CENA 01. MANSÃO ALBUQUERQUE. FACHADA. EXT. NOITE.
Emanuel empurra Juliana, e a moça cai no chão. Tito acaba atropelando o homem e, ao perceber que fez besteira, sai correndo. Emanuel está caído no chão, desmaiado.
CONTINUAÇÃO DO CAPÍTULO ANTERIOR.
Juliana se levanta e corre até Emanuel, desesperada. Ela se abaixa perto dele e tenta fazê-lo acordar, sem sucesso, após isso, a moça entra em desespero.
JULIANA (chorando) – Emanuel, pelo amor de Deus! Acorda, a culpa foi toda minha!
Sandra sai da mansão, ainda sem está pronta, e se desespera ao ver Emanuel naquele estado. A mulher corre até ele, e se abaixa, perto de Juliana.
SANDRA – Meu Deus, filha! O que aconteceu?
JULIANA – O Emanuel foi atropelado, mãe! E a culpa é toda minha!
SANDRA – Larga de falar besteira, Juliana! Você não tem culpa de nada e eu tenho certeza do que estou falando. Agora levanta já daí e vamos levá-lo ao hospital.
JULIANA – E como a gente vai para tão longe com um atropelado nas costas?
SANDRA – Eu tenho uma amiga que pode nos levar; espera aí que eu vou falar com ela!
Sandra se levanta e vai para a calçada. Ela pega seu celular e começa a discar para sua amiga. Juliana está chorando muito perto de Emanuel.
CENA 02. IGREJA. INT. NOITE.
Todos os convidados estão sentados, espalhados pela igreja. Uns pensativos, outros com os olhos vidrados em seus celulares, mas o maior clima é de rivalidade. Após alguns segundos, uma senhora que se encontra no fundo se levanta rapidamente.
SENHORA – A noiva chegou!
INSTRUMENTAL: Casamento.
Todos se levantam rapidamente, e Valentina vira o centro das atenções. A moça entra na igreja toda produzida, acompanhada por Elias. As pessoas ficam deslumbradas com a beleza da noiva. Elias acompanha Valentina até o altar e a entrega para Otávio.
INSTRUMENTAL OFF.
Otávio e Valentina se ajoelham no altar. Elias se senta ao lado de sua família. O pastor começa a cerimônia.
SONOPLASTIA: De Janeiro a Janeiro – Roberta Campos, Nando Reis.
Após alguns minutos, os dois se levantam e ficam de frente um para o outro. O pastor passa a fala para Otávio.
OTÁVIO (diz para Valentina, colocando a aliança em seu dedo) – Eu, Otávio Ribeiro Santos, recebo a ti, Valentina Padilha Rabelo, como minha legítima esposa. Prometo ser fiel, amar-te e respeitar-te, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, por todos os dias da nossa vida, até que a morte nos separe.
Otávio termina de colocar a aliança no dedo de Valentina e passa a fala para a moça.
VALENTINA (diz para Otávio, colocando a aliança em seu dedo) – Eu, Valentina Padilha Rabelo, recebo a ti, Otávio Ribeiro Santos, como meu legítimo esposo. Prometo ser fiel, amar-te e respeitar-te, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, por todos os dias da nossa vida, até que a morte nos separe.
Valentina termina de colocar a aliança no dedo de Otávio e passa a fala para o pastor.
PASTOR – Pode beijar a noiva!
Valentina e Otávio se beijam. Todos aplaudem. Pamela aparece ao fundo, emocionada. Os noivos se preparam para sair da igreja pelo tapete vermelho, e enquanto fazem a travessia, são prestigiados por seus amigos e familiares. Após eles passarem, as pessoas começam a se levantar e sair da igreja, rumo à festa do casamento.
SONOPLASTIA OFF.
CENA 03. HOSPITAL. RECEPÇÃO. INT. NOITE.
Duas enfermeiras entram na recepção correndo, carregando a maca em que se encontra Emanuel. Juliana e Sandra chegam logo atrás; as duas são impedidas de acompanhar Emanuel e se sentam no sofá, desesperadas.
JULIANA – A culpa é toda minha, mãe!
SANDRA – Para de falar isso, Juliana. Me conta o que aconteceu!
JULIANA – Um carro vinha na minha direção e eu não percebi! O Emanuel se jogou na frente do carro para me salvar, e acabou sendo atropelado.
SANDRA – Ah, entendi, que coisa horrível! Mas não vamos pensar no pior agora, filha! Fé em Deus que vai dá tudo certo!
Sandra abraça Juliana e consola a filha, que está chorando muito.
CENA 04. SALÃO DE FESTAS. INT. NOITE.
SONOPLASTIA: Respeita as Mina – Kell Smith.
Várias pessoas entram simultaneamente no salão de festas, todos muito animados. Valentina e Otávio são os últimos a entrarem e se separam, para conversar com seus amigos e familiares. Valentina se aproxima de Cecília.
CECÍLIA – Parabéns, Valentina. Seu casamento foi incrível e a festa está ainda melhor!
VALENTINA – Ah, obrigada amiga. Hoje está sendo um dia mágico para mim!
CECÍLIA – É, eu imagino. Deve ser muito bom mesmo… Você não tinha dito que a festa seria numa chácara, algo assim?!
VALENTINA – Pois é, menina. Seria, mas eu achei melhor fazer por aqui mesmo, afinal ir para lá durante a noite não seria uma boa ideia.
CECÍLIA – Entendi. E a lua de mel? Já pensou onde vai passar?
VALENTINA – Angra dos Reis!
CECÍLIA – Meu Deus, Valentina! Aproveita bem, amiga! Eu já vi fotos, e lá é incrível mesmo!
Bárbara se aproxima de Valentina, fazendo cara de deboche para Cecília.
BÁRBARA – Vamos ali, Valentina, mina mãe quer te dar os parabéns!
VALENTINA – Vocês podem esperar um pouquinho? Eu estou conversando com a Cecília.
BÁRBARA – Não, nós não podemos esperar! A Cecília espera. Vamos!
Bárbara puxa Valentina e a leva até sua família.
CECÍLIA – Ô menina ridícula! Vou nem falar nada de um cão desses!
Cecília se aproxima de uma mesa de doces e começa a comer.
SONOPLASTIA OFF.
CENA 05. SALÃO DE FESTAS. INT. NOITE.
Cristina, Elias, Laila, Jussara e Pedrinho estão sentados em uma mesa. Cristina observa Pedrinho olhando para sua mãe, com um olhar triste.
CRISTINA – Vai lá conversar com a sua mãe, Pedrinho!
PEDRINHO – Conversar com quem?
CRISTINA – Com a Hanah, Pedrinho, com a Hanah!
PEDRINHO – Não, eu não quero não! Pode deixar!
CRISTINA – Você quer sim! E se não quiser vai assim mesmo!
Cristina pega Pedrinho pelo braço e leva o menino até Hanah, que está em uma mesa ao fundo.
CRISTINA – Vocês não podem mais fugir um do outro! Conversem agora!
HANAH – Tá bom, Cristina, tá bom!
Cristina vai para uma mesa de doces. Hanah e Pedrinho saem para um local mais reservado.
CENA 06. SALÃO DE FESTAS. INT. NOITE.
Cristina está perto de uma mesa de doces, com um prato colocando alguns para a família. Marina se aproxima da moça sem que ela perceba e acaba jogando vinho na roupa de Cristina, que se assusta.
MARINA – Meu Deus, me desculpa! Foi sem querer! (ri)
Cristina olha fixamente nos olhos de Marina, com raiva. Cecília observa tudo de longe e vai até as duas. Cecília dá um empurrão em Marina e começa a encarar a moça.
CECÍLIA – Escuta aqui! Se você não gosta de mim, o problema é seu! Porque eu te garanto que você não me faz a menor falta! Agora se quer resolver as coisas desse jeito, deixa a minha fora disso, porque o seu problema é comigo e não com eles!
CRISTINA – Pode deixar, filha! Esse tipo de gente não me atinge! Eu vou ali no banheiro e já volto!
Cristina vai para o banheiro.
CECÍLIA – Eu espero que você tenha entendido! Idiota!
Cecília sai com raiva. Marina fica rindo.
CENA 07. HOSPITAL. RECEPÇÃO. INT. NOITE.
Juliana e Sandra estão sentadas no sofá, preocupadas. O médico sai do corredor e as duas se levantam rapidamente, vão até ele.
MÉDICO – Vocês são parentes do Emanuel Barreto?
JULIANA – Sim, somos nós mesmas! Como ele está?
MÉDICO – Pra felicidade de vocês, o Emanuel já está fora de perigo! Ele sofreu uma lesão na perna e por isso precisará ficar mais uns dias aqui no hospital, em observação. Mas ele já está fora de perigo!
JULIANA – Ah, Graças a Deus!
Juliana abraça Sandra, feliz.
MÉDICO – Agora que já estão tranquilas, eu vou voltar para o meu trabalho e daqui a pouco vocês poderão ver ele. Com licença.
O médico entra no corredor. Juliana e Sandra se abraçam novamente, estão felizes.
CENA 08. SALÃO DE FESTAS. INT. NOITE.
Hanah e Pedrinho chegam em um canto reservado do salão de festa, os dois se sentam em um banco e se encaram, olho a olho.
PEDRINHO – Não vai falar nada?
HANAH – O que você quer que eu fale?
PEDRINHO – Não sei. Eu pensei que era você que estava morrendo de vontade de conversar comigo!
HANAH – Não precisa ser malcriado, filho!
PEDRINHO – E você ainda tem coragem de me chamar de filho?
HANAH – Claro que tenho! Você é meu filho, não é?
PEDRINHO – Só de sangue mesmo, porque eu não te considero minha mãe de verdade! E nem vou considerar tão cedo
HANAH – Nossa, eu pensei que nós teríamos uma conversa civilizada! E por que você me odeia tanto?
PEDRINHO – Não é que eu te odeio! Mas eu não consigo entender como uma mãe consegue abandonar um filho por sete anos e depois voltar achando que vai ser tudo normal!
HANAH – Para um menino de sete anos, você está muito bom para falar o que não deve, né? Parece mais um adulto em meio a uma discussão.
PEDRINHO – Eu sou uma criança de sete anos, e não um burro. Posso ir agora?
HANAH – Pode, eu não vou obrigar ninguém a fazer o que não quer!
Pedrinho se levanta e sai. Hanah continua sentada, pensativa. Murilo passa por ela para ir ao banheiro e a mulher o puxa, se levanta e fica cara a cara com ele.
HANAH – Então quer dizer que agora o senhor deu para me ignorar?
MURILO – Deixa pra gente conversar depois, minha família aqui e eles podem nos ver juntos!
HANAH – Depois nada Ou melhor, se quiser conversar comigo depois, pode ser… Mas será na frente de todos da sua família, logo após eu revelar tudo para eles!
MURILO – Já vai começar a chantagem, né? Fala logo o que você quer!
HANAH – Eu não quero nada que venha de você, seu covarde! Como é que você vai embora com o nosso filho atropelado no meio da rua daquele jeito?
MURILO – Não fale nosso filho, porque eu não considero e nunca vou considerar esse menino como meu filho. E nem foi nem tão grave, né? Afinal ele já está por aí, andando pela festa!
HANAH – Não foi, mas poderia ter sido! E se dependesse de você ele já estaria morto!
MURILO – Seria até bom se isso acontecesse, né? Já seria um peso a menos nas nossas costas!
INSTRUMENTAL: Suspense.
HANAH – Como você tem coragem de falar uma coisa dessas?! Você não tem coração mesmo, né?
MURILO – Coração eu tenho, mas ele não serve para se preocupar com essas baboseiras!
HANAH – Covarde! Saiba que eu desejo que toda maldição que você joga sobre o meu filho caia sobre a sua família!
MURILO – Tá bom, Hanah! Deixa de drama. Já posso ir agora?
HANAH – Vai, pode ir! Mas não pense que você está livre de mim não e depois nós vamos conversar!
Murilo sai irritado. Hanah se senta novamente, triste.
HANAH – Eu nunca pensei que o Murilo fosse desse jeito, tão ruim…
CENA 09. SALÃO DE FESTAS. EXT. NOITE.
Bárbara sai do salão de festas com o celular tocando. A moça vai para detrás de uma árvore na calçada e atende o celular
BÁRBARA – Oi, Tito. Fala logo porque eu tive que sair de dentro de festa para falar com você! (pausa) Como é que é? (começa a chorar) Como você deixou isso acontecer, Tito? Você tinha que ter atropelado ela e não ele! (pausa) Olha, depois a gente se fala. Eu tenho que voltar lá para dentro e dá um jeito a angústia que estou sentindo agora, porque eles podem ligar os fatos. Mas depois a gente vai conversar! Tchau!
Bárbara desliga o celular e enxuga as lágrimas. A moça respira fundo e volta para a festa.
CENA 10. SALÃO DE FESTAS. INT. NOITE.
Alberto, Joyce e Beatriz estão sentados, comendo. Beatriz de repente se levanta e se prepara para sair.
JOYCE – Aonde você vai, filha?
BEATRIZ – Dar uma volta, mãe. Dar uma volta…
Beatriz se afasta da mesa e sai. Cecília passa perto de Alberto.
ALBERTO – Como você ainda tem coragem de aparecer aqui depois de tudo que fez para a minha família?
CECÍLIA – Que eu saiba o casamento não é de ninguém da sua família, e pode ter certeza que se fosse eu seria a primeira a fugir!
ALBERTO – Pelo visto ser preso só colocou para fora uma coisa que todos já sabiam que você era: mal educada!
JOYCE – Alberto, larga de ser grosseiro com a menina! Pode ir, Cecília. Deixa que eu mesma me entendo com ele.
Cecília dá um leve sorriso para Joyce e sai.
ALBERTO – Você e essa sua mania de defender o que não presta, né?
JOYCE – Vai catar coquinho, Alberto! Deixa a menina em paz!
Alberto volta a comer, irritado. Joyce ri para Cecília de longe.
CENA 11. SALÃO DE FESTAS. BANHEIRO FEMININO. INT. NOITE.
Cristina está em frente a pia se limpando, com raiva. A mulher se encara fixamente no espelho.
CRISTINA – Que ódio dessa ridícula! Mas ela vai me pagar!
Após alguns segundos, Marina entra no banheiro, e começa a rir de Cristina, debochando da roupa suja da mesma. Cristina se enfurece e vira para Marina, as duas ficam frente a frente e se encaram.
CRISTINA – Eu posso saber do que você está rindo?!
MARINA – Ah, não é de nada não! Mas eu acho que a sua roupa está suja…
CRISTINA – O que você ganha sendo ridículo desse jeito? Porque eu te garanto que você faz essas coisas à toa, porque não ofende ninguém!
MARINA – Engraçado, porque você demonstra estar bem ofendida!
CRISTINA – Ofendida não, mas incomodada sim! Afinal, você não consegue ao menos limpar o veneno que escorre da sua boca!
MARINA – Pode ter veneno, pode ter o que você quiser! Mas eu garanto que nenhum dos meus filhos é assassino!
CRISTINA – Se está falando da Cecília, posso garantir que ela não matou ninguém e você sabe muito bem disso!
MARINA – Ah é? Então quem foi que matou o meu sogro?
CRISTINA – Isso é o que eu não sei, mas eu vou descobrir.
MARINA – Você pode fazer o que quiser para descobrir quem matou ele, mas vai acabar decepcionada ao concluir que foi a sua filha mesmo!
CRISTINA – Olha, quando a Cecília me falou que queria se vingar de vocês, eu fui totalmente contra! Mas hoje eu percebo que ela tem toda razão em querer se vingar de você, e se precisar, eu vou ajuda-la!
MARINA – Isso não é surpresa pra mim, Cristina! O que esperar da mãe de uma assassina? Que faça de tudo para esconder os erros da filha, não é?
Cristina dá um tapa no rosto de Marina, com raiva.
CRISTINA – Você feche essa boca para falar da minha família, porque eu não te dei autorização para ficar se metendo na minha vida! E agora com licença, que eu tenho mais o que fazer!
Cristina sai do banheiro, irritada. Marina está com a mãe no rosto, fazendo cara de brava. Ela se vira para o espelho, com sangue nos olhos.
MARINA – Desgraçada! Você vai me pagar. Ah se vai!
CENA 12. SALÃO DE FESTAS. INT. NOITE.
Cecília e Larissa estão em um canto do salão, conversando enquanto comem alguns doces.
LARISSA – Olha, eu quero aproveitar para me desculpar por aquele dia em que a Bárbara te expulsou lá de casa. Ela realmente passou dos limites!
CECÍLIA – Tudo bem, eu também não iria querer no mesmo teto que ela pra ficar ouvindo piadinha.
LARISSA – É, se fosse eu também não queria. E eu quero deixar claro que eu acredito que você é inocente!
Bárbara se aproxima das duas, com raiva.
BÁRBARA – Um dia dormindo na sua casa, no outro de papinho na festa… Você vai mesmo me trocar por essa assassina?
LARISSA – Bárbara para de falar assim de Cecília, não é nada/
BÁRBARA – Não precisa nem terminar sua frase! Eu já entendi, e já que você prefere ela, que se lasquem as duas juntas!
Bárbara sai irritada.
CECÍLIA – Me desculpa, Larissa. Se eu soubesse que ela teria essa reação tão além do que eu pensei, não teria te chamado pra conversar.
LARISSA – Tá tudo bem, Cecília! A Bárbara que é muito dramática!
Cecília e Larissa continuam conversando em FADE e se deliciando com os doces da festa.
CENA 13. HOSPITAL. QUARTO. INT. NOITE.
Emanuel está deitado na cama, ainda desacordado. Juliana está sentada perto dele, preocupada. Sandra entra no quarto e entrega um copo de água para a moça, que alivia um pouco da sua tensão.
JULIANA – Obrigada pela água, mamãe. Se a senhora quiser voltar pra casa pra ajeitar as coisas e dá um jeito de avisar o pessoal do que aconteceu, pode ir.
SANDRA – Tá bom, filha. Eu vou, e qualquer você me avisa, ok?
JULIANA – Tá bom, mãe. Pode deixar que eu aviso sim, vai com Deus.
SANDRA – Amém.
Sandra dá um beijo na cabeça de Juliana e sai do quarto. Juliana olha para Emanuel, preocupada, se sentindo culpada.
CENA 14. SALÃO DE FESTAS. INT. NOITE.
Durante alguns segundos, Valentina conversa com alguns convidados. Após eles se afastarem, Marina se aproxima da moça.
VALENTINA – Oi, dona Marina. Tudo bem?
MARINA – Tudo sim, querida. Eu posso falar um minutinho com você?
VALENTINA – Pode sim.
MARINA – Então, não sei se você sabe, mas a minha família é inimiga de uma moça presente aqui na festa, chamada Cecília. E hoje nós já recebemos muitas provocações por parte deles, a mãe dele inclusive acabou de me dá um tapa. Eu queria pedir que você fizesse o favor de colocar todos eles pra fora, pra bem longe daqui!
VALENTINA – Não precisa se preocupar, dona Marina. O que tem que ser feito, será!
Valentina se afasta de Marina, que começa a ri, se sentindo vitoriosa.
CENA 15. SALÃO DE FESTAS. INT. NOITE.
SONOPLASTIA: Dois Corações – Melim.
Cecília está sentada em um banco, isolado do resto dos convidados da festa. A moça está pensativa, chorando. De longe, Lorenzo a observa e decide ir até ela. Lorenzo se senta do lado de Cecília, que finge não ver o homem.
LORENZO – Chorando por minha causa?
CECÍLIA – E eu lá sou mulher de chorar pelo que não presta?
LORENZO – Nossa, desculpa! Mas eu sei que você ainda gosta de mim, Cecília.
CECÍLIA – Pois tá sabendo demais!
LORENZO – Por que você não deixa logo esse seu orgulho de lado pra gente poder ficar juntos?
CECÍLIA – Você é muito canalha falando uma coisa dessas, né? Porque hoje mesmo eu te vi beijando outra moça na igreja!
LORENZO – Não é porque eu estou com ela, que eu a amo da mesma forma que eu te amo, Cecília!
CECÍLIA – Para de ser cara de pau, Lorenzo. Eu não sou piriguete pra colaborar com traição não!
SONOPLASTIA OFF.
Lorenzo beija Cecília. A moça se afasta rapidamente e lhe dá um tapa. Cecília se levanta rapidamente e sai, com raiva. Lorenzo continua sentado, passando a mão nos lábios.
LORENZO – É… Pelo visto a Priscila ainda não me fez esquecer a Cecília…
CENA 16. HOSPITAL. INT. NOITE.
SONOPLASTIA: Piscar o Olho – Tiê.
Juliana está sentada na poltrona que fica ao lado da cama em que Emanuel se encontra deitado. A moça se encontra pensativa, enquanto algumas lágrimas escorrem sobre seu rosto. Após alguns segundos, Emanuel acorda, abre os olhos. Ela observa a moça naquele estado e estende sua mão, pegando a mão dela. Juliana se levanta rapidamente e abre um belo sorriso ao ver Emanuel acordado. Os dois se beijam lentamente.
SONOPLASTIA OFF.
CENA 17. FAVELA DA ROCINHA. CASA DE MARCÃO. SALA. INT. NOITE.
Marcão está sentado no sofá, fumando. Tito anda de um lado para o outro, impacientemente.
MARCÃO – Se aquieta, Tito!
TITO – Me desculpa, Marcão. É que eu ajudei a Bárbara, lembra? Mas eu acabei atropelando a pessoa errada!
MARCÃO – Mas ninguém te viu, reconheceu nem nada assim, né?
TITO – Não, pode ficar tranquilo.
MARCÃO – Ótimo, é isso que importa! E pode se alegrar, a hora está chegando!
TITO – Eu não vejo a hora! E cadê o Nelson?
MARCÃO – Sendo vagabundo por ai!
TITO – Ah, normal pra ele!
MARCÃO – Pois é, agora silêncio e me deixa pensar em todo o dinheiro que vamos pôr as mãos…
Tito e Marcão se olham e começam a rir cinicamente.
CENA 18. SALÃO DE FESTAS. INT. NOITE.
Valentina sobe ao palco e começa a falar no microfone.
VALENTINA – Agora eu quero todas as mulheres aqui, porque chegou a hora mais esperada… Eu vou jogar buquê!
As mulheres se animam, e começam a se aglomerar na frente de Valentina, que fica contente em ver a animação das moças. Após todas estarem presentes, Valentina se vira de costas para elas e se prepara para jogar o buquê.
VALENTINA – É um… É dois… É três…
Valentina joga o buquê para trás e Priscila pega. A moça fica feliz, corre até Lorenzo e puxa o homem para a frente de Cecília, disfarçando. Os dois se beijam lentamente, e Cecília finge que não viu a provocação, e ainda bate palma com os outros.
CENA 19. MANSÃO ALBUQUERQUE. QUARTO DE SANDRA. INT. NOITE.
INSTRUMENTAL: Suspense.
Sandra entra no quarto passando mal e se senta na cama, a mulher está suando muito. Sandra pega um copo de água e um comprimido e toma. A mulher apoia os braços sobre as pernas, se sentindo mal. Após alguns segundos, Sandra se levanta e vai na direção da porta, mas acaba desmaiando e caindo no meio do caminho.
INSTRUMENTAL OFF.
CENA 20. SALÃO DE FESTAS. INT. NOITE.
Todos os convidados estão curtindo a festa, mas com núcleos bem separados. Valentina sobe ao palco e pega o microfone, todos começam a prestar atenção nela.
VALENTINA – Cá estou eu, mas uma vez… Mas eu preciso falar sobre algo! Eu sou muito amiga da Cecília. Ela é modelo na loja da Joyce comigo, e a gente tem uma parceria. Mas aqui nessa festa tem uma rivalidade muito grande rolando. Rivalidade essa entra a Cecília e a família Albuquerque. A dona Marina veio me pedir que eu expulsasse a Cecília daqui; pedido esse que não tem o menor cabimento, não é mesmo? Portanto eu decidi que apenas a Cecília continua conosco! E eu quero que toda a família Albuquerque, exceto a Joyce, saia da minha festa agora!
Todos ficam surpresos com o que acabam de ouvir. Marina fica com raiva de Valentina e encara a moça, de longe. Cecília ri debochada do que acaba de acontecer, enquanto Alberto olha para a moça fazendo cara de nojo. Bárbara demonstra raiva ao perceber que muitas pessoas estão comemorando a saída da família Albuquerque. Valentina e Marina continuam se encarando.
Imagem congela na personagem Marina.
FIM DO CAPÍTULO.