CENA 1. CAMPO DE BATALHA. NOITE

Continuação imediata da cena do capítulo anterior, com o rei Augusto negociando com o general Ferko.

AUGUSTO – Não posso deixar essa carnificina continuar.

FEKO – Deveria ter treinado melhor seu exército, majestade.

AUGUSTO – Sabe que sua vantagem numérica é muito maior, general.

FERKO – Não posso recuar. Meu exército não é covarde.

O príncipe Rogério entra na negociação.

ROGÉRIO – Meu caro, tenho certeza de que o senhor é inteligente. E sabe que nada na vida é tão pragmático e engessado. Por favor, dê margem para negociarmos.

FERKO – Está tentando me subornar, alteza?

O clima fica tenso.

AUGUSTO – Estou certo de que isso nem passou pela cabeça do príncipe Rogério, não é mesmo?

ROGÉRIO – Imagina! Jamais duvidei de seu ilibado caráter.

FERKO – (desconfiado) Hum… Bem, a bem da verdade eu nunca entendi essa guerra. Veseli nunca fez nada contra a Hungria, nem aos nossos aliados.

AUGUSTO – Exatamente! Sempre fui um rei que prezou muito pela paz interna e com nossos vizinhos. Acontece que sofri um golpe e o tirano que tomou o poder era um desequilibrado e declarou guerra contra toda a Europa, pois nenhum país o reconheceu como soberano de Veseli. Por isso eu peço, na verdade eu imploro.

Augusto se ajoelha diante de Ferko.

AUGUSTO – Rogo-te, general, acabe com esse sofrimento para o nosso povo.

Rogério ficou muito impressionado com o gesto de Augusto. O rei de um país soberano não se ajoelhava diante de ninguém.

Ferko viu verdade nos olhos do rei Augusto. Sua decisão estava tomada.

FERKO – Eu nunca presenciei tamanha humildade em um rei. Percebo sinceridade em seus olhos. Está decidido. A guerra acabou.

Eles apertam a mão, selando a paz.

 

CENA 2. POVOADO DE VESELI. NOITE

A notícia do fim da guerra correu o campo de batalha como uma onda de frescor no ar de Veseli. A guerra não é boa para ninguém.

ROGÉRIO – É hora de comemorar! Todos para o bar de Veseli! Húngaros, vocês estão mais que convidados! Hoje só vou sair daqui amanhã!

A festa foi animada, regada a muita bebida, as mais belas mulheres de Veseli, as quais os soldados húngaros ficaram encantados. Mas no meio da comemoração, Patrício deu uma escapada e foi ao encontro de sua amada.

GUILHERMINA – Você não imagina a aflição que eu estava, Patrício. Ainda bem que essa guerra maldita acabou.

PATRÍCIO – Tudo o que eu mais queria era voltar para os seus braços, para os seus beijos…

Eles ficam nesse clima de romance por um bom tempo. Até que um novo assunto surge.

GUILHERMINA – Tudo certo com nosso plano?

PATRÍCIO – Tudo. Alexandre já está dentro do plano. Sairá exatamente como você está planejando.

GUILHERMINA – Perfeito. Aquela vagabunda da Maria terá a punição que merece.

 

CENA 3. CASA DE MARIA. DIA

Maria estava aos beijos com Ramiro. O clima estava esquentando quando algo surpreendeu os dois malvados.

ALEXANDRE – (batendo à porta) Maria! Maria!

MARIA – (tensa) Deus meu! É Alexandre! O que eu faço, o que eu faço?

Um minuto depois e Maria ainda não atendeu.

ALEXANDRE – Maria! O que está acontecendo? Você está aí?

MARIA – (para Ramiro) Esconda-se, esconda-se!

RAMIRO – Onde?!!

MARIA – Aqui, aqui!

Ramiro se esconde dentro do baú de roupas de Maria. Depois de se pentear um pouco, Maria atende a porta.

MARIA – Oi, meu amor!

Beija Alexandre com voracidade.

MARIA – Fiquei com muitas saudades! E tão preocupada com a guerra!

ALEXANDRE – E por que não foi me ver ontem?

Maria fica sem resposta. Para tirar o clima de constrangimento, se joga em cima de Alexandre e o beija muito.

MARIA – Mas o que o traz aqui?

ALEXANDRE – Vim trazer boas notícias.

MARIA – É mesmo? Quais?

ALEXANDRE – Posso entrar? Estou com fome, o que tem para comer?

MARIA – Claro, por favor entre. Fiz um bolo muito gostoso ontem. De laranja.

Alexandre entra. Maria prepara-lhe um chá e um pedaço do bolo. Alexandre percebe que ela tem um pouco de dificuldade em cortar o bolo, pois está muito duro. Alexandre bebe um gole do chá, mas ele está tão ruim que saem lágrimas em seu olho. Alexandre consegue disfarçar bem e come um pedaço do bolo.

MARIA – Mas então, meu amor, o que tem para me contar?

ALEXANDRE – Estou vindo agora da igreja. Tive uma conversa com o padre Luiz.

MARIA – É mesmo? E o que conversaram.

ALEXANDRE – Padre Luiz está um pouco preocupado com… a sua situação.

MARIA – Sinto que estou ficando mal falada no povoado.

Alexandre controla a sua raiva.

ALEXANDRE – Tanta injustiça. Então precisamos resolver esse problema.

MARIA – É verdade. E como?

ALEXANDRE – Marquei a data do nosso casamento.

Maria fica surpresa com a notícia. Era bom demais para ser verdade.

MARIA – Não acredito! Estou radiante! Ah, meu amor, você está me fazendo muito feliz!

Maria queria recompensar Alexandre pela boa nova, então agarrou o rapaz com beijos e amassos. Alexandre, mais uma vez, não resistiu e aceitou o amor de Maria. Ramiro, dentro do baú, teve o desprazer de presenciar tudo.

 

CENA 4. PARLAMENTO DE VESELI. DIA

Augusto estava mais tranquilo após conseguir acabar com a guerra. Então poderia dar prosseguimento ao seu plano de deixar o reino para Daniela. Por isso a reunião marcada no Conselho dos Anciãos. Dessa vez, Daniela também estava presente. A reunião estava tensa.

LEOPOLDO – Mais uma vez Vossa Majestade volta a esse assunto. Da última vez que teve esse intento olha só o que aconteceu ao reino.

AUGUSTO – Só aconteceu porque Armando deu um golpe. Mas não temos mais nenhum golpista aqui, não é?

LEOPOLDO – Claro que não. Mas também temos poder no reino. Tanto poder quanto Vossa Majestade.

DANIELA – Então por que não quer o reino em minhas mãos?

MARCOS – Não temos nada contra Vossa Alteza.

AUGUSTO – Qual o problema então? (dá um soco na mesa) QUAL O PROBLEMA?

LEOPOLDO – Recomponha-se ou não teremos mais conversa?

AUGUSTO – Que conversa? Que conversa temos com essa postura intransigente dos senhores?

LEOPOLDO – Intransigentes mesmo! É um ultimato: ou a princesa Daniela se casa ou não tem a passagem de reino para suas mãos.

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