CENA 01. MANSÃO ALBUQUERQUE. SALA. INT. TARDE.

Marina, Bárbara e Lorenzo estão reunidos na sala. O advogado de Murilo também se encontra no local. Nesse momento será aberto o testamento do falecido.

 

ADVOGADO – O senhor Murilo Albuquerque divide a sua fortuna entre os familiares da seguinte forma: Lorenzo e Bárbara, filhos dele, ficam ambos com 40% do patrimônio. Os 20% restantes vão para o terceiro filho dele, Pedro Antunes.

 

Marina se levanta do sofá, surpresa.

 

MARINA – Pedro Antunes? Quem é esse?

 

Marina, Lorenzo e Bárbara ficam sem entender nada. O advogado fica confuso, pois achava que eles sabiam de Pedrinho.

CONTINUAÇÃO DO CAPÍTULO ANTERIOR.

 

ADVOGADO – O Pedro é filho do Murilo, dona Marina.

MARINA – Filho? Você só tá pode tá ficando doido. O Murilo só tem dois filhos: o Lorenzo e a Bárbara.

 

Lorenzo se levanta do sofá e se aproxima da mãe. Bárbara fica ao fundo, mexendo em sue celular.

 

LORENZO – Mãe, todo mundo já entendeu o que está acontecendo. Esse Pedro deve ser filho do papai com outra mulher.

MARINA – O seu pai nunca me falou de outro filho dele quando a gente casou.

ADVOGADO – Acontece que o Pedro tem apenas sete anos.

MARINA – O quê? Então aquele desgraçado me traiu?

LORENZO – Era isso que eu estava tentando dizer, mãe.

MARINA – Deus que me perdoe, mas o que eu mais desejo nesse momento é que o Murilo vá direto para o inferno. Mas voltando ao assunto do testamente, esse menino não pode ficar com nada!

LORENZO – Mãe, é direito dele. A senhora pode ir na justiça, pode fazer o que quiser. Esses 20% a senhora não tira dele. Além de ser filho do papai, tá escrito no testamento.

MARINA – E eu vou ficar sem nada, Lorenzo?

LORENZO – Ah, isso não é culpa minha. Mas com certeza essa casa vai ser dividida entre a Bárbara e eu, então por mim nos vendemos e cada um vai cuidar da sua vida. A senhora pode morar comigo.

MARINA – Ah, pelo menos isso. Porque se vocês me abandonassem… Nem sei o que eu seria capaz de fazer.

 

Marina abraça Lorenzo. Bárbara observa os dois e faz cara de desgosto.

 

CENA 02. BANCO. FACHADA. EXT. TARDE.

Cristina está parada perto de um carro, ansiosa. Cecília de dentro do banco e se aproxima da mãe, ainda sem acreditar.

 

CECÍLIA – A senhora não vai acreditar.

CRISTINA – Fala logo, minha filha. Desse jeito você me mata de ansiedade.

CECÍLIA – Eu fui a única ganhadora do prêmio, mãe. A única!

CRISTINA – Você tá falando sério, Cecília?

CECÍLIA – É claro que eu tô, dona Cristina. A gente tá rica. Quer dizer: a gente tá milionária.

 

Cecília e Cristina se abraçam. As duas pulam de felicidade.

 

CENA 03. MANSÃO ALBUQUERQUE. SALA. INT. TARDE.

Marina está sentada no sofá, com cara feia. Bárbara vem da cozinha e começa a rir ao ver a mãe naquele estado. Bárbara se senta ao lado de Marina.

 

BÁRBARA – Ainda não se conformou, mãe?

MARINA – É claro que não. Se fosse você, estaria conformada?

BÁRBARA – Se fosse eu o quê? Que não tivesse ganhado nada da fortuna do papai? (ri)

MARINA – Para de ser idiota, Bárbara. Larga de graça!

BÁRBARA – Tá bom, eu parei. Mas realmente o papai foi muito sacana com você.

MARINA – Muito mesmo… Eu não esperava isso dele. Me trai, faz um filho fora do casamento e ainda me deixa sem nada quando morre.

BÁRBARA – Não gosto nem de me imaginar numa situação dessas… Eu vou ali pro meu quarto. Se precisar me chama.

 

Bárbara se levanta e sobe as escadas. Marina continua inconformada.

 

CENA 04. RIO DE JANEIRO. PLANOS GERAIS. EXT. NOITE.

SONOPLASTIA: Eu Esqueci Você – Clarice Falcão.

CAM AÉREA mostra o Cristo Redentor e o Pão de Açúcar. Em seguida mostra algumas ruas do Rio, e logo após corta para a fachada da casa de Cristina e Elias. Pelo lado de fora podemos ver que uma festinha está acontecendo do lado de dentro.

 

CENA 05. CASA DE CRISTINA E ELIAS. SALA DE JANTAR. INT. NOITE.

SONOPLASTIA OFF.

Elias, Cecília, Laila, Jussara, Pedrinho, Hanah, Valentina, Pamela, Juliana, Joyce e Larissa estão presentes. Alguns estão sentados, os outros encontram-se de pé em volta da mesa. Todos demonstram estar felizes. Cristina vem da cozinha com uma garrafa de champanhe nas mãos, rindo.

 

CRISTINA – Agora bora comemorar, meu povo! A Cecília agora é milionária! Vou abrir o champanhe. (sussurra) Ai, meu Deus, sempre quis dizer isso.

 

Todos começam a rir ao ouvir o que Cristina disse. A mulher abre a garrafa de bebida, que espuma sobre alguns dos convidados, que riem.

 

CRISTINA – Vou deixar aqui em cima da mesa. Quem quiser, é só pegar. (coloca o champanhe em cima da mesa) O jantar já tá pronto, bora comer!

 

Todos se levantam e saem rumo à cozinha para se servirem.

 

CENA 06. MANSÃO ALBUQUERQUE. SALA DE TV. INT. NOITE.

Marina e Lorenzo estão sentados no sofá, assistido televisão. De repente, começa uma notícia sobre Cecília. Os dois ficam curiosos e prestam atenção.

 

NA NOTÍCIA:

 

RÉPORTER – O nome dela é Cecília Mendes! Ela foi acusada de matar Henrique Albuquerque, passou cinco anos presa, e agora está em liberdade novamente. Mas se engana quem pensa que a vida de Cecília está em paz. A moça está sendo investigada juntamente com seis amigos pelo assassinato de Murilo Albuquerque, filho de Henrique. Mas isso é só um ponto ruim na vida dela. Cecília acaba de ficar milionária e ganhou, sozinha, cem milhões de reais na loteria. Parece que a vida da modelo só vai melhorar, não é? Para se ter ideia, ela já tem uma fortuna maior do que a família que tanto a odeia. Os Albuquerque perderam uma grande parcela da fortuna em um roubo e agora possuem apenas noventa e cinco milhões no patrimônio.

 

DE VOLTA PARA CENA.

 

Marina se levanta com raiva e desliga a televisão.

 

MARINA – Era só o que me faltava mesmo! Agora a Cecília tem cem milhões na conta e eu aqui sem nenhum centavo… Que ódio!

 

Marina sai com raiva, bate a porta.

 

LORENZO – É, quem diria. A Cecília rica. Ela tá reconstruindo a vida dela muito bem. Espero que um dia a gente possa ser amigos e fingir que certas coisas nunca aconteceram…

 

Lorenzo se deita no sofá, pensativo.

 

CENA 07. SÃO PAULO. PLANOS GERAIS. EXT. NOITE.

CAM AÉREA mostra algumas imagens da cidade de São Paulo.

LETREIRO: São Paulo.

 

CENA 08. HOTEL. SUÍTE. INT. NOITE.

Marcão está sentado na cama, pensativo.

 

MARCÃO – É, eu consegui o que eu queria. Roubei a família Albuquerque e agora tô rico. Engraçado que eu consegui fazer tudo isso sem deixar pistas de mim, sem ser pego, e agora vem essa sensação de culpa.

 

Marcão se deita na cama e começa a ter uma lembrança.

 

*Flashback

Marcão, ainda criança, e sua estão conversando em um quarto decorado com carros de desenho ao fundo.

 

MÃE – Existem pessoas ruins, filho. Pessoas que só pensam nelas mesmas e que são capazes de tudo por dinheiro. A gente precisa ficar esperto pra não acabar se envolvendo ou virando esse tipo de gente.

 

*Fim do Flashback

 

Marcão continua deitado. O homem começa a chorar, pensativo.

 

CENA 09. CASA DE CRISTINA E ELIAS. QUARTO DE JUSSARA E PEDRINHO. INT. NOITE.

Pedrinho está sentado na cama, brincando com um carrinho. Cristina entra no quarto e se senta na cama, ao lado do garoto.

 

CRISTINA – Por que você não tá jantando com todo mundo?

PEDRINHO – É porque eu queria brincar um pouco, tia. Mas eu quero falar uma coisa pra senhora.

CRISTINA – Já tô curiosa, Pedrinho. Fale logo, menino.

PEDRINHO – Eu pensei muito e eu quero ir morar com a minha mãe.

CRISTINA – Ai, Pedrinho, que notícia boa!

 

Cristina abraça Pedrinho, feliz.

 

CENA 10. RIO DE JANEIRO. PLANOS GERAIS. EXT. MANHÃ.

Amanhece. CAM AÉREA mostra a Praia da Barra e em seguida corta para a fachada da Albuquerque Drink’s Distributor.

 

CENA 11. ALBUQUERQUE DRINK’S DISTRIBUTOR. ESCRITÓRIO DE ALBERTO. INT. MANHÃ.

Alberto e Lorenzo estão sentados, conversando.

 

ALBERTO – Agora você está assumindo a presidência da empresa ao meu lado e nós precisamos agir, Lorenzo.

LORENZO – Eu sei, tio. Infelizmente antes de partir, o seu Murilo conseguiu praticamente falir a empresa.

ALBERTO – Sim, mas não tá totalmente falida, e nós ainda podemos nos recuperar dessa crise. Mas vamos ter que trabalhar muito!

LORENZO – Por mim tudo bem. A gente pode fazer hora extra, investir em redes sociais… São várias ideias que eu tenho.

ALBERTO – Me conta mais sobre essas suas ideias.

 

Lorenzo começa a falar em FADE. Alberto presta muita atenção na fala dele.

 

CENA 12. CASA DE EMANUEL. SALA. INT. MANHÃ.

Juliana está sentada no sofá, lendo algo em seu celular. Ela está com uma expressão estranha no rosto, algo que demonstre a sua preocupação. Sandra vem da cozinha e se senta ao lado da filha, estranhando o jeito dela.

 

SANDRA – O que foi filha?

JULIANA – Eu recebi uma mensagem muito estranha.

SANDRA – Mensagem estranha? De quem?

JULIANA – Não sei, é um número desconhecido. Mas tá mandando um endereço marcando um “encontro”. E ainda tá dizendo que é pra falar sobre a senhora.

SANDRA – Sobre mim? Estranho…

JULIANA – Pois é, mas eu não vou mesmo, deixa isso de lado.

SANDRA – Você vai, sim! E eu vou junto!

JULIANA – O quê?

SANDRA – Isso mesmo que você ouviu! Quando vai ser esse tal encontro?

JULIANA – Amanhã à noite.

SANDRA – Pois pronto! Amanhã à noite nós estaremos lá!

 

Sandra se levanta e sai. Juliana fica preocupada.

 

CENA 13. CASA DE CRISTINA E ELIAS. SALA. INT. MANHÃ.

Cecília está sentada no sofá, mexendo em seu celular. Cristina vem da cozinha e se senta ao lado da filha.

 

CRISTINA – Escuta, Cecília. Você já pensou o que vai fazer com tanto dinheiro?

CECÍLIA – Tudo não, mas eu tenho uma base. A minha prioridade vai ser começar uma faculdade e comprar uma casa melhor pra gente.

CRISTINA – É incrível como você sempre pensa nos outros antes de você, né?

CECÍLIA – Não é bem assim, porque a casa também vai ser pra mim. Mas como eu poderia largar vocês sendo que foram vocês, meus pais, que passaram cinco anos me visitando na prisão?

 

As duas se abraçam, felizes.

 

CENA 14. RUA. EXT. MANHÃ.

Bárbara está andando distraída pela calçada e acaba esbarrando em Larissa. As duas começam a se encarar.

 

BÁRBARA – Então você me trocou mesmo pela Cecília?

LARISSA – É, de vez em quando eu faço umas boas escolhas. Agora me dá licença, que eu tenho coisa mais importante pra fazer!

 

Larissa se vira e sai. Bárbara fica com raiva.

 

CENA 15. ALBUQUERQUE DRINK’S DISTRIBUTOR. ESCRITÓRIO DE LORENZO. INT. MANHÃ.

Lorenzo e Vicente estão sentados, conversando.

 

VICENTE – Olha, Lorenzo. Eu vou ser sincero. Sem imagens das câmeras de segurança vai ser impossível descobrir quem matou o seu pai.

LORENZO – Pior que eu sei disso… Maldita hora que eles mandaram trocar as câmeras.

VICENTE – Pois é, e sem elas tá difícil.

LORENZO – Nós precisamos arranjar outra forma de descobrir quem foi.

 

Vicente e Lorenzo começam a pensar, em silêncio.

 

CENA 16. PRAÇA. EXT. MANHÃ.

Cecília está sentada em um banco, pensativa. Bryan vem por trás e assusta a moça. Os dois começam a rir, e Bryan se senta ao lado dela.

 

CECÍLIA – Eu nem te vi chegando.

BRYAN – É, eu vi que você tava no mundo da lua mesmo. Tem lugar pra almoçar?

CECÍLIA – Tenho nada marcado, não…

BRYAN – Topa ir comigo então?

CECÍLIA – Bora.

 

Os dois se levantam e saem juntos, felizes.

 

CENA 17. RESTAURANTE. FACHADA. EXT. MEIO DIA.

Alguns carros estão estacionados em frente ao restaurante na Praia da Barra.

 

CENA 18. RESTAURANTE. INT. MEIO DIA.

Cecília e Bryan estão sentados em uma mesa, esperando o almoço chegar. Depois de falhar várias vezes, Bryan cria coragem para se declarar para Cecília.

INSTRUMENTAL: Romance.

 

BRYAN – Cecília… Você me chamou para te ajudar ,e eu topei. Eu te passei informações, fiz o vídeo, tudo isso dizendo que era por causa da minha raiva contra o Alberto. Mas eu não posso mais mentir. Eu preciso parar de te enganar e de me enganar. O tempo foi passando, e a gente passou muita coisa boa junto, sabe? Eu te amo, Cecília. Eu sei que é loucura dizer isso, mas eu te amo.

 

Os dois se olham durante alguns segundos. Cecília não sabe o que dizer. De repente os dois se levantam simultaneamente e começam a se beijar.

 

CENA 19. APARTAMENTO DE VALENTINA. SALA. INT. MEIO DIA.

INSTRUMENTAL OFF.

Otávio está sentado no sofá, pensativo. Valentina vem do quarto e para na frente dele.

 

VALENTINA – Nós podemos conversar agora?

 

Otávio se levanta com raiva.

 

OTÁVIO (grita) – Eu já te disse que eu não tenho nada pra falar com você!

 

Otávio acaba se exaltando e empurra Valentina no chão. A moça cai sobre a barriga.

Imagem congela na personagem Valentina, caída no chão.

 

FIM DO CAPÍTULO.

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