CENA 1. RIACHO. DIA

Continuação imediata da cena do capítulo anterior, com Alexandre vendo Daniela se afogando.

ALEXANDRE  – Meu Deus! A moça está se afogando!

Ele não pensa duas vezes e pula no riacho para salvar Daniela. Nesse ponto ela já estava desmaiada. Alexandre rapidamente traz a princesa à margem.

ALEXANDRE  – (desesperado) O que eu faço, o que eu faço?

Daniela estava ali, inconsciente. Alexandre só tinha uma coisa pra fazer: respiração boca-a-boca. E ele fez. Daniela acordou rapidamente. Mas a reação dela não foi exatamente a da donzela salva pelo príncipe encantado. Ela acordou e deu um belo tapa na cara de Alexandre.

DANIELA  – Seu insolente! O que está fazendo?

ALEXANDRE  – Hã? Eu acabei de salvar a sua vida! Você estava se afogando, criatura!

Daniela recobra a realidade.

DANIELA  – (desconcertada) Obrigada!

E vai embora. Alexandre vai atrás dela.

ALEXANDRE  – Espere! Eu posso pelo menos saber o seu nome?

DANIELA  – Por que você quer saber?… desculpe… Daniela (oferece sua mão).

ALEXANDRE  – (beijando a mão de Daniela) Encantado. Sou Alexandre. Viu? Você consegue ser civilizada. Agora eu tenho isso para você (mostra o anel de esmeraldas). É seu?

DANIELA  – Eu perdi?! Esse é um anel de família! Pertenceu à minha mãe. É… Obrigada.

ALEXANDRE  – Não tem de quê. Então… tchau.

DANIELA  – É… tchau.

ALEXANDRE  – Eu já estou indo…

DANIELA  – Tudo bem. Eu também preciso ir.

Alexandre e Daniela estavam indo em direções opostas. Já estavam a alguns metros de distância quando os dois olharam para trás ao mesmo tempo, cruzando olhares. Não resistiram e voltaram correndo e se beijam.

 

CENA 2. CASTELO DE VESELI. QUARTO DE ALICE. INT. DIA

Alice estava curtindo o ócio quando Alfredo entra.

ALFREDO  – Rainha, Vossa Majestade tem visita.

ALICE  – Quem é?

ALFREDO  – É Morgana.

Alice se apruma rapidamente.

ALICE  – Eu disse que ela não viesse aqui! Ela quer acabar com tudo?

ALFREDO  – Devo mandá-la embora?

ALICE  – Não, seu animal. Não quero me indispor com ela. O rei Augusto viu Morgana?

ALFREDO  – Não, senhora. O rei está nesse momento no Parlamento.

ALICE  – Perfeito. Mande ela esperar na biblioteca. Vou recebê-la.

ALFREDO  – A rainha acha prudente, eu…

ALICE  – Não pedi sua opinião. Volte à sua insignificância e faça o que eu mando.

ALFREDO  – Perfeitamente, majestade.

 

CENA 3. BIBLIOTECA DO CASTELO. INT. DIA

Alfredo acomoda Morgana na biblioteca.

ALFREDO  – A rainha não está nada feliz em ter você aqui.

MORGANA  – Eu só vim fazer uma visita de cortesia a uma velha amiga. O que é? Não posso?

ALFREDO  – Você sabe muito bem que o rei não pode saber da sua existência.

MORGANA  – Eu sei. E você não fale assim comigo! Eu devo ser tratada muito bem. Sei de coisas que abalariam as colunas desse reino.

Nesse momento Alice chega.

ALICE  – Mas a senhora é muito bem recompensada para manter esses segredos onde estão. Bem escondidos, não é mesmo?

MORGANA  – É claro, minha rainha.

ALICE  – Então diga logo: o que veio fazer aqui?

MORGANA  – Mas o que é isso? Parece que não gostou da minha presença.

ALICE  – Para de falsidade! Se o rei te descobre acabou tudo, entendeu? Acabou a sua vidinha boa sustentada por mim.

MORGANA  – Eu sei. Então vou direto ao ponto: preciso de dinheiro.

Alice ri.

ALICE  – Já dei o seu dinheiro esse mês. Pode ir embora.

MORGANA  – Eu tive que fazer uma reforma na minha casa. O ouro que me deu já acabou.

Alice se vê sem saída. Tinha que despachar logo Morgana antes que Augusto chegasse. Rangendo os dentes disse.

ALICE  – Alfredo, vá pegar o ouro de Morgana.

ALFREDO  – Mas majestade…

ALICE  – Calado! Vá e faz o que eu mando.

Alfredo lança um olhar de ódio para Morgana e vai pegar o ouro.

 

CENA 4. CASA DE MARIA. DIA

Maria está tentando fazer um almoço gostoso para seu noivo. Ela mexia a panela enquanto conversava com sua mãe.

MARIA  – Tenho que agradar muito o Alexandre. Essa receita sua, mamãe, é muito difícil!

MADALENA  – Você não acha melhor eu fazer essa receita, minha filha?

MARIA  – Não, mamãe! Preciso aprender a cozinhar para quando eu casar.

MADALENA  – Você nunca levou muito jeito para a cozinha.

MARIA  – É porque eu nasci para ser rica, nasci para frequentar palácios ao redor do mundo, nasci para…

MADALENA  – Minha filha! A comida está queimando!

MARIA  – Ai meu Deus! E agora! Eu não sei nem fazer um cozido pra não ficar queimado. buáááá.

E cai no choro.

MADALENA  – Calma, calma. Deixa que eu faço a comida. Ainda tem tempo até o Alexandre chegar.

 

CENA 5. PARLAMENTO DE VESELI. DIA

O rei Augusto estava tendo uma reunião tensa no Parlamento. Ele estava conversando com o presidente, Armando, sobre a possibilidade de abdicar do trono em favor de Daniela.

ARMANDO  – Não iremos permitir! Já é uma vergonha o suficiente termos uma mulher mandando no país. E ainda mais uma mulher como Daniela.

AUGUSTO  – (começando a se irritar) O que quer dizer com uma mulher como Daniela?

ARMANDO  – Ora, faça-me o favor. Todos viram o vexame que ela passou na festa da primavera. Se sujando como uma verdadeira camponesa. Como alguém assim vai estar acima do Parlamento de Veseli?

AUGUSTO  – A Constituição de Veseli diz claramente que somos uma Monarquia Mista. Tanto o rei quanto o primeiro-ministro tem poderes para tomar decisões.

ARMANDO  – Olhe bem o que você falou: o rei tem o mesmo poder, um homem. Não uma moleca que anda de calças!

AUGUSTO  – A Constituição de Veseli também diz que quem herda o trono caso o rei abdique é o primogênito. Como só tenho uma filha, Daniela assumirá o trono, você querendo ou não. E ela acabou de completar a maioridade, fez 21 anos.

Armando, percebendo que perdeu o debate, fica em silêncio.

ARMANDO  – Muito bem, o senhor é o rei, soberano. Eu sou o primeiro-ministro. Cada um faz o que está ao alcance para fazer valer a sua palavra. Veremos quem vence essa.

AUGUSTO  – Veremos.

E sai batendo a porta.

 

CENA 6. CASTELO DE VESELI. DIA

Alfredo chega com o ouro de Morgana.

ALICE  – Pegue seu ouro e vá embora.

Morgana cheira a barra de ouro.

MORGANA  – Eu não me canso de fazer isso. Foi bom negociar com você, rainha.

ALICE  – Negociar não é bem a palavra certa. Extorsão se encaixa melhor. Chantagem também.

MORGANA  – Que seja. Bem, agora eu vou embora. Sinto que a minha presença aqui está incomodando.

ALICE  – Ótimo. Alfredo, por favor acompanhe essa… pessoa até a porta, dos fundos.

MORGANA  – Não. Nada disso. Vou sair pela porta da frente.

E se encaminha para a porta da frente do castelo.

Nesse momento o rei Augusto chega. Abre a porta e estranha a visita que ele não conhece.

AUGUSTO  – Olá. Alice, quem é essa?

Foco na cara de espanto de Alice.

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