novela de GUSTAVO LOPES
Último capítulo – amanhã às 20h
Junto com o capítulo 04 de Riacho Paraíso

 


 

Boa noite, leitor(a) do Cyber Backstage. Hoje tem Cyber Retrô em duas partes. Na primeira, vamos relembrar a obra de um dos mais conceituados atores brasileiros; em seguida, uma das webnovelas mais lidas e amadas na história da Cyber TV. Vamos lá!

 


Foto: revista Ilusão, no blog Astros em Revista

No último dia 3, perdemos um dos atores brasileiros mais conceituados no país e no mundo, especialmente após a conquista da Palma de Ouro em Cannes para o filme que protagonizou no início dos anos 1960, O Pagador de Promessas, após atuar com sucesso na versão teatral no mesmo personagem — Zé do Burro.

Leonardo Villar, nascido Leonildo Motta em 25 de julho de 1923, iniciou uma carreira brilhante como ator ainda na juventude, enquanto atuava como alfaiate, habilidade que o ajudou na confecção de figurinos (ternos e vestidos) de colegas, como os do Teatro Brasileiro de Comédia, o nostálgico TBC. Mais tarde, entrou para a companhia teatral de Sérgio Cardoso e Nydia Lícia, de quem se tornou amigo pessoal. Durante toda a carreira, atuou em dezenas de peças, entre elas três montagens de Um Panorama Visto da Ponte, considerada a mais marcante atuação do ator nos palcos.

Villar estreou no cinema com o filme mais famoso, em 1962, com direção de Anselmo Duarte. Também foram projetados para a fama atores como Geraldo Del Rey, Norma Bengell, Othon Bastos e Glória Menezes, esta como a protagonista feminina. Lampião, o Rei do Cangaço (1964), A Hora e a Vez de Augusto Matraga (1965), A Madona de Cedro (1968) e Ação Entre Amigos (1998) são outros filmes de sucesso com o brasileiro. Ao todo, foram 16 títulos entre longas e curtas.

Na TV, foram inúmeros teleteatros, casos especiais e outras histórias de episódios únicos. Causou furor em A Cor da Sua Pele (1965) ao fazer par romântico com Yolanda Braga, atriz negra, numa época em que o racismo era bem mais exposto e “aceitável” do que hoje. Estreou na Globo, anos mais tarde, com uma difícil missão: substituir o amigo recém-falecido Sérgio Cardoso como o protagonista de O Primeiro Amor, novela de enorme sucesso naquele 1972. Missão cumprida com talento e sucesso. Houve outras dezenas de novelas e minisséries na Manchete, Band, SBT, Record, TV Rio e na própria Globo. Menção honrosa ao trabalho em Estúpido Cupido, Marquesa de Santos, Barriga de Aluguel, Laços de Família e nas duas versões de Os Ossos do Barão (1973 e 1997).

Conhecido por sua simplicidade e pela forma muito própria de compor seus personagens, Villar deixa várias gerações de fãs de seu trabalho e uma vasta coleção de obras em dramaturgia, muitas delas disponíveis em vídeos e imagens. Para sempre será um artista a ser lembrado com carinho e como sinônimo de talento.

 


29 de julho de 2019. Um crime deixava o público leitor da Cyber ávido para acompanhar a novela que se iniciava naquela noite. Após histórias românticas e de apelo mexicano, além de uma passagem rápida por duas emissoras, Débora Costa voltava pra casa com um texto bem diferente. Excelsior tinha como protagonista uma família inteira: os Blackwell, arrogantes, conservadores e orgulhosos de sua origem aristocrática e norte-americana bem representados pela figura do patriarca Peter. Casado com Margareth, com quem tinha quatro filhos: Walter, Melanie, Arthur e o ambicioso William. Entre os netos, destaque para a controladora Amber, a espevitada Alicia e o playboy Théo.

Baile de máscaras na mansão do clã. Walter é misteriosamente assassinado à beira da piscina. Todos são suspeitos, desde Peter até os empregados. Além das investigações, surge uma filha para Walter, até então oculta. Sarah herda os bens do pai, é introduzida ao ambiente então desconhecido e luta contra a oposição de quase toda a família. Mais do que isso: desmascara um a um que passar por seu caminho. Alicia, por exemplo, trai o noivo Renan e mantém um caso com o próprio tio, William. Ela também mata o marido da prima Amber após ser descoberta por ele; ao ver que William está para trocá-la por Luíza, arma para que a moça dê o flagrante neles e causa a morte da noiva. Enquanto isso, descobre-se que Jaqueline trocou a filha Yorrane por Théo, por quem tem uma estranha devoção, na maternidade apenas para se manter casada com Arthur e ostentar o fato de ser uma Blackwell. O fato é revelado depois que Théo e Yorrane começam a namorar, sob protestos da perua. Estes e outros mistérios fizeram de Excelsior um dos maiores clássicos da Cyber TV.

Conversei com Débora Costa sobre os bastidores da novela. Confira:

1) Como surgiu a ideia de Excelsior?
Eu estava buscando algo diferente das novelas anteriores, para não ser taxada como um único estilo ou que conto a mesma história sempre, o que não é verdade. Cada história é diferente da outra. Eu gosto de ouvir música porque me ajuda a criar, e, ouvindo a música Caminante, do grupo Bajofondo, me deu a ideia de criar uma história onde um crime fosse pano de fundo, uma história com clima dark. A partir daí, comecei a criar Excelsior.

2) Quais foram suas principais inspirações para a novela?
O tango instrumental foi a inspiração do início ao fim. Para o sobrenome quis homenagear o autor Sidney Sheldon, que é incrível no livro “ O Reverso da Medalha”, que tem a família Blackwell. E também “A Próxima Vítima”, novela do Sílvio de Abreu.

3) William e Alicia Blackwell foram considerados os personagens de mais destaque na trama. Como foi escrever esse casal de amantes e as cenas deles?
William e Alicia foram inspirados em Marcelo e Isabela, da novela “A Próxima Vítima”. Não quis copiar, mas sim criar algo em cima do que vi na novela. Tanto que as personagens têm muitas diferenças. Escrever as cenas deles não era fácil, porque eu queria passar o lado de sadismo que eles tinham, porém sem pesar a mão, sem exagerar nas descrições, porque esse não é o meu tipo de escrita, mas achei que caía como uma luva para os vilões, e deu certo.

4) Com que personagem ou personagens você se identificou mais? Se fosse hoje, eliminaria ou acrescentaria algum à história?
Não me identifico com nenhum, mas posso dizer quais foram os melhores para criar as cenas: William, Alícia e Peter. E eu não mudaria nada na história. Acho que, do jeito que foi, foi ótimo, as pessoas adoraram, e eu também. A trama saiu exatamente como eu queria.

5) Como foi o processo de escrita?
Foi o mais trabalhoso, digamos, devido ao fato de ter que dosar muitas coisas, porém sem perder a liberdade de criar em cima das personagens.

6) Muitos autores do Mundo Virtual consideram está sua melhor novela até agora, sem considerar a que está no ar. A que você atribui o sucesso da novela?
Eu não sei dizer ao certo, mas acho que foi o suspense. Os vilões foram fortes na história.

7) Qual foi a cena ou a sequência mais difícil de escrever em Excelsior? Por quê?
As cenas de William e Alícia sempre eram as mais difíceis, porque eu tinha que dosar tudo, e as cenas em que Alicia mata o Vinícius e em que Luiza flagra Alicia e William juntos e acaba sendo atropelada, e isso a levou a morte, foram as mais tensas.

8) Se você tivesse a oportunidade de publicar Excelsior na TV, que emissora você escolheria?
Minhas novelas tem cara de SBT, o que acho perfeito, porque adoraria trabalhar lá, mas Excelsior tem cara de Rede Globo.

9) Se Excelsior ganhasse um remake no MV, quem você gostaria que escrevesse: Cristina Ravela, Nathan Freitas, Miguel Rodrigues ou Henzo Viturino? Por quê?
Todos são ótimos autores, mas Cristina Ravela iria se dar bem reescrevendo Excelsior. Ela é ótima com tramas policiais. Saberia exatamente o que fazer com William e Alicia, também.

Muito obrigado pela participação, Debby!

Atualmente ela escreve outro sucesso. E Vamos À Luta! está no ar nas segundas, quartas e sextas às 21h.

 


O Cyber Backstage fica por aqui. Tenha uma ótima semana. Até o próximo domingo!

A Widcyber está devidamente autorizada pelo autor(a) para publicar este conteúdo. Não copie ou distribua conteúdos originais sem obter os direitos, plágio é crime.

Pesquisa de satisfação: Nos ajude a entender como estamos nos saindo por aqui.

Leia mais Histórias

>
Rolar para o topo