“Brincar de Deus…
Estar, mas não estar
Ser, mas não ser…
Se do barro nasceu uma vida,
Na IA, vida é ilusão.
Valendo-se do Sim e do Não
Criando arte, sendo atrevida,
E usando de artifícios seus,
Eis a Tecnologia brincando de Deus.”
– Marise Castro.
O matemático e cientista da computação, Hans Moraveck, dizia o seguinte:
“É comparativamente fácil fazer com que os computadores demonstrem desempenho de nível adulto em teste de inteligência ou jogo de damas, e é difícil ou impossível dar a eles as habilidades de uma criança de um ano no que diz respeito à percepção e mobilidade”.
Nós chamamos essa percepção de “Paradoxo de Moravec”. Uma tese que até os dias de hoje levanta vários questionamentos, principalmente agora com a expansão da IA (Inteligência Artificial).
Como pode uma máquina conseguir exercer tarefas extremamente difíceis como derrotar campeões mundiais de xadrez e não conseguir fazer coisas simples como empilhar blocos de lego? Esse conceito nos faz questionar o que é fácil e o que é difícil. O que é possível e o que é impossível.
Para Marvin Minsky (aquele que disse que Freud foi o primeiro bom teórico de inteligência artificial), as habilidades humanas mais difíceis de fazer engenharia reversa são as que estão abaixo do nível de percepção consciente: “Em geral, estamos menos cientes do que nossas mentes fazem melhor”.
Steven Pinker disse o seguinte: “A principal lição de trinta e cinco anos de pesquisa em IA é que os problemas difíceis são fáceis e os problemas fáceis são difíceis“.
Nos perguntamos: Como a inteligência artificial pode ter dificuldade com coisas tão simples?
Uma possível explicação para o paradoxo, segundo o próprio Moravec, está na biologia. As habilidades mais “básicas” (como percepção e movimento) são muito mais antigas do que pensamento abstrato, portanto foram otimizadas por muito mais tempo pela seleção natural.
Essas habilidades humanas mais antigas são em grande parte inconscientes. Por isso parecem fáceis para nós, apesar de serem extremamente complexas.
É inegável que o meio de campo embolou com a chegada do ChatGPT e outros modelos proficientes em uma habilidade bastante natural para os humanos (a linguagem). Mas, de forma geral, o paradoxo de Moravec segue valendo:
“Computadores têm desempenho claramente sobre-humano em xadrez, Go ou previsão de estrutura de proteínas.
Ainda assim, os robôs mais impressionantes em termos de habilidade motora atualmente não sobreviveriam a uma partida de futebol com meu filho de 4 anos.”
E neste momento, estamos diante de uma possível tese paradoxal, um novo paradoxo de Moravec? O paradoxo de Melvick?
Essa nova criação paradoxal do Dr. Addan vai destruir a nossa intuição humana. Ou na pior das hipóteses… Destruir a nós mesmos.
— Tem razão, Cristhian… Eu é que sou a armadilha.
A falsa Lisa pega a pistola de sua cintura, mira diretamente em Julian e acerta um tiro na testa dele.
O desespero toma conta de todos.
— AAAAAAAAAAAAAAAHHH!! LISA!- Se desespera Cristhian.
Ela aponta para Hillary. Ellie corre para protegê-la.
— Hillary, cuidado!
Ela dispara e supostamente acerta em Ellie que cai por cima de Hillary. Todos ficam impactados e não entendem o que está acontecendo. Makoto imediatamente se aproxima.
— FILHA! O… O que está fazendo?
— Viu como eu cresci, papai?
Ela puxa Doroth pelos cabelos e coloca a pistola na cabeça dela.
Todos desesperados sem entender o que é tudo isso.
— ATENÇÃO TODOS! É hora de partirmos para a etapa final… E essa festa… Começa a partir de agora.
OPENING:
EPISÓDIO 12:
“O PARADOXO DE MORAVEC”
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ATO I
PLATAFORMA 1
Doroth se encontra a mercê da “falsa” Lisa. Makoto e Cristhian tentam negociar com ela, respectivamente.
— Filha… O que tá fazendo? Você não é assim, não pode ser verdade isso.
— Lisa, por… Por quê? O que fizemos?
— Ah, Cristhian! Quase 3 meses que a gente se conhece e você nunca tomou uma atitude?
— O quê?
— Você achava mesmo que um banana como você iria namorar com uma garota bonita e sofisticada como essa? Você não passa de um inútil e fracassado, Cristhian.
O capitão Dan tenta interver:
— Lisa… Eu não sei o que está se passando na sua cabeça agora, mas… Essa não é você.
— Ora, ora, capitão. Falou o cara que permitiu a morte de milhões de pessoas. Sabia que todas essas pessoas aqui morreram por sua causa? Morreram por seguir essa tua liderança estúpida? Já não basta você ter matado o namorado da Hilda, não é? E ainda enterrou o corpo dele como se fosse um indigente? Francamente, viu? Como você se sente, Scott? Em saber que tem um pai assassino?
— Lisa, que porra você tá fazendo? Você matou o Julian!
— Ele era apenas um peso morto.
Doroth ainda sob o domínio da falsa Lisa, diz:
— Por que não diz a eles? Por que não diz a eles de uma vez?
— Cala a boca, sua vadia! Eu é que estou no comando aqui… E vou entregar todos vocês ao Addan.
Toda a equipe fica completamente chocada.
Nos corredores secretos, Lisa e Vivian continuam perambulando por ali procurando alguma passagem.
— Precisamos ser rápidas, Lisa. Eu preciso pegar um Ipad que fica na sala onde eu trabalhava pra ter acesso às câmeras, fica aqui perto.
— Eu estou com um mal pressentimento, senhora Tunner.
— Me surpreenderia se você dissesse que está com um bom pressentimento. Depois que você entra nessa ilha… Não há mais como se sentir bem.
PLATAFORMA 1
A tensão continua.
— Eu já estava de saco cheio de ter que aguentar a choradeira de vocês.
Fionna olha para a falsa Lisa e tenta entender essa reação absurda dela.
— Tem algo de errado com ela. Eu acho que ela tá sendo controlada assim como a Emily deve tá sendo.
Doroth responde:
— Vamos, “LISA”. Deixe de joguinhos e conte logo pra eles a verdade.
— Cala a boca, sua velha louca!
— Bom, você não me deu escolha.
Doroth aperta um botão no bolso de sua camisola e aquele barulho inquietante volta e a falsa Lisa solta Doroth e fica completamente atordoada.
— Para com isso, para! Tá doendo!
— Depressa, vocês! Corram para as escadas, isso não vai durar muito tempo.
Os heróis se movimentam para sair dali. Victor e Scott tentam ajudar Ellie e Hillary que estavam caídas.
— Meninas, vocês estão bem?- Pergunta Victor.
— A bala pegou de raspão na minha cintura- Responde Ellie.
— Obrigada por me salvar, Ellie.
— Não precisa agradecer, Hillary. Vamos sair!
Todos eles juntamente com Doroth se dirigem para as escadas em espiral.
Edward pergunta:
— O que tá acontecendo, senhora? Por que a Lisa fez isso?
— Aquela não é a Lisa que vocês conhecem. Vamos para a próxima plataforma e lá eu explico tudo.
TORRE DA CENTRAL
Addan percebe que o cerco está se fechando ao ver que Doroth não se encontra mais no calabouço.
— MALDIÇÃO! MALDIÇÃO!
— O que houve, milorde?
— A… A Doroth não tá mais no calabouço.
— Quê?
— O capitão Dan a encontrou. O CAPITÃO DAN A ENCONTROU!
— E agora? Ela vai falar tudo, vai falar inclusive que a única amostra do vírus mais forte que você tem está aqui na torre.
Addan se senta na cadeira, vasculha pelas telas dos computadores.
— Não pode ser, eu não posso permitir, não posso permitir que algo assim aconteça. Não posso…
Addan vê a falsa Lisa se retorcendo no chão da plataforma 1.
— Não pode ser possível. Eles passaram pela primeira plataforma.
— Quê? Mas… Mas e o protótipo?
— Veja você mesmo!
Ele vira a tela do computador para Naraj.
— Mas… Por que ela tá assim?
— FOI A DOROTH, IMBECIL! A DOROTH FEZ ISSO!
Emily olha pela tela do computador.
— Aquela é a minha irmã?
Naraj prossegue:
— A Doroth certamente sabia que no calabouço não era mais a Lisa, como essa velha pode ser tão esperta?
— Eu não vou deixar eles me vencerem, Naraj. Se existe uma possibilidade da visão da Doroth que eu venceria… Essa é uma delas.
LABORATÓRIO DE VIVIAN
Vivian chega com Lisa ao seu laboratório.
— Vamos ser rápidas, Lisa! Vou pegar o meu Ipad e… (Ela pega alguns objetos de dentro do armário) Tenho esses tasers para nos proteger. Eu sei que não é muita coisa, mas…
— Tá bom, obrigada.
Vivian liga o Ipad, acessa o aplicativo das câmeras da central.
— Tá bom, tá bom, vamos lá, vamos lá! Consegui! Agora eu só preciso descobrir onde… Achei!
— O que achou?
— Seus amigos acabaram de sair da plataforma 1 e… Ai, meu Deus! Quem é aquele morto no chão todo ensanguentado?
Lisa olha para a tela e arregala os olhos.
— Não, não pode ser. É o Julian! Mas como que… Espera, aquela é a robô?
— Sim, certamente ela já se revelou para os seus amigos. Ela está se levantando, vai atrás de seus amigos, eles não tem muito tempo.
Vivian guarda o Ipad por dentro da calça e se dirige para o lado de fora do laboratório com Lisa. Ao sair, ela fita a câmera de segurança que fica na porta de seu laboratório.
— Lisa, pode segurar meu Ipad pra mim?
— Claro.
Vivian pega o extintor de incêndio da parede e acerta na câmera. De outro ponto de vista, vemos o Dr. Addan assistindo o exato momento em que Vivian acerta a câmera e quebra.
— Só pode ser brincadeira. A Tunner e a Ishihida escaparam.
— Mas… Como?
— Estão tentando me arruinar! ESTÃO TENTANDO ME ARRUINAR, MAS NÃO VÃO CONSEGUIR!
O chacal se pronuncia:
— Dr. Addan, se quiser, eu vou lá agora mesmo detê-los.
— Preciso que vá para a plataforma 3, chacal. Eu tenho certeza que o meu protótipo vai conseguir alcança-los na plataforma 2, então preciso que você esteja lá caso algum deles passem.
— Entendido, senhor. Vou pra lá agora mesmo.
O chacal se retira. Naraj pergunta ao Dr. Addan.
— Quer um copo d’água, Dr. Addan?
— Por favor, Naraj.
— Volto já.
Pela primeira vez, Addan está sentindo que seu plano está desmoronando. Emily se aproxima dele.
— Dr. Addan? O senhor está bem?
— Eu ficarei bem, jovem Emily. Eu ficarei bem.
PRIMROSE HILL, INGLATERRA- NOITE.
Ainda chove em Primrose Hill, vemos Peggy dentro do carro no banco do motorista estática, sem nenhuma reação. Ela começa a ouvir chamar por ela bem distante. Conforme repetia, ficava cada vez mais claro o seu nome, até que…
— PEGGY!
Peggy desperta de seu “transe”.
— O… O que houve?
— Você tá bem?
— Eu… Eu acho que…
— Olha, eu também estou muito triste pelo o que aconteceu com a senhora Trudy, mas não podemos ficar aqui. Vamos dirigir para um local seguro e a gente dorme dentro do carro até a tempestade passar.
— Tudo bem, me desculpa, May, é que… Eu passei por tanta coisa nesses últimos meses que… Ás vezes fica difícil processar tudo.
— Sim, eu sei. Mas vamos conseguir sair dessa.
CENTRAL DA ILHA DA PHOENIX- PLATAFORMA 2.
Finalmente os heróis chegam até a plataforma 2. Victor e Scott colocam Ellie e Hillary agachadas em uma parede.
O Capitão Dan e Edward conversam com Doroth. O primeiro se pronuncia:
— Tá legal, senhora. Agora pode me explicar que porra era aquela que estava acontecendo ali? Por que a Lisa tá agindo daquela forma? Por que ela matou o Julian?
— Peço que todos vocês que estão aqui presente prestem muito a atenção no que vou dizer.
Todos imediatamente voltam as suas atenções para Doroth.
— Como eu havia falado, aquela não é a Lisa que vocês conhecem. Há um tempo atrás, o Addan estava criando um protótipo robótico de tecnologia ultra avançada. Ele conseguiu fazer uma máscara sintética utilizando o rosto da Lisa e a colocou no robô.
Cristhian pergunta:
— Espera, está me dizendo que aquela que estava ali na outra plataforma, era…
— … Exatamente, Tunner. Aquela era uma androide.
Fionna questiona:
— Como pode ser possível? Eu trabalhei 5 anos na Organização Phoenix e nunca soube que um trabalho desses estava sendo desenvolvido.
Ashley complementa:
— Eu… Eu também não sabia disso.
Doroth responde:
— O Addan é bastante sagaz em seus planos sujos. Ele esconde aquilo que lhe convém, da mesma maneira que revela só aquilo que lhe convém.
Edward pergunta:
— Mas se aquela mulher era uma androide, onde está a Lisa verdadeira?
— Em algum lugar dessa ilha, e a essa altura do campeonato, ela já deve estar acordada perambulando por aí. Precisamos encontra-la antes que o Addan a encontre.
Dan pergunta:
— Mas como e quando foi que aconteceu a troca? A gente não percebeu nada.
— Eu não sei dizer o momento exato, mas possivelmente um pouco antes de vocês entrarem no calabouço. No momento que vocês entraram e eu olhei, percebi que não era a Lisa. Foi por isso que falei toda aquela história de simulação artificial, eu precisava provocar as funções robóticas do androide para ele se “desprender do personagem”. Então ativei uma onda sonora que danificou os comandos dela e desconectou ela com a verdadeira Lisa. A robô estava se alimentando das memórias da Lisa para enganar vocês.
Makoto pergunta:
— Então… Aquela não era a minha filha, certo?
— Não, senhor Makoto.
Scott questiona:
— E tudo aquilo que você falou sobre realidade virtual? Também não era verdade?
— Não, falei tudo aquilo apenas para desestabilizar o protótipo. Como eu disse, o Addan até tentou criar alguma máquina do tempo pra tentar viajar pelas dimensões no qual eu tive minhas visões. Ele queria saber como tudo acaba e o que fazer para impedir que ele perca. Para nossa sorte, ele nunca conseguiu esse feito.
Dan questiona:
— Não podemos deixar a Lisa por aí sozinha, precisamos achar ela.
— Para ser honesta com vocês, a Lisa está correndo menos riscos agora do que nós. Estamos completamente expostos, diferente da Lisa que está em regiões bem mais ocultas daqui da ilha.
Cristhian questiona:
— Tá, mas o que a gente vai fazer agora? Esperamos aqui ou…?
Antes mesmo de finalizar a frase, o protótipo da Lisa aparece bruscamente correndo na direção de Cristhian e o empurra para o lado.
— CRISTHIAN! – grita o agente Victor!
A falsa Lisa pega Scott pelo pescoço e o levanta para o alto.
— SCOTT! – Se desespera o capitão Dan.
— ME SOLTA! ME SOLTA!
A androide arremessa Scott para o outro lado. A tensão toma conta.
— VICTOR, PROTEGA OS CIVIS!
— SIM, CAPITÃO!
Victor reúne Fionna, Ashley, Makoto e Doroth em um canto da parede.
— Fiquem aqui e fiquem juntos.
A androide está ainda mais irritada.
— Vocês acham mesmo que eu vou deixar vocês escaparem dessa?
Ellie provoca:
— Escuta aqui, sua robô idiota! Por que você não vem brigar de mulher pra mulher, hein? Ah é, você não é uma mulher.
— Não me subestime, Ellie.
Hillary também se manifesta.
— Você não queria me matar? Por que não tenta me matar agora, vadia!
— Vão se arrepender de me desafiar.
A androide tenta disparar contra Ellie, e Hillary pula agarrando a cintura dela. Ellie a segura pelo braço e ela dispara todas as balas pro alto. Fionna e Ashley ficam desesperadas.
— Pelo amor de Deus, cuidado!
Victor, que estava protegendo os civis, pergunta a Doroth:
— Senhora, não consegue apertar aquele botão novamente pra impedir ela?
— Verdade, vou tentar.
Doroth pega o pequeno controle e aperta o botão. Mas nada surte efeito. Ela tenta mais uma vez, e a androide continua exatamente da mesma maneira.
— Não tá funcionando.
— O quê?
— Merda! O Addan… O Addan desativou esse comando. Já sabe que estamos aqui.
Fionna pergunta:
— Mas e agora? O que a gente vai fazer?
— Torcer para que a gente não morra aqui mesmo.
ATO II
WEST END, LONDRES.
Já passa um pouco das 9 da noite e Sam sai da cotia do teatro onde ele se escondeu. Ele sabe que a partir de agora está completamente sozinho e seus companheiros de equipe faleceram.
Ele se escora em um dos pilares do teatro e faz uma transmissão pelo walkie talkie.
— Aqui é o oficial Sam Ashford da Unidade 02, alguém na escuta? Câmbio!
Ele espera alguns segundos e ninguém responde.
— Aqui é o oficial Sam Ashford, da Unidade 02, estou atualmente em West End, dois dos meus companheiros foram mortos, alguém na escuta? Câmbio!
Mais uma vez aguardando a resposta, nada lhe é respondido.
— DROGA!
Ele suspira, fica totalmente desolado e tenta se manter firme diante de tal situação.
Ele parecia estar só, mas ouve um barulho que começa a incomodá-lo.
Sam, rapidamente, levanta a sua guarda de novo e fica espreitando o local com sua arma, procurando de onde vem o barulho.
Após dar alguns passos, percebe que o barulho às vezes vem do teto, mas ele ainda não conseguiu associar o que poderia ser.
Aquele teatro escuro dificultava ainda mais o seu processo. Ao andar mais a frente entre os bancos, ele ouve mais um barulho similar a um rosnado. Ele se detém, fica segundos parado no meio do corredor entre os bancos da plateia.
Em seguida, ele olha pra cima e pelo ponto de vista da “figura”, algo vem voando na sua direção.
— Aaaah!
Sam cai no chão. Se rasteja para trás. Quando olha para cima novamente, vê que se trata de um morcego, que pousa no batente da galeria de cima.
— Puta que pariu! Me deu maior susto.
Mas o que Sam não sabia, era que aquele morcego não parecia ser normal.
Ele olha para o morcego e vê que aquele animal está bem diferente.
— Mas o que…
O morcego sai de cima da galeria e sobrevoa na direção de Sam. Ele se agacha e vai para dentro dos bancos. Ele rola para o lado de cima dos outros bancos. Tenta mirar no morcego, mas não consegue.
Ao tentar se movimentar para levantar dali e escapar, outros morcegos aparecem pelas janelas do teatro. Sam ainda não percebeu que aqueles morcegos não são normais e está confuso tentando entender o motivo deles estarem o atacando.
Sam toma coragem e começa a atirar na direção deles. Ele se levanta, vai para o corredor, começa a correr na direção da porta de saída.
Os morcegos o seguem, quando estão prestes a alcança-lo, ele se abaixa, os morcegos passam e vão para a porta da frente. Sam fica sentado no chão na defensiva. Os morcegos estão prontos para retornar e ataca-lo novamente.
Quando as coisas pareciam estar de mal a pior, a porta principal é aberta, um clarão lunar ofusca os olhos de Sam, que tapa os olhos com uma mão. Os morcegos ficam alvoroçados por um momento, mas começam a ser detidos com disparos bastante eficazes.
Sam tira a mão dos olhos, vê a silhueta de alguém entrando por aquela porta com uma espingarda na mão e uma espécie de sobretudo. Quando a figura se aproxima mais do interior do teatro, trata-se de Benjamim.
Ele anda na direção de Sam, estende a mão para ele. Sam fica tentando assimilar as coisas ainda.
— O que tá esperando? Bora dar um fora daqui!
Sam segura na mão de Benjamim e se levanta. Os dois se dirigem para a saída.
— Mas quem é você, afinal?
— Não podemos ficar muito tempo aqui, é possível que tenha mais deles. Você foi mordido?
— Eu, é…
— Só me responde: Algum deles te mordeu lá dentro?
— Não, não. Mas eles eram apenas morcegos, acho que só estavam assustados.
— Não são morcegos normais, estão infectados. Não conseguiu perceber?
— Infectados?
— Sim, certamente comeram alguma coisa desses monstros, é melhor a gente vazar daqui. A minha moto tá logo ali na frente.
Quando ambos estão se afastando, Sam vê o estrago que ficou a rodovia onde estava o ônibus que atropelou George.
— Ai, meu…
— Escuta! Para o seu próprio bem, é melhor não ver o que tem lá.
— Mas…
— É sério. Vamos embora!
Sam acaba cedendo o pedido de Benjamim. Ambos se dirigem até a moto.
Benjamim pega o capacete reserva e entrega a Sam.
— Escuta, eu não tenho costume de andar com ninguém, sou um andarilho solitário, então não se acostume. Assim que essa porra toda terminar, vai cada um pro seu canto.
— Muito hospitaleiro, obrigado de “coração”.
PLATAFORMA 2
A situação cada vez mais se agrava entre os heróis e a androide. Edward diz:
— Precisamos derrotar essa coisa o quanto antes.
— Não, Edward! Você mal se recuperou de um ferimento, não pode lutar com isso.- Repreende Fionna.
— Todos vocês vão morrer aqui!
Hillary diz:
— Ah não vai não, queridinha.
Hillary segura o braço da androide. Ellie a segura por trás e elas conseguem retirar a arma da mão dela e jogá-la pra longe. A androide se irrita e dá um chute no estômago de Hillary e, em seguida, uma cotovelada no tórax de Ellie, ambas caem para um lado oposto do outro.
— Senhoritas, cuidado!- Grita o capitão Dan.
Scott se levanta após ter sido arremessado, dizendo:
— Pai, vamos abrir fogo com essa coisa, ela não pode escapar de um monte de tiro.
— Não podemos desperdiçar toda a nossa munição nela, filho. Ainda temos o Dr. Addan e aquele tal de chacal pra enfrentar.
Ellie, se levantando, diz:
— Não se preocupem com isso… A gente vai cuidar dela. Não é, Hillary?
Hillary, igualmente se levantando, diz:
— A gente vai dar um jeito nessa piranha.
— Não, não posso permitir que vocês duas fiquem aqui sozinhas com uma coisa dessas.
Doroth diz:
— Elas tem razão, capitão. Cada minuto que a gente perde é crucial. Elas podem lidar com o protótipo enquanto seguimos para a próxima plataforma. O Addan já sabe que estamos a caminho, então temos que ter garra para enfrenta-lo até o fim.
— Eu… É… Droga!
Hillary diz:
— Tá tudo bem, capitão. Vão! A gente continua daqui.
— Ok, mas se cuidem! Victor, traga os civis! Edward e Scott, acompanhe eles. Vamos, Cristhian!
Quando eles dão as costas, Ellie bate continência e diz:
— CAPITÃO!
— Sim?
— Quero que saiba que foi uma honra servi-lo. Obrigada por tudo.
— Ellie, mas…
Hillary, repetindo o gesto de Ellie, diz:
— É sempre um prazer servi-lo, capitão! Foi um prazer fazer parte desta equipe.
Dan percebe que aquelas frases delas não são apenas como motivação, ele sabe que elas estão se despedindo, sabe que no fundo… Elas não vão chegar no final com eles.
— MENINAS! Lutem com tudo o que vocês tiverem.
As duas mais uma vez prestam continência, dizendo:
— SIM, SENHOR, CAPITÃO!
Os 9 sobreviventes se dirigem às escadas em espiral. Hillary e Ellie continuam ali na sala. A androide se encontra no meio delas.
— Bem… Acho que teremos uma festinha.- Disse a androide.
CORREDORES DA CENTRAL
Lisa e Vivian continuam procurando algo que possa ser útil para ajudar na batalha.
— Senhora Tunner, o que a gente vai fazer agora?
— Tem… Tem uma sala aqui perto. Que tem um dispositivo que libera todos os prisioneiros.
— Os prisioneiros?
— Sim, as pessoas que trabalhavam nessa ilha, elas estão escondidas em algum lugar.
— Então foi por isso que antes da gente chegar aqui, todos eles sumiram, não é?
— Sim, mas foi proposital. O Addan criou esse espetáculo inteiro pra vocês e não queria interrupções. Então prendeu todo o restante dos funcionários em outro lugar. A sala deve tá aqui perto, deixe-me ver… Ah, achei! (Tenta entrar). Droga, tá trancada e precisa de senha. Me dê aqui o meu Ipad.
— Claro.
— Obrigada!
Lisa observa Vivian mexendo no Ipad.
— O que vai fazer?
— Vou entrar pelo perfil de administrador, e tentar alterar a senha pra a gente poder entrar na sala.
— Onde foi que aprendeu tudo isso?
— Acredite… Quando você passa muito tempo trabalhando para o diabo… Acaba se tornando um de seus demônios.
Vivian finalmente consegue alterar a senha de acesso.
— Consegui! Ótimo! Agora eu só digito a nova senha no painel e… Perfeito!
A porta se abre. As duas entram no local. É uma sala pequena com uma ilha de comando e painéis/monitores na frente.
— Ótimo, Lisa! Agora irei fazer algumas coisas pra a gente conseguir ganhar tempo. Eu vou hackear o sistema operacional da ilha e invadir o banco de dados pra desativar ou ativar qualquer sistema que o Dr. Addan implantou. Preciso que fique aqui só por mais alguns instantes e irei te preparar pra pegar o safado do Addan.
— Está bem.
— Ótimo… Eu ainda quero muito ver meus filhos quando tudo isso acabar.
— É… Desculpa, dona Vivian, eu sei que é meio complicado essa questão do luto, mas… Tenho que lembrar que o teu filho Dylan, ele…
— … Não estou me referindo ao Dylan.
— Não? Mas se eu não entendi errado, eu ouvi a senhora falando “filhos”, no plural.
— Sim, eu sei o que disse, Lisa. Antes do Cristhian, eu tive uma filha.
Lisa arregala os olhos.
— O… Espera, então… Quem é a tua filha?
Vivian menciona um nome que não podemos escutar. Lisa coloca as mãos na boca, incrédula.
— AI, MEU DEUS!
LONDRES, INGLATERRA.
May e Peggy conseguiram dirigir até chegar de fato na capital londrina e pararam um pouco pra descansar. A chuva já havia cessado. Elas estão cochilando no carro e Peggy começa a sentir seus olhos incomodando por conta de pequenos feixes de luz que estão surgindo do lado de fora.
Peggy começa a despertar aos poucos ainda tentando similar o que está acontecendo.
Ela olha mais a frente e vê que há faróis e barulho de multidão mais ali.
— May, May!
— O… O que foi, Peggy?
— Acorda, eu acho que a gente tem um problema.
— O que tá acontecendo?
— Olha ali na frente. Parece que tem alguma coisa acontecendo ali, tem umas luzes, barulho de gente falando alto, tá vendo?
— Sim, estou vendo. Quer ir até lá? A gente encosta o carro mais próximo e vamos dar uma averiguada.
— Certo, vamos!
As moças dirigem até chegar naquele local. Da mesma maneira, Benjamim está chegando de moto juntamente com Sam, vendo uma multidão de pessoas se aproximando do porto.
— Caralho, o que tá acontecendo aqui?
— Pensei que soubesse… “Batman”.
— Shh, estão falando alguma coisa, fica quieto!
Um militar da marinha com um megafone na mão está do lado de dentro do porto com outros militares que estão liberando a risca, a passagem dos sobreviventes para algum outro lugar de barco.
— ATENÇÃO, SENHORAS E SENHORES! Peço por gentileza que mantenham a ordem e fiquem calmos. Esse barco já está cheio e infelizmente não vamos poder embarcar mais ninguém.
As pessoas começam a ficar enfurecidas.
Mais atrás, se aproximam May e Peggy.
— Olha ali, eu sabia que tinha um tumulto, May. Vamos ver o que vai dar.
As duas se aproximam e se misturam com a multidão, o militar de aparentemente 30 e poucos anos de idade continua a pronunciar seu anúncio.
— EU REPITO! FIQUEM ONDE ESTÃO E MANDAREMOS OUTRO BARCO ASSIM QUE POSSÍVEL!
Pessoas começam a murmurar:
— Que garantia você dá que o barco vai vir?
— E vai deixar a gente aqui pra morrer?
May pergunta para uma senhora que está ao lado.
— Desculpa, mas esse barco está indo para onde?
— Para a Irlanda, disseram que lá a infecção nunca chegou, por isso que estão mandando os refugiados pra lá até conterem isso.
— Entendi, mas por que não estão deixando?
— O barco já está com super lotação e eles ainda estão revistando as pessoas uma por uma pra saber se não foi mordido.
Na entrada do barco, as pessoas vão passando em fila pelos marinheiros pra saber se estão com alguma infecção.
— FOI MORDIDO?
— Não, senhor.
— Revistem ele e se tiver limpo, liberem a passagem. PRÓXIMO!
Aparece uma senhora.
— FOI MORDIDA?
— Não, senhor. Escuta, a minha neta de 7 anos está muito doente e ela precisa de cuidados médicos.
— Ela terá todos os cuidados médicos que precisar, senhora. Mas preciso conferir se ela tem algum ferimento infectuoso.
— Ele tenta levantar um pouco a blusa da garotinha que está no colo da senhora.
— Não, por favor, não faça isso.
— Senhora, eu preciso revistar e saber se a garotinha está bem, do contrário nem a senhora e nem ela poderão passar. Permita-me!
— Não, por favor! Não!
— VOVÓ! VOVÓ!
Ele levanta a blusa da garotinha e se depara com uma mordida na costela.
— O que é isso?
— Foi… Foi o cachorro dela, eu juro.
— Sabe muito bem que tudo isso começou por um experimento com cães, como pode alegar que o cão que a mordeu não estava infectado?
— Por favor, deixa a gente ir embora. É que… É que…
— É que o quê, senhora? Não posso deixar ninguém passar por aqui estando infectado, temos regras claras de que nenhum infectado pode…
Antes de completar a frase, um homem que estava na fila para entrar se transforma e avança no pescoço do militar.
As pessoas começam a gritar desesperadas, a senhora fica olhando para aquela cena totalmente incrédula.
— Minha santa Maria!
Mas estando distraída, ela não percebe que a sua neta está com a cara estática olhando para o nada e com a boca aberta. A coloração de seu rosto passa a ficar um pouco azulada e suas pupilas dilatam.
— Jenny! O que houve, minha linda?
Antes que ela tivesse uma resposta, a garota avança pra cima da avó sem piedade.
— AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHH!!
Do lado de fora, as pessoas puderam ouvir os gritos.
— O que tá acontecendo aí dentro? Estão machucando as pessoas?
— Aí, galera! Estão fazendo isso pra a gente não subir no barco, vamos subir!
As pessoas começam a fazer arruaça e passar umas pelas outras pra tentar pular a grade que leva até o barco. O militar da marinha faz de tudo pra tentar impedir. Outro militar se aproxima dele e fala pelo ouvido.
— Senhor, essas pessoas que estão vindo agora estão infectadas, duas que entraram estavam infectadas e ainda atacaram um de nossos homens.
— Droga! Não tenho outra escolha.
O militar coloca o megafone no chão, pega uma arma e dispara para o alto.
As pessoas ficam paralisadas com aquele tiro.
— O próximo que tentar passar por aqui vai levar uma bala bem no meio do focinho. Eu fui claro?
A princípio as pessoas até que ficaram conformadas, mas o espírito de sobrevivência falou mais alto e eles continuaram a avançar.
— Mas que porra! HOMENS! ABATER OS INTRUSOS!
Os outros militares se posicionam e começam a atirar nas pessoas que estão tentando entrar. Um verdadeiro tumulto começa. No meio da multidão, Peggy diz a May:
— May, vamos sair daqui, rápido!
Quando tentam fugir, May acaba trombando sem querer com Benjamim e o policial Sam.
— Vo… Você? Você é o cara que apareceu naquele dia no supermercado e depois no casamento real. O que faz aqui?
— Pelo visto Londres é bem pequena ao que parece, não é?
— Espera, você conhece ela? – Pergunta Sam.
— Só de passagem.
Peggy os interrompe:
— Desculpa ter que interromper a convenção das bruxas, mas a gente precisa sair daqui antes que aqueles trogloditas atirem na gente.
Os 4 entram em concordância e saem dali imediatamente. Agora será cada vez mais difícil discernir humanos de infectados ou humanos de humanos.
ATO III
PLATAFORMA 2
Ellie e Hillary estão cara a cara com a androide. A primeira diz:
— Para que seja uma luta justa, nem eu e nem a Hillary vai usar armas, espero que você faça a sua parte… “Annabelle”.
— Quanta petulância, não é? Você se acha a boazuda de tudo isso aqui não é, Ellie? Só porque trabalhou anos com o capitão Dan e quase fisgou ele pra você.
— Olha, coisa esquisita, acho que ficou esclarecido pra todo mundo aqui que eu nunca tive um caso com o capitão Dan, e muito menos que eu fui a culpada pela separação dele com a Hilda. Então é melhor a gente virar essa página que já tá ficando chato.
— Ow, claro. Mas e você, Hillary? O tanto que o Brian gostava de você, e você o desprezou até o fim. Foi preciso ele morrer pra você deixar de ser uma escrota.
— Escuta, como que essa vaca sabe dessas coisas? Ela é uma robô, não devia sequer está falando.
— Você é a única culpada pela morte do Brian, Hillary. Você que deveria ter morrido no lugar dele. É uma falsa, uma cobra, se beneficia de tudo as custas das pessoas, nunca fez nada de útil pra esse pelotão. Sua única utilidade foi deixar que o Brian morresse após humilhá-lo e…
— … MAS EU MATEI O DESGRAÇADO QUE FEZ ISSO COM ELE!
— Você não o matou, idiota! Ele já estava morrendo quando chegou para atingir o Brian, na verdade era pra ser o Trevor, mas enfim… Você fez um favor pra ele matando-o, já havia conseguido o que queria, já havia matado o teu amado.
— Sua desgraçada, eu juro que eu vou te…
— … Hillary, ela só tá provocando.
— Vamos, Hillary! Me mata! Ou vai carregar o sangue da morte do Brian nas tuas mãos esse tempo todo?
— CALA ESSA BOCA!
Hillary, enfurecida parte pra cima da androide querendo dar um soco em sua cabeça. Ela se abaixa desviando do golpe e acerta um chute no estômago de Hillary que faz com que ela “voe” para longe.
— HILLARY!
— Suas imundas! Não podem me deter!
Ellie tenda dar um chave de braço no pescoço da androide, mas com a sua força descomunal, ela consegue arremessar Ellie no chão.
A androide vendo ela ali caída, não hesita em colocar o pé na sua barriga.
— Sabe de uma coisa, Ellie? Eu sempre quis pisotear baratas como você.
A androide começa a dar várias patadas no estômago de Ellie.
— Aaah! Para!
— Você não passa de uma víbora manipuladora e destruidora de famílias, merece a morte do jeito mais terrível possível.
Ela continua a pisoteá-la. Hillary, por sua vez, tenta se levantar para ajudar a colega.
— ELLIE! ELLIE!
A androide levanta Ellie pelo pescoço e arremessa ela para o outro lado batendo na parede.
— ELLIE!
— Patética.
Quando Hillary se aproxima para detê-la, a androide crava sua mão no pescoço dela. Hillary se sente sufocada sem conseguir sair das garras daquela mulher.
— Como se sente, Hillary? Foi exatamente assim que o Brian se sentiu quando você deixou ele morrer. Mas acho que isso não é suficiente, não é? Você precisa sentir dor antes de morrer. Porque a morte seria muito fácil pra você.
A androide soca o estômago de Hillary.
— Ahhhhh!
— Como se sente?
Ela dá outro soco. Hillary fica cada vez mais fraca.
A androide pega Hillary pelos cabelos, olha pra ela friamente e diz:
— Tem alguma coisa a me dizer, agente Hillary?
— Vá… Vá pro inferno!
— Resposta errada.
A androide dá um soco no rosto de Hillary fazendo-a cair no chão. Em seguida, ela se aproxima e começa a dar chutes em suas costas, várias e várias vezes. Ela vira Hillary pra frente e acerta socos e chutes na cara ela. Hillary já começa a sangrar, ficar roxa com os ferimentos cada vez mais visíveis.
Ela fraca sem poder revidar, pôde ver a androide a segurando pelo pescoço mais uma vez.
— Me mata logo de uma vez.
— Tenha bons sonhos doce, Hillary!
Prestes a dar o golpe final, Ellie aparece atrás acertando o cano de uma espingarda na cabeça dela.
A androide fica paralisada por instantes e, em seguida, olha pra ela vagarosamente.
— Achei que tivéssemos combinado “sem armas”, Ellie.
— Vai se foder!
— Você não me deu escolha.
A androide deixa o punho em formato de espada e com toda força acerta no estômago de Ellie atravessando o seu corpo.
Ellie expulsa sangue pela boca. Hillary vê aquilo incrédula. A androide tira o braço de dentro do corpo de Ellie. Ela se ajoelha no chão e começa a sangrar como nunca.
— Você pediu isso, Ellie.
Hillary, mesmo fraca, consegue apanhar a espingarda com que Ellie usou, e extremamente furiosa, vai até a androide.
— SUA DESGRAÇADA!
Quando a androide se vira pra ela. Hillary coloca o cano da espingarda dentro da boca dela.
— FODAM-SE AS REGRAS! VÁ PRO INFERNO, SUA MALDITA!
Hillary aperta o gatilho e o tiro atravessa a cabeça da androide, que cai eletrocutada no chão.
Hillary se ajoelha ao lado de Ellie, segura na mão dela.
— Ellie, Ellie, você vai ficar bem.
— Hillary, você… Você tá sangrando muito.
— Para de se preocupar comigo, sua boba! Você também tá sangrando.
— Escuta, Hillary. Nada do que aquela maldita disse era verdade. Brian com certeza te perdoou antes de morrer. Não quero que se sinta culpada por… (Começa a tossir).
— Por favor, não diga nada, só descanse.
— Não, eu… Eu preciso que me faça um favor.
Ela pega alguma coisa do bolso da calça dela.
— Quero que entregue isso para o capitão. É a chave principal do meu helicóptero, salvem-se! Mas não saiam daqui antes de… Antes de acabar com aquele desgraçado do Addan.
Hillary, chorando, diz:
— Ellie, por favor.
— Está na hora de eu levantar vôo, agente Hillary! (Falando devagar e com dificuldade) Assim como aconteceu com o Marco e o Mason. Espero que algum dia a Força Aérea me perdoe por eu… Não ter chegado até o fim da missão… O… Obrigada!
— Não, não, Ellie! Ellie! ELLIE!
Ellie morre.
E o que sobrou dessa guerra, foram apenas cacos,
Cacos de um coração que dificilmente irá se reconstruir.
Nas escadarias em espiral, o capitão Dan parece ter sentido a perda da colega e para repentinamente.
— Papai, o que aconteceu?
— A Ellie e a Hillary… Eu sinto que elas não conseguiram.
“Dizem que o tempo ameniza, isto é falta com a verdade. Dor real se fortalece como os músculos e com a idade…”
Hillary sai chorando dali completamente fraca e cambaleando, e vai em direção às escadas.
“… É um teste no sofrimento, mas não o debelaria…
Em uma cabine de comando em Londres, um militar se aproxima de alguém.
— Brigadeiro! Recebemos uma chamada de Meiden há poucos minutos.
— De dentro do Reino Unido?
— Não, pelas coordenadas… Vem daquela tal ilha.
— O quê?
— Estão precisando de reforços, brigadeiro… A guerra na ilha está chegando ao fim.
“… Se o tempo fosse remédio, nenhum mal existiria”… – Emily Dickinson.
Os heróis finalmente chegam na plataforma 3, mas não esperavam que já iriam se deparar com um inimigo em comum: O chacal.
— É uma honra, finalmente conhece-lo pessoalmente, capitão Dan!
Na sala onde se encontra Lisa e Vivian, as duas estão ali conversando e Vivian parece ter ditado algumas ideias para Lisa nesse meio tempo.
— Você… Está pronta, Lisa?
— Sim… Vamos colocar um ponto final de uma vez nessa guerra!
PRÓXIMA TERÇA, NÃO PERCAM AS EMOÇÕES DO PENÚLTIMO CAPÍTULO DE: