Capítulo escrito por: Charlotte Marx
Classificação indicativa
Malva contestou.
– Você não pode fazer isso comigo, Joaquina! Temos um pacto de anos!
A freira boa ri.
– Um pacto? Depois de tudo que você fez?
Malva deu-se de inocente.
– Mas o que eu fiz de tão grave assim? Eu só ensinei normas ao menino, tentando dar suporte a sua educação frágil e capenga que de nada adianta!
Joaquina se irritou.
– Claro, por que para você educar é sinônimo de espancamento. Olha o estado que o deixou e ainda tem coragem de dizer na minha cara que está ensinando. Aprenda uma coisa, Malva, com violência a gente não evolui, ficamos acovardados e entendemos que é o único meio de conseguir as coisas, passando por cima de uma boa conversa. Se não há respeito, não há amor e sem ele não há educação.
Malva riu.
– Quem é você para falar de amor? Não entende nada! É uma lagarta velha, enclausurada naquele colégio utópico, vivendo mediocremente de catar de latinha e sucata com uma hortinha que nem os sem-terras abastece.
Joaquina ergueu o pescoço num tom de desprezo.
– Fico só imaginando quando for abandonada, inclusive por essa sua gangue sem vergonha que apoia tudo isso, fazendo seu trabalho sujo. Apodrecendo atrás de uma cela como exploradora de criança. Eu não vejo a hora disso tudo acontecer para eu e essas crianças ficarmos livre de você!
Quando se vira para pedir aos meninos mais velhos levarem Robson para seu colégio, Malva a puxa pelo braço, fazendo uma revelação bombástica.
– Seu filho não morreu!
Joaquina estremece. O que aquela desgraçada estava falando? Seria mais de uma das suas tentativas de impedi-la de pegar uma boa cana? Mas se fosse isso, aquilo não iria acontecer, a agressão contra Robson fora a gota d’água, ela não tinha escapatória! Deu-lhe novamente as costas em tom de desprezo, mas a mulher agarrou-a de novo pelo braço.
– Eu o internei em um manicômio na Suécia, está lá há mais de vinte anos. Se duvidar é só abrir o caixão do cemitério e conferir que há um cachorro morto no lugar!
Joaquina se vira totalmente chocada. Teria sofrido aqueles anos em todo em vão?
– O que você está dizendo, Malva?
A beata explicou.
– Você sempre soube da minha dificuldade em engravidar, nasci com esse útero invertido e ao completar minha juventude já possuía endometriose, mas eu sempre sonhei em ser mãe, desde pequena, você sabe disso! Quando aquele taxista me estuprou no terreno baldio lá do bairro, eu fiz de tudo, de tudo, para ter essa criança, eu já estava no segundo mês de gravidez, quando aquele seu maldito filho trocou os comprimidos para pressão que sempre tomei por pílulas de Misoprostol, eu comecei a sangrar depois de algumas horas e perdi o meu bebê e tudo isso por que eu recusei a levá-lo a Disney naquela viagem escrota. Sabe como eu me senti, ouvindo o médico dizer que minhas chances de engravidar depois disso eram praticamente nulas? Eu sofri tanto que não me contive, ele tinha que pagar. Ele não tinha licença de dirigir, ainda era menor, pouco experiente, não foi difícil convencer a família da imprudência dele em se acidentar com aquele carro no barranco, a explosão foi perfeita para justificar a não abertura do caixão. Subornei alguns policiais, peritos, tudo planejado, enquanto seu filho já havia sido seqüestrado e levado para essa clínica fora do país com o tratamento merecido, já que era um descontrolado, um maníaco, um psicopata.
Joaquina não suportou ouvir a confissão, estapeou-a fora de si.
– A psicopata daqui é você, sua vigarista! Você sabe o quanto me fez sofrer esses anos por me sentir culpada por tê-lo deixado sair àquela noite? O sofrimento de Carlos pela perda do filho? A nossa mãe enfartando naquele hospital e você assistindo tudo, sem fazer nada para reverter aquilo? Cadela velha! Ordinária! (e a derrubou no chão, estapeando-a sem controle). Seu lugar é na cadeia, não se faz isso com uma mãe durante tantos anos! Eu exijo que me dê o lugar dessa clínica onde o deixou, eu não estou brincando! Agora!
Malva ri.
– Isso você só terá se desistir dessa idéia maluca de me entregar, caso contrário jamais verá seu bastardinho de novo!
Joaquina se levanta enojada, não podia acreditar na perversidade da menina que nascera do mesmo feto que ela. Eram tão diferentes! Meu Deus! Tão Antagônicas! Começou a gritar perdidamente. As crianças se aproximaram para acudi-la. Malva tripudiou.
– Isso mesmo, irmãzinha! Pode chorar! É bom que lava a alma! Quando estiver mais calma, passe lá no meu cafofo adorarei te receber! Agora só para te avisar, quem dita às regras aqui sou eu e afirmo que esse acordo entre as instituições irá continuar. “Encore plus!”
E saiu com seu bando, deixando a freira boa acudida pelas suas crianças.
***
Minutos mais tardes, Débora é jogada para dentro do dormitório feminino, ela tropeça sobre sua cama e desata ao chão, uivando de dor e ao mesmo tempo chorando desesperada. Mal conseguia falar nada, sua boca sangrava, sua gengiva ardia. Como seria a nova realidade agora sem dentes? Como iria se alimentar? O sal ainda fervilhava queimando os locais de extração. Laila, uma menina que terminava de arrumar sua boneca, compadeceu, aproximando.
– Está tudo bem com você?
Débora chorou ainda mais alto.
A garota se abaixou e a abraçou.
– Eles são uns monstros, mesmo! O que fizeram com você?
Débora abriu a boca. A menina se chocou.
– Que horror! Como tiveram coragem? Isso é um absurdo! Eles passaram totalmente dos limites! Eu nunca disse nada, mas agora eles vão ouvir umas verdades!
Débora segurou seu pulso e balançou a cabeça negativamente, fazendo sinal de perigo. A menina percebeu que estava se exaltando e podia sobrar para si.
– É você! Tem razão! Mas essa história não pode ficar assim! Alguém precisa parar essa louca!
E a abraçou de volta em um gesto fraternal, enquanto Débora sofria calada.
***
Mais tarde, Robson deitado sobre sua cama acordara recuperado. Serelepe e Batista haviam trazido um chá de mel e noz moscada que ele amava direto da cozinha de Gertrudes, a cozinheira negra mais amorosa do colégio.
– Obrigado, parceiros! Mas escutem, vocês tem que me ajudar a invadir de novo o reformatório!
Serelepe o repreendeu.
– Você ficou maluco, cara? Se te pegarem, você tá ferrado!
Robson bebeu o chá, ainda colérico.
– Eu não posso deixar aquele garoto largado, lá! Aquela gente é muito perigosa, vão puni-lo enquanto puder! Pelo que pude perceber ele é valente, revolucionário, não vai engolir todas aquelas regras enfadonhas. Só que esse é um grande erro dele, se não intervir, vão acabar o matando. Preciso impedir que isso aconteça!
Ele levantou da calma com um salto, correu para o vestiário, abrir seu armário, os dois foram atrás. Batista tentou entender.
– Para que isso agora, cara? Você nunca foi de se meter com o pessoal de Malva!
Robson revela.
– Talvez por que eu nunca tenha vivido tão de perto o sofrimento daquelas crianças, são espancados, postos para trabalhar forçadamente até exaustar, alguém precisa pôr um ponto final nessa história.
Batista ri.
– E esse alguém é você? Vai bancar o herói agora? Ainda com onze anos de idade?
Robson retira a camiseta e coloca outra no corpo.
– Meu caro Batista, não há idade para assumir meu papel de cidadão e lutar pela ética dos mais explorados. É meu dever, nosso dever fazer alguma coisa!
Quando está saindo do quarto, Luana, uma aluna, o impede.
– Mãe Joaquina não vai gostar nada de saber dos planos do queridinho dela!
Batista e Serelepe se chocam. Robson a encara obscuro.
***
Malva abre o sótão e acende a luz. Seus olhos não negam sua tristeza. Solitária, caminha até um antigo guarda-roupa, ela respira fundo e puxa uma das portas, separa as roupas para um canto e no outro retira um fundo falso, abaixo dele uma caixa se revela com acessórios para bebês. Ela pega um macacãozinho azul e abraça junto ao peito. Como queria ter tido aquela criança! Ter montado uma família de verdade! Por que o destino havia lhe cravado aquela injustiça? Tornando-a uma pessoa tão amarga? Tinha muitas crianças em seu reformatório, mas a nenhuma se apegava! O laço consangüíneo era um valor para ela! Uma ligação forte entre sua fêmea e seu filhote! Torceu por alguns segundos para que aquele menino estivesse morto no manicômio! Aquela besta assassina! Largou-o por mais de vinte anos e nunca fora procurada, quem sabe por que ficaram com medo de dar-lhe a notícia. Percebeu que seu cauda longa encontrava-se empoeirado a um canto, limpou suas teias de aranha e sentou, abriu o teclado. Ainda sentia aquele jovem rouxinol dentro de si, a garota amável que sonhava em ser reconhecida pelo mundo com seu talento, suspirou e desatou a tocar.
***
Lucas acorda no dormitório assustado por mais um pesadelo naquele local assombrado, dirigi-se para o sanitário, quando Laila o puxa para um canto, fazendo silêncio.
– Você precisa ver sua irmã! Agora! Ela está precisando do seu carinho!
Ele concorda.
Escondido no dormitório feminino, enquanto Laila dá cobertura, ele abraça a irmã, espumando de raiva.
– Esses desgraçados me pagam! Vou exterminar um por um!
Ela o aperta forte, fazendo sinal para ele se acalmar.
– Como posso me silenciar, Debby? Esses caras estão totalmente desequilibrados com esses corretivos, perderam completamente o juízo. Matilde vai me pegar cada segundo que sofremos nesse inferno! Ah vai! Pode escrever! Cada segundo!
Irmã Elisabeth que passava pelo corredor desconfia de uma movimentação estranha e empurra a porta por cima de Laila, descobrindo a farsa.
– Mas você não aprende mesmo, né seu pestinha?! O que está fazendo no dormitório feminino? Eu vou resolver isso já, com um bom corretivo!
***
Robson enfrenta Luana.
– Você não vai contar nada a Mãe, Luana!
A menina ri.
– Ah, não? Então o que eu vou ganhar para ficar de bico fechado?
O garoto explica a situação.
– Entenda, Luana! Se a mãe souber, ela vai dar um jeito de nos proteger, mas não é o melhor a ser feito, aquelas crianças sofrem torturas diariamente, eu fui eletrocutado, você sabe o que é ser eletrocutado? E trabalhar? Você sabe o que é carregar um tronco de árvore desse tamanho? (e faz com as mãos) Precisamos dar um jeito de ajudá-las!
Luana desconfiou da sua intenção.
– É muito estranho você querer bancar o salva-vidas! Nunca se importou com isso. O que está escondendo, Robson?
Robson se irritou.
– Não estou escondendo nada! É claro que nunca me importei, eu estava alienado com o conforto e carinho que mãe Joaquina sempre nos deu, estava fechado no meu mundinho, na minha ilha de Tomas Morus, esquecendo do resto.
Luana deu a volta observando possíveis movimentos corporais que negasse sua informação.
– Sei! De qualquer modo, nós não temos nada a ver com isso! Seria de muito mal grado, nós mentirmos para a mamãe e…
Ele a lasca um beijo, todos sabiam no colégio que a menina tinha uma queda por ele.
– Gostou do seu presente? – Ele questionou, rindo.
Ela não pode acreditar no que estava acontecendo e o roubou mais um, ele deixou-a perdida, avisando.
– Se contar para mamãe, isso nunca mais vai se repetir!
Assim que saiu rindo com Serelepe e Batista, ela foi atrás, querendo participar da missão.
– Esperem por mim! A sagacidade de uma mulher é sempre bem vinda nessas horas!
***
Lucas a observou em fúria
– Eu quero ver quem vai levar corretivo aqui, sua totalitária podre! A partir de hoje você não encosta um dedo mais em mim, nem na minha irmã.
Elisabeth gargalhou feito hiena e os tocou para provocá-lo.
– Pronto! Toquei! O que vai fazer? Me entregar para a polícia? Acorda, meu querido, você está no meio de uma selva fechada e os telefones são censurados para o bem dos alunos! Não tem como você fazer nada, é melhor colaborar, nem queira sonhar no que eu estou pensando em fazer com você!
Lucas explode.
– Mas é muito descarada! Eu vou acabar com a tua raça!
E parte para cima dela a derrubando no chão, a mulher começa a gritar desesperada, quando ele arranca sua peruca, Laila ri alto.
– Vagabundo! Mas agora você passou de todos os limites! Devolva o meu cabelo já! É uma ordem!
O garoto corre para a janela dos fundos e atira a peruca sobre os berros da mulher, pois a alguns andares abaixo dali, havia um grande chiqueiro de porco.
– Nãooooo!!! Meu cabelo, estragado!
Marcio Guerra entra no dormitório.
– Mas que gritaria é essa? Dá para ouvir da secretaria!
Ela o revela tudo e ele captura o menino sobre suas ordens o jogando dentro da sala acústica. Elisabeth procura no painel enquanto o menino esmurra a porta desesperado, a lição a ser ouvida e seleciona. Ela aumenta ao volume máximo, ensurdecendo o rapaz que tonto não consegue se manter em pé. Sobre os olhares maquiavélicos da vice-diretora, o garoto sente seus tímpanos doerem. A versão auditiva de trechos do livro Minha Luta, a tão famosa bíblia de Hittler é ligada a todo vapor.
***
O escuro do universo já assumia a noite. Serelepe, Batista, Robson e Luana chegam à cerca. A garota titilou.
– Tem certeza de que querem mesmo fazer isso? Estou com medo!
Batista caçoou
– Não foi mesmo a donzela aí que disse ser bom ter uma garota no grupo? Pelo lance da sagacidade e talz ?
– Cala boca, Batista! Foi só a minha intuição, já passou – Bravejou a garota, retomando a autoridade.
O mulato riu.
– Bichinha marrenta!
Robson que observava o ambiente declarou ao perceber que o “terreno tava limpo”.
– Vamos!
E eles pularam a cerca. Abaixando por entre os arbustos para não serem visto nas filmagens.
Quando desembocaram no jardim do reformatório, escutaram um barulho de carro e Elisabeth correndo desesperada até ele. Luana estranhou.
– Saindo do reformatório? A essa hora ? Quando a contabilidade já fechou? Que estranho!
Robson a repreendeu.
– Oh! Luana! Isso não é da tua conta, enxerida! Vamos focar no lado positivo disso tudo, menos uma a nos preocupar!
Quando saíram de trás das paredes, tiveram que voltar rapidamente, dessa vez Marcio chamara um taxí e corria ao seu encontro. Luana deixou escapar.
– Tá tendo festa na moita e eu não fui convidada? É?
Robson trocou um último olhar com ela e ela se calou.
– Certo! Bico fechado! Não está mais aqui quem falou!
E se adentraram por janela entreaberta que logo descobriram se tratar do corredor das camareiras.
***
Já havia passado algumas horas quando Débora acordou-se de relance. Sua boca fedia, percebeu que o rosto estava inchado e começou a estremecer de frio. Titubeou ao levantar-se da cama e engatinhou para o sanitário, quando se mirou no espelho, assustou-se com o que viu, do nariz até o queixo sua face estava roxa, ousou abrir os lábios e apavorou-se com os estratos de pus que marcavam sua arcada dentária, berrou.
***
Laila finalmente encontrara a sala em que haviam jogado Lucas, era perceptível, pois havia uma janela de vidro transparente sobre o espumado que a recobria por fora e por dentro. Tentou abrir a porta, mas uma senha a impedia no sistema. Atordoada com o estado do rapaz começou a digitar números aceleradamente. Robson, Serelepe, Luana e Batista chegaram naquele corredor e se esconderam ao vê-la abrir o local. Ela correu mais calma e retirou o amigo de lá, deixando-o sentado do lado de fora. Abaixou para animá-lo.
– Fala comigo, Lucas! Você precisa me ouvir! – Dando-lhe toques.
Robson percebeu que era o rapaz que tentara salvar.
– É ele!
Precipitou-se ao seu encontro, mesmo com Luana tentando impedir.
– O que houve com ele?
A menina se assustou com sua presença e outros três.
– Vocês são do colégio dos sonhos, o que estão…
Robson não queria explicar, estava preocupado demais.
– Ele está bem?
Ela explicou.
– Ele foi castigado por peitar a vice-diretora, ela jogou-o na sala acústica com um volume nas alturas, tenho receio que tenha fico surdo e…
Ele não a esperou terminar, abaixou e tento reanimá-lo. Laila percebeu o carinho que tocava o rapaz para não machucá-lo. Luana não gostou nem um pouco.
– Cara, fala comigo! Tenta fazer um esforço, tenta me ouvir, é para o seu próprio bem!
Surpreendentemente, o menino reconheceu a voz e abriu os olhos.
– Você? Aqui?
Robson sorriu animado para Laila. Serelepe e Batista só observavam Luana que abaixou a cabeça num tom entediante. O flautista tentou outra vez.
– Está me ouvindo? Lucas, seu nome não é?
O menino riu.
– Claro que estou. Sim, esse é o meu nome.
Robson o abraçou e Laila o acompanhou. Luana cabisbaixa de ciúmes, bateu o sapato no chão, Batista e Serelepe cumprimentaram-no até que ele se recordou.
– Foi àquela vadia, não foi? Tentou me ensurdecer! Mas agora a ponho no lugarzinho dela! Ah se ponho!
E avançou para a sala da vice-diretoria, o quíntuplo o acompanhou. Quando já estava se aproximando, se conteve na parede, percebeu que Marcio conversa com ela. Serelepe balbuciou.
– Mas então eles já voltaram! Caramba! Estávamos há horas perdidos, andando em círculos, nesse local!
Robson fez sinal de silêncio. Todos ouviram:
– Ai Marcio! Só rindo mesmo! Você está sonhando se eu vou te promover a meu assessor! Eu jamais faria uma coisa dessas, meu amor. Tem pessoas mais qualificadas para o cargo, nem mesmo diploma você tem!
Ele se aproxima num tom irônico, pondo os braços em sua mesa:
– Fico pensando em você, sabia? Você é instruída, formada em uma das melhores faculdades desse país, mas é uma pena que veio trabalhar para um reformatório cristão e dogmático! Que não cabe a você!
Ela estranhou.
– O que está querendo dizer com não me cabe? Sempre respeitei todas as normas dessa instituição! Estou mais que apta ao meu posto.
Ele riu.
– Será? Mas então por que hoje quando eu segui aquele carro que te aguardava (a face da mulher foi se transformando) ele foi parar até um sítio isolado da cidade em que você pagava um desses seus matadores de alugueis para arrumar uma vítima quente para esquentar seus lençóis, sabia que isso se chama necrofilia? Sexo com defunto que você mesmo manda apagar para satisfazer suas perversões é crime! Será devo comentar com Irmã Malva sobre isso?
O rosto da mulher gelou. Do lado de fora da porta, Lucas esboçou um sorriso.
– Agora temos uma aliada conosco. Ela está em nossas mãos!
Robson se alegrou. Laila olhou irônica. Serelepe abriu a boca. Batista abraçou companheiramente Luana que respirou fundo.
CONTINUA…-” ”>-‘.’ ”>