(Nota: Para melhor experiência, recomenda-se o uso de fones de ouvido. Boa leitura!)
PRÓLOGO:
Meu nome é Lisa. Tenho 20 anos… Há alguns meses atrás, eu era apenas uma jovem sul coreana morando na Inglaterra.
Tinha o sonho de me tornar uma artista internacional. Sempre quis ser modelo e cantora. Era um sonho de criança, sabe? Sonho esse que foi interrompido por algo que nem foi minha culpa.
Eu criei sozinha a minha irmãzinha Emily, que hoje tem 9 anos de idade. Minha mãe faleceu quando ela tinha apenas 3 anos. Minha melhor amiga May, me ajudou a tomar conta dela quando eu não estava, quando precisava fazer alguns bicos por aí e por ali pra nos manter. Já que até então, meu pai também havia partido.
Foi então que naquele dia… Naquele bendito dia… Minha vida mudou.
Conheci um garoto. O nome dele é Cristhian, e tem a mesma idade que eu. O que não esperávamos era… Encontrar uma criatura bem estranha e diferente quando andávamos pela rua à noite. Primeiro vimos cães ferozes… E em seguida… Pessoas descontroladas matando umas às outras e as transformando em criaturas ainda mais terríveis.
Nós estávamos em perigo, então conhecemos pessoas muito importantes pra nós: O Capitão Dan, o agente Victor, e vários outros agentes, que nos salvaram do ataque desses monstros.
Tudo isso aconteceu por culpa do Dr. Addan Melvick. Um cientista louco que fez um experimento proibido na Organização Phoenix, uma poderosa rede científica da Grã-Bretanha.
Ele iniciou o experimento com cães e obviamente deu errado. As coisas saíram do controle e o vírus se espalhou pela cidade.
Durante esse tempo, também conhecemos a doutora Fionna que esteve com o Dr. Addan durante o processo de criação desse vírus. Mas ela também percebeu que o Addan era um maluco e estava disposto a causar o mal. Fionna precisou mentir perante às autoridades que ela foi a responsável pela criação do vírus para conseguirmos provas contra o verdadeiro criminoso que era o Dr. Addan.
Assim como eu, o Cristhian também tem um irmão, o Dylan, de 18 anos. Ele também foi atacado por essas criaturas e por sorte sobreviveu.
Mas o que nós não esperávamos, é que minha irmã Emily teria uma ligação ainda pior com essas coisas. Foi quando nós descobrimos que a mesma matéria que meu pai utilizava para encontrar uma cura para a doença da minha irmã… Também foi utilizada para criar o vírus nessas criaturas.
O resultado disso… A Emily podia controlar todos os seres infectados pelo vírus. Todos, exceto um… Exceto ele… Aragon. Um monstro de quase 4 metros de altura que foi criado pelo Dr. Addan.
O Dr. Addan também sabia do dom da minha irmã e sequestrou ela juntamente com a Dra. Fionna e as levou para a ilha da Phoenix.
Lá nós descobrimos que Hilda, a ex-mulher do capitão Dan, se aliou ao Dr. Addan para executar seus planos sujos. Tudo isso por uma rincha ou uma vingança idiota.
Depois disso eu também descobri que o meu pai estava vivo esse tempo todo e estava sendo forçado a trabalhar para o Dr. Addan dentro daquela ilha. A Fionna se aliou à Ashley, uma das enfermeiras de lá, para bolar um plano para nós invadirmos a ilha, salvar elas e prender o Dr. Addan.
Enquanto isso, nós ficamos hospedados na casa do General Maximilion. O Capitão Dan passou um treinamento militar rigoroso para nós. Precisávamos ficar bem treinados se quiséssemos invadir aquela maldita ilha.
A corte britânica realizou uma reunião parlamentar convocando o capitão Dan juntamente com o agente Victor para prestarem depoimento sobre o caos da cidade e se realmente a Dra. Fionna era culpada ou não.
O Dr. Addan também usou suas armas e compareceu à reunião disposto a confrontar o Capitão Dan e convencer à realeza (incluindo a própria Rainha Elizabeth) que ele foi um peão nessa história e a Fionna o manipulou pra fazer isso.
Do outro lado, a filha do general, Claire, estava comprometida com o príncipe Henry e iam se casar.
O casamento real chegou a acontecer, eu até tive a oportunidade de cantar na cerimônia. Mas o Dr. Addan também sabia que esse evento iria acontecer e que todos nós estaríamos lá.
Então graças ao seu braço direito, Petter Krueger, eles bolaram um plano mortal para invadir o casamento real e matar todos nós.
Na ilha, a Fionna e a Ashley pensaram num plano e graças a elas, minha irmã Emily conseguiu fugir das instalações pela floresta.
O casamento real foi palco de mais de 200 mortes, inclusive de nossos amigos. O que nós chamamos de bodas de sangue.
O Dr. Addan e a Hilda não desconfiaram de que Fionna estivesse envolvida na fuga da Emily. Antes disso, em uma sala secreta, a Fionna descobriu que existe um outro monstro semelhante a Aragon adormecido na sala. Seu nome é Neon.
Ela e meu pai queriam fazer algo para que a Emily conseguisse se comunicar telepaticamente com ele antes de seu despertar. Mas isso não funcionou.
Após a tragédia no casamento real, a rainha Elizabeth ficou do nosso lado e fez um decreto em uma transmissão mundial declarando guerra ao Dr. Addan e a todos os seus cúmplices.
Ela liberou verbas para todas as forças armadas do Reino Unido irem para a ilha pra derrotar o exército do Dr. Addan.
Na ilha, a Fionna conseguiu um novo aliado, Edward. Ele fazia parte da segurança do Dr. Addan e, por algum motivo, desistiu de ajudá-lo.
Enfim chegou o dia de todos nós irmos para a ilha da Phoenix para a grande guerra. Minha amiga May ficou na mansão Maximilion em Londres cuidando do garoto Trevor.
Estava tudo pronto. Finalmente nos reunimos para ir nessa guerra final. Mas algo deu errado. Mais uma vez o Dr. Addan sempre esteve um passo na nossa frente.
Quando enfim nós pensávamos que tínhamos ele em nossas mãos, ele mais uma vez saiu com a sua. Mas o pior é que tudo deu errado pra nós.
Fomos enganados e agora… Neon despertou em sua sala. May e Trevor estão prestes a serem mortos na mansão e nós… Nós testemunhamos o verdadeiro pesadelo. Algo que eu nunca imaginei em toda a minha vida.
Eu vi a minha irmã, eu vi a Emily… Sentada sob o ombro daquele monstro… Do Aragon. Mas não era só isso. Ela estava diferente. Ela não era mais a minha doce irmã. Algo a transformou. E agora…
Toda a minha esperança caiu por terra.
Perdemos mais da metade de nossos amigos. O que será de nós agora? Será que nunca vamos vencer essa guerra? Eu não sei vocês, mas… Minhas forças se esgotaram. Eu não tenho mais nada a perder, a não ser… Esperar pacientemente pela minha morte.
FLASHFORWARD- CORREDORES DA CENTRAL DA PHOENIX- 21H30.
Fionna acaba de sair de uma das salas. Ela olha para um dos corredores, em seguida apressa o passo adiante.
Ela entra dentro de uma sala um pouco ofegante, dizendo:
— Consegui! Acho que vamos ganhar um pouco de tempo, até…
Ela percebe algo errado em Ashley.
— … O que houve, Ashley?
Ashley chorando, responde:
— Eu… Eu…
Fionna observa os braços dela.
— De quem é esse sangue, Ashley?
— Eu sinto muito, Fionna, eu… Eu…
— De quem é esse sangue, Ashley? Responda!
— Me… Me desculpa, foi…
O desespero começa a tomar conta de Fionna.
— Ashley, quem morreu? Pelo amor de Deus, me responda: QUEM MORREU?
OPENING:
EPISÓDIO 1:
A GRANDE GUERRA
ATO I
SALA DO PROJETO NEON- AGORA.
Em meio à incessante discussão de Hilda, Fionna e Ashley… Os batimentos do monstro Neon começam a acelerar e algo está acontecendo. Hilda diz:
— Não pode ser possível.
O recipiente começa a trincar pouco a pouco, e a água fica ainda mais borbulhante.
Ashley grita a Fionna:
— Fionna!!
— Ashley! Ele vai acordar!
Na mansão Maximilion, May está próxima à porta e quando está a ponto de girar a maçaneta, a porta se abre e vemos uma metralhadora apontada pra ela.
— May!- Grita Trevor.
Ela se afasta e fica perto de Trevor.
— O que vocês querem? Quem são vocês?
— Ordens são ordens, moça. E vimos aqui pra matar vocês dois.
Trevor abraça May e ambos temem o pior.
Na praia, após muita luta, parece que a tropa do capitão Dan e do comandante Alfred conseguiu deter praticamente todos os soldados que estavam ali na ilha. O Capitão grita:
— Vocês estão bem?
Alguns respondem, mas já houve baixas ainda ali. Cristhian e Demétrio saem da poça, este último avista alguma coisa lá no fundo.
— Tem… Alguma coisa ali.
Os demais percebem que o chão está fazendo pequenos tremores. Judy comenta:
— O que tá acontecendo? O chão tá tremendo.
O comandante Alfred grita para o capitão Dan.
— Capitão! Tem alguma coisa vindo.
O Capitão Dan tapa o reflexo do sol com as mãos e consegue enxergar algo que ele não gostaria de estar vendo.
— Meu Deus, só pode ser brincadeira.
Os outros soldados avistam ao horizonte.
— Mas… Que porcaria é aquela?
Hillary observa bem, e temerosa exclama:
— É o Aragon!
Aragon se aproxima deles a passos lentos, o capitão Dan os alerta.
— Pessoal, em posição! Preparem-se para atirar!
Todos estão posicionados, mas na mira, Scott percebe algo incomum.
— Espera… Tem alguma coisa ali.
Victor do outro lado também percebe.
— O que é aquilo que o Aragon está carregando?
Eles esperam que Aragon se aproxime mais até conseguirem enxerga-lo bem. Quando Aragon se aproxima, o capitão Dan percebe algo.
— Não pode ser possível, isso é…
Sim! Aquilo que o acompanhava não era nada do que a gente imaginava… Trata-se de Emily! Ela está sentada no ombro de Aragon com a cabeça baixa e com a outra mão apoiando-se na cabeça dele.
E não é só isso, lado a lado e também atrás vemos as feras domesticadas por Emily e vários soldados infectados. Os garotos do outro lado não podem acreditar no que estão vendo. Lisa fica aflita e se aproxima.
— Não, Emily! Emily, sai daí!
Na mansão Maximilion, o capanga está disposto a eliminar Trevor e May.
— Por favor, não façam isso! Eu imploro!
— Tarde demais, moça. Vocês dois tem que morrer. Eu vou contar até três pra vocês dizerem Adeus. Vamos lá? Três…
Na sala do projeto Neon, a tensão aumenta a cada vez mais, o recipiente continua a trincar. Fionna, Ashley e Hilda estão baqueadas vendo o fenômeno.
Até que então, Neon abre os olhos pela primeira vez.
— Não pode ser… Neon despertou!
Na mansão, a contagem continua.
— … Dois…
Na ilha, Aragon para de se movimentar, todos ficam extasiados sem saber o que fazer. Neste momento, Emily começa a se levantar lentamente do ombro de Aragon, ela continua com a cabeça baixa, mas percebe-se que seu semblante já não é mais o mesmo. Ela começa a levantar a mão lentamente em direção a eles.
Na mansão, o soldado está a ponto de executar sua contagem.
— … Dois e….
Na sala do projeto Neon, este está com os olhos abertos. Ashley se aproxima de Fionna.
— Fionna, a gente tem que sair daqui.
Neon de dentro do recipiente dá um grito ensurdecedor e o recipiente quebra de uma vez espalhando vidros por todos os lados e a água inunda toda a sala, as três são arrastadas pela correnteza.
— Ashley!
— Fionna!
O monstro mais uma vez grita olhando para o alto e toda a central começa a tremer.
Na praia, Lisa está parada ao lado de Judy vendo sua irmã em cima daquele monstro.
— Não. Não.
Emily está levantando a mão lentamente, ela inclina a cabeça pra cima e abre os olhos, aqueles olhos não são mais os mesmos, olhos vazios da mais profunda escuridão em tom avermelhado como sangue. Ela aponta o dedo indicador para a direção deles e imediatamente todos os felinos e soldados infectados correm até eles. O capitão Dan ao perceber o perigo, alerta a todos.
— RECUAR! RECUAR! Fujam para a floresta!
Os que estavam mais próximos não conseguiram escapar e são abatidos pelos felinos. Emily continua em pé no ombro de Aragon e diz:
— Não quero misericórdia… Matem todos!
Aragon entende o recado e dá um urro que atrai as outras feras que estavam atrás e elas correm a toda velocidade pra atacar a tropa.
Todos estão correndo desesperados, Lisa está chorando e se recusa a sair do lugar. Judy insiste.
— Lisa, rápido!
— Não, não, minha irmã!
Scott agarra Lisa pelos braços a força.
— Vem, Lisa! A gente vai morrer!
Lisa está se debatendo no colo de Scott enquanto ele corre. Ela se desespera e sente a maior dor de sua vida.
— Me solta! Me solta! EMILY!
Hillary, Victor e Dylan ficam completamente impactados.
— Que porra é essa, Victor? Por que a Emily tá com aquele monstro?
— Eu… Eu não sei, porra! Eu não sei!
Na mansão Maximilion, a tensão continua.
— Dois e…
May olha por trás do ombro daquele soldado.
— General Maximilion, nos ajude, por favor!
Ele olha pra trás. May se aproveita de sua distração e acerta um chute em seu joelho.
— Aaaaaaah!
Ela aplica outro golpe no braço dele fazendo com que ele solte a metralhadora. Ela pega a metralhadora e com a parte de trás acerta o rosto do homem.
Em seguida, ela fica por cima dele e acerta o rosto dele várias vezes até ficar completamente desfigurado.
Trevor olha para o feito de May, incrédulo:
— Ai, meu Deus! Você matou ele?
— Espera, matei?
— May, você…
Ouve-se vozes.
— Depressa! O barulho veio de cima, vamos averiguar!
May percebe o perigo.
— Droga! Tem mais deles aqui. Depressa, Trevor! Vamos sair daqui.
— Espera, você sabe usar uma metralhadora?
— Uma metralhadora não, mas…
Enquanto isso, na sala do projeto Neon, o desespero continua.
Ashley e Fionna estão se debatendo debaixo d´agua tentando alcançar a porta.
Neon dá outro urro e atravessa a parede de trás formando uma cratera. Ele desce “derrapando” pela montanha e está indo em direção à floresta.
Na praia, os soldados do capitão Dan continuam fugindo do ataque daquelas feras. Muitos estão lutando pela sua própria sobrevivência.
Scott consegue levar Lisa até a entrada da floresta a deixando juntamente com Judy. Cristhian está vindo com Demetrio pelo outro lado.
— Galera, vocês estão bem?
Os soldados continuam lutando. O capitão Dan que até então estava incentivando os soldados a recuarem, vira pra trás. Percebe que já não existe mais tantas feras ou infectados como antes. Ele exclama:
— Esperem! Não faz sentido nenhum estarmos aqui para apenas fugir. Sabíamos que esse dia chegaria… Se tivermos que morrer… Morreremos como heróis!
Os demais olham para o capitão Dan e se sentem encorajados. Scott diz:
— Pai? Você está no comando!
— Esse é o momento mais importante das nossas vidas. Passamos dias e dias de treinamento. Perdemos dezenas de companheiros nossos. Não podemos deixar que o medo venha nos impedir dessa vez. Chegamos nessa ilha com uma missão e vamos cumpri-la nem que isso custe a nossa vida.
Todos os demais soldados se reúnem lado a lado ao capitão Dan.
— Essa guerra foi provocada pelo Dr. Addan e agora… Está nas nossas mãos colocar um fim nela. Todos em seus postos!
Os demais soldados ficam em posição, naquele momento eles deixaram o medo de lado e deram lugar a um espírito desbravador.
— SOLDADOS… AVANTE!
Todos os soldados do capitão Dan correm na direção do ataque inimigo. Felinos são dilacerados com as armas. Homens infectados sendo detidos com tiros na cabeça. A areia da praia subindo nas narinas daqueles homens. Os raios de sol dando o fôlego de vida que eles precisam.
TODOS…
TODOS em um único propósito.
Derrotar o inimigo.
Em cima do ombro de Aragon, Emily percebe que a tropa está vencendo. Ela sente uma forte dor de cabeça e se ajoelha no ombro de Aragon apoiando-se em sua cabeça.
— Aaaai!
Aragon se vira como querendo perguntar a Emily o que aconteceu.
— É o Neon! O Neon acordou! Precisamos sair daqui o mais rápido possível!
A batalha incessante continua. O Capitão Dan guia sua tropa a enfrentar cada uma dessas criaturas. Cristhian finalmente toma coragem e sai atirando nas feras e em dois soldados que se aproximavam dele.
Demétrio vem para o lado dele, se une a Cristhian, ambos ficam de costas um para o outro. Demétrio diz:
— Era essa aventura que você tanto queria, Cristhian?
— Confesso que prefiro batatas fritas.
— Eu não sei se serão batatas, mas estou louco pra fritar o cérebro desses filhos da puta.
— Faço das tuas, as minhas palavras.
— Eu pego os da esquerda e você os da direita. Preparado?
— É só mandar.
— AGORA!
Cristhian e Demétrio se separam atirando em todos os soldados infectados e felinos que se aproximavam deles.
Em outra parte da praia, Victor e Scott se unem para derrubar várias dessas criaturas.
— Aí, Victor! Tira a Lisa e as garotas daqui, a gente cuida desses.
— Scott, não. Ainda tem muitos.
— Relaxa, irmão. Eu não vou morrer aqui nesse inferno.
— Ok. Me dê cobertura.
Victor corre novamente para onde estar Lisa e Judy.
— Lisa! Vem, a gente vai sair daqui.
— Eu… Eu… Minha irmã, Victor. Minha irmã, ela…
Vemos Hillary e Dylan se aproximando deles. A primeira pergunta.
— O que tá acontecendo?
— Precisamos tirar a Lisa daqui. Ela tá muito baqueada em ver a Emily naquele monstro.
— Está cogitando voltar para o navio?
— Não, por enquanto não. Vamos levar para algum lugar da floresta enquanto a batalha passe.
— Certo. Lisa, é para o teu próprio bem. Você sabe que estamos todos juntos nessa. Precisa confiar na gente.
Enquanto conversam, Emily segue no ombro de Aragon ainda sentindo muita dor de cabeça.
— Isso não pode continuar assim. Precisamos voltar, Aragon. Mas antes disso… Farei algo para atrasá-los.
Emily novamente se levanta no ombro de Aragon, ela ergue as duas mãos para o céu. Seu olhar fixa para o alto, em seguida ela proclama o seu grito:
— AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHH!!!
Ao gritar, todas as criaturas que estavam na praia atacando aquele exército, param de se mexer instantaneamente. Um silêncio ensurdecedor fica na praia. Apenas o barulho das ondas do mar e das folhas das árvores.
Os soldados ficam paralisados sem saber o que fazer, não entendem porque pararam tão repentinamente.
Eis que Demetrio percebe uma sombra gigante se formando na areia. Ele olha para o céu, sente que o sol está sendo ofuscado e se assusta diante do que está vendo.
— Gente… VEJAM!
Os demais olham para cima, e uma nuvem de pássaros está se formando sob as cabeças daqueles soldados. Eles estão voando em círculos no mesmo local. O capitão Dan e o comandante Alfred ficam perplexos diante do que estão vendo.
— Mas… O que é isso? – Exclama o capitão Dan.
Todos os outros ficam devidamente assustados, não sabem como aqueles pássaros se formaram ali no céu. Lisa consegue olhar de longe o movimento deles.
— Tem alguma coisa errada.
Victor pergunta:
— O que foi, Lisa?
— Não são pássaros comuns…
— O quê?
— Estão infectados! São pássaros infectados!
— Ai, meu Deus!
A nuvem de pássaros continua voando em círculos na praia. Scott pergunta:
— PAI! O QUE A GENTE VAI FAZER?
— Eu… Eu não sei.
Cristhian olha para trás dele e dos demais e avista algo ainda mais deslumbrante ou assustador.
— Puta que pariu, o que é aquilo?
Todos se viram para trás. Do outro lado do horizonte, está vindo aquela mesma águia real que salvou Emily do ataque dos felinos na cachoeira.
Demétrio diz:
— É… É uma águia.
Cristhian responde:
— Não é uma águia normal, ela é gigantesca!
A águia real cessa voo e fica um tempo esperando no ar.
Todos ainda paralisados diante do que estão vendo.
Emily mais uma vez, de cima do ombro de Aragon, olha para todos aqueles soldados e diz:
— Espero que tenham bons sonhos.
Emily aponta o dedo diretamente para eles e eis que os pássaros desfazem o círculo, voam para o alto e em seguida… Preparam uma queda livre.
Mas não é uma queda livre qualquer, eles vão atacar todos os soldados.
O capitão Dan sente o perigo e fala para os outros.
— É UMA EMBOSCADA! RECUAR! RECUEM PARA DENTRO DA FLORESTA! RÁPIDO!
Todos os soldados imediatamente se preparam para correr para dentro da floresta. O grupo de Lisa se levanta de onde estão e partem para o interior das folhagens.
Os pássaros começam a atacar os outros soldados, uns juntam em bando para atacar um único homem. Outros adentram o céu da floresta para pegar aqueles que já se encontram lá dentro.
O comandante Alfred entra na floresta juntamente com o capitão Dan, ele se vira para trás e começa a atirar naqueles pássaros assassinos.
O capitão Dan, mais a frente, diz:
— Comandante! Precisamos ir!
— Estou indo, capitão!
Ao achar que se livrou da ameaça, outros 4 pássaros vêm pela lateral e atacam o rosto do comandante Alfred. Este cai no chão rolando pelas pedras.
— COMANDANTE ALFRED!
O comandante Alfred tenta lutar contra o ataque dos pássaros e um outro bando se junta para ataca-lo.
— COMANDANTE ALFRED! COMANDANTE!
Alfred estando machucado, consegue se virar de bruços no chão, olha para o capitão Dan em tom de despedida.
— VÁ! Você é o líder agora. Lidere a tropa e acabe com o Dr. Addan.
— NÃO!
Ao pronunciar essas últimas palavras, os pássaros cobrem todo o corpo do comandante Alfred como se ele fosse um pedaço de carne fresca.
O capitão Dan fica segundos em estado de choque… Até que os pássaros saem de cima dele e se dispersam pela floresta. O capitão Dan avista ali no chão, o comandante Alfred completamente picado, com sangue em todo o corpo e tendo um dos olhos arrancados.
— Meu… Meu Deus. Comandante Alfred.
Enquanto isso, Lisa, Judy, Victor, Hillary e Dylan estão correndo entre as árvores. Os pássaros continuam sobrevoando no interior da floresta. Judy os apressa:
— Rápido! A gente precisa se esconder em algum lugar.
Victor encontra um pedaço de árvore caída e uma furna do lado de baixo.
— RÁPIDO! ALI! Escondam-se ali embaixo.
Os 5 se escondem dentro daquela furna e esperam os pássaros passarem. Victor pergunta:
— Tá todo mundo bem? Alguém foi picado?
Todos respondem balançando a cabeça em tom de negativa. Hillary pergunta:
— Onde estão os outros? Cadê o Capitão Dan? O Scott?
Dylan diz:
— Eu preciso encontrar o Cristhian.
Dylan se levanta. Victor tenta o impedir.
— O que você tá fazendo?
— Olha, me desculpa, Victor. Mas eu não saio daqui sem o meu irmão.
— Não pode ir sozinho, tá ficando maluco?
Hillary se levanta.
— Eu vou com ele, Victor. Proteja as meninas e se não conseguir nos achar, nos vemos na central da Phoenix.
— Não… Eu vou com ele. Hillary, fique com elas. Você é forte e sabe o que fazer.
— Tudo bem… Tomem cuidado!
Na praia, Emily senta novamente no ombro de Aragon e diz:
— Isso vai atrasá-los. Rápido, Aragon! Me leve de volta, e depois se esconda. Se o Neon te ver… Ele vai te matar!
Enquanto isso, Cristhian e Demétrio chegam até a cachoeira. Aquela mesma cachoeira para onde Emily correu dos felinos anteriormente.
— Caramba, Cristhian! O que tá acontecendo? Por que esses pássaros estão nos atacando?
— Não são pássaros comuns, Demétrio. Estão infectados assim como os felinos e aqueles homens.
— Então significa que se eles nos atacarem, nós…
— … Nós vamos virar uma daquelas coisas.
— Meu Deus.
Um dos soldados sai de dentro da floresta e vai de encontro a eles.
— Ei, garotos! Estão bem? Viram o comandante Alfred?
Cristhian responde:
— Na verdade… Não.
— Poxa, eu acabei me perdendo do meu grupo e…
Antes de concluir, um dos pássaros mergulha com o seu bico dentro do olho dele.
— AAAAAAAAAAAAHHHH!!
— Ai, meu Deus! Cristhian!
Outro bando está vindo em direção a eles.
— Puta que pariu! Eles vão matar a gente!
Cristhian e Demétrio olham para trás e pulam para dentro do rio.
— DEPRESSA, DEMETRIO!
Os dois nadam com dificuldades pelo rio. Os pássaros estão sobrevoando eles e fazendo de tudo para ataca-los.
— CRISTHIAN! MERGULHA!
— TÁ BOM!
Os dois mergulham para bem debaixo d’água. Do ponto de vista deles, podemos ver na superfície, a sombra dos pássaros sobrevoando o rio.
Um deles voa mais alto, faz posição de queda livre e mergulha diretamente debaixo d’água e bem do lado onde está Cristhian e Demétrio. Eles se assustam. Rapidamente outros começam a mergulhar no fundo.
Eles nadam um pouco e depois colocam a cabeça na superfície.
— ELES ESTÃO ENTRANDO NA ÁGUA, DEMÉTRIO!
— NÃO PODEM! ELES NÃO SOBREVIVEM DEBAIXO D’ÁGUA! ESTÃO FAZENDO ISSO PRA TENTAR ACERTAR A GENTE.
— VAMOS PRA CACHOEIRA! PRA TRÁS DA CACHOEIRA, RÁPIDO!
Os dois nadam euforicamente para tentar chegar até a cachoeira. Aqueles pássaros estão furiosos e dispostos a atacá-los.
Demétrio sobe primeiro, ao tentar segurar a mão de Cristhian para subir com ele. Um dos pássaros está vindo bem na direção dele.
Quando ele se aproxima, ouve-se um disparo matando aquela ave.
Cristhian ouve uma voz conhecida:
— CRISTHIAN!
— DYLAN! DYLAN, IRMÃO!
Victor aparece juntamente com Dylan na beira do rio.
— RÁPIDO, CRISTHIAN! VOCÊS DOIS, ENTREM PRA DENTRO DA CACHOEIRA. A GENTE PROTEGE VOCÊS!
Eles entram na cachoeira, Victor e Dylan estão atirando em todas as aves, eliminando-as uma por uma.
Depois de um tempinho, Victor percebe que conseguiram deter todas aquelas aves que estavam ali por perto.
— Espera aqui, Dylan. Eu vou buscar os meninos, eles podem estar feridos.
— Tudo bem.
— Rapazes! Tá limpo! Podem sair.
Os dois saem da cachoeira. Cristhian olha para Victor já dentro do rio indo em direção a eles. Avista mais atrás o seu irmão na borda esperando. Mas percebe que tem outra coisa vindo ainda mais atrás pelo céu. Sua expressão de alegria muda para desespero e pavor.
Demétrio olha para Cristhian que está com o olhar assustado.
— Cristhian, o que…
Ele olha para frente e se assusta diante do que está vendo.
— Ai, meu Deus!
Victor estranha a reação dos dois garotos e olha para trás.
— Essa não… DYLAN, CUIDADO!
Quando Dylan olha para trás, a águia gigante está vindo em direção a ele com suas garras em posição de ataque.
Cristhian entra em desespero.
— DYLAN! DYLAN!
Ele juntamente com Demétrio, pulam pra dentro da água.
Dylan se prepara para correr. Victor dentro do rio, o alerta.
— DEPRESSA, DYLAN! CORRE PRA CÁ! RÁPIDO!
Cristhian e Demétrio nadam desesperados pra tentar salvá-lo. Victor estende a mão para Dylan, quando ele repete o gesto, a águia crava suas duas guerras no ombro de Dylan e o arrasta dali.
— NÃO! ME SOLTA! ME SOLTA!
— DYLAN!!
Cristhian sobe em cima da pedra no meio do rio e vê o irmão naquela cena assustadora.
— DYLAN! DYLAN!
— CRISTHIAN, SOCORRO! SOCORRO!
— NÃO, MEU IRMÃO NÃO! SOLTA ELE, SUA DESGRAÇADA!
A ave levanta voo e se distancia para cada vez mais longe da floresta. Ela desaparece no céu ao som dos gritos de Dylan.
Cristhian se ajoelha na pedra, e começa a chorar desconsoladamente.
— Não, não, meu irmão. Meu irmão não. DYLAN!!
Sobrevoando os céus da ilha, Dylan vê que está cada vez mais alto e mais longe de seus amigos.
— Eu não vou deixar você me matar assim, seu pássaro imundo!
Dylan começa a se debater fazendo de tudo para que a ave o solte.
— Me solta, sua desgraçada! Tira essas garras imundas de mim.
Ele começa a bater e se espernear na ave até que ela não consegue segurá-lo por muito tempo e o solta.
— AAAAAAAAAAHHH!!!
Dylan acaba caindo dentro do mar. A ave o observa de longe e em seguida decide mudar o percurso e abandoná-lo.
Na água, Dylan tenta se manter na superfície, mas as suas forças começam a se exaurir. Caiu em uma região muito funda e relativamente distante da praia, não conseguiria ficar ali por muito tempo.
Após muito tentar lutar, Dylan cessa de vez e sente que o seu momento chegou.
— Chris… Eu me orgulho de ter tido um irmão tão maravilhoso como você. Agradeço por tudo o que você fez por mim. Por ter sido quase um pai pra mim quando nossos pais morreram. Eu nunca vou esquecer do que você fez por mim, irmão. Obrigado por tudo…Acabe de uma vez por todas com o Dr. Addan. Salve o mundo, Cristhian! Salve a todos nós… Te amo!
Dylan se despede em seu interior e vemos ele afundando cada vez mais e se juntando às profundezas daquelas águas até não conseguirmos mais enxergar o seu corpo.
No rio, Demétrio tenta consolar Cristhian.
— Cristhian… Cristhian, eu sinto muito.
Victor consegue nadar até chegar na pedra.
— CRISTHIAN!… CRISTHIAN!
Ele chega na pedra, sobe, segura o rosto de Cristhian.
— Cristhian, eu…
— Meu irmão, Victor! Levaram o meu irmão! Ele era tudo o que eu tinha! Eu perdi meus pais e agora perdi o meu único irmão. Por que isso tá acontecendo, Victor? Por quê?
Victor abraça Cristhian.
— Eu sinto muito, campeão. Eu realmente sinto muito.
As consequências das maldades do Dr. Addan estão fazendo com que todos eles percam seus companheiros e principalmente… Seus entes queridos. Com a morte de Dylan e a revolta de Emily. Cristhian e Lisa não terão outra alternativa a não ser forjar o vosso espírito de vingança.
ATO II
CORREDOR DA CENTRAL DA PHOENIX.
Vemos Edward ali desmaiado no chão, e uma mão idosa está tentando despertá-lo.
Ele se assusta bruscamente e vemos que se trata de Makoto.
— Ahh! Sr. Ishihida. O que… O que aconteceu?
— Você está bem, senhor Edward? Estava caído aqui no chão e…
— Alguém me acertou. Não consegui ver, mas… Espera, a Ellie e os outros, precisamos chegar no gabinete do Dr. Addan agora!
— Espera… Es…
Edward não deixa Makoto concluir. Ele vai em direção ao gabinete do Dr. Addan.
Ao entrar, percebe Ellie, Jennifer, Julian e Mason despertando no chão após a explosão do boneco.
— Gente, gente! Vocês estão bem?
Ellie ainda desnorteada, responde:
— Aquele filho da puta nos enganou. Colocou um boneco parecido com ele pra nos matar. Tinha uma bomba nele.
— Ele congelou as imagens de segurança pra fazermos pensar que ele ainda estava na sala. Mas quando eu saí pra tentar avisar vocês, alguém me acertou na cabeça.
Jennifer pergunta:
— Espera. Quem te acertou?
— Eu… Eu não sei, não consegui ver.
Julian pergunta:
— Tá, mas cadê a Fionna?
Makoto se mete no assunto.
— Era isso que eu estava tentando falar… A Fionna e a Ashley estão correndo perigo.
Edward se vira pra ele:
— O quê?
— A Hilda entrou na sala do projeto Neon. Alguma coisa aconteceu. Depois que eu consegui fugir, a central começou a tremer do nada. Se não chegarmos a tempo… Fionna e Ashley estarão mortas!
Todos olham uns para os outros e decidem sair dali imediatamente.
SALA DO PROJETO NEON
Fionna e Ashley continuam lutando para sobreviverem naquela imersão dentro da sala do projeto Neon.
— FIONNA! A GENTE PRECISA CHEGAR PERTO DA PORTA!
— VAMOS ATÉ LÁ!
Elas nadam pra chegar na porta, a água aos poucos começa a abaixar. Quando Fionna se aproxima mais, Hilda aparece atrás agarrando-a pelo cabelo e tentando afoga-la.
— Eu deveria ter te matado quando eu tive chance.
Fionna fica se retorcendo debaixo d’água. Ashley entra em desespero.
— FIONNA! FIONNA! SOLTA ELA, HILDA!
— NÃO, EU VOU MATAR ELA E LOGO EM SEGUIDA SERÁ VOCÊ, SUA MALDITA BASTARDA!
Fionna consegue acertar a perna de Hilda, ela urra de dor e solta ela.
Fionna se desvencilha dos braços de Hilda e a enfrenta.
— Você tem razão… Vai se arrepender de não ter me matado, sua vadia!
Fionna dá um soco no nariz de Hilda. Esta grita de dor e se afasta dela.
— FIONNA! CONSEGUI! VOU ABRIR A PORTA!
— ASHLEY, CUIDADO!
Ao acionar a porta, ela se abre fazendo com que Ashley e Fionna caiam para fora do corredor junto à correnteza.
Lá atrás, Edward está vindo correndo com os outros, incluindo Makoto.
— FIONNA! ASHLEY! VOCÊS ESTÃO BEM?
Ele ajuda Fionna a se levantar enquanto Julian ajuda Ashley.
— A Hilda, ela tentou nos matar.
— Onde tá ela?
— Ainda tá lá dentro.
Ellie se coloca na frente.
— Pode deixar que eu mesma vou acabar com essa desgraçada.
Ellie entra na sala.
— PODE SAIR, HILDA! ACABOU, SUA VACA!
Ela se depara com a enorme cratera na parede.
— Ai, meu Deus. O que foi que aconteceu aqui?
Os demais entram para a sala. Fionna estranha que Hilda não está mais ali.
— Não pode ser possível, ela estava bem aqui.
Ashley complementa.
— Ela não pode ter fugido, não tem como.
Edward se assusta igualmente aos outros ao ver a enorme cratera na parede e o recipiente onde armazenava Neon, não está mais ali.
— Fionna… O que foi que aconteceu aqui?
— O Neon despertou!
— O quê?
— Sim! Ele despertou e saiu do recipiente, por isso que a sala inundou de água. A Hilda já estava aqui antes dele despertar, ele fez aquele buraco na parede e ninguém mais sabe pra onde ele foi.
Mason, assustado, pergunta:
— Espera, então aquele gigantão que estava aqui tá andando tranquilamente por aí como se não fosse nada?
Jennifer interrompe.
— Edward, você consegue fazer contato com a mansão Maximilion?
— Acho que sim, por quê?
— Precisa avisar ao General e a May, eles estão correndo perigo!
— Do… Do que está falando?
— Nós encontramos uma planilha de ataque na antessala do gabinete do Dr. Addan. Eles atraíram a gente pra cá de propósito pra afastar a gente do Trevor e da May. Eles querem matá-los!
— Ai, meu Deus!
FLORESTA DA ILHA DA PHOENIX.
O capitão Dan chega a um determinado local da floresta sozinho. Ele ainda está completamente abalado ao testemunhar a morte do comandante Alfred.
Ele ouve uma voz:
— PAI!
— Scott? Scott, graças a Deus, filho. Você está bem?
Scott o abraça.
— Estou bem, papai. Como o senhor está? Cadê os outros?
— Eu… Eu não sei, filho.
— O que houve? Por que está com essa cara?
— O comandante Alfred, filho… Está morto.
— O… O quê?
— Aquelas aves o mataram na minha frente.
— Espera, então… Quem vai liderar as tropas marítimas? Estava tudo sob o comando dele.
— Eu não sei, filho… As coisas fugiram do controle. Eu não sei onde estão os outros soldados. Perdi o Cristhian e o Demetrio de vista, não sei mais o que fazer.
— Eles já sabem? Já sabem do comandante?
— Não… Na verdade acho que ninguém sabe ainda.
— Precisa avisar a eles, pai. Os liderados que estão no navio merecem saber como todos os outros.
— Eu… Eu não sei se devo, eu…
— Pai… Você é o líder agora. Você é o nosso capitão. Precisamos de você.
O capitão Dan percebe a confiança de seu filho nele. Posiciona o seu aparelho que está no ouvido. Aperta um dos botões.
— Atenção… SOLDADOS! Esta é uma chamada grupal. Se alguém estiver vivo em algum lugar dessa maldita ilha ou para aqueles que continuam no navio, peço que ouçam com bastante atenção…
Todos aqueles que ainda estão vivos, incluindo quem já está dentro da central e também os fuzileiros que não desceram do navio, estão atentos escutando o chamado.
— Infelizmente… Vosso líder das tropas marítimas, o comandante Alfred, ele… Ele partiu dessa para melhor. Mas colocou sob as minhas mãos, a responsabilidade de avisar a vocês.
Todos ficam completamente em choque. No navio, dezenas de soldados se compadecem e fazem sinal de continência.
— Está sendo duro ter que dizer isso tudo, mas… Infelizmente não perdemos apenas o nosso comandante, como vários de nossos soldados, eu… Eu não tenho certeza de quem ainda está vivo, então…
Escutando o comunicado de cima da pedra no rio, Victor entra na transmissão e fala:
— O Dylan, capitão… O irmão do Cristhian também foi levado por essas coisas e… Já não está mais entre nós.
O capitão Dan fica ainda mais abalado. Lisa juntamente com Hillary e Judy escutam a notícia de onde elas estão.
— Meu Deus, o Dylan! Não pode ser!
O capitão Dan tentando arrumar palavras pra contornar a situação, complementa.
— Bem, então… Mais pessoas que não mereciam morrer acabaram sendo vítimas dessa guerra provocada pelo Dr. Addan. Entretanto, o nosso plano inicial falhou e… Agora terei que fazer algumas mudanças se quisermos sobreviver. O Dr. Addan continua sendo nosso principal procurado, mas… Lisa, se você estiver ouvindo isso de algum lugar, me desculpe… Mas no momento o nosso principal alvo é sua irmã.
Lisa fica baqueada ao ouvir isso.
— As coisas fugiram do controle e neste momento… Emily Von Ishihida é a nossa pior inimiga. Se não a detivermos agora… Ela vai matar todos nós.
Scott ao lado dele, pergunta:
— Pai, de que forma vamos deter a Emily?
— Se continuar do jeito que tá, não haverá outro remédio, filho… O único jeito de impedir a Emily… É matando-a.
Todos os ouvintes ficam em estado de choque.
ALGUM LUGAR DA ILHA DA PHOENIX.
Vemos uma sala modesta, porém muito sofisticada com telas de computador em todos os cantos. Uma porta se abre, Emily é quem entra por ela.
— A gente precisa fazer alguma coisa. O Neon acordou! Se ele vir atrás da gente, eu não vou conseguir controla-lo.
A cadeira giratória vira lentamente para nós e vemos que é o Dr. Addan.
— Não se preocupe, pequena Emily. Você no comando de Aragon, rapidamente fará com que Neon fique desarmado. Mas o nosso plano deu certo, foi muito mais eficaz do que imaginei.
— Mas o que você vai fazer agora? E quanto aos outros? E a minha irmã?
— Bem… Por enquanto vamos esperar que eles se recuperem do pequeno susto que demos a eles. Mas quando chegar este momento e eu sei que vai chegar, você não terá outra escolha, pequena Emily… Terá que matar a tua irmã! Terá que matar a Lisa!
Emily já não é mais a mesma. Aliou-se ao Dr. Addan e agora é a principal inimiga de todos. Por que ela está fazendo isso? O que a levou mudar de lado?
SALA DO PROJETO NEON
Edward e todos os demais ficam impactados com a revelação do capitão Dan.
— O… O quê? Isso não pode ser possível, a Emily…
Fionna interrompe.
— … Edward, você falou que a Emily estava segura, por que o capitão Dan disse que ela é uma inimiga?
— Eu, eu não sei, isso não faz o menor sentido. Quando eu a encontrei, ela estava bem.
Ellie pergunta:
— Será que a Emily acabou sendo infectada por essas coisas?
Fionna a responde:
— Não, não, entenda: A Emily já é infectada, ela possui no sangue dela o mesmo vírus que transforma as pessoas em criaturas violentas, mas nela, o vírus agiu de outra forma, como se a Emily fosse uma espécie de “abelha rainha” nesse enxame. Ela consegue controlar os infectados, o único que ela não conseguia controlar até então era o Aragon.
Ashley complementa.
— E nem o Neon, e agora não sabemos onde nenhum dos dois estão.
Julian pergunta:
— Esperem, estão dizendo que os dois monstros mais poderosos do Dr. Addan estão por aí nesta ilha soltos?
Edward responde:
— Eles… E a Emily. Pelo tom que o capitão Dan se comunicou… A Emily já não é mais uma de nós.
Todos olham uns para os outros temerosos. Até que Makoto quebra o silêncio.
— Esperem um pouco, a minha Emily não é uma pessoa perigosa. Vocês vieram pra cá pra resgatá-la. Não tem ideia das coisas absurdas que o Dr. Addan fez conosco aqui dentro, precisam tirá-la daqui o quanto antes. Eu não me importo de morrer nesse maldito lugar, mas não quero que minha filha passe anos aqui sendo testada como um rato de laboratório. Precisam salvar a minha Emily!
Fionna olha firme nos olhos de Makoto.
— Nós vamos salvá-la, Dr. Makoto. Eu prometo.
Jennifer muda de assunto.
— Tá, agora precisamos falar de outra coisa. Edward, consegue se comunicar com a mansão Maximilion ou não?
— Droga! É verdade.
Fionna pergunta:
— O que aconteceu na mansão?
— A amiga deles está correndo perigo.
— A May?
— Sim, precisamos ir para outra sala mais segura, vamos tentar fazer contato.
— Claro, venham todos para a minha sala.
Passam-se alguns minutos e eles chegam na sala onde Fionna ficava. Edward pega rapidamente um celular e tenta rastrear a conexão para a mansão utilizando a rede da Phoenix.
Fionna pergunta:
— Acha que vai conseguir?
— Essa conexão vai tentar chamar qualquer rede eletrônica que estiver de fácil acesso na mansão. O telefone, um celular, a TV ou até mesmo um rádio. Temos que torcer pra que não seja tarde demais. Vamos, May, general ou qualquer pessoa que esteja nessa mansão, precisa atender.
MANSÃO MAXIMILION
May está juntamente com Trevor atrás de uma pilastra agachados com medo de serem encontrados pelos capangas. May escuta um telefone vibrar e percebe que é o dela.
— Ai, meu Deus. Eu estava com o celular esse tempo todo. Alô? (sussurrando)
— Quem fala?
— Oi, meu nome é May, eu estou…
— … May, sou Edward da ilha da Phoenix.
Fionna interrompe.
— É ela? Espera. May, é a Fionna, tá na escuta?
— Fionna, eu…
— May, precisa me dizer se você, o Trevor e o general estão bem, porque…
Jennifer completa.
— … O Dr. Addan enganou a gente, ele traçou um plano de vingança pra mandar pessoas pra matarem vocês na mansão.
May do outro lado da linha, responde com a voz bem baixa e quase chorando.
— Pois… É tarde demais. Eles já estão aqui.
— O quê?
— Um deles tentou atacar a mim e ao Trevor, eu consegui nocautear ele, mas parece que tem mais deles pela casa. A gente não sabe o que fazer.
Ellie pergunta:
— Mas cadê o general, May?
— Eu não sei… Acho que pegaram ele. Não o encontro em lugar nenhum.
— Meu Deus, May, você… Tem alguma coisa pra se defender?
— Eu… Eu consegui pegar a metralhadora de um deles, mas… Isso aqui é complexo demais pra mim, então…
Julian abre espaço na frente deles e se aproxima.
— May, escuta. É o Julian! Você está na parte superior da casa?
— Sim, estou.
— No quarto onde eu me hospedei, eu deixei uma escopeta dentro do armário. As balas estão dentro de uma caixinha cinza na gaveta. Vai até lá, recarregue e proteja a si mesma e quem tiver com você.
— Eu… Eu…
— May, por favor, precisa fazer isso!
— Tá bom, eu farei.
Jennifer repreende Julian.
— Você tá maluco? Tá pedindo pra uma civil pegar uma escopeta? Tu acha mesmo que ela vai atirar ou até mesmo colocar as balas?
— Acredite em mim… Eu sei que ela consegue. Eu sinto o cheiro de pessoas que sabem atirar… E a May sabe. Eu senti isso nela.
Na mansão, May olha para o corredor e não avista ninguém. Trevor pergunta a ela, assustado.
— May, quem era?
— Shh Shh! Era o pessoal que estão na ilha. Escuta bem, Trevor, eu preciso que você faça exatamente o que eu mandar e nós conseguiremos sair dessa, tudo bem?
— Tá bom.
— Escuta, precisamos ir até o quarto onde o Julian fica. Vamos abaixados, você segura a minha mão e não solte por nada desse mundo. Combinado?
— Combinado!
— Então vamos!
May e Trevor saem do corredor meio abaixados para chegarem no quarto de Julian. Ao entrar lá dentro, um dos capangas aparece no corredor e por sorte não os avista.
No interior do quarto, May o fecha lentamente e depois vai até o armário.
Ela encontra a escopeta, tira de lá de dentro. Em seguida coloca a metralhadora que pegou ali no lugar. Ela segura a escopeta e vai para as gavetas da cômoda procurar.
Ela encontra a caixinha cinza que Julian havia falado e encontra as balas lá dentro. Ela pega as balas e vai colocando uma por uma na escopeta. Em seguida, pega as outras e as guarda no bolso.
May recarrega a arma como uma verdadeira profissional. Trevor a olha completamente intrigado.
— Espera um pouco, May… Onde você aprendeu a atirar?
— Se eu te contar… Nunca iria acreditar. Agora precisamos ir, venha!
May sai do quarto lentamente, olha para os dois lados, Trevor vem logo em seguida se agarrando ao braço dela.
Ao dar três passos pra frente, um dos capangas armados aparece no fim do corredor.
— AQUI!ELES ESTÃO AQUI!
Ao tentar reagir contra eles, May rapidamente empunha a escopeta e atira nele fazendo-o “voar” contra a parede.
Trevor fica impactado.
— Ai, meu Deus! Como você fez isso?
Tiros de metralhadora são disparados pra perto deles.
— Droga! Se abaixa, Trevor!
Eles se escondem atrás da pilastra. Trevor fica abaixado e May fica em pé de costas para a pilastra aguardando o ataque do inimigo. Há três deles ali do outro lado.
Quando eles cessam fogo temporariamente, May pega a escopeta e atira em um deles que se desequilibra e cai para o andar de baixo.
Os outros tentam atacar, May corre para a outra pilastra passando pelos tiros daqueles homens que por sorte não a acertaram.
Trevor na pilastra anterior, grita:
— MAY!
— Vai ficar tudo bem, Trevor.
Ela se vira pra fora da pilastra e atira no outro capanga. O que restava começou a atirar loucamente a cegas pra ver se algum desses tiros poderia acertar um deles.
Ele gritando e descontrolado, percebe que a tentativa foi inútil e a munição acabou.
— Merda!
Ele se agacha na tentativa de recarregar sua munição. May com sua bravura, não aguenta esperar outro ataque. Olha para o lustre enorme que fica no teto e parece ter tido uma ideia.
Ela vai para atrás, coloca a correia da escopeta nas costas e depois corre para dar um salto até o lustre. Trevor olha aquilo espantado.
— MAY!
May balança o lustre até conseguir chegar do outro lado. Ao chegar, o guarda conseguiu supostamente recarregar a munição. Se levanta, olha para frente e se depara com uma May extremamente perigosa em cima do lustre com a escopeta na mão.
— Espero que goste de balas, baby.
May atira no capanga formando um enorme buraco no tórax dele.
Ela fica alguns segundos olhando sem acreditar no feito que fizera. Até que…
— MAY!
Outro capanga que estava escondido agarra Trevor ameaçando-o com uma arma menor.
— TREVOR!
— NEM SE ATREVA, VADIA OU EU ESTOURO OS MIOLOS DELE!
Ele começa a atirar na direção de May, ela desvia, balança o lustre e pula para o piso onde havia acabado de matar um dos capangas.
Ela se levanta rapidamente e vai para a direção dele e de Trevor.
— Solta o garoto! Ele não tem nada a ver com isso, é só um adolescente.
— Sinto muito, dona. Mas as ordens foram claras para matar vocês dois.
— Ordens? Que ordens?
— Como que ordens? Sabe muito bem de quem eu estou falando.
— Vocês são todos uns idiotas imbecis. Acreditam mesmo que serão promovidos pelo Dr. Addan ao fazerem isso. Ele pouco está se importando com a vida medíocre de vocês. Não se importou em enviar um esquadrão suicida para invadir o casamento real, ele só se importa com a pele dele e não tá nem aí para os ratinhos de merda que são vocês.
— Se você não fechar esse bico agora, eu juro que acabo com esse moleque.
— May, por favor! (Desesperado e chorando muito)
— Deixa o Trevor em paz! Ele é só um garoto. É a mim que você quer, então leve a mim.
— Põe a escopeta no chão… AGORA, VADIA!
— May, por favor. Faz o que ele tá mandando!
— Tá bom, tá bom. Eu vou soltar. Mas por favor, não faça nada.
May começa lentamente a se abaixar para colocar a escopeta no chão.
— Isso, seja uma boa menina.
— Tá, mas… Antes eu preciso falar uma coisa muito importante para o Trevor.
— O que disse, garota?
— Trevor… Já escovou seus dentes hoje?
— O… O quê?
May olha pra ele fixamente e rangendo os dentes.
— EU DISSE: JÁ ESCOVOU OS TEUS DENTES HOJE?
Trevor percebe o olhar de May. Ele entende o recado.
— É claro que sim.
Ele morde o braço do capanga que urra de dor.
— AAAAAAAAH SEU BASTARDO!
May pega a escopeta, avança pra cima dele, o acerta com a parte de trás da arma na testa dele. Trevor cai no chão, engatinha para a parede. O capanga pega a sua pistola, tenta dar um tiro a queima roupa em May, ela segura o braço dele para o alto, tiros são disparados no teto.
A escopeta cai, ela chuta para a direção de Trevor. Ele fica assustado e não sabe o que fazer. O forcejo continua. May dá uma cabeçada na testa do capanga, em seguida golpeia o seu braço fazendo com que solte a arma. Em seguida ela percebe um canivete no bolso dele, consegue tirar dele.
Ele tenta mais uma vez ataca-la. May gira para trás e o acerta com um chute fazendo com que ele se desequilibre e caia para o andar de baixo. Quando May se aproxima do batente, percebe que ele caiu quebrando o pescoço, resultando, por fim, na sua morte.
May fica ofegante ainda olhando para baixo. Trevor está no canto da parede ajoelhado chorando muito.
— Meu… Meu Deus. Por quê? Por que nós?
— Calma, Trevor. Calma, está tudo bem.
— Não, May. Não está nada bem. A gente quase morreu. Não sabemos onde o general foi parar, provavelmente ele está morto, o que vamos fazer agora?
— Calma, querido. Precisamos ter fé. Logo os outros vão voltar daquela ilha e vão salvar a gente, eu prometo.
— Eu estou com medo, eu estou com muito medo.
May abraça Trevor. Ela sabe que as coisas fugiram do controle e que se não fosse por suas habilidades, eles não teriam escapado.
Mas… Como May adquiriu essas habilidades de combate sendo que ela sempre hesitava a guerra? Como aprendeu a lutar e a atirar tão bem?
MEIA HORA DEPOIS…
Edward está conversando com May ao telefone na frente dos outros.
— … Tá, mas vocês vão ficar bem, não é? (T) Ok, ok. Escuta, May, aconteça o que acontecer, não perca esse celular. É a única forma de nos comunicar com você. Esconda o máximo que você puder(T). Ok, entraremos em contato. Até mais!
Ao desligar, Fionna questiona.
— O que aconteceu? Eles estão bem?
— Sim, por sorte a May conseguiu derrubar os capangas do Dr. Addan que invadiram a mansão.
Jennifer, incrédula, pergunta:
— A May derrubou os capangas sozinha? Olha, me desculpa, nada contra ela, mas sempre a achei muito mosca morta. Ela sequer quis participar do treinamento.
Ellie pergunta:
— Quantos homens tinham na casa?
— Ela não falou, mas talvez uns 5 homens ou mais.
Julian complementa:
— Eu falei pra vocês que ela é habilidosa. Eu sinto o cheiro de longe. Por que acha que o filho do capitão Dan se engraçou por ela? Não é apenas o rostinho bonito dela não. Essa menina já foi uma de nós ainda que indiretamente.
Jennifer pergunta:
— Como assim, “uma de nós”?
— Não conseguiu perceber, Jennifer? Ela já recebeu treinamento militar antes. Agora como eu não sei. Olha, sem querer pagar pau, mas eu não queria ter a May como inimiga não.
Fionna ouvindo a conversa, muda o rumo do assunto.
— Tá, gente. Agora que sabemos que a May está bem, precisamos focar no que importa aqui. A Emily. Eu não acredito que ela tenha se tornado isso que o capitão Dan falou.
Ashley complementa.
— Nós passamos dias fazendo testes com a Emily pra tentar entender o comportamento dos poderes dela. A gente queria que ela fizesse contato telepático com o Neon pra que quando ele despertasse, ela pudesse controla-lo para nos tirar dessa ilha. Mas o Neon despertou antes do que esperávamos e agora não sabemos nem onde ele ou o Aragon está.
Edward diz:
— Deixa eu olhar aqui no meu rastreador. Talvez eu encontre onde a Emily possa estar.
Ele abre o rastreador numa espécie de mini tablet, mas percebe que não há nenhum sinal.
— Droga! Ela tirou o rastreador que eu coloquei nela.
Jennifer pergunta:
— E agora?
— Agora as coisas vão ficar ainda mais complicadas. Eu não sei o que pode ter acontecido com a Emily.
Makoto responde.
— Escutem, vocês não estão entendendo. O Dr. Addan vai matar a minha Emily. Ele já tentou me matar uma vez, e não vai hesitar em fazer isso de novo.
Fionna diz:
— Isso é verdade. Sei do que aquele monstro é capaz. Mas tem uma coisa que me intriga. Onde está o próprio Dr. Addan? Ele sumiu dessa maldita central.
Edward responde:
— Pode ser apenas um palpite, mas… Acho que sei onde o Dr. Addan possa estar escondido.
BUNKER SECRETO DA ILHA DA PHOENIX
O Dr. Addan se encontra sentado em sua poltrona mexendo nos computadores. Naraj se aproxima dele.
— Neon despertou, Dr. Addan. Neste momento ele deve estar em algum lugar da ilha.
— É, nem tudo saiu como planejamos, mas ao menos teremos o Aragon sob o controle da Emily.
— Acredita que a garota vai conseguir controlar o Neon?
— Precisamos tentar extrair alguma amostra do Neon e inserir na Emily como fizemos com o Aragon. A vagabunda da Fionna, sem perceber, conseguiu o que queria. Neon teria o controle da Emily se ela já não tivesse sido contaminada pela nossa substância antes. Era pra ela controlar o Neon e não o Aragon.
— Bem, mas agora temos a garota como nossa aliada, Dr. Addan. Não há a menor possibilidade do capitão Dan e seus subordinados tentarem algo contra nós.
— Sim, Naraj, mas não é o suficiente… Quero vê-los sofrer. Quero que eles sofram como nunca imaginaram sofrer na vida deles. A família Ishihida e a do capitão Dan precisam ser os mais afetados. Antes que eles morram… Precisam comer o pão que o diabo amassou.
MANSÃO MAXIMILION
Passou cerca de quase 1 hora desde o ataque dos capangas na mansão. Trevor se encontra na varanda do lado de cima da casa perto do corrimão olhando para o horizonte.
É notório o seu semblante de tristeza e dor. May está vindo pela porta com os braços cruzados e percebe Trevor ali sozinho.
— Eu… Eu encontrei o quepe do general Maximilion no chão do escritório cheio de sangue. Quando fui seguir os rastros, vi o corpo, e… E já entendi o que aconteceu. Eles primeiro mataram o general pra vir atrás de nós. Meu Deus! Me pergunto se algum dia isso vai acabar.
— Eu estou cansado, May.
— O que disse?
— Estou cansado de tudo isso.
— Trevor, querido. Todos nós estamos cansados. Não tá sendo fácil enfrentar uma guerra como essas.
— Não, você não entende… Todo mundo que eu amava morreu. Eu… Eu perdi os meus pais no ataque das criaturas, em seguida encontrei uma família, uma família de verdade que foram vocês. Quando eu pensei que as coisas estavam perdidas, conheci o Brian, o Brian, ele… Ele foi literalmente o irmão que eu nunca tive.
— Eu sei bem como era a relação sua com o Brian. Ele sempre foi um rapaz tão bom, tão gentil… Não merecia ter tido um fim trágico desses. Eu entendo e muito o que você tá sentindo, porque eu também vi pessoas morrendo na minha frente. Durante essa guerra inteira, eu acabei encontrando alguém com quem eu me importasse de verdade. Não estou dizendo que eu não me importo com os outros, mas… Eu também não saberia o que fazer se alguma coisa de ruim acontecesse com o Scott.
— Agora você entende aonde eu quero chegar, May. Você ainda tem o Scott. O Brian morreu e agora eu não tenho mais ninguém. Ele era meu irmão. Por que Deus tirou meu irmão que eu nunca tive de mim?
— Trevor, eu…
— Agora eu percebo que a minha chegada aqui foi totalmente inútil. Eu sou um inútil e não sirvo pra basicamente nada.
Trevor sobe em cima do corrimão da varanda.
— Trevor, o que você pensa que tá fazendo?
— Agora que o Brian se foi… Eu não tenho mais motivos de continuar aqui atrapalhando vocês. Estou sendo apenas um estorvo pra todos.
— Não, Trevor. Não diga isso, você não é um estorvo pra ninguém. Desce daí!
— Sabe, May… Acho que você teria sido uma ótima mãe. Você sabe como cuidar bem de uma criança assustada.
— Trevor, pelo amor de Deus. Eu sei que você está sofrendo assim como eu também estou sofrendo, mas não precisa fazer isso. Fique aqui comigo e vamos enfrentar tudo isso juntos.
— Agradeço muito por todo o apoio que você me deu, May… Você sim é uma heroína de verdade e merece ser muito feliz.
May, em lágrimas, implora:
— Trevor, por favor… Não!
Trevor abre os dois braços, respira o ar que sopra em suas narinas. De repente vários flashbacks se passam na sua cabeça dos momentos que ele passou junto com aquelas pessoas. Em essencial com Brian que se foi tragicamente após ter sido brutalmente assassinado pelo cruel Petter Krueger.
— Pai, mãe, Brian… Espero vê-los em breve.
Trevor levanta a ponta dos pés lentamente e de braços abertos, se posiciona pra frente. Ele deixa seu corpo cair levemente ao sabor do vento.
May em lágrimas, se desespera e corre até a ponta da varanda.
— TREVOR!!!!
Ao chegar na ponta, já era tarde. Trevor já se encontra espatifado no chão com muito sangue escorrendo pela sua cabeça. O mais curioso é que o jovem morreu com um sorriso no rosto. Por um milésimo de segundos, aquele semblante de dor havia passado.
May se ajoelha no piso da varanda, começa a chorar desconsoladamente, bate em si mesma, se sente culpada por não conseguir proteger o garoto.
As consequências da maldade do Dr. Addan vão permear por cada um desses jovens até que não sobre nenhum deles. Como eles vão seguir em frente? Como eles vão sobreviver a esta terrível guerra?
Sensacional. Estreia de temporada icônica e nos mostrando como será o futuro do final dessa série maravilhosa. Parabéns, Melqui. Que texto incrível!!!
Muito obrigado, meu amigo!
Episódio muito bem desenvolvido e articulado. As mortes necessárias e bem pensadas. Tudo muito envolvente. Adorei!
Fico feliz que tenha gostado. Forte abraço!