CENA 01. ALBUQUERQUE DRINK’S DISTRIBUTOR. ESCRITÓRIO DE MURILO. INT. NOITE.

Murilo está sentado em sua mesa, concentrado, mexendo em seu computador. Alguém entra; aparecem apenas os pés. Murilo se levanta da mesa, assustado com o que vê. Alberto está a sua frente, apontando uma arma para ele.

 

MURILO – Você me odeia tanto assim? A ponto de me matar?

ALBERTO – Odeio! É claro que eu odeio! Você é um invejoso, sempre quis tudo o que era meu! Faliu a nossa empresa! Eu cansei de você, Murilo. Eu cansei. Você sempre me humilhou, se achou melhor que eu, mas nunca foi. Você dizia ter mais direitos do que eu. Só eu sei o que eu já sofri ouvindo as suas baboseiras. Deus que me perdoe pelo que eu vou fazer, mas é necessário!

 

Murilo se encontra em estado de choque, nervoso por dentro. Alberto puxa o gatilho. CAM mostra apenas Murilo, que começa a chorar. Se escuta o som de um tiro e Murilo cai no chão.

CONTINUAÇÃO DO CAPÍTULO ANTERIOR.

Murilo está caído no chão, ainda com vida. Alberto se abaixa perto dele e começa a rir de Murilo, que chora.

 

MURILO (com dificuldade de falar) – Por favor, Alberto, fala pra Marina que eu amo muito ela. E que qualquer coisa que ela descobrir, não foi por mal…

 

Alberto se levanta e sai, bate a porta, sem nenhum ressentimento. Murilo tenta encontrar forças para se levantar, mas não consegue. Após alguns segundos de sofrimento, o homem morre.

 

CENA 02. CASA DE JOYCE. SALA. INT. NOITE.

Joyce recebe Cecília, Hanah e Bryan em sua casa. Todos se sentam no sofá.

 

JOYCE – A que devo a honra dessa visita?

CECÍLIA – A Hanah disse que sabe muitas coisas do Murilo e que está disposta a nos ajudar.

JOYCE – Entendi… Por enquanto, não faz nada, Hanah. Nós temos que esperar para ver o que vai acontecer sob o efeito do vídeo que lançamos hoje. Mais pra frente, a gente pode precisar dos teus depoimentos. Ter algo inédito sempre é bom.

HANAH – Eu entendo, dona Joyce. Estarei aguardando chegar o dia de eu por tudo pra fora, e não vejo a hora de ajudar vocês a desmascarar aquela família de idiotas.

CECÍLIA – A sua ajuda será muito bem-vinda, Hanah. Quanto mais gente, melhor!

 

Cecília e Joyce trocam sorrisos entre si, felizes. Hanah se encontra pensativa, e Bryan não consegue parar de olhar para Cecília, mas disfarça.

 

CENA 03. CASA DE VICENTE E MANUELA. SALA. INT. NOITE.

INSTRUMENTAL: Triste.

Manuela entra em casa, chorando. Ela joga a bolsa no sofá e logo em seguida se joga nele também. Larissa vem do quarto e se preocupa ao ver a mãe chorando, se senta no sofá ao lado dela.

 

LARISSA – O que aconteceu, mãe?

MANUELA (enxuga as lágrimas) – Nada não, filha.

LARISSA – Mãe, a senhora pode confiar em mim. Eu sou a sua filha, pode falar o que tá acontecendo.

MANUELA – Eu me arrependi muito de ter aceitado aquele emprego com o Alberto. Eu sou secretária dele, mas ele age como se eu fosse escrava… Acredita que ele já até me fez limpar a casa dele? Eu não nasci pra isso, não, filha.

LARISSA – Ninguém nasceu pra isso. E todos que já passaram por uma situação parecida não mereciam também. Mas existe uma diferença: muitas pessoas são realmente obrigadas passar por esse tipo de situação, a senhora não. A senhora está sofrendo porque quer. O papai já disse que a senhora não precisa trabalhar, que ele dá conta de nos sustentar e ainda sobra dinheiro.

MANUELA – Eu sei, filha. Eu fui atrás disso porque eu estava cansada de ficar o dia todo plantada em casa. Mas se eu soubesse que as coisas seriam assim, eu nunca teria aceitado esse emprego.

LARISSA – Ainda dá tempo de desfazer tudo isso, mãe. Pega sua demissão, se desliga daquele povo e vai ser feliz.

MANUELA – Você tem razão. Eu vou seguir teus conselhos. E me desculpa por todas as vezes que eu deixei de te ouvir. Eu te amo, Larissa.

 

Manuela e Larissa se abraçam.

 

CENA 04. MANSÃO ALBUQUERQUE. ESCRITÓRIO DE MURILO. INT. NOITE.

Lorenzo e Vicente estão sentados, conversando.

 

VICENTE – Olha, Lorenzo. Eu vou ser sincero. Sem as imagens de câmeras de segurança daqui de dentro vai ser impossível identificar os indivíduos. Com as lá de fora nós só conseguimos ver um, mas ninguém conhece, nunca teve passagem pela polícia. Assim fica difícil.

LORENZO – Tudo bem, Vicente. Eu sei que é difícil mesmo. Pode esquecer isso, eu me resolvo com meu pai. A gente vai dar um jeito. Mesmo assim obrigado pelos dias que você nos ajudou.

VICENTE – Por nada, Lorenzo. É só o meu trabalho, e eu faço com o maior prazer. Qualquer coisa, é só me chamar.

LORENZO – Pode deixar. Boa noite.

VICENTE – Boa!

 

Vicente se levanta e sai do escritório. Lorenzo fica preocupado.

 

CENA 05. MANSÃO ALBUQUERQUE. SUÍTE DE MURILO E MARINA. INT. NOITE.

Marina e Priscila estão sentadas na cama conversando, animadas.

 

PRISCILA – E o Lorenzo te contou a novidade?

MARINA – É claro, querida. Você acha mesmo que o meu filho não iria me contar uma coisa dessas?

PRISCILA – É, eu também adorei! Eu nunca pensei eu ele fosse me pedir em casamento tão cedo assim!

MARINA – Vocês precisam casar logo e ir embora de uma vez do Brasil. Assim aquela Cecília não terá nem chance de estragar tudo, como ela sempre faz.

 

Priscila concorda com Marina, mas no fundo está pensativa.

 

CENA 06. RIO DE JANEIRO. PLANOS GERAIS. EXT. MANHÃ.

Amanhece. CAM AÉREA sobrevoa a Praia de Ipanema; em seguida corta para a fachada da casa de Cristina e Elias.

 

CENA 07. CASA DE CRISTINA E ELIAS. SALA. INT. MANHÃ.

Cecília está sentada no sofá, pensativa. Cristina vem da cozinha e se senta ao lado da filha.

 

CRISTINA – Aconteceu alguma coisa, Cecília?

CECÍLIA – Não, nada. Mas… Eu estou com uma sensação tão ruim, sabe? Estou sentindo que algo horrível vai acontecer hoje, mãe.

CRISTINA – Credo, Cristina. Vira essa boca pra lá.

 

Cristina se levanta e volta para a cozinha. Cecília continua pensativa.

 

CENA 08. MANSÃO ALBUQUERQUE. FACHADA. EXT. MANHÃ.

Juliana está passando pela frente da mansão. Bárbara sai e vê a moça, vai até ela e a puxa pelo braço.

 

BÁRBARA – O que você tá fazendo aqui?

JULIANA – Primeiro que eu não devo satisfação da minha vida pra você! Segundo que eu estou na calçada, e não corre nem o risco de eu entrar pra sua casa!

BÁRBARA – É, porque também se quisesse entrar depois das mentiras que disse naquele vídeo seria demais, né?

JULIANA – Mentira? Bárbara, você só engana a você mesma. Com licença.

 

Juliana atravessa a rua e continua andando. Bárbara olha para ela, com raiva.

 

CENA 09. CASA DE ROSA. SALA. INT. MANHÃ.

Rosa está sentada no sofá, lendo um jornal. Hanah vem de seu quarto, sorridente, se senta ao lado da mãe.

 

HANAH – Bom dia, mãe.

ROSA (estranha) – Bom dia… O que tá dando em você?

HANAH – Nada, por quê?

ROSA – Sei lá, você tá estranha. Sorridente, dando bom dia toda hora, tá estranho isso.

HANAH – Ah, mãe, finalmente a minha vida está dando certo. E eu estou feliz por isso. Eu já não estou mais com o traste do Murilo, e o Pedrinho está se aproximando de mim. O meu filho, mãe. O meu filho está se aproximando de mim.

ROSA – Que bom que você está feliz então, filha. E agora aproveita todo o tempo que tu perdeu com ele e recupera tudo, filha. Dê todo o amor do mundo pro Pedrinho, que ele merece.

HANAH – Eu sei, mãe. E eu vou dar. Vou dar ate mais do que ele merece, pode ter certeza.

ROSA – Que bom, então.

 

Hanah se levanta e vai para a cozinha, feliz. Rosa volta a ler seu jornal.

 

CENA 10. ALBUQUERQUE DRINK’S DISTRIBUTOR. FACHADA. EXT. MANHÃ.

Uma multidão está concentrada em frente à empresa, junto com o carro do IML. Lorenzo chega, a pé, e fica confuso ao ver tudo aquilo. Manuela o vê de longe e vai correndo até ele. Ela demonstra tristeza.

 

LORENZO – O que aconteceu, Manuela?

MANUELA – O seu pai, Lorenzo… Ele foi encontrado morto no escritório dele. Parece que foi vítima de um tiro e, pelo que eu ouvi, foi proposital.

LORENZO (começa a chorar) – Não é possível! Bem que eu estranhei a demora dele pra chegar em casa ontem. Na verdade ele nem chegou! Onde é que ele tá? Eu quero ver ele, Manuela. Eu quero ver meu pai.

MANUELA – Daqui a pouco o IML vai levar ele, ai você vai poder vê-lo. Fica tranquilo.

LORENZO – Como que eu vou ficar tranquilo numa situação dessas? Como?

 

Manuela abraça Lorenzo, que está chorando muito.

 

CENA 11. CASA DE CRISTINA E ELIAS. SALA. INT. MANHÃ.

Cecília está sentada no sofá, assistindo televisão. No noticiário ela descobre que Murilo foi assassinado e entra em choque.

 

CECÍLIA (grita) – Mãe, corre aqui! Rápido!

 

Cristina vem correndo da cozinha e se aproxima de Cecília.

 

CRISTINA – O que aconteceu, filha?

CECÍLIA – O Murilo, mãe. Ele foi assassinado!

CRISTINA – O quê? Olha… A notícia ainda não acabou.

 

As duas começam a prestar atenção na televisão.

 

NA TELEVISÃO:

 

RÉPORTER – Na manhã de ontem foi lançado um vídeo na internet pela digital influencer Valentina Rabelo onde ela, mais quatro mulheres e um homem fazem várias acusações à família Albuquerque. Por conta disso, as seis pessoas que estavam no vídeo são os principais suspeitos pela morte de Murilo Albuquerque. Mais informações ao longo da nossa programação.

 

VOLTA PARA A CENA.

 

CECÍLIA – Não acredito nisso! Uma hora acusada pela morte do pai, outra hora pela morte do filho! Era só o que me faltava mesmo!

CRISTINA – Se acalma, filha. Deus vai ser justo e não vai deixar que nada de ruim aconteça com vocês. Eu sei que vocês são inocentes.

 

Cecília se levanta e abraça Cristina, ainda em estado de choque.

 

CENA 12. MANSÃO ALBUQUERQUE. SALA. INT. MANHÃ.

Marina está parada no meio da sala, em estado de choque, chorando muito. Bárbara desce às escadas e estranha ao ver a mãe naquela situação.

 

BÁRBARA – O que aconteceu, mãe?

MARINA – O seu pai, Bárbara… Ele foi encontrado morto na empresa.

BÁRBARA – O quê?

MARINA – Isso mesmo que você ouviu. Nós precisamos ir pra lá agora, rápido.

BÁRBARA – Espera, vou só retocar minha maquiagem.

MARINA – Não tem tempo pra isso, Bárbara. Vamos logo!

BÁRBARA – Tá bom, então bora logo!

 

As duas saem. Marina chorando, e Bárbara apenas demonstrando tristeza.

 

CENA 13. APARTAMENTO DE VALENTINA. SALA. INT. MANHÃ.

Valentina está sentada no sofá, assistindo televisão. Na televisão passa uma entrevista de Alberto falando que, com certeza, foram as pessoas do vídeo que mataram Murilo. Valentina fica indignada e se levanta, com raiva.

 

VALENTINA – Era só o que me faltava mesmo, ser acusada de assassinato! Isso não vai ficar assim!

 

Ela pega seu celular e liga para Cecília. As duas conversam em FADE. Otávio observa tudo, apreensivo, com medo do que pode acontecer caso ele mostre o vídeo para alguém.

 

CENA 14. ALBUQUERQUE DRINK’S DISTRIBUTOR. FACHADA. EXT. MANHÃ.

Manuela ainda consola Lorenzo, que chora muito. Marina e Bárbara chegam e vão correndo até o jovem. Os três se abraçam. Manuela se afasta para deixar a família a sós.

 

LORENZO – Se a gente tivesse vindo atrás do papai ontem, nada disso teria acontecido, mãe.

MARINA – Não fala isso, Lorenzo. A culpa não é nossa!

 

Os três continuam abraçados, tristes.

 

CENA 15. CASA DE ROSA. SALA. INT. MANHÃ.

Hanah está sentada no sofá, em estado de choque, derramando algumas lágrimas dos olhos. Rosa vem da cozinha e se senta ao lado da filha.

 

ROSA – Você tá assim por causa do Murilo, né?

HANAH – Sim, eu tô muito triste.

ROSA – Eu entendo, filha. Eu poderia te julgar, afinal você mesma disse que não tem mais nada com ele. Mas eu entendo a sua dor e vou te respeitar.

HANAH – Obrigada, mãe. Eu passei muitos anos da minha vida ao lado dele. Dói muito saber que ele foi morto dessa maneira.

ROSA – Eu sei, filha. Eu sei.

 

Rosa abraça Hanah e consola a filha.

 

CENA 16. ALBUQUERQUE DRINK’S DISTRIBUTOR. FACHADA. EXT. MANHÃ.

Cecília, Valentina e Joyce chegam juntas, a pé, para tirar satisfação sobre as notícias falsas que andam espalhando. Marina e Bárbara começam a encarar as três, com raiva. Lorenzo, para evitar confusão, se afasta e entra no meio da multidão.

 

MARINA – Você ainda tem coragem de vir aqui? Vão matar mais quem agora?

 

Imagem congela na personagem Marina.

 

FIM DO CAPÍTULO.

A Widcyber está devidamente autorizada pelo autor(a) para publicar este conteúdo. Não copie ou distribua conteúdos originais sem obter os direitos, plágio é crime.

Pesquisa de satisfação: Nos ajude a entender como estamos nos saindo por aqui.

Leia mais Histórias

>
Rolar para o topo