras.

Neon faz o mesmo procedimento e tenta perseguir Aragon deslizando pela ribanceira.

Aragon chega ao final da ribanceira, se agacha para pegar uma pedra e joga acertando o ombro de Neon. Ele não parece se sentir intimidado e continua avançando.

Aragon desvia de mais um de seus socos e acerta uma ajoelhada no estômago dele. Neon sente a dor do golpe e em seguida Aragon o golpeia mais uma vez acertando uma cotovelada em suas costas.

Estando Neon no chão, Aragon o segura pelos seus cabelos esbranquiçados e começa a arrastá-lo pela floresta com toda a sua fúria.

Neon tenta socar o braço de Aragon várias vezes, mas o monstro continua a arrastá-lo para fora da floresta sem nenhum pudor.

Eles finalmente chegam à beira da praia. Neon se esperneia fazendo com que suas pernas e suas costas se sujem com a areia da praia. Aragon está arrastando Neon para o mar. Neon consegue finalmente firmar seus pés na areia, freia o movimento de Aragon por instantes e, sem seguida, ele para pra dar uma rasteira em Aragon.

Caindo estrondando o chão, as gaivotas ao redor ficam agitadas e o mar parece sentir a fúria daqueles dois monstros. As ondas vão se levantando e se quebrando na beira da praia dando um tom ainda mais angustiante para aquela luta.

Aragon se levanta, Neon está ferido.

Neon tenta mais uma vez fazer alguma espécie de negociação, mas Aragon está irredutível. Quer enfrentar o seu “parceiro” a qualquer custo. Neon também não quer abaixar a sua guarda e fica em posição de ataque.

Aragon avança mais uma vez pra cima de Neon, o outro monstro desvia. Aragon o segura em suas costas e começa a dar vários socos nele. Neon se reposiciona, Aragon tenta acertar um soco em seu pescoço e Neon defende com o braço.

Neon revida, Aragon contra-ataca com outro soco. A areia da praia começa a subir. Neon ruge e soca o rosto de Aragon. Aragon cai na praia. Neon corre pra cima dele e tenta socar o seu rosto e Aragon defende com as duas mãos. Neon tenta acertar outro golpe e Aragon se vira para dar um chute alto na direção do ombro de Neon. Aragon se levanta e tenta dar outro soco, Neon se defende e dá um chute no rosto de Aragon. No momento do impacto, a onda da praia cresce e fica em uma altura correspondente aquele belo golpe de Neon. Aragon acaba caindo novamente.

Aragon está no chão, ferido e quase sem forças. Neon dá alguns passos em sua direção, possivelmente para dar o golpe final

Mas o primeiro monstro a despertar não daria o braço a torcer e levanta apenas o tronco de seu corpo e empunha as suas garras no peito de Neon.

Neon sente a dor daquelas garras enormes cravadas em seu peito. Aragon o vai afastando até a beira da praia.

Neon está fraco, cospe sangue pela boca. Não diferente de Aragon que também está ferido e sangrando muito. Aragon tira as garras de seu peito e em seguida prepara mais uma vez, outro golpe. Mas antes disso, ele faz a sua declamação na linguagem onde só eles entendem.

 

— Eu sou a besta do mar… E nessa ilha só tem espaço… Pra um de nós!

 

Aragon soca o rosto de Neon com toda a força e fúria que já exalou daquele monstruoso corpo. Neon é arremessado há metros de distância até que por fim ele cai no mar.

O monstro completamente ferido, começa a afundar lentamente pelo oceano. Aragon fica na beira da praia ofegante até que ele se ajoelha na areia e em seguida cai desmaiado com a cabeça apontada para as ondas.

A batalha incessante dos monstros mais poderosos do doutor Addan pode ter chegado ao fim, mas… Se terminou, houve um vencedor? Aragon venceu? Neon perdeu? Os dois venceram? Ou nenhum venceu?


 

BUNKER SECRETO.

 

No bunker, Emily grita se ajoelhando ao chão.

— NEON! ARAGON!

Addan e Naraj entram imediatamente no quarto. O segundo pergunta.

— Jovem Emily, o que houve?

— Aconteceu alguma coisa com o Aragon e com o Neon, eu sinto isso.

Addan pergunta:

— Com o Aragon e com o Neon?

— Sim, estavam exalando uma forte quantidade de energia e agora já quase não os sinto, nós precisamos encontra-los!

— Infelizmente isso não será possível, cara Emily.

— Mas por que não?

— Está na hora de nós três irmos para a torre. E lá vamos aguardar quem dos teus amigos chegarão vivos.

 

O cerco começa a se fechar cada dia mais.


 

CENTRAL DA ILHA DA PHOENIX

 

O Capitão Dan juntamente com a sua equipe finalmente se dirige ao famoso calabouço. Como o combinado, ele pediu para que Ellie, Julian e Hillary ficassem de guarda na porta.

— Eu confio em vocês três. Se virem o chacal… Atirem pra matar!

Os três respondem em uníssono:

— Sim, capitão!

Edward pega a chave em seu bolso e coloca na fechadura.

— Bom… Vocês estão prontos?

Lisa responde:

— Esse é o problema: Não sabemos do que estamos prontos ou não.

— Escutem bem todos… Eu não sei o que vamos encontrar nesse calabouço… Mas sinto que estamos chegando em um momento onde a verdade finalmente chegará diante de nossos olhos.

Todos os que estão ali presentes olham para Edward confiantes, mas ao mesmo tempo temerosos, eles não sabem o que vão encontrar lá dentro.

Edward gira a chave, puxa a maçaneta abrindo a porta.

— Tomem cuidado! É escuro aqui.

Ele pega uma lanterna, vai conduzindo os outros para descerem vagarosamente nas escadas.

Victor diz:

— Por que o Dr. Addan faria um lugar assim dentro desse enorme complexo?

Scott o responde:

— Certamente pra poder criar outros tipos de criatura além dos dois gigantões.

O capitão Dan os alerta:

— Fiquem de prontidão e tomem cuidado em tudo o que tocam ou pisam.

Makoto vai observando o lugar e relembrando os momentos que esteve ali.

— Foi ali… Eu fiquei preso naquela cela.

Dan pergunta:

— Tinha alguém ou alguma coisa ali dentro com você, senhor Makoto?

— Não, mas… A pessoa que eu vi… Estava na direção daquela outra cela.

Ele aponta o dedo indicador para a cela que fica a frente da que ele estava preso e automaticamente todos os demais olham para aquela direção.

O Capitão Dan o pergunta:

— Tem certeza disso, senhor Makoto?

— Tenho. Foi ali. Eu vi as mãos de uma pessoa ali.

Edward pega a lanterna, se aproxima, ilumina aquela cela de canto a canto… Nada.

— Estranho. A cela está vazia, não tem ninguém aqui.

Fionna se coloca na frente.

— Espera. Ali no fundo.

— O quê?

— Tem alguma coisa ali no fundo, ilumina ali.

Edward mira a lanterna para o fundo da cela.

— É só… É só o reboco da parede, Fionna.

Ashley se aproxima.

— Não parece ser o reboco da parede. Veja o restante da parede em si, é sólida, aquela parte está com uma cor mais apagada.

O capitão diz:

— Edward, pode abrir essa cela?

— Claro que sim, capitão.

Edward pega o molho de chaves, vai tentando uma por uma, até conseguir a chave que abre aquela cela.

Ele entra se agachando, pois a cela não é muito alta, o capitão Dan entra em seguida e ele pede para os outros irem acompanhando.

Fionna e Ashley encostam na parede, a segunda diz:

— Eu sabia que isso não era um reboco comum… Vejam! É um tecido camuflado.

Ela pega no tecido com exatamente a mesma coloração e textura parecida com a parede. Cristhian diz:

— Que filhos da puta! Camuflaram isso pra a gente pensar que não tem nada lá dentro.

Fionna diz:

— Gente, é uma cortina e tem uma passagem. A passagem é estreita, só dá pra ir se rastejando.

Lisa diz:

— O que estamos esperando? Vamos!

O capitão diz:

— Eu vou na frente.

Edward intervém.

— Não, capitão. Pode deixar que eu vou na frente. Se alguma coisa acontecer, melhor que seja comigo. Eles não podem perder o vosso capitão.

Edward toma a frente engatinhando e os outros o seguem.

Eles vão seguindo por uma espécie de túnel até chegar a uma porta circular metálica.

— Galera. Eu acho que isso é uma porta.

A porta contém uma válvula giratória para que possam abri-la.

— Capitão, pode segurar a lanterna, por gentileza?

— Claro.

Dan segura a lanterna iluminando o local enquanto Edward gira a válvula da porta. Ao terminar de fazer a última volta, a porta se abre.

Edward coloca o primeiro pé pra fora descendo para o local onde eles foram parar.

Era uma sala grande, branca, bem iluminada com vários artefatos tecnológicos. Um por um, os sobreviventes vão entrando naquele local.

Lisa exclama:

— Que lugar é esse?

Fionna questiona:

— Ashley, você já veio nesse lugar antes?

— Não, eu nunca vim aqui. Você já veio, Edward?

— Não, nem sequer sabia da existência desse lugar.

O capitão diz:

— Tomem cuidado. Fiquem juntos!

— Capitão, tem mais lugares ali na frente. Essa sala é enorme!

Liderados por Edward e pelo capitão Dan, os sobreviventes vão explorando aquela sala secreta até finalmente chegar em uma espécie de gabinete com vários telões mostrando gravações de várias partes da ilha e de outros lugares que ainda não vimos.

Edward concentrado com a sua arma, percebe alguma coisa ali na frente e faz um sinal para que todos façam silêncio.

Edward diz:

— Tem… Tem uma pessoa ali na frente.

O capitão observa, os demais se aproximam. Viram o corredor até ficarem de frente para aquela sala cheia de telões com vários computadores, botões, telas holográficas e etc.

Há uma mulher ali olhando para o alto dos telões de costas. Não podemos ver seu rosto ainda. Mas possui um cabelo grisalho comprido até as nádegas. Quando todos estão devidamente posicionados olhando para aquela figura, eis que ela quebra o silêncio.

— Eu esperei muito tempo por esse momento!

O Capitão apontando a sua arma, pergunta:

— QUEM É VOCÊ?

A misteriosa mulher vai virando lentamente para direção deles.

— AGENTES!- Alerta o Capitão Dan.

Todos os agentes se colocam na linha de frente apontando suas armas. Fionna, Ashley e Makoto ficam logo atrás.

A mulher finalmente termina de se virar e fica frente a frente com eles.

— Eu te fiz uma pergunta… QUEM É VOCÊ?

— Vocês não queriam saber a verdade?… Eu sou a verdade! E se vocês acham que sabiam de alguma coisa até aqui, se preparem… É hora de colocar todas as peças desse tabuleiro de volta ao jogo. Ou… Se preparem para o pior!


 

NA PRÓXIMA SEMANA!

 

A VERDADE VIRÁ Á TONA EM “O CALABOUÇO”

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