Programa 10

Olá, querido leitor! Olá, querida leitora! Hoje vai ao ar o último Cyber Backstage de 2018. O ano passou muito rápido, não foi? Também achei. Dia desse eu agendava o primeiro capítulo de O Leão – meados de abril – e agora à espera do vindouro 2019.

Hoje tem muita coisa boa: algumas das atrações de fim de ano que as emissoras virtuais exibirão ou já exibiram; entrevista com o escritor Édy Dutra, de Talismã (WebTV); e um bate-papo rápido com J.P. Ritter, de Caminho Único (OnTVPlay).

• As emissoras virtuais estão a todo vapor com suas atrações de fim de ano e/ou para 2019.

• Na Cyber TV será exibido o conto O Natal Não Está Perdido, de Henzo Viturino, hoje às 17h.

• Em 2019, pelo menos três novas histórias se iniciarão: a minissérie Família por Acaso (de Ramon Silva e Leonardo Antunes) e as novelas Ninho de Cobras (de Marcelo Maia) e Flashback (de Marcelo Delpkin). Outras atrações serão marcadas nos próximos dias pelo presidente Well Vianna.

• A minissérie Belo Litoral terá seu último capítulo exibido em 7 de janeiro, após o recesso da emissora no período de Festas. A partir desta data, as novelas Cecília, Coroa de Diamantes, No Rumo da Vida e Ser Feliz (esta em sua última semana) seguem normalmente com seus capítulos nos mesmos horários de exibição.

• Os programas Cyber Backstage e Observatório da Escrita retornarão nos dias 19 e 20 de janeiro, respectivamente. O apresentador Marcelo Delpkin usará a semana anterior para divulgação de Flashback, a estrear no dia 14.

• A WebMundi também está lotada de novidades. Embora não se tenha preparado nada para o fim do ano, o público poderá esperar muita coisa boa para o próximo ano.

• O apresentador Kax Silva divulgou em nota para o Backstage a novela O Mundinho Shopping Shopping e o retorno do programa Astrolozilda. Também haverá investimentos na plataforma WebMundiGo, além de workshops sobre enredo, roteiro, formatação de textos e temas afins para aqueles que querem se especializar no ramo.

• J.P. Ritter contou que a OnTVPlay exibirá sua webnovela Sangue & Esplendor, uma trama que se passa na Antiguidade (uau!), a partir de 21 de janeiro. Também são esperados novos episódios de Caminho Único e Minha Terra, Minha Herança, além do lançamento da série Só Você!, de Davi Pezolito, para fevereiro. Um programa sobre os 50 anos da Revolta de Stonewall, de temática LGBT, também será exibido.

• Megapro teve uma semana super agitada de ótimos especiais. Além da nova edição do Hello, a revista eletrônica do canal, também houve: Noite Feliz, conto de Eduardo Moretti; uma releitura do Sítio do Pica-pau Amarelo escrita por Rennan Lopes e João Carvalho; Os Garotos da Rua da Praia, de Gabriel Fonseca; e Íntimo Desejo, de Lucas Oliveira, que foi o primeiro exibido.

• Projeto antigo de Débora Costa, a releitura da telenovela global de Walther Negrão O Primeiro Amor (1972) fechou a semana. A trajetória de Luciano, o diretor de uma importante escola que se apaixona pela governanta Cristina (que na novela era Paula), mas que não consegue esquecer o primeiro amor (Adele, nome novo de Maria do Carmo), ganhará uma resenha do Observatório da Escrita de amanhã.

• Coisas da Vida, também de Débora, será uma das novas atrações do canal em 2019.

• Reflexo da Morte, conto de Melqui Rodrigues para 00:00, também ganhará resenha no mesmo programa.

• Hoje (22) começam as votações para o Troféu DNA 2018, organizado por Henzo Viturino. Atrações como Anti-Herói, Dark Hills, Insensatez e Triângulo Amoroso estão entre os indicados.

• Amanhã será a divulgação dos indicados dos prêmios Cyber Awards e Mega Awards. Esta última, organizada pela Megapro, abrange obras e programas de todo o Mundo Virtual.

• A Cyber Awards envolve apenas as obras de dramaturgia da casa. Para dar uma palinha, pouco mais da metade das histórias concluídas ou em exibição (e que estrearam entre novembro de 2017 e novembro de 2018) foi indicada em pelo menos uma das 21 categorias. Nisto contam-se novelas, contos, séries e minisséries.

• O pessoal da WebMundi está de olho no Observatório da Escrita. O quadro DicioCyber inspirou a turma de William e Kax a criar um anúncio para as novas ferramentas que pululam na WebMundiGo? Confira o resultado:

de Henzo Viturino
Hoje às 17h

O entrevistado de hoje é pra lá de especial. Considerado um dos maiores novelistas do atual Mundo Virtual, Édy Dutra já tem quase 10 anos de carreira na literatura da web. Autor de grandes sucessos como Passos da Paixão e Escolhas da Vida, agora ele exibe Talismã quinzenalmente na WebTV. Vamos conferir:

1) Como você se descobriu escritor?
Eu não sei exatamente um ano ou algo mais datado de quando eu comecei a escrever. Sempre gostei de criar historinhas… Eu comecei a exercitar isso com mais afinco já no final da adolescência, meus 16/17 anos. Mas lembro que quando criança eu criava pequenos livrinhos , dobrava duas folhas de ofício e criava ali as histórias, com alguns desenhos… Mas escrever mesmo, neste mesmo modelo que faço hoje, já foi com meus 16 anos, por aí.

2) Como você conheceu a literatura da internet e como passou a escrever para ela?
Conheci por acaso. Eu fiquei com vontade de publicar minhas histórias mas não sabia direito como fazer. Aí pesquisando sobre novelas virtuais, encontrei o Portal Canal1. Isso em 2009. Comecei lá, postando uma minissérie. E desde então não parei mais… Passei pelo Recanto das Letras, em 2010, e acredito que vivi ali o auge da seção de Roteiros do site, pois eram produções incríveis e com altos índices de leitura. Foi uma grande escola também. Fiquei lá até 2013, quando entrei na WebTV.

3) Sua primeira obra foi a minissérie Sons do Amor. Como foi escrevê-la e como foi a repercussão na época, em 2009?
Foi uma experiência muito bacana. Eu fiz uma história de ficção que misturava fatos reais, ao estilo Maria Adelaide. Contei a chegada da primeira ferrovia do Rio Grande do Sul, que fica em São Leopoldo, minha cidade natal e onde moro… A minissérie foi bem recebida. Primeiro pelo fato de ser de época, coisa que não era comum. E segundo pelo texto diferenciado, era um novo perfil de roteiro. Foi muito bom. Infelizmente ela não foi concluída, mas segue guardada. Quem sabe futuramente? Rsrsrs

4) Em seguida veio a novela Mar da Vida. Fale um pouco sobre ela.
Mar da Vida foi minha primeira experiência com novelas. E foi meu laboratório então, porque eu inseri ali tudo o que eu queria testar. A história era simples (a moça pobre que se apaixona pelo rapaz rico, a irmã invejosa, a mãe do rapaz uma megera…). Nada novo. Porém, eu fui trabalhando todas as nuances que poderia. E a história rendeu 81 capítulos. Criei personagens marcantes para mim, como o vilão homossexual Felipe (bem antes do Félix hehe), a socialite falida Virgínia, a empresária Cristina (que sofria de transtorno bipolar)… Mar da Vida foi minha estreia no Recanto das Letras e me trouxe um grande reconhecimento.

5) A minissérie O Apagar da Estrela trouxe Malu Galli como protagonista. Ela aparece no elenco de diversas obras suas, assim como outros “talismãs” (risos). Como você faz as escalações de elenco das obras?
A Malu foi intérprete da Cristina (Mar da Vida) e ali eu já me apaixonei por ela… Em O Apagar… Ela aparece com uma personagem mais leve, porém, de grande importância. Eu sou fã da atriz e gosto de reservar papéis de destaque para ela nas minhas histórias. Eu geralmente escrevo as obras já pensando em alguns atores. Tem aqueles que sempre fazem as minhas obras. Jonathan Haagensen fez TODAS as minhas obras. Júlio Rocha fez boa parte também, Júlio Rocha, Christine Fernandes, Valquíria Ribeiro… Eu adoro escalar elenco. É uma das coisas que mais me dá prazer na construção da história.

6) Em 2012 foi ao ar a primeira versão de Talismã. Atualmente você exibe a segunda versão na WebTV. Que diferenças há entre as duas versões tanto nas histórias, como na sua maneira de escrever?
Eu não mudei nada na história. É a mesma que foi exibida há 6 anos. O que eu alterei foi alguns atores no elenco. Mas a história segue igual. Talismã foi uma trama mais madura, onde eu trabalhei melhor situações, escrita, se comparada com Mar da Vida. Foi uma novela que eu tive uma alegria enorme em escrever por toda amarração da história. Eu me empolgava lendo o que eu mesmo escrevia. Louco né? Mas era satisfação pelo trabalho. A novela teve uma repercussão enorme no Recanto, eu recebia e-mails de feedbacks dos leitores, elogiando, relatando suas impressões com a trama, personagens. Foi uma grande novela, e tem um lugar especialíssimo na minha história.

7) Em 2013 você entrou para a WebTV e estreou com a premiada Passos da Paixão. Como surgiu a ideia desta novela?
Eu queria falar sobre o mundo da moda. Mas trazer um pouco mais do “real”. Então criei a Silvia, uma costureira de bairro mas que tinha um conhecimento acima da média para moda. E a amiga invejosa Rosana, que não tinha talento nenhum e só queria uma oportunidade de se dar bem na vida. Entre as duas, Júlio, um rapaz um com fama de bad boy, apaixonado por Rosana (que o despreza) sem saber que Silvia o ama incondicionalmente. A história já estava rabiscada há um tempinho. Eu apenas organizei melhor a ideia e apresentei na WebTV. Quando foi aprovada me deu um frio na barriga hehe mas acabou ocorrendo tudo bem e a novela foi o furor que foi. Falei da moda, modelos, dos passos que cada um dá para ser feliz. Esse era o mote da história.

8) Terra da Garoa veio em seguida, com a talentosa Juliana Alves no papel principal. Os atores negros têm destaque nas suas obras. Como você avalia a relação entre esses atores e a TV? Você acha que a TV precisa se abrir mais para o talento deles?
Óbvio que precisa. A TV não faz 1 terço do que deveria quando se fala em representatividade negra. Eu mesmo preciso abrir mais espaço para isso no MV. Reconheço que poderia (e posso) fazer muito mais pela visibilidade e representatividade negra nas minhas histórias. E farei isso, sem dúvidas. O MV pouco investe nisso também. É um trabalho de formiguinha mas que eu vou fazendo com total apoio da WebTV que sempre me deixou livre para criar e expor as ideias que eu quiser.

9) Falando em representatividade, você é conhecido por abordar os temas sociais de forma muito cotidiana e interessante. Escolhas da Vida trouxe o delicado tema de duas mulheres que se amavam e que desejavam ter um filho. Como foi escrever a novela?
Escolhas foi uma trama muito especial. Eu sempre gosto de trazer representações significativas nas minhas novelas. E os lgbts não poderiam ficar de fora. Escolhas da Vida foi criada inicialmente como uma minissérie. Eu a apresentei para a direção que decidiu por transformar a história numa novela. Então tive que criar uma nova estrutura, com mais tramas paralelas e principalmente, novas situações que gerassem um andamento na história. Porque a ideia original era de 15 capítulos e acabou gerando 31. E eu sentia muita vontade de trazer uma trama homoafetiva para o protagonismo, uma trama que pudesse ser real. E Escolhas da Vida foi a minha novela mais realista de todas. Os personagens muito críveis, os diálogos, as tramas… Tudo muito natural, passível de que pudesse acontecer. E levar uma história homoafetiva sem caricatices, clichês, lacrações… Havia a homossexualidade masculina e feminina e ambas com toques que qualquer um de nós conhece alguém que parecido. Era isso que eu quis passar. Não apenas com a Fernanda, a Paula e o Diogo, mas com a Eliane, com o Tito, com o João, a Norma, o Arthur, a Regina (mais uma vez Malu Galli brilhante). Foi um prazer dividir a história com o Diogo de Castro, que colaborou e muito para a novela ganhar a dimensão que ganhou. Foi um grande colega e amigo.

10) Se você fosse contratado para escrever uma telenovela, qual obra você levaria primeiro ao ar? Por quê?
Dessas que eu já escrevi? Nossa… Que pergunta difícil… Eu, sinceramente, nunca pensei numa trama minha na tv, mesmo escrevendo para atores reais, mas eu levaria Escolhas da Vida. Por ser o meu melhor texto até então. Acredito que ela renderia bem na TV.

11) Você já se identificou com alguma trama que escreveria? Com algum personagem? Se sim, qual ou quais?
A trama central de Escolhas da Vida foi algo que me trouxe uma reflexão muito grande. As pessoas são julgadas o tempo inteiro, inclusive por amar alguém do mesmo sexo. Julgadas por AMAR. Então eu me identifico com a luta, a persistência da Fernanda e da Paula em viver esse amor acima de qualquer barreira.

12) Você costuma ler as demais obras da WebTV? E de outras emissoras? Quais são suas leituras atuais ou quais foram as últimas que você leu?
Eu gosto de ler sim, acompanhar um pouco do que está rolando por aí. Li Insensatez, da Débora Costa e gostei muito. Li Gato Preto, da Cristina Ravela. Estações da Vida, As Mulheres da Minha Vida, Garotas do Rio que o Alcântara fez foi DIVINA!!… Eu prefiro acompanhar mais novelas, mas ultimamente não tenho conseguido muito não.

13) Deixe seu recado para os leitores do Cyber Backstage.
Primeiramente, gostaria de agradecer pelo convite, pela oportunidade de falar um pouco sobre a minha trajetória por aqui neste mundo virtual… E dizer também para que a galera não deixe de fomentar as histórias aqui produzidas. Leiam, comentem, façam com que AS HISTÓRIAS sejam o assunto por aqui e não as intrigas e ataques de ego entre autores, diretores e emissoras. Isso não agrega. Parabéns Cyber Backstage pela produção e muito obrigado!!!

Muito obrigado, Édy! É uma honra tê-lo aqui, e espero que se repita mais vezes. Desejo muito sucesso em 2019, com Talismã e com os próximos trabalhos.

O que será que o J.P. Ritter, autor da famosa série Caminho Único e da nova novela Sangue & Esplendor, mais ama e mais odeia? Ele contou para o Backstage, e o resultado você confere agora:

Obrigado pela participação, J.P. Que venha um excelente fim de ano pra você… lotado de guloseimas com alho (rsrs).

Chegamos ao fim do último Backstage do ano. Mas em 2019 tem mais. A partir de 19 de janeiro, neste mesmo canal e horário, o programa está de volta firme e forte.

Amanhã tem Observatório da Escrita às 18h. Isa Miranda traz um tema pra lá de polêmico no quadro Mundo Editorial: o plágio. E duas obras especiais para o quadro Resenha.

Conto com você amanhã. Abração!