— Xianxian, quando entrarmos para faculdade de Pequim tudo se resolverá.

— Gege, eu sei… Vou ser paciente.

— Hm. – Concordou. – Poucos meses e seremos livres.

Enlaçados ambos os corpos se misturavam em meio aos lençóis.

— Gege, essa noite esta incrível, não quero ir embora. – Xian rolou o corpo sobre Wang e beijou seus lábios. – Eu te amo.

— Eu te amo. – As mãos de Wang percorriam todo longo da pele macia até parar no quadril de Xian.

Xian mordeu o canto dos lábios olhando maliciosamente para Wang, ergueu o corpo sentando-se sobre seu amado. Deslisando a mão pelo peito e depois tocando a sua excitação ereta que tanto desejava.

— Gege, ainda temos alguns bons minutos sobrando no motel… – Ajeitou o quadril roçando e provocando Wang.

Wang excitava-se com a provocativa e o roçar dos seus corpos foi o limite de sua resistência, ergueu o corpo sentando-se, puxando Xian para se encaixar nele.

Os sons de suas respirações aceleradas misturavam-se a gemidos ofegantes cheios de desejos. Eles se amaram mais uma vez naquele encontro escondido, longe da realidade em que viviam. Wang precisava de tempo, afinal soubera alguns dias antes que seus pais lhe prepararam um casamento arranjado. A liberdade viria com a formatura e ingresso a universidade, Wang combinou com Xian que se assumiria tão logo estivessem longe e vivendo na nova cidade juntos.

Esse era o plano…

✽ • ✽

Os raios do sol entravam entre as cortinas incidem sobre a cama em cima do rosto tenso de Xian. Ele estava inquieto, seu sono era pesado e rolando na cama acorda assustado.

— Droga! – Fungando algumas vezes, Xian esfregas os olhos. – Por que sonhei com isso? – Com uma das mãos cobre os olhos tentando recompor-se. Respirando pausadamente começa a se sentir melhor.

Um tanto zonzo, aos poucos sua visão acostuma-se com a claridade e o sol sobre si. Xian se levantou e foi para a porta de vidro que levava a sacada da cobertura que morava para fechar a cortina, mas ficou um tanto surpreso com a paisagem a sua frente. Abriu a porta e chegou na varanda. A manhã ensolarada estava deslumbrante caminhou até o peitoril para apoia-se e admirar um pouco.

— Essa cidade realmente é bonita. – Afastou-se para entrar olhando a hora pela tela do seu smartphone, já passa das 9 horas da manhã. – Nossa, dormi demais.

Nesse instante se recordou da noite e a conversa com Zhan, estremeceu lembrando de tudo e de como o outro o ajudou a chegar no quarto. Seu peito palpitou olhando para a porta do quarto.

— A essa hora Zhan já foi embora. – Xian enquanto se preparava para um banho e se arrumar recordava do que o pai de Wang fez. Seu peito doía, afinal parte de tudo era sua culpa e falta de paciência em esperar.

Depois do banho e ter vestido uma roupa confortável, saiu do quarto se deparando com um rapaz, este parou de repente olhando para Xian um pouco sem jeito.

— Bom dia. – O rapaz falou, mostrando um sorriso ainda sem jeito.

Xian olhava-o e quando ia perguntar em português quem ele era, sua empregada Beth o interrompeu aparecendo no corredor.

— Sr. Wei finalmente acordou, por acaso o barulho o incomodou? – Beth olhou feio para o rapaz.

— Não, Beth não ouvir barulho nenhum… – Xian falou em inglês com a empregada.

— Que bom, deixa apresentar esse é Alex, meu sobrinho, ele veio arrumar aquele vazamento do banheiro.

— Sim, o vazamento.

— Prazer em conhecê-lo sr. Wei. – Alex curvou leve a cabeça, já tinha sido instruído por sua tia como era os costumes dos chineses. – Não se preocupe que vou arrumar o banheiro e nunca mais terá vazamentos.

— Obrigado.

— Babaaaaa… Finalmente acordou… – Mianmian apareceu correndo e estendendo os braços para ser pega por Xian.

— Mianmian… – Abaixou e abraçou a filha, levantando-se em seguida voltou a falar com Beth. – Eu e Mianmian não passaremos o dia em casa, pode tirar o dia de folga.

— Claro Sr. Wei, assim que Alex terminar com o serviço. – Sorrindo gentil olha o sobrinho acenando para ele ir cuidar do banheiro. Voltou a face para pai e filha que se afastaram para a sala. — Bom passeio sr. Wei.

Beth virou-se e olhou torto para o rapaz que ainda estava de pé olhando Wei Xian sair para a sala.

— Uau! Ele é lindo.

— Xiiii, para de falar besteira garoto e vá fazer o seu serviço, já te arrumei para ganhar um dinheiro extra, se mexa e deixe esse banheiro impecável.

— Tá bom tia… tá bom… – Virou-se pegando a maleta de ferramentas falando baixinho. – Ele parece artista de dorama.

— Que dorama?! Para de assanhamento que sr. Wei não é para seu bico, aliás vamos cortar o assunto, antes que ele ouça. – Beth empurrava o sobrinho para entrar no banheiro.

— Se ele ouvir não vai entender nada, Sr. Wei não sabe português.

— Para com isso, vá trabalhar que quero aproveitar essa folga extra, vai logo.

✽ • ✽

Xian estava no elevador com Mianmian, quando avisou a Cheng que estava indo para sua cobertura lhe encontrar. Eles residiam no mesmo prédio que havia duas coberturas.

Ao entrar no apartamento, Cheng percebeu na hora a expressão e pediu a empregada para levar Mianmian para brincar com Ning. Tão logo eles ficaram sozinhos na sala Xian desabou no sofá afundando o rosto entre as mãos se esforçando para não surtar.

— O que aconteceu Xian?

Xian respirava angustiado, quando levantou o rosto, seus olhos estavam lacrimosos e avermelhados, devido ao esforço para segurar as lágrimas.

— É tudo minha culpa Cheng… – Murmurou ofegando algumas vezes.

— Ei, ei, ei… Não começa com isso… – Cheng apressadamente se sentou ao lado dele. – O que aconteceu para você estar assim?

— Zhan, ele me procurou ontem… Cheng, o pai dele fez algo horrível e foi tudo minha culpa…

— Não, espera! Eu não estou entendendo nada. – Cheng olhava para Xian sabendo que aquele estado emocional era a porta para o irmão ter de novo suas crises depressivas. – Vai me contar tudo, que história é essa de Zhan aparecer em seu apartamento no sábado a noite? O que o pai escroto dele fez?

Xian engoliu seco e mesmo que doesse falar daquela história, ele precisava desabafar. Ergueu os olhos para Cheng e falou de uma vez.

— O pai de Wang sabia que ele estava vivo.

— O QUE?!!! – Cheng arregalou os olhos totalmente boquiaberto.

— Ele sabia, deixou Wang em um país estranho sozinho.

Cheng se levantou do sofá e caminhou totalmente perplexo, parando de frete a Xian disse:

— Conta essa história direito, como ele sabia?

Xian começou a relatar a história contada pela tia de Zhan, a cada detalhe relatado a Cheng este ficava indignado. Nesse momento Qing, esposa de Cheng abre a porta da cobertura chegando do hospital, se aproxima de Cheng e notando o estado dele e Xian.

— O que aconteceu? Que caras são essas de vocês dois? – Ela olhou-os sem entender, mas receosa com o que fosse era claro que era sério.

— Eu não aguento repetir essa merda… – Xian encostou no sofá e jogou a cabeça para trás no encosto cobrindo com as mãos os olhos.

Cheng segurou a mão de Qing e a fez sentar no outro sofá, começou a contar para esposa toda história do Wang.

Qing arregalou os olhos e virou a face para Xian totalmente entristecida. Ela assim como Cheng presenciaram boa parte do que Xian passou após a suposta morte de Wang. Quando Cheng terminou de contar Qing se levantou falando depois de ofegar nervosa com tudo que ouviu.

— Preciso de um copo de água. – Caminhou para o corredor que levava a cozinha, pouco depois voltou pegando sua maleta do hospital, abriu e tirou de dentro um frasco de remédio. Andou até Xian e estendeu para ele. – Beba, vai te relaxar um pouco.

Xian afastou o braço que estava pousado sobre os olhos e viu o remédio. Bufou e negou com a cabeça.

— Não vou pirar se é isso que você está com medo.

— Não é para isso, é só um relaxante, você está tenso. – Qing puxou o braço dele fazendo sentar-se colocando em uma mão o comprimido e na outra o copo com água. – Beba.

Cheng observava a cena e de braços cruzados sentado no braço do sofá, esperou Xian tomar o comprimido.

Logo que o clima ficou mais leve, Qing se sentou ao lado de Xian e chateada com a situação disse:

— Essa história é horrível, posso imaginar como Wang esteja, afinal para que inimigos com pais que ele tinha, né? – Qing não era mulher de rodeios e muito menos de falar algo que não fosse o que ela acreditava. – A única coisa que posso te dizer Xian é para se afastar disso tudo.

Xian engoliu seco e baixou o olhar.

— Ele é meu assistente, querendo ou não tenho que conviver.

Qing olhou para Cheng com uma expressão séria e perguntou:

— Você ainda não disse a ele?

— Não tive tempo, liguei para ele cedo, mas não atendeu.

Xian olhou para eles confuso.

— Dizer o que?

— Seu pai falou com meu pai, você vai voltar para China.

— O que?! – Xian olhou-os incrédulo. – A montadora não está operante, tenho trabalho para terminar. – Xian se levantou andando de um lado para o outro. – Meu pai não pode pedir isso…

— Já pediu e meu pai concordou… – Cheng suspirou e se levantou indo até Xian. – Olha Huasang está vindo para ficar no seu lugar.

— Não! – Xian estava nervoso e negou com a cabeça. – Não podem decidir isso, é meu trabalho não vou voltar para China.

— Xian, tem de entender seus pais… – Qing ajudou Cheng. – Eles já souberam de Wang, sabem que você não lida bem com tudo relacionado a ele…

— Não Qing, meu pai não pode simplesmente dizer que tenho que largar meu trabalho pela metade, vim aqui para implantar essa montadora e só vou embora quando tiver operante.

Xian caminhou para a porta do apartamento.

— Que merda, Xian! Estamos todos preocupados, imagina se souberem dessa história que nos contou, vão vir aqui te arrastar de volta.

Xian voltou para os amigos e irritado falou estupidamente.

— Vocês não irão falar nada, eu estou bem, estou apenas me acostumando com tudo, mas estou bem para realizar meu trabalho. – Xian tremia irritado.

— Xian… – Cheng levou as mãos na nuca sem saber como lidar com aquela situação. – Eu acho que não. – Abaixou os braços e olhando sério continuou. – Não acho que você está lidando bem com tudo ainda mais depois dessa história que nos contou, somente confirmou que tomei a decisão certa. – Cheng inspirou pesadamente. – Eu concordei com a sua substituição e você junto com Mianmian voltaram para China.

Xian olhava para Cheng totalmente indignado, ele não disse mais nada e virou-se para sair.

— Aonde vai Xian?

— Preciso de um tempo, podem cuidar de Mianmian por hoje?

— Xian? – Qing se aproximou. – Claro que cuidaremos, tire seu tempo, mas sabe que tudo isso é para seu bem. – Afagou o ombro dele e sorriu.

Xian inspirou olhando para eles ainda irritado, agradeceu e virou-se para sair.

✽ • ✽

Xian entrou em seu apartamento resmungando após fechar a porta atravessou a sala a passos largos com seu telefone na mão fazendo uma chamada de vídeo. Aquele horário apesar de ser noite na China, sabia que encontraria sua mãe acordada e que poderia amenizar a situação com seu pai para reverter aquela transferência.

Alguns toques depois, uma bela mulher de cabelos curtos atende a ligação com largo sorriso a face.

— Xianxian, finalmente lembrou de que tem mãe. – Apoiando o seu telefone sobre sua mesa de trabalho tagarelou com ele. – Como vai minha neta?

— Oi mama… – Expressão fechada. – Mianmian está bem, mãe, o pediu para eu voltar.

Bufando a mulher virou os olhos.

— Sem questionamentos, você e Mianmian volta para China. – Sorriu no final da sua fala.

— Vocês não podem decidir sobre meu trabalho. – Xian estava cada vez mais irritado.

— Xian, ninguém está questionando sua competência na empresa, estamos muito preocupados e seu irmão concorda que tem que se afastar dessa situação do Wang.

— Mama, a situação vai se resolver o que não posso é largar meu trabalho por questões mínimas pessoais… e…

— Ayaaaa… – SanRen ralhou com filho. – Xian esse não é um assunto meramente pessoal, infringe muitas pessoas e com toda certeza terá muita podridão saindo pelos poros da família Lan… – A voz apesar de suave tinha um tom firme. – Não quero ver meu filho se afundando nessa podridão novamente.

Xian se sentou no sofá em silêncio olhava para a sua mãe com os olhos cheios de lágrimas.

— Meu filho, eu sei que está doendo… – Ela sorriu com os olhos brilhando de lágrimas contidas. – Eu não quero ver você se acabar de novo…

Xian sentiu o nó na garganta e ofegou para conter seu choro.

— Eu sei, Xian, que ver a pessoa que se ama não ser mais sua é ainda mais sofrido… – SanRen balançou levemente a cabeça. – Ele não se lembra de você, tem uma nova família e uma vida nova… Enquanto a você, sofrendo esse tempo todo.

Xian ouvia as palavras de sua mãe, enquanto suas lágrimas rolavam a face.

— Eu sei que está pensando, ele não se lembra e pelo passar de tantos anos, acho difícil de se lembrar, mas digamos que ele se lembre, o que acha que ele faria? – Sorrindo gentilmente falou em tom doce ao filho. – Xianxian não se iluda, volta para casa e dê tempo ao tempo.

Xian arfou e pousando o seu telefone sobre a mesa enxugou com as mãos as lágrimas da face. Pegou novamente o telefone e disse quase sussurrando a sua mãe.

— Eu vou esfriar a cabeça…

— Exato, descanse e não pense nesse assunto, Mianmian vendo você nesse estado, ela vai sofrer…

— Mama, eu evito…

— Ela é esperta, tenho certeza de que já percebeu que não está bem.

— Eu vou esperar Huansang chegar, ajudá-lo a se adaptar e confirmo a transferência.

— Ótimo, eu e seu pai queremos que venha ficar aqui em casa estou louca para mostrar minha nova coleção de primavera tem cada roupa linda. – Sorrindo ela exibia os seus desenhos para a tela. – Anda elogia a sua mãe hahahahaha… Sou incrível!

Xian concordou com ela e finalmente sorriu.

— Ahhhh que lindo, meu príncipe sorriu… – A mulher bateu palmas satisfeita.

— Para mãe… – Xian passou a mão nos olhos ainda com sorriso a face. – Eu quase não visito vocês, desculpa. – Envergonhado se desculpou.

— Sim e seu pai reclama muito, quando chegar, vai ficar conosco um bom tempo eu vou trancar a porta e jogo a chave fora.

Xian sorriu novamente, negando com a cabeça.

— Eu fico aí e o pai falta ficar doido conosco.

SanRen deu língua para ele.

— Seu pai reclama da nossa bagunça, mas quando você vai embora começa a resmungar do silêncio. – SanRen acenou para o filho. – Agora que está mais calmo posso voltar aos meus desenhos, quero falar com você mais vezes e da próxima trás minha neta na chamada.

— Claro mama, te amo, bye… bye…

— Te amo, Xianxian, bye… bye…

SanRen olhava a tela do seu smartphone suspirou e virou a face para o marido que estava o tempo todo no local escutando a conversa.

— Você sempre consegue contornar, eu teria brigado com ele… – ChangZe caminhou até ela e puxou um banco para sentar-se ao seu lado. – Suspirou. – Essa situação da família Lan provocou um alvoroço.

— É por esse motivo que te pedi a FengMian para trazer meu filho de volta. – SanRen estava triste. – Ele já sofreu muito com toda essa história, não quero ver meu filho se afundar na dor como no passado. – Sorrindo ela recordou. – Quero aquele largo sorriso que iluminava o mundo de volta.

— Ele é forte, superou antes e vai superar de novo.

✽ • ✽

Assim que encerrou a chamada, Xian encostou no sofá, com a cabeça apoiada olhava o teto perdido em seus pensamentos.

— Eu não sei o que fazer.

Ofegou quando finalmente se levantou, decidiu tomar um banho e deitar para relaxar, ao que parece o remédio que Qing lhe deu começou a fazer efeito.

Alguns minutos depois estava no banheiro tomando uma ducha demorada, foi quando ouviu barulho do lado de fora, atento resolveu fechar o chuveiro e sair para ver se era sua empregada ou até mesmo Cheng, já que ele tinha a chave do seu apartamento.

Quando estava se enrolando na toalha a porta do banheiro abriu tão rápido que não deu tempo dele avisar que estava no local.

— Estou te falando tia Beth, esse cano todo terá que ser tro…ca… – Alex ao se deparar com Xian arregalou os olhos.

Beth logo atrás deu um pequeno grito e puxou o sobrinho pelo braço o arrastando de volta.

— Sr. Wei me desculpe… – Beth estava envergonhada e empurrava o sobrinho pelo corredor. – Não sabíamos que tinha voltado.

Xian se enrolou na toalha e disse a Beth perto da porta.

— Está tudo bem Beth, eu não avisei…

Alex estava de pé perto do corredor que levava a área da cozinha, inspirou sutilmente com leve sorriso no canto dos lábios.

— Minha nossa, ele é realmente lindo… – Alex virou-se entrando na cozinha. – Calma que é o patrão de sua tia, não pense besteira… Puta que pariu, ele é lindo demais… – Alex cobriu os olhos resmungando. – Para com isso e nem tenta Alex, isso é muita areia para seu caminhãozinho… Ok, posso dar duas viagens com essa areia toda… – Alex baita com as pontas dos dedos na mesa da cozinha. – Eu o vi nu… É lindo…

Beth aparece na cozinha com a mão sobre o peito tomando um pouco de fôlego.

— Eu me desculpei com ele, agora Sr. Wei foi para o quarto se trocar, ele vai descansar em casa, então acho melhor deixar para amanhã o conserto do banheiro. – Beth recolhia as ferramentas para ele guardar.

— Tia, amanhã vai ficar difícil, esqueceu que tenho semana de prova na faculdade.

— Ah, verdade… – Beth estava pensando em uma solução quando foi chamada por Xian.

— Beth, o rapaz não vai terminar o conserto? – Xian apareceu na porta da cozinha, com o semblante indiferente olhando para a empregada ignorando a presença de Alex.

— Eu não sei, afinal sr. Wei vai descansar e Alex pode fazer barulho…

— Não tem problema, não vai me incomodar… – Xian olhou de relance para o rapaz e disse em seguida. – Ele pode terminar, vou ficar na sala vendo algum filme, descanso quando ele terminar.

— Certo. – Beth acenou para o sobrinho. – Você pode terminar o conserto, vai logo e troque o cano.

Alex concordou, ele sabia um pouco de inglês e entendeu que tinha a permissão. Viu Xian se afastar indo para a sala. Sorriu baixinho e pegou suas ferramentas voltando para o banheiro.

Pouco mais de uma hora depois, Alex terminou o conserto e limpou a sujeira que deixou. Quando levantou estava sorridente com o serviço ao se deparar novamente com Xian.

— Já terminou o conserto? – Xian falou com ele em inglês.

— Se meu inglês não está tão ruim, quer saber se terminei? – Sorriu para ele confirmando. – Sim, mas não pode usar o banheiro até amanhã.

— Certo. – Xian ainda se mantinha sério quando se virou para sair do lugar. – Andou até a sala e pegou sua carteira.

Alex seguiu com a caixa de ferramentas na mão.

— Dollar ou Real?

— Ah?

— Pagamento.

— Ah, Real.

— Quanto foi o serviço?

— Conserto, peça nova e mão de obra sai por R$ 300.

Xian tirou algumas notas de 100 reais e estendeu a ele.

— Obrigado pelo trabalho.

Alex pegou o dinheiro e contou abrindo os olhos surpreso, virou a face para ele estendendo de volta a diferença a mais.

— Sr. Wei pagou a mais.

— Fique, afinal, hoje é domingo e pelo que sei das leis brasileiras é considerado hora extra, ou seja o dobro do valor. – Xian falava um tanto frio com o rapaz. – Bom domingo, obrigado pelo serviço.

Beth aparece na sala com uma bandeja e alguns pratos de petiscos.

— Obrigado Beth, pode tirar seu dia de folga, se quiser pode voltar amanhã.

— Obrigada sr. Wei. – A mulher colocou a bandeja na mesa de centro e se virou puxando o sobrinho para ir com ela. – Tenha um bom domingo sr. Wei.

Alex ainda olhou de relance para Xian, quando seguiu junto com sua tia.

Xian finalmente se viu sozinho no apartamento, certificando-se que a sua empregada e o sobrinho realmente não voltariam foi para a sala ligando a tv e se sentando largado no sofá enquanto resmungava.

— Moleque abusado, me chamando de lindo o tempo todo… – Bebeu um gole de cerveja e colocou em um filme. – E ainda me viu pelado… Merda…

Xian acabou por adormecer no sofá da sala, já era noite quando acordou um tanto zonzo e caminhou pelo lugar que estava escuro, tateou a parede até encontrar o interruptor de luz acendendo em seguida, piscou os olhos para se acostumar com a claridade.

Procurando pelo seu smartphone, o encontrou embaixo das almofadas do sofá. Bocejando viu a hora e murmurou o tanto que dormiu.

Quando se levantou para ir ao banheiro do quarto de hospede sentiu o seu telefone vibrar, ao olhar para tela sentiu um arrepio percorrer a espinha, era uma notificação do WhatsApp de Zhan.

“— Xian, podemos conversar?”

Continua…

 

 

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