CENA 1. CASTELO. INT. DIA

Continuação imediata da cena do capítulo anterior, com Augusto flagrando Morgana no castelo.

AUGUSTO  – Gente, por que essas caras? Eu só fiz uma simples pergunta. Tudo bem com a senhora?

MORGANA  – (olha para Alice antes de responder, um olhar de desafio) Tudo bem. É uma grande honra conhecer Vossa Majestade pessoalmente. É o rei Augusto, certo?

AUGUSTO  – Sou sim. O prazer é todo meu.

ALICE  – Bem… Morgana é…

MORGANA  – (corta) Eu sou Morgana Montinelli, prima de Alfredo.

Alice troca olhares aturdidos com Alfredo, mas o rei não percebe.

AUGUSTO  – Oh, nunca vi nenhum familiar de Alfredo. Quando me casei com Alice ele já era mordomo dela. E o que faz em Veseli?

ALFREDO  – Ela só está de passagem…

MORGANA  – (corta) Um mês, quem sabe dois. Vim trazer notícias de nossa família da Itália.

Alice range os dentes, mas consegue controlar o impulso de estrangular Morgana.

AUGUSTO  – Fique o tempo que quiser. Você ficará em um dos quartos de hóspedes.

MORGANA  – Não, por favor, eu fico no alojamento dos empregados mesmo.

AUGUSTO  – Faço questão. Prepare o quarto de sua prima, Alfredo.

ALFREDO  – (contrariado) Claro, majestade.

AUGUSTO  – Teremos uma temporada com o castelo cheio. Recebi uma carta dizendo que a Corte da França já está a caminho de Veseli.

ALICE  – (aliviada por mudar de assunto) É mesmo? E quem vem na comitiva?

AUGUSTO  – A rainha Carlota, o príncipe Rogério e alguns empregados. Rogério está animado para conhecer nossa filha.

ALICE  – Espero que ele tenha a persistência entre suas qualidades. Lidar com Daniela não é para qualquer um.

 

CENA 2. RIACHO. DIA

ALEXANDRE  – Eu preciso ir.

DANIELA  – É… já está ficando tarde.

ALEXANDRE  – Quer que eu te acompanhe até em casa?

DANIELA  – Não. Não é necessário.

ALEXANDRE  – Não precisa bancar a durona.

DANIELA  – O quê? Acha que só porque sou mulher não consigo me defender sozinha?

ALEXANDRE  – Não foi isso que…

DANIELA  – Você é um estúpido! Eu estou indo embora. Até nunca mais!

ALEXANDRE  – Mas…

DANIELA  – Esquece o que aconteceu entre nós. Adeus.

E sai galopando com Maximus.

Alexandre continua lá, tentando entender o que acabou de acontecer.

 

CENA 3.

Anoitece em Veseli.

 

CENA 4. EM FRENTE À CASA DE MARIA. NOITE

Ramiro combina os detalhes do jantar de noivado com Guilhermina. Maria lhe dá orientações.

MARIA  – É assim que você vai fazer, entendeu?

RAMIRO  – Você está 100% certa disso?

MARIA  – Claro! É o disfarce perfeito! A tonta da Guilhermina está caidinha por você.

RAMIRO  – Está bem.

Alexandre estava chegando ao povoado nesse momento, montado em Godofredo. Ele vê Maria conversando com Ramiro, mas não chega perto, observa de longe.

Ramiro vai em direção à casa de Guilhermina.

Alexandre chega na casa de Maria.

MARIA  – Olá, meu amor! (beija Alexandre) Você nem veio para o almoço. Eu tinha preparado um banquete pra você com minhas próprias mãos! (faz beicinho)

ALEXANDRE  – (ainda aéreo, por causa do encontro com Daniela) É mesmo?

MARIA  – Sim! Sobrou um pouco do almoço. Vem comer.

Puxa Alexandre pelo braço, que não oferece resistência.

 

CENA 5. RESTAURANTE CHIQUE. INT. NOITE

Ramiro e Guilhermina chegam no restaurante. Guilhermina está radiante com a possibilidade de terminar a noite noiva de Ramiro.

MAÎTRE  – Boa noite. Os senhores têm reserva?

RAMIRO  – Ramiro Tiblowsky.

MAÎTRE  – (observa a lista) Por aqui, por favor.

O maître estava com um certo olhar de desdém. O restaurante não estava acostumado a ser frequentado por camponeses. Guilhermina não tinha lá muito boas maneiras. Isso era visível no visual adotado por ela: um vestido florido com uma botina de montaria.

Eles chegaram à mesa. Ramiro não puxou a cadeira para Guilhermina sentar.

MAÎTRE  – Aqui estão os cardápios. Quando escolherem o prato me chamem.

RAMIRO  – O que vai querer, querida?

GUILHERMINA  – Eu não sei. Só sei que estou com muita fome. Nem comi hoje porque quero tirar a barriga da miséria hahahaha (ri muito alto).

Ramiro ri constrangido.

RAMIRO  – (pensando) E eu vou me tornar noivo disso. Meu Deus!

 

CENA 6. CASTELO. NOITE

A família real está jantando. Daniela já voltou para casa. Mas seu pensamento está longe. Está no beijo que aconteceu mais cedo no riacho. Alexandre. Ela estava arrependida por ter sido tão rude com ele. Seus devaneios cessaram quando percebeu que estavam conversando com ela.

AUGUSTO  – Não é mesmo, minha filha?

DANIELA  – Hã… o quê?

AUGUSTO  – Estava com os pensamentos longe, hein?

ALICE  – Com certeza estava sonhando com o príncipe Rogério. Ele já está a caminho, Daniela.

DANIELA  – (de mau humor) Que notícia maravilhosa.

AUGUSTO  – Bem… a Corte francesa está mesmo a caminho. Dentro de uma semana estará em Veseli. E você vai recebê-los bem, Daniela. Nada de má-criação.

DANIELA  – Da minha parte eu garanto. Mas vou logo avisando que se esse príncipe Rogério vier de gracinha comigo não vou aguentar calada.

AUGUSTO  – Ele vem só pra te ver, querida!

DANIELA  – (revirando os olhos) Não estou nem um pouco interessada.

ALICE  – Já chega dessa discussão infantil. Vamos comer, o jantar está esfriando.

Nesse momento Morgana chega.

MORGANA  – Me desculpe pelo atraso. A banheira do quarto é realmente magnifica. Não temos isso na Itália.

Alice fuzila Morgana com o olhar.

AUGUSTO  – Minha nossa! Mas que falha a minha. Não colocamos o seu prato na mesa. Mas resolveremos isso num instante. Alfredo, coloque o prato de sua prima. Se quiser junte-se a nós.

ALFREDO  – Muito gentil de sua parte, mas eu não vou me juntar a vocês. Eu sei o meu devido lugar. Morgana deveria saber o dela também.

AUGUSTO  – Deixe de bobagem, Alfredo. Junte-se a nós.

ALFREDO  – Majestade, eu…

AUGUSTO  – É uma ordem.

ALFREDO  – Se o senhor insiste.

Alfredo se senta na mesa. Deu para ver que ele gostou de estar na mesa de jantar da família real de Veseli.

ALFREDO  – Será um jantar muito aprazível.

 

CENA 7. EM ALGUM LUGAR NO MAR DO NORTE. NOITE

A Corte francesa estava viajando para Veseli. Apesar de não ser uma especialidade da França, eles estavam navegando pelo Mar do Norte. A viagem não estava fazendo muito bem para a rainha Carlota, que estava verde de tão enjoada.

CARLOTA  – Parece que quanto mais a gente navega mais longe fica esse fim de mundo chamado Veseli. Até o reino de Tão Tão Distante é mais perto!

ROGÉRIO  – Calma, mamãe. A senhora sabe muito bem porque estamos fazendo esse sacrifício.

CARLOTA  – É. Nossa recompensa será maior do que esse transtorno de fazer uma viagem desse tamanho.

 

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