NOVA CHANCE PARA AMAR
Novela de Ramon Silva
Escrita Por:
Ramon Silva
Direção Geral:
Wellington Viana
PERSONAGENS DESTE CAPÍTULO
AMANDA
BEATRIZ
BELINHA
EDILEUSA
ELISA
JOSIAS
KLÉBER
LAURA
MARCELO
MARCOS
MAURÍCIO
RAMIRO
REGINA
RICK
RODRIGO
SEVERO
VIVIANE
PARTICIPAÇÃO ESPECIAL:
FUNCIONÁRIO (QUIOSQUE) e SECRETÁRIA
CENA 01. MANSÃO VIEIRA. SALA DE ESTAR. INT. DIA.
Continuação imediata da última cena do capítulo anterior. Rodrigo e Elisa ainda a se olhar. Viviane repara a troca de olhares e arremata.
VIVIANE — (Puxando-o) Vamos Rodrigo!
Os dois saem.
BEATRIZ — Vão com Deus. Edileusa pode ir preparar o almoço.
EDILEUSA — Sim, senhora.
Edileusa vai para a cozinha.
BEATRIZ — (P/Elisa) Você deve ser a Elisa, não?
ELISA — Sim, sou eu.
BEATRIZ — Já gostei de você só pela vestimenta adequada!
CORTA RÁPIDO PARA:
CENA 02. MANSÃO VIEIRA. FRENTE. EXT. DIA.
Rodrigo e Viviane ali.
RODRIGO — (P/si) Aquela mulher…
VIVIANE — Por que você ficou olhando pra empregada?
RODRIGO — Sei lá, Viviane. Quando olhei pra ela parecia que já a conhecia.
VIVIANE — Ah, para, Rodrigo! Acabou de voltar ao Brasil e já conhece todo mundo?
RODRIGO — É sério, Viviane. Eu conheço aquele olhar.
VIVIANE — Olha só, Rodrigo: vou ser bem sincera com você. Não voltei ao Brasil pro meu marido se apaixonar por uma empregadinha!
RODRIGO — Que se apaixonar o quê?! Só disse que talvez eu a conheça. Sério que você quer começar uma discussão por causa disso?
VIVIANE — Tudo bem, Rodrigo. Eu posso ter exagerado. Agora podemos ir?
Rick se aproxima.
RICK — Se for sair, eu posso levar vocês.
VIVIANE — Não será necessário, motorista!
Viviane entra no carro.
RODRIGO — Obrigado, Rick. Pode deixar que hoje eu mesmo dirijo.
Rodrigo entra no carro, dá a partida e vai se afastando.
RICK — (P/si) Viviane parecia estar furiosa com Rodrigo. (Apaixonado) Até furiosa ela é linda. Uma verdadeira deusa grega.
CORTA PARA:
CENA 03. MANSÃO VIEIRA. SALA DE ESTAR. INT. DIA.
Beatriz e Elisa sentadas a conversar.
BEATRIZ — Você tem experiência como babá.
ELISA — Sim, mas eu cuidava de tudo na casa. Assinaram minha carteira como babá. Só que como a empregada saiu, eu comecei a fazer tudo na casa.
BEATRIZ — Entendi. Elisa, você tem um filho de dez anos e é casada?
ELISA — Na verdade eu era casada, me separei recentemente.
BEATRIZ — Ok. Por que você acha que é boa o suficiente para a vaga?
ELISA — Bom, dona Beatriz, eu tenho a qualidade de sempre querer aprender mais. E como eu fui no meu último emprego o que chamam de quebra galho. Onde precisar, só mandar que eu vou!
BEATRIZ — Boa resposta. Pensei que você falaria que seria a única adequada, já que as outras são retardadas que não sabem se vestir adequadamente para uma entrevista de emprego. Mas enfim, gostei de você, Elisa. Está contratada.
ELISA — (Radiante) Sério? Ai, dona Beatriz, muito obrigado!
BEATRIZ — Você agradecerá me provando que não estou errada ao escolher você. Eu poderia muito bem ligar para a agência e solicitar mais candidatas.
ELISA — Vou dar o meu melhor e a senhora não vai se arrepender.
BEATRIZ — É que espero!
CORTA PARA:
CENA 04. MANSÃO VIEIRA. COZINHA. INT. DIA.
Edileusa mexendo com as panelas e colocando-as no fogão apressada. Rick a beber um copo d’água de pé mesmo. Beatriz e Elisa vêm da sala.
BEATRIZ — Edileusa, depois mostre a Elisa onde está o uniforme e onde ela pode se trocar.
EDILEUSA — Ela foi contratada?
BEATRIZ — (Séria) Você quer mesmo que eu responda?
EDILEUSA — Não, senhora. (P/Elisa) Seja bem vinda, Elisa.
ELISA — Obrigada, Edileusa.
BEATRIZ — (P/Rick) O que você está fazendo aqui na cozinha?
RICK — Tomando água.
BEATRIZ — Depois vá procurar o que fazer!
RICK — Mas a Viviane e o Rodrigo saíram com o carro.
BEATRIZ — Então ajude o jardineiro, sei lá! Não quero você parado.
ELISA — Dona Beatriz, tem algum telefone que eu possa usar para avisar minha mãe que não vou voltar agora?
BEATRIZ — Claro, querida. Vem ligar aqui da sala.
As duas voltam à sala.
EDILEUSA — Querida… Você ouviu isso, Rick?
RICK — Ouvi. A dona Beatriz parece ter gostado da moça.
EDILEUSA — Trabalho mais de dez anos pra essa família e ela nunca me chamou de querida.
RICK — Ih… É agora a crise de ciúmes começa!
Fecha em Edileusa enciumada. Instantes.
CORTA PARA:
CENA 05. CASA LAURA E SEVERO. SALA. INT. DIA.
Atenção Sonoplastia: Tel. Fixo começa a tocar. Laura vem da cozinha com uma colher em mãos e atende.
LAURA — (Ao tel.) Alô?
ELISA — (OFF) Oi, mãe. Sou eu, Elisa.
LAURA — (Ao tel.) Oi, filha. Tô aqui curiosa pra saber como foi.
ELISA — (OFF) Então, mãe… Eu fui contratada!
LAURA — (Ao tel., feliz) Ai, que bom, filha! Graças a Deus.
ELISA — (OFF) Eu pedi a dona Beatriz pra ligar pra senhora porque não vai ter como ir buscar o Gustavinho no colégio.
LAURA — (Ao tel.) Isso é o de menos, filha. Qualquer coisa se eu não puder ir, mando o Severo.
ELISA — (OFF) Tá bom, mãe. Preciso desligar agora.
LAURA — (Ao tel.) Tá bom, filha. Bom primeiro dia de trabalho pra você.
ELISA — (OFF) Brigada, mãe. Tchau!
Laura desliga e fica ali super feliz pela filha. Instantes.
CORTA PARA:
CENA 06. FÁBRICA FABRISTILO. ESCRITÓRIO REGINA. INT. DIA.
Regina a digitar no notebook e Kléber a supervisionar as ‘trabalhadoras’ (escravas) da janela.
KLÉBER — Não sei não, Regina… Mas a Amanda e a filha juntas parecem não dá produção o suficiente. Ela para toda hora pra ensinar a filha como fazer o serviço.
REGINA — Faz alguns dias que percebi isso também.
KLÉBER — E não fez nada por quê?
REGINA — Porque atualmente eu tenho coisas mais importantes para me preocupar.
KLÉBER — Tipo?
REGINA — Ramiro disse estar para fechar contrato com uma empresa Argentina, mas ainda não há nenhuma evidência que esse contrato tenha sido confirmado.
KLÉBER — Mas por que toda essa preocupação? Nossa missão é somente a produção!
REGINA — Eu sei. Mas acontece que se a Fabristilo fechar contrato de fornecimento com essa empresa, a demanda vai aumentar muito.
KLÉBER — Então a gente devia ser avisados antes para arrumar a mão de obra necessária.
REGINA — Mesmo assim, Kléber. Volta lá naquele bairro. Só essa ‘corpinho de modelo’ que você arrumou não dá nem pro cheiro.
KLÉBER — Pode deixar.
CORTA PARA:
CENA 07. RECREIO DOS BANDEIRANTES. QUIOSQUE. EXT. DIA.
CAM em plano Geral mostra um carro se aproximando. O carro para. Rodrigo e Viviane saltam e caminham até o quiosque e se sentam a mesa.
VIVIANE — Olha que local mais paradisíaco meu amor.
RODRIGO — É mesmo. Confesso que ter voltado depois de quinze anos me fez bem.
VIVIANE — Viu? Agora pra ficar perfeito só falta você aceitar a proposta do tio Ramiro.
RODRIGO — Eu não disse que pensaria nisso depois?
VIVIANE — Tudo bem, meu amor. Só fiz um comentário.
Um funcionário se aproxima.
FUNCIONÁRIO — Bom dia. Eu sou Calebe e irei atendê-los.
RODRIGO — Bom dia, Calebe. Traga duas águas de coco, por favor.
FUNCIONÁRIO — Perfeitamente.
O funcionário se afasta.
VIVIANE — Tava pensando aqui, meu amor… Você não tem um tio que mora aqui no Rio?
RODRIGO — Tenho sim. Mas e daí?
VIVIANE — Pensei que você iria procurar ele.
RODRIGO — Não! Ele foi o responsável por tudo que aconteceu depois da morte da minha mãe.
VIVIANE — Rodrigo, mas isso foi há quinze anos! Você nem sabe sele tá vivo ainda.
RODRIGO — Vivo ele deve tá com certeza! Vaso ruim não quebra.
CORTA PARA:
CENA 08. BAR DO TIO JÔ. INT. DIA.
Josias a tentar a ligar para alguém.
JOSIAS — (P/si, preocupado) Nem chamar, chama.
Marcos entra.
MARCOS — E aí, Jô, como vai essa força?
JOSIAS — Tentando ligar pra França, mas nem chama.
MARCOS — Hum… Jô todo chique ligando pro exterior. Tem família que mora por lá?
JOSIAS — Meu sobrinho. Depois da morte da Letícia eu o mandei para morar com o pai. Faz um tempinho já que não consigo mais falar com Pierre.
MARCOS — Ih… Será que aconteceu alguma coisa, Jô?
JOSIAS — Não sei. E se aconteceu aí mesmo que não vou saber. Parece que Rodrigo me odeia até hoje. Desde que foi pra França que nunca mais falou comigo.
MARCOS — Poxa, Jô. Se o moleque não queria ir pra França, por que você obrigou ele?
JOSIAS — Porque na época ele era namorado da Elisa! Mesmo com as famílias reprovando isso.
MARCOS — Como é que é?! Elisa, minha Elisa?
JOSIAS — Exatamente!
MARCOS — Foi bom esse camarada ter saído de cena então.
JOSIAS — (Sorrindo) Quando é o teu que tá na reta, a coisa muda de figura, né?!
CORTA PARA:
CENA 09. MANSÃO VIEIRA. COZINHA. INT. DIA.
Edileusa ali a mexer nas panelas. Elisa vem do quartinho vestida com o uniforme.
ELISA — E então, Edileusa?
EDILEUSA — Já se vestiu? Hum… Até que o uniforme caiu bem em você.
ELISA — Espera aí. Agora que eu tô lembrando aqui… Você é a Edileusa, esposa do Nandão?
EDILEUSA — Sim, sou eu. Por quê?
ELISA — Então é cria do Canarinho Amarelo.
EIDLEUSA — Ah… Você é a filha da Laura e do Severo. Nandão fala no ‘Severão’ o tempo todo.
ELISA — (Sorrir) Nandão é uma figura.
EDILEUSA — Meu marido é doido, menina. Mas Elisa, antes que dona Beatriz apareça… Você hoje vai ficar na limpeza. Mas você sabe cozinhar?
ELISA — Sim.
EDILEUSA — Então pode ser que a dona Beatriz peça você algum dia pra cozinhar… Mas agora a limpeza é tua.
ELISA — E por onde eu devo começar?
EDILEUSA — Deixa eu abaixar o fogo se não a comida queima… (Mexe no fogão) Pronto. Vamos.
As duas vão para a sala.
CORTA PARA:
CENA 10. PRÉDIO FABRISTILO. RECEPÇÃO. INT. DIA.
Marcelo sentado na mesa da secretária, conversando.
MARCELO — Muito bom conhecer alguém que também almeja mudar de vida.
SECRETÁRIA — Eu tenho o sonho de ser atriz.
MARCELO — Que legal. Já eu quero ser cantor ou compositor, ou os dois.
SECRETÁRIA — (Sorrir) Que legal.
MARCELO — Mas com um pai como o Ramiro fica difícil seguir com meus sonhos.
SECRETÁRIA — Ele parece ser bem severo!
MARCELO — E é! Cismou porque cismou que eu tenho que cursar administração.
SECRETÁRIA — Já eu não seguir com meu sonho por falta de dinheiro mesmo.
MARCELO — Complicado, né? Mas você ainda vai sair dessa vida de secretária. Cá entre nós… Quando se tem um patrão como Ramiro, é paciência de Jó que tem que ter!
A secretária sorrir. Ramiro chega da rua.
RAMIRO — Mas o que significa isso, Marcelo?!
MARCELO — Ah. Oi, pai.
RAMIRO — Não posso te deixar uma hora sozinho, que você faz questão de sair da sala pra ficar de papinho com a secretária?
MARCELO — Eu que não ia ficar naquela sala olhando pras paredes sem fazer nada! Você exige que eu venha para a empresa pra ficar parado!
RAMIRO — Quer faze alguma coisa? Então venha!
Ramiro entra em sua sala e Marcelo segue atrás.
CORTA PARA:
CENA 11. PRÉDIO FABRISTILO. SALA RAMIRO. INT. DIA.
Ramiro e Marcelo entram.
RAMIRO — Acessa o sistema e atualize as planilhas.
MARCELO — Finalmente alguma coisa.
Marcelo se senta e começa a alterar as planilhas.
Atenção Sonoplastia: cel. De Ramiro começa a tocar. Ele pega o cel. e olha. CAM detalha a tela no cel. Com o nome: “Regina”.
RAMIRO — (Ao cel.) Pode falar.
REGINA — (OFF) Ligando pra informar a mais nova baixa no quadro de trabalhadores.
RAMIRO — (Ao cel.) Mais um que caiu?
REGINA — (OFF) Deu um piripaque na véia da dona Hilda e ela morreu!
RAMIRO — (Ao cel.) Mas se foi trabalhando então tá bom. Assim que tem que ser!
Reação de Marcelo estranhando a conversa do pai.
REGINA — (OFF) Kléber já saiu atrás de novos trouxas pra empresa. Dona Hilda também já tinha nos dado muito já. Anos e mais anos inteiramente dedicados a Fabristilo
RAMIRO — (Ao cel.) É mesmo. Me liga outra hora que agora não tô podendo falar.
Ele desliga.
MARCELO — Quem era pai?
RAMIRO — Coisa boba. Como tá indo aí com as planilhas?
MARCELO — Me explica isso aqui.
Ramiro se aproxima do filho e começa a explicar apontando para a tela do notebook fora de áudio. Instantes.
CORTA PARA:
CENA 12. MANSÃO VIEIRA. SUÍTE MÁSTER. INT. DIA.
Edileusa e Elisa entram. Suíte com roupas jogadas na cama, que está desforrada.
ELISA — (Assustada) Jesus tem misericórdia!
EDILEUSA — Pois é, Elisa. Também me assustei muito quando comecei aqui. Mas seu Ramiro é assim mesmo.
ELISA — O dono disso tudo aqui é o autor dessa bagunça?
EDILEUSA — Pra você ver, Elisa. Quem olha o seu Ramiro assim todo no terno e gravata, nem imagina a bagunça que fica o quarto dele.
ELISA — Primeira coisa que devemos fazer é tirar essas roupas de cima da cama.
EDILEUSA — Sim. Tira as roupas que eu vou forrar a cama e você fica bem atenta aos detalhes.
Elisa tira a roupa e Edileusa começa a forrar a cama.
EDILEUSA — Você não pode deixar uma parte da colcha ou lençol fora dos padrões
ELISA — Como assim, Edileusa?
EDILEUSA — Tem que ficar lisinha… Seu Ramiro odeia que não esteja tudo nos conformes.
ELISA — O cara perde mesmo tempo olhando isso?
EDILEUSA — É como se fosse uma mania. Agora vem. Vamos ver como está o blindex dessa suíte.
As duas vão para dentro da suíte.
CORTA PARA:
CENA 13. CASA LAURA E SEVERO. SALA. INT. DIA.
Severo chega da rua. Laura vem do quarto.
LAURA — Finalmente chegou!
SEVERO — Depois que eu deixei a Elisa no condomínio, aliás, que condomínio, Laura! Será que algum dia a gente mora num daqueles?
LAURA — Enfim, homem! Sintetiza.
SEVERO — Eu arrumei uma corrida para o Jockey Club no mesmo condomínio. O Gran fino parecia ser um apostador nato!
LAURA — Você não vai acreditar! A Elisa conseguiu o emprego e já ficou trabalhando!
SEVERO — (Feliz) Que bom!
LAURA — A vida da nossa filha finalmente está começando a encaminhar.
SEVERO — Depois de separar daquele canalha, a vida da Elisa vai decolar você vai ver.
LAURA — (Olha p/ relógio) Severo!
SEVERO — Que foi, Laura?
LAURA — Como a Elisa ficou trabalhando, você vai buscar o Gustavinho no colégio.
SEVERO — Há essa hora ele já saiu?
LAURA — Já! O coitadinho deve tá mofando esperando você! Vai, vai, vai, homem!
SEVERO — Calma! Já tô indo!
Severo sai apressado.
CORTA PARA:
CENA 14. CASA LAURA E SEVERO. FRENTE. EXT. DIA.
Severo sai da casa, entra em seu táxi que ali está estacionado e se afasta. CAM mostra Marcos escondido dentro do bar a olhar. Ele sai do bar e fica a olhar o táxi virar na esquina.
MARCOS — (P/si) Agora que o véio não tá mais em casa…
Ele atravessa a rua e entra no quintal de Laura.
CORTA PARA:
CENA 15. CASA LAURA E SEVERO. SALA. INT. DIA.
Campainha toca. Laura vem do quarto.
LAURA — Severo deve ter esquecido alguma coisa. (Abre a porta, surpresa) Marcos?
Fecha em Marcos. Instantes. Suspense. Tensão.
CORTA PARA:
CENA 16. PRAIA DO RECREIO. AREIA. EXT. DIA.
Rodrigo e Viviane caminhando de mãos dadas a beira mar. Ondas vêm e vão molhando os pés de ambos.
VIVIANE — Tão bom sentir essa brisa.
RODRIGO — Tô acostumado com as temperaturas de Paris… Suando que nem um porco aqui.
VIVIANE — (Sorrir) Mas acostume-se, querido. Agora é verão quarenta graus.
RODRIGO — Ah é?
Rodrigo joga água em Viviane.
VIVIANE — Não acredito que você fez isso! Vai ser só uma coisa.
Ela joga água nele de novo e os dois iniciam uma verdadeira guerrinha de água. Em SLOW MOTION, o casal a se divertir e sorrir com a guerrinha de água. Rodrigo toma Viviane em seus braços e beija a amada apaixonadamente. Instantes. Romance.
CORTA PARA:
CENA 17. CASA LAURA E SEVERO. SALA. INT. DIA.
Continuação imediata da cena 15.
LAURA — O que você tá fazendo aqui?
MARCOS — Eu vim conversar com a Elisa.
LAURA — (Fechando a porta) Elisa não está.
MARCOS — (Força a porta) Espera aí, dona Laura. Eu não quero fazer nada demais com a Elisa. Só quero conversar com ela sobre os dias que eu quero ficar com meu filho.
LAURA — Elisa está trabalhando!
MARCOS — Trabalhando?
LAURA — É. Ao contrário de você, minha filha é uma trabalhadora que luta, corre atrás!
MARCOS — Até ontem ela estava em casa.
LAURA — Ela começou hoje. Agora se você poder sair eu agradeço. Se Severo volta e te encontra aqui não sei do que ele é capaz.
MARCOS — Tudo bem, dona Laura. Tem como à senhora falar pra Elisa mais tarde que eu estive aqui?
Laura hesita por um instante.
LAURA — Tá! Agora saia antes que Severo volte!
Marcos sai e Laura fecha a porta.
CORTA PARA:
CENA 18. CANARINHO. PRAÇA. EXT. DIA.
Maurício caminhando pela praça. Quando vê Marcos saindo da casa de Severo e entrando no bar do Jô.
MAURÍCIO — (P/si) O que o Marcos Estava fazendo na casa do Severo se eu acabei de encontrar com ele? Ele ainda tinha dito que tava indo buscar o neto no colégio.
Ele fica ali intrigado. Instantes.
CORTA PARA:
CENA 19. RIO DE JANEIRO. ZONA OESTE. BAIRRO INDETERMINADO. EXT. DIA.
Em cortes descontínuos: Kléber abordando alguns homens e fazendo as promessas do trabalho perfeito. Ele aborda desde jovens de 18, 19 anos, até homens mais velhos de 40 e poucos anos. Instantes.
CORTA PARA:
CENA 20. FÁBRICA FABRISTILO. ESCRITÓRIO REGINA. INT. DIA.
Regina ali sentada. Amanda e Belinha entram.
AMANDA — Licença, dona Regina.
REGINA — Entrem.
BELINHA — Enquanto a gente soa o dia todo, a sala aqui é até fria demais.
AMANDA — (Repreendendo-a) Belinha!
REGINA — (Sorrir) Deixa a menina, Amanda. Eu amo as crianças justamente por serem as mais sinceras.
BELINHA — Quero ficar aqui nessa sala agora!
AMANDA — Belinha, para com isso!
REGINA — Enfim, Amanda… Te chamei aqui pra dizer que você tem caído muito desde que Belinha tem ficado perto de você durante a jornada de trabalho.
AMANDA — Desculpa, dona Regina. É que às vezes eu sou mãe e funcionária ao mesmo tempo!
REGINA — Eu te entendo, querida! Acredite. Ser mãe e trabalhar nesta jornada árdua não é fácil.
AMANDA — Não mesmo, dona Regina. Obrigada por me entender.
REGINA — De nada, querida. Por isso mesmo a partir de hoje Belinha não ficará mais com você!
BELINHA — Quê?!
AMANDA — Minha filha tem que ficar comigo!
REGINA — Não mais, Amanda. Belinha a partir de agora vai ficar comigo aqui no escritório!
BELINHA — Eu não quero ficar com essa mulher!
REGINA — É justamente por isso que eu te quero aqui, Belinha querida! Quem mais sincera que você pra habitar esse escritório!
AMANDA — Mas dona Regina/
REGINA — (Corta, firme) Vá e dê produção, Amanda!
Amanda com os olhos lacrimejados olha a filha e sai da sala.
REGINA — Belinha… Iremos nos dar muito bem dentro desse escritório, só nós duas!
Fecha em belinha invocada. Instantes.
CORTA PARA:
CENA 21. RIO DE JANEIRO. STOCK-SHOTS. EXT. DIA.
Takes da Praia de Copacabana lotada de banhistas, homens batendo uma ‘pelada’ na areia, Cristo Redentor. Instantes.
CORTA PARA:
CENA 22. MANSÃO VIEIRA. COZINHA. INT. DIA.
Elisa ali passando pano no chão. Rodrigo vem da sala.
RODRIGO — Ah, desculpe estou atrapalhando.
ELISA — Que nada. O senhor pode ficar a vontade.
RODRIGO — Não precisa de toda essa formalidade. Só Rodrigo está bom.
ELISA — Rodrigo?
RODRIGO — Sim. E você, quem é?
ELISA — Eu sou Elisa. Muito prazer.
Ela o cumprimenta com um aperto de mãos.
RODRIGO — Desculpa perguntar, Elisa, mas/
Viviane vem da sala interrompendo-o.
VIVIANE — Meu amor, o que você tá fazendo aqui nessa cozinha?
RODRIGO — Eu vim buscar um copo d’água.
VIVIANE — Só pedir que ela levasse pra você.
ELISA — Eu já levo pra a água de vocês.
VIVIANE — Obrigado, querida. Agora vamos, meu amor!
Os dois voltam à sala.
ELISA — Rodrigo…
Ela fica ali pensativa. CAM mostra Viviane a observar Elisa, desconfiada. Instantes. Suspense. Tensão.
CORTA PARA:
FIM DO DÉCIMO TERCEIRO CAPÍTULO