NOVA CHANCE PARA AMAR

Novela de Ramon Silva

Escrita por:

Ramon Silva

Direção-Geral:

Wellington Viana

PERSONAGENS DESTE CAPÍTULO

AMANDA

BEATRIZ

BELINHA

CAMILA

EDILEUSA

ELISA

GABRIELA

GUILHERME

GUSTAVINHO

KLÉBER

LAURA

MARCELO

MAURÍCIO

MOREIRA

NANDÃO

RAMIRO

REGINA

REINALDO

RICK

RODRIGO

SALINA

SÉRGIO

SEVERO

VIVIANE

PARTICIPAÇÃO ESPECIAL:

IMPRENSA, MÉDICO, POLICIAIS, SECRETÁRIA e SEGURANÇAS.

CENA 01. MATAGAL ATRÁS DA FÁBRICA. EXT. DIA.

Continuação imediata da última cena do capítulo anterior. O policial continua a negociar com os seguranças. Rodrigo e Nandão ainda na mira da arma.

POLICIAL — Abaixem essas armas. Melhor se entregar do que fazer uma besteira e depois a coisa pode ser pior pro lado de vocês.

SEGURANÇA1— Não quero ir em cana!

POLICIAL — Abaixe as armas pra gente conversar.

SEGURANÇA2— Veja bem, seu polícia. Eu só trabalho aqui porque preciso colocar comida na mesa.

POLICIAL — Eu entendo o seu lado. Mas não vamos conseguir fazer nada se vocês não abaixarem essas armas.

Os dois seguranças abaixam as armas e a jogam no chão.

POLICIAL — Boa escolha! Agora soltem os dois.

Os dois seguranças soltam Rodrigo e Nandão e erguem as mãos se rendendo. Os policiais se aproximam cautelosos e algemam os seguranças.

POLICIAL — Como vocês estão?

RODRIGO — Estamos bem.

NANDÃO — Falar: estamos bem, quando uma arma estava apontada pra minha cabeça não tá certo! Eu tô num cagaço danado até agora!

Fecha em Rodrigo, que dá um sorrisinho.

CORTA PARA:

CENA 02. FÁBRICA FABRISTILO. PÁTIO. EXT. DIA.

Atenção Sonoplastia: Carmen Hababera – Instrumental.

Moreira segue avançando com Belinha como seu escudo. Ouve-se muita gritaria e desespero vindo de dentro da fábrica.

BELINHA — Me solta, Moreira!

MOREIRA — Calminha, garota! Você pode ser meu passaporte pra sair dessa!

Policiais o cercam.

MOREIRA — (Determinado) Podem parar! Podem parar ou eu aperto o gatilho! Mais um passo e eu mato essa garota!

Sérgio sai da fábrica e fica desesperado ao ver Belinha sob a mira de Moreira.

SÉRGIO Minha filha! Minha filha! Esse desgraçado vai matar a minha filha! Ele vai atirar nela.

MOREIRA — (P/policiais) Vocês que sabem! Vale a pena arriscar pela vida de uma menina?

BELINHA — Me solta, Moreira!

MOREIRA — Isso! Resiste mesmo que assim vai ser mais fácil pra mim!

Fecha em Sérgio tentando se aproximar, mas policiais o impedem. Ele fica ali a observar tudo aflitíssimo. Instantes.

CORTA PARA:

CENA 03. FÁBRICA FABRISTILO. PRODUÇÃO. INT. DIA.

Atenção Edição: Ligar no áudio com a cena anterior.

Muita confusão e gritaria. Seguranças entram corridos. Amanda e Camila deitadas no chão.

CAMILA (Desesperada) A gente vai morrer, Amanda!

A polícia vem avançando com escudos.

AMANDA — Calma, Camila. É só ficar deitada aqui.

CAMILA — Eles vão exterminar a gente, Amanda!

AMANDA — Fica quieta aqui no chão que nada vai acontecer com você.

Camila olha para o lado e pega um pedaço de ferro e se levanta.

AMANDA — Camila, não!

CAMILA — (Assustada) Eu quero sair daqui!

CAM mostra os policiais a olhar Camila com o ferro nas mãos e avança na tentativa de sair. Devido a confusão e gritaria, a polícia confunde o ferro com uma arma e atira no peito dela. Camila cai.

AMANDA — (Grita) Não!! Camila. Camila. (engatinha até ela) Camila? Camila fala comigo.

Camila agonizando tenta falar algo, mas nada escuta-se devido aos gritos e tiros.

AMANDA — Que foi, Camila? Pode falar.

Camila fecha os olhos lentamente e morre nos braços de Amanda.

AMANDA — (Desesperada) Camila! Camila! Não me deixa aqui. Acorda, Camila!

Instantes. Desespero.

CORTA PARA:

CENA 04. CASA ELISA. SALA. INT. DIA.

Elisa e Salina ali sentadas no sofá. Viviane abre a porta e entra.

VIVIANE — Cadê ele?

ELISA — Que isso? Mas o que significa isso?

VIVIANE — Cadê o Rodrigo?

ELISA — Saia da minha casa!

VIVIANE — Ele tá escondido, né?

Viviane adentra os cômodos.

SALINA — Quem é essa mulher?

ELISA É uma louca qualquer, dona Salina. Espera aqui que eu vou tirar essa mulher da minha casa.

Elisa segue Viviane. Salina fica ali sem entender nada.

CORTA PARA:

CENA 05. CASA ELISA. QUARTO ELISA. INT. DIA.

Viviane entra.

VIVIANE — (Chama) Rodrigo? Rodrigo, apareça que eu sei que você tá aqui!

Elisa entra.

ELISA — Saia da minha casa, Vivi Barraqueira!

VIVIANE — (Gritando) A vida de garanhão o Rodrigo acabou! Eu já sei que vocês dois estão juntos!

ELISA — Você tá vendo ele aqui por acaso?!

VIVIANE — Não tente acobertar o seu amante, piranha!

ELISA (Indignada) Olha só! Quando eu trabalhava na sua casa, você podia falar qualquer coisa. Agora eu estou na minha casa e não admito que você fale comigo desta maneira!

VIVIANE — (Sorrir, debochada) Ai, meu amor! Se você fosse alguém que se desse ao respeito, talvez eu até relevaria. Mas em vez de ser a empregadinha subalterna que você nasceu pra ser, ficou jogando charme pro meu marido!

ELISA — Não sou obrigada! Já que você desceu do salto e tá mostrando a verdadeira barraqueira de quinta que você é, vou entrar na roda!

Elisa avança pra cima de Viviane a agarra pelos cabelos.

VIVIANE — (Resiste dando socos) Me solta! Me solta sua empregada piranha!

Elisa joga Viviane na cama.

ELISA — A emprega piranha aqui, agora vai acabar com a madame barraqueira!

Elisa avança para cima de Viviane, que revida dando um chute na altura do estômago de Elisa, que encosta-se na parede com a mão no local, sentindo muita dor. Viviane vê uma tesoura sobre o criado-mudo e pega a mesma e aponta para Elisa.

VIVIANE — Agora eu vou retaliar você!

Closes alternados nas duas se encarando. Instantes. Suspense. Tensão.

CORTA PARA:

CENA 06. PRÉDIO FABRISTILO. SALA RAMIRO. INT. DIA.

Marcelo ainda tentando acessar o programa NCIF.

MARCELO — (P/si) Qual será a bendita senha deste programa? (Pensa) A data de fundação da empresa (Digita). Erro. Minha data de nascimento não deve ser. Mas e se eu misturar a minha data de nascimento com a de fundação da empresa? (Digita) Isso!

CAM detalha a tela do notebook. Programa contém várias pastas com dizeres como: Contratos; Pagamentos; Recibos.

MARCELO — (P/si) Esse contrato aqui… É com as indústrias do pai do Rodrigo. Ramiro tinha vários contatos internacionais. O Rodrigo tem que ver isso. (Lê no notebook) Comprovante de pagamento para um interceptor. (tira do bolso um pen drive e copia todos os dados) Quero ver negar agora!

Ele abre a gaveta da mesa e pega mais um pen drive. Pluga no notebook e copia os arquivos. Instantes. Ele tira o pen drive, coloca o primeiro no bolso e sai apressado. Tensão.

CORTA PARA:

CENA 07. PRÉDIO FABRISTILO. FRENTE. EXT. DIA.

Marcelo sai do prédio, entra no carro do pai.

MARCELO — (P/si, determinado) Hora de pôr um fim em tudo isso!

O carro de Ramiro se afasta. CAM mostra um carro suspeito, que segue o carro de Ramiro. Instantes. Tensão.

CORTA PARA:

CENA 08. CASA ELISA. QUARTO ELISA. INT. DIA.

Continuação imediata da cena 05. Elisa nervosa, com Viviane, que se aproxima com a tesoura em punho. Clima de tensão!

ELISA — Calma, Viviane.

VIVIANE — Agora tem Viviane? Cadê o: Vivi Barraqueira? Tá com medo, é?

Viviane avança para perfurar Elisa, que corre para o outro lado do quarto.

ELISA — Você acha que vale a pena fazer isso?

VIVIANE — (Debochada) Deixa eu pensar… Acabar com a vaca que tirou o meu marido de mim… Claro que vale! Assim ele não fica com você!

ELISA — E quem te garante que ele vai voltar pra você?

VIVIANE — Se não voltar, ele não fica com mais ninguém! O Rodrigo é meu!

Rick surge ali na porta.

RICK — Que isso, gente?

ELISA — Essa louca quer me matar, Rick!

RICK — Vivi Superiora, abaixa essa tesoura!

VIVIANE — O que você tá fazendo aqui palerma? Seu lugar é no carro! Não tem nada que tá aqui se metendo! Lembra daquele nosso trato? Você tem que fazer tudo que eu mandar.

RICK — Foi mal, Elisa.

Rick sai.

ELISA — Não, Rick! Não me deixa aqui com essa louca!

VIVIANE — Parece que ninguém quer te ajudar, não é mesmo? Todos eles estão no chinelo comigo! Fazem tudo que eu mando! Como é fácil manipular a criadagem!

Closes alternados, Viviane sorrir maligna, Elisa séria a encarar ela. Instantes. Tensão.

CORTA PARA:

CENA 09. CASA ELISA. FRENTE. EXT. DIA.

Rick ali dentro do carro. Salina, desesperada, sai da casa.

SALINA — (p/si, aflita) Meu Deus! Alguém precisa ajudar a Elisa. Aquela louca vai matar ela!

CAM mostra o táxi de Severo se aproximando. Salina sinaliza.

SALINA — Para taxista! Para, por favor!

Táxi para. Severo e Maurício saltam.

SEVERO — O que aconteceu senhora?

MAURÍCIO — É a mãe do Marcos.

SALINA — Tem uma mulher aí dentro gritando com a Elisa. Pelo que eu ouvi, ela tá querendo enfiar a tesoura na Elisa.

SEVERO — Meu Deus! Vamos!

Os três entram na casa. CAM mostra Rick somente a observar.

CORTA PARA:

CENA 10. CASA ELISA. QUARTO ELISA. INT. DIA.

Continuação imediata da cena 08. Maurício e Severo chegam a entram.

SEVERO — O que tá acontecendo aqui?

ELISA — Pai é essa louca que entrou na minha casa querendo me matar!

SEVERO — Quem é essa mulher?

VIVIANE — Uma mulher que apenas quer o seu marido! Essa daí tá dormindo com ele.

SEVERO Que história é essa, Elisa?!

ELISA — Ela tá falando do Rodrigo.

MAURÍCIO — O Rodrigo é o patrão da Elisa. Deve tá havendo algum engano.

VIVIANE — E está! Da parte de vocês, inclusive. Essa daí entrou na minha casa pra roubar o meu marido!

ELISA Isso não é verdade! O Rodrigo e eu nos conhecemos desde adolescentes! O Rodrigo é sobrinho do Jô.

SEVERO — Você está com um Garcia, Elisa?!

Viviane se aproxima com a tesoura em punho para perfurar Elisa. Severo tenta impedi-la e entra na frente de Elisa. A tesoura acerta bem no peito de Severo. Viviane se afasta com a mão no rosto horrorizada com o que fez.

ELISA — Olha o que você fez sua desequilibrada!

Elisa e Maurício se agacham para acudir Severo.

MAURÍCIO — Severo. Fala comigo, cara.

ELISA — Pai, fica acordado, pai. Não fecha os olhos!

Viviane aproveita o momento de descontração e sai correndo, esbarra em Salina que vai entrando no quarto.

SALINA — Meu Deus! O que aconteceu aqui?

CORTA PARA:

CENA 11. CASA ELISA. FRENTE. EXT. DIA.

Rick ali encostado no carro mexendo no cel. Viviane sai da casa corrida, gritando.

VIVIANE — (Gritando) Liga esse carro, Rick! Liga esse carro!

Rick e Viviane entram no carro, que dá a partida e se afasta tão rapidamente, que chega a cantar pneu.

CORTA PARA:

CENA 12. CANARINHO. PRAÇA. EXT. DIA.

Laura e Gustavinho, voltando do colégio passando pela praça. Carro da família Vieira passa disparado na rua ao lado da Praça.

LAURA — Que isso, gente? Correndo desse jeito tá perigoso atropelar alguém.

GUSTAVINHO — Esse cara tava com pressa.

LAURA Pois como já dizia minha avó: “o apressado come cru”.

GUSTAVINHO — Cru?

LAURA — É. Antes de te levar pra casa, acho que você tem que ver o que a vovó comprou pra você.

GUSTAVINHO — (Curioso) O que é?

LAURA — Vem. Eu sei que você vai adorar.

Ambos vão em direção a casa de Laura.

CORTA PARA:

CENA 13. FÁBRICA FABRISTILO. FRENTE. EXT. DIA.

Rodrigo e Nandão saem do matagal junto da equipe de policiais. Os dois seguranças são colocados numa viatura.

RODRIGO — Tudo parece sob controle.

NANDÃO — Rodrigo, tu é o herói desse povo!

RODRIGO — Herói coisa nenhuma! Sou apenas o único que teve coragem de denunciar isso aqui.

CAM mostra vários carros da imprensa se aproximando.

NANDÃO — Aí vem a imprensa!

RODRIGO — Agora sim a coisa vai ficar boa! A queda da Fabristilo está nas mãos da imprensa.

Os carros param. Repórteres e cinegrafistas saltam e seguem se aproximando da frente da fábrica.

CORTA PARA:

CENA 14. MONTAGEM. CENÁRIOS DIVERSOS. INT./EXT. DIA.

Atenção Sonoplastia: Carmen Hababera – Instrumental.

Em CORTES DESCONTÍNUOS:

Regina a beber o uísque, olhando toda a ação da polícia pelas câmeras de segurança. Polícia estoura a porta do escritório e ela é capturada sem esboçar qualquer reação.

Moreira ainda a fazer Belinha de escudo. Sérgio desesperado. Um policial se aproxima por detrás de Moreira e o intercepta, a arma cai, Moreia solta Belinha, que corre para abraçar o pai.

Seguranças sobreviventes à troca de tiro são algemados e retirados da fábrica.

Amanda chora sobre o corpo de Camila, sem vida.

Gabriela e Guilherme monitoram o efeito da substância na pele de Reinaldo e se demonstram feliz com o resultado.

CORTA PARA:

CENA 15. PRÉDIO FABRISTILO. SALA RAMIRO. INT. DIA.

Ramiro entra.

RAMIRO Marcelo? Ué. Ele tava aqui.

Se aproxima da mesa e se senta. Ao olhar o programa NCIF aberto, ele dá um soco na mesa.

RAMIRO (P/si) Droga! Ele descobriu! Marcelo nunca podia saber disso!

Ramiro pega o notebook, o fecha e sai apressado.

CORTA RÁPIDO PARA:

CENA 16. PRÉDIO FABRISTILO. RECEPÇÃO. INT. DIA.

Ramiro sai apressado.

RAMIRO — Cancele todos os compromissos de hoje!

SECRETÁRIA — Até a reunião?

RAMIRO — Tudo!

SECRETÁRIA — Nossa! Todo mundo tão apressado hoje…

CORTA PARA:

CENA 17. HOSPITAL. SALA DE ESPERA. INT. DIA.

Elisa, Laura, Maurício e Salina ali aflitos.

LAURA — Nada desse médico que vem dá notícias!

ELISA — Calma, mãe. Vamos ficar aqui em oração.

MAURÍCIO A Elisa tá certa. O Severão, como diria o Nandão, vai sair dessa.

SALINA — Gente, desculpa, eu não sabia que chamar o seu pai, Elisa, daria nisso.

ELISA — Fica tranquila, dona Salina. A senhora não teve culpa de nada.

LAURA — Você só queria ajudar, Salina! Aliás, que mulher é essa que mandou seu pai pro hospital, Elisa?

ELISA — Ela é a esposa do Rodrigo.

LAURA — O Rodrigo ainda tá casado?

ELISA — Ele ia pedir o divórcio hoje.

LAURA — É bom mesmo. Ficar sendo segunda opção de homem é se desvalorizar. Valoriza, minha filha! Valoriza!

Médico se aproxima.

MAURÍCIO — O médico tá vindo.

LAURA — E então, doutor, meu marido tá bem?

Fecha no médico. Instantes. Suspense.

CORTA PARA:

CENA 18. FÁBRICA FABRISTILO. FRENTE. EXT. DIA.

Rodrigo e Nandão conversam com um policial fora de áudio. Policiais não param de sair com os presos (funcionários da fábrica) e colocando-os dentro das viaturas. Regina e Moreira saem algemados na companhia de dois policiais e são colocados na viatura. Nesse momento, uma repórter faz a narração.

REPÓRTER — (P/CAM) A polícia acaba de libertar dezenas de trabalhadores, que viviam aqui nesta fábrica sob condições de escravos. Ao que tudo indica estes são os responsáveis.

Cinegrafista filma Regina e Moreira sendo colocados na viatura.

REPÓRTER — (P/CAM) A polícia ainda não passou muitas informações a imprensa, disse apenas que foi através de uma denúncia, que realizaram a libertação desses trabalhadores. Voltamos aos estúdios.

BELINHA — (Corre para abraçá-la) Mãe!

AMANDA — Oi, filha! Graças a Deus que você tá bem.

Sérgio se aproxima.

SÉRGIO — Como você tá Amanda?

AMANDA — Tô bem, Sérgio.

BELINHA — (Procurando) E a Camila?

Amanda olha para Sérgio com uma afeição de lamentação.

SÉRGIO — (Surpreso) Meu Deus!

BELINHA — Cadê a Camila, mãe?

AMANDA — (Emocionada) Filha… A Camila morreu.

BELINHA — (Chorando) Não.

Belinha abraça a mãe. Sérgio se junta ao abraço da família. Instantes. Tristeza.

CORTA PARA:

CENA 19. HOSPITAL. SALA DE ESPERA. INT. DIA.

Continuação imediata da cena 17. Todos curiosos por uma resposta.

MÉDICO — O seu Severo está bem. Está medicado e o quadro neste momento é estável.

MAURÍCIO — Graças a Deus.

LAURA — Então meu marido não corre perigo, né, doutor?

MÉDICO — Não mais. Foi por um milagre que a tesoura não perfurou uma artéria.

ELISA — Meu Deus! Eu posso ver ele?

MÉDICO — Hoje não. Ele está sedado e descansado. Essa noite ele ficará em observação, se tudo ocorrer bem, amanhã ele pode voltar pra casa. Com licença.

LAURA — Obrigado, doutor.

O médico se afasta.

SALINA — Graças a Deus tá tudo bem.

MAURÍCIO — Vocês vão ficar? Eu tenho que ir.

LAURA — Se vocês quiserem ir fiquem à vontade. Eu vou ficar.

ELISA — Mãe, não adianta a senhora ficar aqui. Não vai poder ver ele hoje.

SALINA — A Elisa tá certa, Laura. Vai pra casa, toma um banho e descansa. Amanhã você volta e fica com ele.

LAURA — Tá bom.

Os quatro dirigem-se a saída.

CORTA PARA:

CENA 20. MANSÃO VIEIRA. SALA DE ESTAR. INT. DIA.

Beatriz a assistir a reportagem.

REPÓRTER — (P/CAM) De acordo com novas informações que acabamos de receber da polícia, foi um homem identificado como Rodrigo, que denunciou o trabalho escravo.

Ramiro entra, com o notebook em mãos e assiste a reportagem.

REPÓRTER — (P/CAM) Vamos tentar falar com ele. (Grita) Seu Rodrigo, fala com a gente aqui rapidinho.

Rodrigo se aproxima da repórter.

RAMIRO — (Furioso) Desgraçado!

REPÓRTER — A polícia confirma a informação de que foi você quem denunciou tudo.

RODRIGO — Sim, fui eu. Eu trabalhava na Fabristilo. Guardem bem esse nome: Fabristilo. Esse é o nome da empresa dona desta fábrica e a responsável pela qualidade de vida desumana a qual os trabalhadores eram sujeitados diariamente!

REPÓRTER — Você disse que trabalhava na empresa Fabristilo. Quando descobriu essa rede de trabalho escravo?

RODRIGO — A Fabristilo tem um lema convencional. É uma empresa que vive de aparências, de glamour. Quando um funcionário é contratado, ele tem que cumprir um determinado prazo para eles acharem que é confiável trazê-lo aqui. Desde o dia em que Ramiro Vieira me trouxe aqui, que eu não deixei de declarar a minha indignação!

Beatriz desliga a TV.

BEATRIZ — Chega! Acho que já vimos demais!

RAMIRO — Estamos acabados, Beatriz!

BEATRIZ — Todo o império que o papai levou décadas para construir, simplesmente está destruído!

RAMIRO — Rodrigo escancara o trabalho escravo para o Brasil… E o Marcelo, descobre sobre o NCIF.

BEATRIZ — Como é que é?! O NCIF deveria ser guardado a sete chaves!

RAMIRO — E estava! Mas ele teve acesso ao programa!

BEATRIZ — A finalidade do Negócios Com Indústrias da França, era justamente manter todas as informações com você! Um software desenvolvido por um hacker profissional, que custou milhões, deveria ser muito mais seguro!

Viviane entra.

VIVIANE — Eu vou matar o Rodrigo!

RAMIRO — É? Então entra na fila que eu sou o primeiro!

VIVIANE — Por quê?

RAMIRO — Porque o idiota do seu maridinho acaba de estourar a fábrica da empresa com a polícia e a imprensa!

BEATRIZ — Diante dos fatos, não resta outra opção… Vamos fugir!

RAMIRO — E não temos muito tempo. Vamos pegar tudo de valor que conseguir e sumir!

Ramiro, Viviane e Beatriz sobem as escadas rapidamente. CAM mostra Rick e Edileusa escondidos a observar.

EDILEUSA — Você ouviu isso, Rick?

RICK — Ouvi. Parece que a casa caiu.

EDILEUSA — De repente todo o glamour e a fineza dos Vieira não existe mais.

RICK — Enquanto você poetiza aí, eu vou dá o fora! Vai que sobre pros empregados!

EDILEUSA — E eu vou junto! Eles que se virem com os crimes que cometeram!

CORTA PARA:

CENA 21. RIO DE JANEIRO. STOCK-SHOTS. EXT. ANOITECER.

Takes da orla de Ipanema, praia de São Conrado. Instantes.

CORTA PARA:

CENA 22. CASA ELISA. SALA. INT. NOITE.

Elisa, Laura, Gustavinho e Salina sentados.

GUSTAVINHO — Então o meu vô vai ficar bem?

LAURA — Vai sim, querido. Amanhã o médico disse que ele já pode vir pra casa.

ELISA — Amanhã vocês fazem bagunça pela casa.

Rodrigo entra.

RODRIGO — Elisa! (abraça a amada)

ELISA — (Não entende) O que aconteceu, Rodrigo?

RODRIGO — Eu fiquei sabendo pelo Maurício lá no ponto de táxi o que a desequilibrada da Viviane fez contigo.

LAURA — Na verdade ela fez com meu marido.

RODRIGO — Como ele tá?

LAURA — Tá bem. Amanhã volta pra casa.

RODRIGO — Que bom! Eu quase morri hoje também. Denunciei a fábrica da Fabristilo.

ELISA — Denunciou? Como assim?

RODRIGO — A família da Viviane mantinha dezenas de trabalhadores em condições escravocratas trabalhando numa fábrica afastada de tudo!

LAURA — Que horror!

SALINA — Senhor! É impressionante como estamos retrocedendo!

ELISA — Que família podre!

RODRIGO — Elisa, eu preciso te pedir uma coisa.

ELISA — O quê?

RODRIGO — Eu não pude deixar de tentar ajudar uma família. (Chama) Amanda, Sérgio, Belinha!

Os três entram.

SÉRGIO — (Sem jeito) Boa noite.

RODRIGO — São pessoas de bem que só querem sobreviver de uma forma digna! Eu queria saber se você poderia me ajudar deixando essa família ficar aqui por uns dias. É só até eles resolverem a vida deles. Agora eles precisam tirar documentos novamente e isso leva tempo.

Fecha em Elisa perplexa com o que Rodrigo está pedindo para ela. Instantes.

CORTA PARA:

CENA 23. RIO DE JANEIRO. RUA DESERTA. INT./ EXT. NOITE.

Atenção Sonoplastia: Instrumental – Tensão.

Marcelo ainda dirigindo o carro de Ramiro.

MARCELO — (P/si) Por que tem que ser tão difícil falar com você, Rodrigo?

Ele acende a luz interna do carro e pega o cel. e liga

OPERADORA — (OFF) A sua mensagem está sendo encaminhada para a caixa postal, deixe uma mensagem após o sinal.

MARCELO — (Ao cel.) Rodrigo, eu tô tentando falar com você o dia todo, cara. Descobrir tudo sobre a Fabristilo e as indústrias do seu pai na França. Todas as informações estavam num programa com a sigla NCIF. Eu tô com um Pen drive com todas as informações, mas deixei um com a secretária caso você aparecesse na empresa hoje. Assim que ouvir isso, me liga.

Ele desliga. CAM mostra pelo retrovisor central, o mesmo carro suspeito seguindo Marcelo.

CORTA PARA FORA DO CARRO: o carro suspeito aumenta a velocidade e ultrapassa o carro de Ramiro e freia cercando o mesmo.

MARCELO(P/si) O que tá acontecendo? Que cara maluco!

Kléber, de toca ninja, abaixa o vidro do carro, pega o fuzil e dispara contra o carro diversas vezes, perfurando muito a lateria do carro. Instantes.

KLÉBER Adiós, Ramiro!

Carro suspeito de Kléber se afasta rapidamente. CORTA PARA DENTRO DO CARRO: CAM detalha o corpo de Marcelo, já morto com várias perfurações de bala. Instantes. Tensão.

CORTA PARA:

FIM DO QUADRAGÉSIMO CAPÍTULO

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