NOVA CHANCE PARA AMAR

Novela de Ramon Silva

Escrita Por:

Ramon Silva

Direção Geral:

Wellington Viana

PERSONAGENS DESTE CAPÍTULO

AMANDA

BEATRIZ

BELINHA

CAMILA

EDILEUSA

ELISA

GUSTAVINHO

JOSIAS

KLÉBER

LAURA

MARCELO

MARCOS

RAMIRO

REGINA

RODRIGO

SEVERO

SÉRGIO

VIVIANE

CENA 01. FÁBRICA FABRISTILO. PRODUÇÃO. INT. MADRUGADA.

Área de produção vazia, Camila vem correndo, desesperada.

CAMILA             —    (Grita) Socorro! Socorro!

Sérgio e Amanda e mais dois homens se aproximam correndo.

AMANDA           —    O que aconteceu, Camila?

CAMILA             —    Aquele desgraçado do Kléber queria me violentar!

AMANDA               Como é que é?

SÉRGIO             —    Kléber agora passou de todos os limites!

AMANDA           —    Ele chegou a fazer alguma coisa com você?

CAMILA             —    Não, porque eu dei um chute nele e sair correndo.

Kléber revoltado entra na área de produção.

KLÉBER           —    Então é aqui que a vadiazinha está!

SÉRGIO             —    Poxa, Kléber. Não tinha necessidade disso, cara.

KLÉBER           —    E quem te perguntou alguma coisa? Acho melhor ficar na tua. A coisa já não tá nada boa pro teu lado.

HOMEM 1          —    Um cara que é capaz de forçar uma coisa dessas, perde todo o direito de se defender!

KLÉBER           —    Ah é? Se eu sacar o ferro aqui quero ver vocês se defenderem! Você vem comigo, Camilinha. Não terminamos ainda.

AMANDA           —    (Segura Camila) Ela não vai a lugar nenhum com você, Kléber!

KLÉBER           —    Ah… Tá querendo entrar na brincadeira também, Amanda? (Repara o corpo de Amanda) Olha que eu dou conta das duas.

SÉRGIO             —    Que isso? A Amanda é minha esposa! Exijo respeito.

A discussão começa. Todos contra Kléber, e ele não deixa barato. Instantes. Confusão. Regina entra com o notebook debaixo dos braços e um mega fone.

REGINA             —    (Ao mega fone) Chega! Chega! Mas que escândalo é esse a essa hora da noite?

AMANDA           —    Dona Regina, a senhora como mulher, não pode aceitar uma coisa dessas dentro do fábrica.

REGINA             —    Como assim?

CAMILA             —    O Kléber queria me estuprar!

KLÉBER           —    Não é nada disso que essas duas alarmantes estão falando! Eu apenas fui ver como a Camilinha estava em sua primeira noite na fábrica. E ela que se ofereceu pra mim!

CAMILA             —    Toma vergonha na tua cara! Eu jamais me deitaria com um sujeito desprezível que nem você!

KLÉBER           —    (Ergue a mão para dá um soco nela) Como é que é?

SÉRGIO             —    (Entra na frente de Camila) Você não vai encostar um dedo na Camila.

REGINA             —    Kléber, vem comigo. Preciso conversar com você.

Regina sobe a escada para o escritório. Kléber fica a encarar todos por um instante e sobe a escada. Amanda abraça Camila.

AMANDA           —    Agora tá tudo bem, Camila.

SÉRGIO             —    Esse desgraçado não vai fazer nada com você.

Fecha em Camila aterrorizada. Instantes.

CORTA PARA:

CENA 02. FÁBRICA FABRISTILO. ESCRITÓRIO REGINA. INT. MADRUGADA.

Regina em pé, diante de Kléber que sentado está.

REGINA             —    Mas o que é que se passa na sua cabeça, Kléber?! A menina me entra hoje na fábrica e você faz uma coisa dessas!

KLÉBER           —    Regina, você vai mesmo acreditar no que aquelas duas estão falando?

REGINA             —    E por qual outro motivo haveria todo aquele auê a essa hora da noite? Me explica!

KLÉBER           —    Tá na cara que elas querem me prejudicar!

REGINA             —    Tá, Kléber. Mas mesmo se elas quisessem te prejudicar, ainda não tem nenhuma explicação plausível, pra você ter ido ao quartinho onde a Camila estava dormindo.

KLÉBER           —    Regina, olha, eu cansei! Você acredita no que quiser acreditar! Aquelas mulheres falam o que querem e você acredita! Bem que nos últimos dias você tem andando muito estranha. Parece que tá perdendo o controle dos negócios. Se Ramiro sabe de uma coisa dessas você sabe muito bem o que ele vai fazer!

REGINA             —    Kléber, se você acha mesmo que vai continuar com esses seus joguinhos de sempre falar contra mim, você está perdendo o seu tempo! A menos que você arme alguma e me tire deste cargo, eu não saio dele!

KLÉBER           —    Tome muito cuidado com esse seu excesso de confiança. Porque quando cair, a queda é mais brusca ainda!

Kléber sai do escritório, deixando Regina séria pensativa. Instantes. Tensão.

CORTA PARA:

CENA 03. FÁBRICA. CASA REGINA. SALA. INT. MADRUGADA.

Belinha vem do quarto.

BELINHA          —    (Chama) Regina? Regina? Tem alguém em casa? (Olha todos os lados) Pra onde ela foi a essa hora? (Tem ideia) Se bem que eu posso usar isso ao meu favor.

Belinha volta para o quarto.

CORTA PARA:

CENA 04. FÁBRICA FABRISTILO. DORMITÓRIO COLETIVO. INT. MADRUGADA.

Local enorme. Muitos trabalhadores ali dormindo. As camas são de papelão com pano velho forrado por cima. Camila, Amanda e Sérgio entram e se sentam nas suas respectivas camas.

CAMILA             —    Muito obrigada pela ajuda de vocês. (Chora) Se vocês não tivessem chegado naquela hora, eu nem sei o teria acontecido.

AMANDA               (Abraça ela) Ei. Não tem nada que agradecer. Já estamos nessa situação aqui, então o mínimo que a gente pode fazer é se ajudar como pode.

SÉRGIO             —    O pior já passou, Camila. Tenho certeza que agora a Regina vai dar um jeito nisso.

CAMILA             —    Sério que você acredita nisso? Aquela mulher é tão desgraçada quanto ele!

SÉRGIO             —    Do jeito como ela agiu parece que não gostou muito. Mas realmente não tem como a gente saber se ela concorda com isso ou não.

CAMILA             —    Eles tentaram fazer isso com você também, Amanda?

AMANDA           —    Não. Talvez porque eu sou casada, porque tenho uma filha, sei lá… A verdade é que eu nem sei explicar.

SÉRGIO             —    Kléber deve ter ficado encantado com sua beleza, Camila. Você é uma jovem muito bonita.

CAMILA             —    Só quero sair desse inferno!

AMANDA           —    Ainda acredito que esse dia vai chegar.

SÉRGIO             —    Quando não sabemos… Mas vai chegar! Nunca sonhei tanto com as coisas mais simples da vida. Para qualquer um sair na rua, conhecer outras pessoas, ir ao cinema, ao shopping com a família é normal… Mas aqui tudo isso é impossível!

AMANDA           —    (Pega na mão do amado) Nosso momento ainda vai chegar, meu amor! Nossa família ainda vai ser feliz.

Fecha em Sérgio que esperançoso meneia a cabeça concordando.

CORTA PARA:

CENA 05. FÁBRICA. CASA REGINA. QUARTO CASAL. INT. MADRUGADA.

Belinha ali mexendo no criado mudo.

BELINHA          —    (P/si) Aqui deve ter alguma coisa da Regina. Essa mulher esconde alguma coisa. Tenho que descobrir o que é.

Atenção Sonoplastia: ruídos de passos de alguém se aproximando. Belinha corre para debaixo da cama. Kléber entra.

KLÉBER           —    (P/si, furioso) Regina ainda vai me matar com esse jeito dela! Ramiro não pode ficar sem saber da postura dela a frente da produção. Do jeito que ele é, vai fazer ela sair do cargo! (Sorrir) Se eu assumo essa produção aqui, a vida desses trouxas vai virar um inferno!

Kléber fica ali a sorrir malignamente. CAM mostra Belinha debaixo da cama quietinha. Instantes.

CORTA PARA:

CENA 06. CASA LAURA E SEVERO. SALA. INT. MADRUGADA.

Sala escura. Severo entra de ‘fininho’.

SEVERO           —    (P/si) Pela hora deve tá todo mundo dormindo.

Ele acende a luz. E Laura que está sentada no sofá, arremata.

LAURA              —    (Séria) Olá, Severo.

SEVERO               Laura? O que você tá fazendo acordada? Já são quase duas da manhã.

LAURA              —    A pergunta aqui deveria ser a seguinte: o que você fazia na rua, que chegas há esta hora em casa?

SEVERO           —    Às duas da manhã e você ainda tem neurônio pra falar: chegas há esta hora…?

LAURA              —    Não tente me tapear, Severo. Fala a verdade. Você estava com outra?

SEVERO               Claro que não, Laura! De onde você tirou isso?

LAURA              —    Você estava com quem então?

SEVERO           —    No ponto de táxi.  Nandão e eu ainda tivemos que levar o Maurício até em casa. Ele tava todo estranho.

LAURA              —    Tudo bem, Severo. Eu vou fingir que acredito nessa desculpinha.

SEVERO           —    Mas Laura/

LAURA              —    (Corta) Mas nada! Plena sexta-feira, eu querendo fazer um programinha diferente com você, e você preferiu ficar no ponto de táxi. Às vezes eu fico pensando: será que eu me casei com um homem moderno? Ou será que foi com um homem das cavernas? Porque não é possível viver nesta vidinha de trabalho, casa, casa, trabalho, e não querer uma mudança! Eu estou cansada!

Laura vai para o quarto, deixando severo refletindo sobre suas escolhas. Instantes.

CORTA PARA:

CENA 07. FÁBRICA FABRISTILO. ESCRITÓRIO REGINA. INT. MADRUGADA.

Regina ali sentada a mexer no notebook. CAM detalha a tela do notebook com a imagem da cena 19, do capítulo 17. Kléber empurrando Sérgio contra a parede e colocando a arma em seu queixo. Rê pausa as imagens.

REGINA             —    (P/si) O que você tá armando, Kléber? (Pausa) Mas não pense que está lidando com idiota, que isso eu não sou. Antes de ele tentar me derrubar, eu o derrubo e ainda piso em cima!

Ela fica ali pensativa. Instantes. Tensão.

CORTA PARA:

CENA 08. RIO DE JANEIRO. STOCK-SHOTS. EXT. AMANHECER.

Takes do nascer do sol. Orla da Barra, ciclistas, banhistas e surfistas, poucos carros na rua por se tratar de um sábado de manhã… Instantes.

CORTA PARA:

CENA 09. MANSÃO VIEIRA. SALA DE JANTAR. INT. MANHÃ.

Beatriz ali sentada à mesa. Edileusa séria vem da sozinha com uma jarra de suco e coloca sobre a mesa.

BEATRIZ          —    Que cara é essa, Edileusa?

EDILEUSA        —    Nada não, dona Beatriz.

BEATRIZ          —    Tem certeza?

EDILEUSA        —    Tenho sim. A senhora precisa de mais alguma coisa?

BEATRIZ          —    Deveria ter imaginado! Tá com essa cara porque está aqui em pleno sábado. Espero que você não ache que eu fui injusta com você ao não escolher a Elisa.

EDILEUSA        —    (Falsa) Não, dona Beatriz. Por que eu falaria isso por aí?

BEATRIZ          —    É, Edileusa, continua fingindo daí que eu fico daqui fingindo que acredito em você. Agora vai lá, arruma suas coisas e vai pra casa.

EDILEUSA        —    (Feliz) Sério, dona Beatriz? Muito obrigada!

Edileusa vai para a cozinha. Ramiro desce a escada, se aproxima e senta-se a mesa e começa a se servir.

BEATRIZ          —    Bom dia pra você também, Ramiro!

RAMIRO            —    Bom dia é para os que acordam de bem com a vida.

BEATRIZ          —    E você tá de mal dela por acaso?

RAMIRO            —    Kléber me ligou agora a pouco e disse que ouve uma confusão na fábrica.

BEATRIZ          —    Ramiro, você sabe que não podemos ficar falando disso aqui. Ninguém além de você e sabe da existência daquela fábrica.

RAMIRO            —    Depois conversamos então.

CORTA PARA:

CENA 10. MANSÃO VIEIRA. QUARTO VIVIANE E RODRIGO. INT. MANHÃ.

Rodrigo ainda de pijama ali sentado na cama pensativo. 

INSERT-FLASH da imagem de Elisa frisada.

RODRIGO         —    (P/si) Essa moça não me é estranha…

Viviane entra.

VIVIANE            —    Bom dia, amor. Ainda com esse pijama Rodrigo? O dia hoje tá lindo e você aqui dentro desse quarto.

RODRIGO         —    Acabei de acordar agora.

VIVIANE            —    Tudo bem. Mas e então, você pensou sobre aquela nossa conversa de ontem?

RODRIGO         —    Você não desiste mesmo, né, Viviane?

VIVIANE            —    Ai, Digo… Eu não voltei ao Brasil depois de anos em Paris pra ficar presa dentro dessa mansão. Eu quero reconhecer essa cidade. Eu por exemplo, não lembro mais da vista da cidade que tem no Cristo Redentor.

RODRIGO         —    Tá bom. Vamos sair.

VIVIANE            —    (Comemora) Eba!!!

RODRIGO         —    Mas!

VIVIANE            —    Sempre tem que ter um “mas” pra cortar o clima. Quais são as suas condições?

RODRIGO         —    Que seja algo que um homem que acabou de levar uma facada possa fazer.

VIVIANE            —    Claro, meu amor. Você não acha que eu vou te colocar pra pular de paraquedas de um avião, está?

RODRIGO         —    Sinceramente não sei, Viviane. Você é uma caixinha de surpresas!

VIVIANE            —    Uma caixinha chique, bonita e com tudo em cima. Essa sou eu!

Fecha em Rodrigo que dá um sorrisinho.

CORTA PARA:

CENA 11. CASA LAURA E SEVERO. COZINHA. INT. MANHÃ.

Laura terminando de passar um cafezinho. Mesa modesta. Elisa vem da sala.

ELISA                —    Bom dia, mãe.

LAURA              —    Bom dia, minha filha.

ELISA                —    Mãe, deixa eu te perguntar uma coisa… Aconteceu alguma coisa ontem?

LAURA              —    Como assim, filha?

ELISA                —    Eu acordei ontem de madrugada e ouvir vozes. Parecia a senhora e o seu Severinho do meu coração. Vocês estavam brigando àquela hora, é?

LAURA              —    O seu ‘Severinho do coração’ me tira do sério!

ELISA                —    (Sorrir) O que aconteceu dessa vez?

LAURA                  Olha, filha, eu sinceramente não conheço mais o Severo. Depois que ficou velho ele tá muito parado, sabe? Eu não quero viver os últimos anos da minha vida trancada dentro dessa casa! Tem muita coisa que eu ainda tenho vontade de fazer.

ELISA                —    Tipo o que, por exemplo?

LAURA              —    Jura que não vai rir de mim?

ELISA                —    É algo tão fora do comum assim?

LAURA              —    Depende do ponto de vista de que vê.

ELISA                —    Pode falar que eu prometo que não vou rir, vai.

LAURA              —    Eu sempre tive vontade de voar.

ELISA                —    Avião?

LAURA              —    Não! Avião é pra amadores! Eu não sei como se fala… É aquele negócio que você pula de Pedra Bonita, em São Conrado, e cai na areia da praia.

ELISA                —    Asa-delta?

LAURA              —    Isso mesmo.

ELISA                —    De onde surgiu essa vontade que a senhora nunca falou antes?

LAURA              —    Ai, filha, a gente sempre vê em novela aqueles ricos radicais fazendo. Queria poder fazer isso antes de morrer. Mas no que depender do Severo, nem na encarnação número infinito eu realizo meu sonho!

Severo vem da sala.

SEVERO           —    Como você sempre diz que não fazemos nada de diferente… Vamos?

LAURA              —    Tá louco, Severo? Ir pra onde?

CORTA RÁPIDO PARA:

CENA 12. PRAIA DA BARRA. AREIA. EXT. DIA.

Praia com movimento mediado, devido ao dia nublado, mas nem mesmo a timidez do sol é capaz de expulsar os banhistas. Homens batem uma pelada ali pela areia. Mulheres deitadas. CAM vai buscar Severo, Laura, Elisa e Gustavinho se aproximando. Severo com cadeiras de praia, Laura com o isopor.

LAURA              —    Nem mesmo fazendo uma surpresa, Severo consegue deixar de ser pobre.

ELISA                —    Como assim, mãe?

LAURA              —    Olha esse isopor, filha. Aposto que olham pra gente e falam: olha lá aquele bando de farofeiros.

GUSTAVINHO —    Deixa falar, vó. A comida da senhora é mil vezes melhor do que a dos restaurantes daqui.

SEVERO           —    (Ri) Como a inocência das crianças é tão linda!

LAURA                  (Dá tapas nele) Que isso, Severo? Tá desfazendo da minha comida por quê?

Escolhem um local. Severo começa a armar as cadeiras.

ELISA                —    Dia hoje não tá tão chamativo pra praia não.

LAURA              —    É mesmo filha. Mas só de estar aqui e deixar por algumas horas aquele bairro do Canarinho, eu já tô no lucro.

SEVERO           —    Que bom que você gostou, Laura.

Laura por sua vez, não dá bola pra Severo e ele estranha. Instantes.

CORTA PARA:

CENA 13. BAR DO TIO JÔ. FRENTE. EXT. DIA.

Jô ali sentado na porta do bar. Marcos se aproxima e dirige-se a casa de Severo, Jô grita.

JOSIAS              —    Não tem ninguém aí.

MARCOS          —    Sério? Pra onde foram?

JOSIAS              —    Olha, Marcos. Sinceramente o que a família (desdém) Borges faz ou deixa de fazer, não me interessa.

MARCOS          —    (Atravessa a rua e senta-se perto de Jô) Ah é? Se não interessasse, você não saberia que eles não estão em casa.

JOSIAS              —    O bar é de frente com a casa desse povo. Você queria o quê?!

MARCOS          —    Tá bom, Jô. Não precisa ficar esquentadinho. Só tô zoando contigo, cara. Ah é, Jô, esqueci de te falar sobre a Elisa.

JOSIAS              —    De novo a Elisa, Marcos? Muda esse disco!

MARCOS          —    Dessa vez é diferente, Jô. Ela que bateu lá em casa…

Marcos continua a falar fora de áudio. Instantes.

CORTA PARA:

CENA 14. RIO DE JANEIRO. CRISTO REDENTOR. EXT. DIA.

Rodrigo e Viviane ali a admirar a linda paisagem.

VIVIANE            —    (Suspira) Ai, ai… Como eu estava precisando disso.

RODRIGO         —    Uma das sete maravilhas do mundo.

VIVIANE            —    Espero que eu seja a oitava.

RODRIGO             (Abraça a amada) Oitava não, você é a primeira.

Os dois se beijam.

VIVIANE            —    Hum… Adorei saber disso. A partir de agora só quero ser tratada assim.

RODRIGO         —    Vamos registrar esse momento.

Os dois posam para uma selfie com o Cristo ao fundo, em seguida, posam para uma selfie, com a cidade do Rio ao fundo. Tiram outra se beijando. Casal fica a olhar as fotos. Instantes.

CORTA PARA:

CENA 15. TELEFÉRICO PÃO DE AÇÚCAR. INT. DIA.

Movimentação mediana de turistas. Rodrigo e Viviane entram no teleférico, que fecha as portas e começa a subir. Corta para dentro do teleférico: Rodrigo e Viviane a admirar a cidade maravilhosa.

VIVIANE            —    Ai, que romântico aqui.

RODRIGO         —    Verdade. Dá um pouco de medo pela altura, mas tudo bem.

VIVIANE            —    (Brinca) Não temas… Eu estou aqui para proteger o meu amor medroso.

Rodrigo sorrir e o casal se beijam apaixonados e ficam abraçados. Rodrigo apontando alguns locais fora de áudio. Instantes.

CORTA PARA:

CENA 16. FÁBRICA. CASA REGINA. SALA. INT. DIA.

Regina sentada a mexer no notebook. Ela para e fica pensativa. Instantes e Belinha vêm do quarto.

BELINHA          —    Tá tudo bem, Regina?

REGINA             —    Tá sim, Belinha.

BELINHA          —    Eu achei uma boneca dentro do guarda roupa, posso ficar com ela?

REGINA             —   Pode.

BELINHA          —    Tudo bem. Tem certeza mesmo que você tá bem?

REGINA             —    (Áspera) Eu já disse que está tudo bem!

BELINHA          —    (Assustada) Desculpa, não queria tirar você do sério.

REGINA             —    Desculpa eu, Belinha. Estou com tantos problemas, mas você não tem nada com isso. Não é justo descontar em você.

BELINHA          —    É alguma coisa que eu posso ajudar?

REGINA             —    Infelizmente não. Agora vai lá brincar que eu preciso me concentrar aqui.

Belinha volta para o quarto e Rê fica a olhar para o notebook séria. Instantes.

CORTA PARA:

CENA 17. MANSÃO VIEIRA. ESCRITÓRIO. INT. DIA.

Ramiro e Beatriz ali sentados.

BEATRIZ          —    Então isso só prova uma coisa.

RAMIRO            —    O quê?

BEATRIZ          —    Que Regina não está mantendo a ordem como antigamente.

RAMIRO            —    Regina sempre foi uma excelente profissional, Beatriz!

BEATRIZ              Foi, no passado. Porque no presente, não estou vendo excelência nenhuma!

RAMIRO            —    Ela pode ter dado uma fraquejada, mas mesmo assim é a pessoa em quem mais confio fora da empresa.

BEATRIZ          —    Olha, Ramiro. Eu sei que você e Regina uma tem história de companheirismo profissional, mas quando se coloca em risco o patrimônio da nossa família, você tem que deixar o emocional e agir racionalmente. Vou ser bem sincera com você Ramiro. Se Regina não está mais conseguindo manter tudo nos eixos, ela tem que deixar o cargo!

Fecha em Ramiro pensativo, aflito. Instantes.

CORTA PARA:

CENA 18. PRAIA DA BARRA. EXT. DIA.

Laura e Severo se banhando no mar. Laura de costas para Severo.

SEVERO           —    Laura, desde que chegamos aqui que você parece está me evitando.

LAURA              —    Talvez seja porque eu esteja realmente te evitando!

SEVERO           —    Para com isso, Laura. Nós não viemos fazer algo de diferente?

LAURA              —    Sim, viemos.

SEVERO           —    Então por que você continua agindo dessa maneira comigo?

LAURA              —    Severo, não se trata apenas de estar aqui na praia.

SEVERO           —    Ah, não? Mas não era isso que você queria?

LAURA              —    Sim. É exatamente o que eu queria. Mas você viu o que foi necessário pra você tomar a iniciativa?

SEVERO           —    Tudo bem, Laura. Eu realmente posso ter me tornado um ‘véio’ muito parado. Mas eu acho que isso… Sei lá… Acho que é porque nós não tínhamos esse costume antes.

LAURA              —    Pois então vamos trabalhar em cima disso a partir de agora! É justamente nesta fase da vida que temos tempo pra fazer tudo que não podemos antes por causa do trabalho, dos filhos…

SEVERO           —    Tudo bem. Vamos ser o casal véio mais moderno do bairro do Canarinho. Tá bom assim?

Os dois sorriem e trocam um selinho. Instantes.

CORTA PARA:

CENA 19. MANSÃO VIEIRA. PISCINA. EXT. DIA.

Marcelo nadando na piscina. Instantes. Ele sai da piscina, se enxuga e vai para a espreguiçadeira, onde está seu violão.

MARCELO        —    (P/si) Como eu queria ter mais tempo pra me dedicar a música. (Pega o violão a arranha alguns acordes) Eita! Essas cordas tão precisando de uns ajustes. (Mexe nas cordas, arranha mais acordes) Agora sim.

                                    (Cantarola) Quando

                                    Um grande amor se faz

                                    De tudo a gente

                                    Pensa ser capaz

                                    É uma ilusão

                                    Querer que a vida

                                    Seja sempre linda…

CORTA RÁPIDO PARA:

CENA 20. PRAIA DA BARRA. ORLA. EXT. DIA.

Atenção Edição: Marcelo continua a cantarolar aqui.

Elisa e Gustavinho caminhando de um lado. CAM mostra Rodrigo e Viviane vindo do outro lado, em direção a Elisa.

VIVIANE            —    Eu esqueci meu protetor solar em casa.

RODRIGO         —    Sério, Viviane? Deixa que eu vou buscar pra você.

VIVIANE            —    Não, amor. Fica aí que você não pode andar de pressa. Daqui a pouco eu volto.

Ela dá um selinho no amado e segue caminhando de volta a mansão. Rodrigo segue caminhando, quando vê Elisa e Gustavinho parados a admirar o mar.

RODRIGO         —    (P/si) Aquela é a Elisa?

Ele se aproxima.

GUSTAVINHO —    Mãe, o mar vai até aonde?

ELISA                —    Como assim, Gustavinho?

GUSTAVINHO —    É porque a gente olha e nunca ver onde acaba.

ELISA                —    O mar não tem fim, meu filho. Ele é infinito. Infinito com sua imensidão azul.

RODRIGO         —    Elisa, é você?

ELISA                —    (Surpresa) Seu Rodrigo? O que o senhor faz por aqui?

RODRIGO         —    Por favor, Elisa. Me chame só de Rodrigo.

GUSTAVINHO —    Quem é esse homem, mãe?

RODRIGO         —    Seu filho? Muito lindo.

ELISA                —    É sim. (Sai puxando Gustavinho) Mas agora eu preciso ir.

RODRIGO         —    (Segura no braço dela) Espera. Eu preciso conversar com você. Por favor!

Closes alternados nos dois. Instantes. Suspense.

CORTA PARA:                                

FIM DO DÉCIMO NONO CAPÍTULO

 

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