Olá, leitor! Olá, leitora! O Cyber Backstage está no ar!

Hoje tem uma entrevista especial com João Paulo Ritter e o resultado do quadro A Cyber que Amamos da semana que vem. O vencedor levou apenas UM voto!

 


 

 

João Paulo Ritter é um nome muito conhecido no Mundo Virtual. Entre outras coisas: ele escreve novelas e séries, como Sangue & Esplendor e a atual Laranjal; participou da Casa dos Autores e foi o último eliminado até agora; lidera a ONTV; nesta, costuma publicar textos antigos que estão em domínio público, como A Intrusa; e se envolve em uma treta ou outra de vez em quando, como ocorreu no reality da Widcyber e também com Cristina Ravela nas redes sociais, no fim do ano passado.

Enfim, vamos ver o que ele respondeu nas dezoito questões que fiz a ele. Aliás, a entrevista mais rápida que fiz até hoje no Backstage. Muito bom!!!

 

1) O que despertou o interesse em participar da Casa dos Autores?
Assim como outros autores, eu fui convidado. Mas antes de eu aceitar o convite eu conversei com o Glay e com os meninos da ONTV. A gente chegou a conclusão de que seria interessante eu participar, seria uma experiência nova. O interesse surgiu no convite, mas ele foi alimentado nessa conversa que eu tive com os meninos da ONTV.

2) Que experiências você tira do reality pra sua carreira de escritor?
Do reality em si, da proposta e da realização das provas, eu tiro coisas boas porque ali eu consegui, pelo menos, tirar do papel algumas ideias que eu já tinha. Da parte dos participantes, eu tiro muita coisa e muita coisa delas não são boas, tipo, muita gente vai entender uma crítica como ataque pessoal o que nem sempre é verdade… Ás vezes é só para chamar atenção. Eu não sou uma pessoa ruim, mas também não sou uma pessoa boa. Isso não existe, nem na ficção isso existe mais, né? Então, nem sempre uma crítica que eu fazer a um autor vai ser um ataque pessoal, como muitas pessoas podem pensar. E também que as pessoas podem ser bem hipócritas, mas é uma coisa que eu já havia notado. No dia a dia o ser humano acaba cometendo pequenas hipocrisias, traindo suas próprias falas.

3) Voce é o maior veterano entre os participantes do programa. Inclusive, dirige uma plataforma, a OnTV. Você acha que isso ajudou, atrapalhou ou não fez nenhum efeito relevante com relação aos colegas, muitos deles escritores iniciantes?
Acho que foi bem neutro. Eu fui com o pensamento de me misturar e me divertir, causar um pouco porque todo reality show precisa dessa pessoa e eu posso ser muito explosivo, eu sei que em algum momento eu acabaria batendo de frente com alguém. Se com essa pergunta você quer dizer que eu acho que eu fui tratado diferente, bem ou mal, eu não acho. Eu acho que houve alguns equívocos da minha parte e da parte dos outros, mas nada que posso dizer, apontar e falar “aqui eu me senti tratado diferente”. Não, não acho que fui.

4) Houve até várias pessoas que comentassem, em todo o Mundo Virtual, que você teria nome suficiente para ser jurado numa prova em vez de participante. O que pensa disso?
Sério? Eu seria um jurado muito linha dura, então, kkkkkkk eu nunca participei de uma experiência assim, de reality show de autores. Eu fiquei curioso por causa da proposta igual ao BBB e, como eu disse, conversei com os meninos da ONTV e aceitei. Apesar das discussões e da minha última semana, antes de eu sair de novo, que eu estava um pouco mal da cabeça, foi uma experiência divertida… Se eu tenho nome para ser jurado, podem me chamar na próxima temporada, eu nunca li o reality para ser com autores sem experiência e se for… Bom, todos nós estamos acumulando experiências.

5) Dos participantes, com quem você teve mais afinidade no programa? Para quem você torce para vencer: Allan, César ou Douglas? Por quê?
Eu fico em dúvida entre o César e o Douglas. Eu gosto dos dois. Acho que eles tem coisas que deviam prestar mais atenção quando forem escrever, mas eu fico na dúvida entre eles. Olhando tecnicamente, pela trajetória do jogo até agora, acho que o Douglas ganha.

6) Você protagonizou cenas de conflito com o Leonardo Lima por causa das provas e até da atuação dos jurados. O que você tem a dizer sobre ele?
Assim… Muitas pessoas vão achar que foi pura implicância minha, no início até foi implicância mesmo porque eu falei uma coisa que me incomodou e ele disse que eu não deveria reclamar porque eram jurados. Eu acho que ele achou que eu reclamei porque eu não havia ganhado as provas e não, eu acho que na segunda prova, principalmente, os outros jogadores poderiam ter vencido. Em nenhum momento eu disse que era para eu ter vencido e eu acho que ele acreditou que eu reclamei por minha causa e não foi. Aí depois teve o caso da ficção científica, que eu chamei atenção para o conto dele que não tinha nada de ficção científica e qualquer pessoa que, sei lá, assistiu a um episódio de Jornada nas Estrelas ou leu qualquer coisa relacionada ao tema vai me dar razão, ele tava errado e ficou bravo porque achou que era um ataque pessoal e não foi. Aí as outras discussões foram frutos disso, inclusive ele falou tanto que eu não podia ir contra a decisão dos jurados, mas ele foi contra a decisão do Kax. Eu sabia que eu não ia ganhar aquela prova porque eu mandei a primeira cena que eu pensei, eu sabia que não ia ganhar por plot twist, mas eu acho que ele esperava ganhar porque ele ficou justificando a cena dele. Eu nenhum momento eu discuti cara a cara com um jurado porque o momento para falar das nossas insatisfações com o jogo é nas dinâmicas. E eu acho que a saída dele foi um pouco burra porque, se o problema fosse eu, qualquer pessoa que pensa saberia que eu ia sair de novo. Desculpa o enorme texto.

7) Você foi eliminado pela primeira vez e, logo depois, retornou à Casa dos Autores ao vencer a prova da repescagem. Como você se sentiu nessa hora?
Ah, eu fiquei contente porque eu teria mais uma chance antes de sair de novo, fiquei feliz porque eu constatei aquilo que eu desconfiei na prova anterior. Nunca enviar a primeira ideia, a sinopse que eu escrevi foi a quinta ideia que eu tive.

8) Como foi sua relação com o Tales, o apresentador?
Nenhuma reclamação. Eu acho que ele fez o que podia e tirou leite de pedra em algumas situações como desistência dos participantes ou o silêncio do grupo.

9) Mudando de assunto: você está no ar com a novela Laranjal, na OnTV. Ela é inspirada em clássicos da teledramaturgia mexicana. Como surgiu a ideia da novela?
É uma coisa que eu sempre penso. Não vão me levar a mal, eu acho que muito importante a gente ter histórias de LGBTs que mostram aquela verdade nua e crua, sabe? Mas eu também acho que entre essas histórias, podem, sim, existir outras que emulam os clichês que vemos em produções mais normalizadas com casais heterossexuais. Eu sempre quis fazer isso, pegar esses clássicos mexicanos e recontar da visão de um casal homoafetivo. Você pode normalizar muito bem uma relação, a comunidade, quando você insere esses personagens periféricos ficcionalmente em clichês que normalmente são protagonizados por uma mulher e um homem. E quando a gente percebe isso, a gente vê que é só mudar três coisinhas que já dá certo.

10) Na Casa dos Autores, Leonardo chegou a criticar o estilo mexicano e “fácil” da novela. Como você lida com comentários assim?
Eu acho ok a pessoa não gostar de novela mexicana. Assim como eu acho ok uma pessoa não gostar de super-heróis, filme de terror e etc. Quando eu era mais novo, eu criticava muito a novela mexicana. Mas eu fazia isso porque eu não queria admitir que eu gostava. Como eu disse, acho okay a pessoa falar “eu não gosto de novela mexicana”, mas quando ela entra num tom mais de deboche e diminuição eu acho complicado porque geralmente a pessoa que faz isso vai se achar mais inteligente que todo mundo, o mesmo tipo de gente que se acha superior porque assiste seriado estadunidense. As clássicas mexicanas são o puro suco das novelas que o Brasil fazia no início da teledramaturgia, aliás… As novelas mexicanas hoje em dia são mais receptivas a personagens LGBTs do que as brasileiras. Eu acho que quando a pessoa diminuí muito a novela mexicana, ela também está diminuindo o passado da novela brasileira, as produções latino-americanas em geral, nos anos 60 o Brasil tava fazendo adaptação de Teresa, até os anos 90 era O Direito de Nascer, sabe? Novela mexicana é o suco do melodrama, “A Escrava Isaura” as duas versões, é o suco do melodrama, assim como “Helena” de Machado de Assis, claro que o Machado é o Machado, mas essas obras você também vai dizer que são ruins?

11) Tem algum personagem ou algum núcleo de Laranjal que você mais gosta de escrever? Por quê?
Eu gosto de escrever todos os núcleos em geral, é uma novela que me deixe bem feliz em escrever porque eu posso escrever os diálogos da forma coloquial que eu falo, sabe? Mas se eu tenho que escolher… O núcleo protagonista, eu tenho imprimir o máximo que eu posso no Manuel a heroína clássica, ele é um pouco frágil, mas também é forte. Não tenho problemas em deixar ele feminino, não tem problema do homem ser feminino.

12) Entre os trabalhos anteriores, destacam-se Meu Mundo Caiu, Poeiras Estelares e Caminho Único. Qual ou quais te marcaram mais durante o processo de escrita?
Bom, ambas me marcaram de formas diferentes, mas Meu Mundo Caiu é com certeza a história que eu mais gosto. Tem o fator de ela ser baseada num livro que foi indicado a mim pela minha professora de literatura. E eu tem o fato de eu ter saído de Sangue e Esplendor que é uma história que eu só vou conseguir terminar se eu reescrever do zero. Em Meu Mundo Caiu eu aprendi a interligar os núcleos, enfim, foi uma escola e as ideias que eu tive para coexistirem com a trama que já existia no livro casaram tão bem que, bom, não tenho mais o que falar. Eu considero ela minha primeira novela completa.

13) Você escreveu O Diário de Lucca e publicou na Widcyber, antes Cyber TV. Como foi a experiência?
O Diário de Lucca é uma história muito pessoal e que precisa de muita revisão, desculpa quem for ler, mas se a WidCyber estiver disposta, eu envio uma versão revisada… Bom, é uma história pessoal porque as histórias do protagonista foram, a maioria, menos o arco final que é totalmente livre, baseadas em situações da minha vida. Enquanto eu escrevia foi uma terapia porque eu pude tirar muita coisa que tava dentro de mim.

14) Você também ficou famoso ao publicar, na ONTV, clássicos da literatura que estão em domínio público. Pensa em retomar a iniciativa para mais tarde? Se sim, com que obra(s)?
Um dia vem aí. É complicado porque eu tenho que pegar aqueles PDFs e formatar eles do zero, capítulo por capítulo. E “A Intrusa” foi a mais complicada de eu adaptar porque quando eu passava aquele PDF para Doc, nossa era um terror. Eu sempre converso no grupo da ONTV sobre voltar essa faixa porque eu gosto e tem muita obra com cara de novela que muitas pessoas não conhecem e que, provavelmente, eu nunca vou conseguir adaptar, então, vem aí é só eu conseguir achar a melhor maneira de publicar.

15) A ONTV tem parceria com o Megapro. Como é a relação com o time de Lucas Luciano?
É bem amistosa, na verdade. A gente conversa sobre as obras, eu tenho obras que vou publicar com a MegaPro, tem obras de autores da MegaPro que vão vir pela ONTV como já teve duas. Eu nunca tive problemas com eles, ou eles tão conversando sobre a Ariana Grande ou numa roda de debate sobre as novelas do Gilberto Braga, nessa segunda parte eu entro na conversa às vezes, menos na música que eu não entendo muito.

16) Um ótimo autor que vem fazendo carreira na OnTV é Glaydson Silva, autor de sucessos como A Invasão e Nove Horas. Como ele surgiu na plataforma e o que você destaca de melhor nele?
Então, o Glay tá na ONTV desde que ela começou. Jaime, Glay, João Victor e o Flávio, foram os fundadores da ONTV e eu fui convidado pelo Jaime, eu acho, para lançar Caminho Único por lá na época em que a Rede Purple caiu. O Glay só lançou a primeira obra dele no início da minha gestação em 2019, foi assim que ele surgiu na ONTV. Na época ele estava descontente com a Mix e a gente sugeriu de ele vir para a ONTV oficialmente. O Glay eu destaco nele a capacidade como contador de história, ele sabe criar personagens interessantes e desenvolver. Eu, de verdade assim, eu amo o Glay e eu digo isso aonde eu vou no MV. Eu amo o Glay, ele me ajuda tanto e eu tento o máximo possível retribuir a ajuda que ele me dá, o apoio. Na verdade, todos no grupo da ONTV dão apoio um ao outro, gente confia um nos outros o suficiente para dividir streaming juntos, hoje em dia isso é muita confiança. Mas o Glay é aquela pessoa que eu entrego um capítulo para ele ler e eu sei que ele vai me ajudar a consertar os erros e a deixar melhor o que já está bom.

17) Você comentou algumas vezes que deseja escrever uma adaptação de Selva de Pedra, clássico de Janete Clair. Como seria a sua versão? Como está o planejamento?
Isso é uma coisa que eu joguei e pegou, né? Porque foi antes de “Poeiras Estelares” que eu disse isso e não sabia que poderiam ainda se lembrar… Então, é uma coisa curiosa porque eu escrevi dois ou três capítulos. Acho que escrevi dois capítulos e a escaleta do terceiro, mas o que me impede de lançar essa adaptação. Eu não tenho um título para ela, não quer publicar como “Selva de Pedra” porque as pessoas podem entender como uma cópia e não uma adaptação. E, também, apesar de eu ter feito várias mudanças em núcleos, o primeiro e o segundo capítulo ainda são muito fiéis a novela original e isso me incomodada um pouco e também eu reaproveitei algumas coisas dessa adaptação para “Poeiras Estelares” como a faculdade fictícia, a vilã se chamar Sandra. Até eu conseguir resolver isso, os capítulos serem muito fiéis a novela original e o título que, aqui no meu notebook tá salva como “Vinculo de Amor”, um título que acho péssimo, até eu arrumar essas duas coisas eu não vou conseguir levar adiante a ideia.

18) Deixe seu recado para os leitores do Cyber Backstage.
Bom, queria deixar um convite para lerem minhas obras, tanto O Diário de Lucca aqui na Widcyber quanto minhas outras produções, as novelas antigas vocês podem encontrar no MegaOD na aba “ONTV no OD” ou, então, no meu Instagram (@autorjpritter) vão encontrar um agregador de links com todos esses links. Eu convite para conhecerem meu universo literário compartilhado que está começando, eu comecei a escrever em 2018, eu acho, mas agora que ele vai realmente se expandir, através do meu eBook “As Aventuras do Anjo Noturno” ou se quiserem, encontram em plataformas como Wattpad e no Tapas, de graça, se gostarem comprando a versão física me ajudaria muito.
Continuem lendo, continuem gostando de novela mexicana, série estadunidense, novela brasileira, árabe, portuguesa… Dorama coreano, japonês, chinês… boy’s love, sem culpa! Procurem se informar também sobre política, lembre-se que Platão já dizia que o ser humano é um animal político, convivemos em sociedade e é nosso dever zelar para o bem-estar da nossa sociedade. É isso, uma boa existência para todos, se você for cristão que Deus te acompanhe e se você for pagão que seus deuses, orixás te acompanhem. Beijos!

 

Assim que estiver com O Diário de Lucca revisado, avisa a mim ou ao Well, que podemos pensar num relançamento de luxo como a série merece.

E muito obrigado pela participação e por abrir tantos detalhes de sua carreira e da participação na Casa dos Autores. Você é sempre bem-vindo aqui no programa. Até uma próxima!

 


 

 

Na semana passada, deixei duas perguntinhas sobre o que você, leitor(a/e/etc.) pensa sobre o Mundo Virtual e do que mais gosta ou menos gosta. Como ainda foram obtidas poucas respostas, vou deixar a enquete aberta até a próxima semana.

 

Pois agora é hora de revelar o nome do último personagem homenageado no A Cyber que Amamos antes do hiatus do Backstage — sim, eu já havia adiantado sobre essa parada há algumas semanas, no quadro Bastidores.

A vencedora foi a Marta, da novela Partes de Mim.

 

 

A homenagem vai ao ar no domingo que vem, dia 22. O hiatus se inicia no dia 29 e durará até a segunda quinzena de outubro. O Observatório da Escrita segue no ar normalmente.

 


O Cyber Backstage termina por aqui. Aproveite para ler o Observatório da Escrita, que traz a resenha de uma série escrita a seis mãos. Tenha uma ótima semana!

 

não perca a grande final
AMANHÃ À NOITE

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