CENA 1. CASA DE ODETE. DIA

Maria, que estava ouvindo atrás da porta, ouviu tudo. Ouviu a revelação bombástica de que Alexandre é filho de Alice.

MARIA – (com sorriso de orelha a orelha) Eu não estou acreditando na minha sorte! Alexandre é filho da rainha. Eu posso ganhar muito com isso.

 

Lá dentro o clima está cada vez mais tenso.

ALICE – Está sendo hipócrita, querida. Eu te paguei muito bem por isso. Com certeza não fez bom uso do baú de joias e preciosidades que eu lhe dei.

ODETE – Eu não tive coragem de usar esse dinheiro podre!

ALICE – (surpresa) Não usou o dinheiro que lhe dei? Está com ele até hoje? (olha para Alfredo)

ODETE – Estou. E pretendo me desfazer dele. Você ia matar o próprio filho e depois ainda o deu como se fosse uma roupa velha que não serve mais.

ALICE – Você não sabe de nada!

ODETE – Claro que eu sei! Eu trabalhava junto com você, lembra? Eu vi todos os seus planos.

 

FLASHBACK (Odete conta a história)

ODETE – Nós trabalhávamos juntas no castelo, para o antigo rei, pai de Augusto. Você cresceu no castelo, achava que morava lá, que era uma princesa. Todos viam em seu olhar o desejo de ser da família real. O seu olhar de inveja. Sempre quis conquistar o rei Augusto, mas ele nunca olhou para você. Só tinha olhos para Elizabeth, com quem acabou se casando. Mas quando ela morreu você achou que era a sua chance de fisgar Augusto. Você começou de mansinho, “consolando” Augusto. Mas aí seus planos foram ameaçados. Você ficou grávida. Tinha que eliminar o “empecilho” que estava no seu caminho. Ia matar o próprio filho pra se casar com um rei.

FIM DO FLASHBACK

 

ALICE – (exaltada) Isso é tudo mentira.

ODETE – Sabe que é verdade, Alice. Você mudou a aparência para não parecer a empregada de anos atrás. Conseguiu, não é mesmo? Virou uma rainha.

ALICE – (sombria) É isso mesmo. Eu sempre quis ser uma rainha. E nada poderia me impedir. Nem um erro que foi ter um filho. Eu consegui. Eu venci. Olha só pra mim, uma rainha, uma rainha.

ODETE – Precisa repetir sempre pra você mesma que é uma rainha, porque na verdade não é. Rainha de verdade era Elizabeth. Ela era uma rainha de verdade.

ALICE – Cala a boca!

Dá um tapa na cara de Odete.

ALICE – Eu sou uma rainha muito melhor que aquela sem graça. Por isso eu a eliminei.

ODETE – (surpresa) O quê?

ALFREDO – Acho que é melhor pararmos por aqui.

ALICE – Não! Agora eu vou até o fim. Eu acabei com Elizabeth. (ri) Aquela tonta nem desconfiou que eu estava de olho no marido dela. Eu me fiz de amiga dela, mas fui matando ela aos poucos. Sempre dizia que ela estava fraca, que eu tinha um tônico que a ia fortalecer. Mas na verdade era um veneno! Um veneno fraco que ia tirando a vida dela aos poucos. Ninguém desconfiou de nada. (ri alto)

ODETE – Você é um monstro, Alice. Um monstro!

 

CENA 2. CASA DE RAMIRO. INT. DIA

Maria, após ouvir a revelação bombástica de Alice, foi direto contar ao amante.

RAMIRO – Precisamos tirar proveito disso.

MARIA – E já! A primeira coisa é exigir que Alice deixe eu e Alexandre nos casarmos no castelo.

RAMIRO – Tanta coisa para exigir e você vai pedir isso?

MARIA – É meu sonho casar no castelo, ter um casamento de princesa.

RAMIRO – Por mim vocês nem precisam se casar. É só roubarmos o dinheiro do baú e fugirmos para Paris logo.

MARIA – Não precisa ter ciúmes, meu amor. Estou casando com Alexandre pura e simplesmente por interesse.

RAMIRO – Assim eu fico mais tranquilo. Agora vem cá.

E se beijam.

 

CENA 3. CONSELHO DOS ANCIÃOS. DIA

O Conselho não estava nada feliz desde que Armando deu o golpe. Ele fechou o Parlamento inteiro e agora governa sozinho, como um ditador.

O Conselho estava reunido com o Senado para decidir o que fazer diante disso.

LEOPOLDO – Ele não pode fazer isso com um poder constitucional. Precisamos apelar para uma instância maior.

MARCOS – Mas qual? Não existe nenhuma instância maior que o Parlamento de um país. E Armando puxou o nosso tapete na calada da noite.

LEOPOLDO – Então precisamos puxar o dele também.

APARÍCIO – Mas como fazemos isso?

LEOPOLDO – Boatos correm no reino de que o príncipe Rogério, da França, está montando junto com os camponeses uma espécie de movimento para derrubar Armando.

MARCOS – Sim, mas acha prudente nos aliarmos a camponeses?

LEOPOLDO – É o melhor que temos atualmente. Não temos outra opção.

MARCOS – Muito bem. Vamos chamar Rogério para conversarmos. Precisamos tirar logo esse louco do poder.

 

CENA 4. CASTELO. ESCRITÓRIO DO REI. DIA

Armando estava furioso. A maioria dos países da Europa não o reconheceu como rei.

ARMANDO – Espanha não reconheceu, Inglaterra não reconheceu, Polônia não reconheceu. Nem aquele ovo de país que é Portugal não me reconheceu como rei. Pois eles vão ver só do que eu sou capaz. Mensageiro!

O mensageiro aparece, apressado.

MENSAGEIRO – Às suas ordens, Majestade.

ARMANDO – Quero que mandes uma mensagem a todos os países que não me reconhecem como rei. Diga que eles vão provar do poder e glória do exército de Veseli. Diga que o rei soberano de Veseli está declarando guerra a todos eles!

 

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