NOVA CHANCE PARA AMAR

Novela de Ramon Silva

Escrita Por:

Ramon Silva

Direção Geral:

Wellington Viana

PERSONAGENS DESTE CAPÍTULO

AMANDA

BEATRIZ

BELINHA

EDILEUSA

ELISA

JOSIAS

KLÉBER

LAURA

MARCELO

MARCOS

MAURÍCIO

RAMIRO

REGINA

RICK

RODRIGO

SEVERO

VIVIANE

PARTICIPAÇÃO ESPECIAL:

FUNCIONÁRIO (QUIOSQUE) e SECRETÁRIA

CENA 01. MANSÃO VIEIRA. SALA DE ESTAR. INT. DIA.

Continuação imediata da última cena do capítulo anterior. Rodrigo e Elisa ainda a se olhar. Viviane repara a troca de olhares e arremata.

VIVIANE            —    (Puxando-o) Vamos Rodrigo!

Os dois saem.

BEATRIZ          —    Vão com Deus. Edileusa pode ir preparar o almoço.

EDILEUSA        —    Sim, senhora.

Edileusa vai para a cozinha.

BEATRIZ          —    (P/Elisa) Você deve ser a Elisa, não?

ELISA                —    Sim, sou eu.

BEATRIZ          —    Já gostei de você só pela vestimenta adequada!

CORTA RÁPIDO PARA:

CENA 02. MANSÃO VIEIRA. FRENTE. EXT. DIA.

Rodrigo e Viviane ali.

RODRIGO         —    (P/si) Aquela mulher…

VIVIANE            —    Por que você ficou olhando pra empregada?

RODRIGO         —    Sei lá, Viviane. Quando olhei pra ela parecia que já a conhecia.

VIVIANE            —    Ah, para, Rodrigo! Acabou de voltar ao Brasil e já conhece todo mundo?

RODRIGO         —    É sério, Viviane. Eu conheço aquele olhar.

VIVIANE            —    Olha só, Rodrigo: vou ser bem sincera com você. Não voltei ao Brasil pro meu marido se apaixonar por uma empregadinha!

RODRIGO         —    Que se apaixonar o quê?! Só disse que talvez eu a conheça. Sério que você quer começar uma discussão por causa disso?

VIVIANE            —    Tudo bem, Rodrigo. Eu posso ter exagerado. Agora podemos ir?

Rick se aproxima.

RICK                  —    Se for sair, eu posso levar vocês.

VIVIANE            —    Não será necessário, motorista!

Viviane entra no carro.

RODRIGO         —    Obrigado, Rick. Pode deixar que hoje eu mesmo dirijo.

Rodrigo entra no carro, dá a partida e vai se afastando.

RICK                  —    (P/si) Viviane parecia estar furiosa com Rodrigo. (Apaixonado) Até furiosa ela é linda. Uma verdadeira deusa grega.

CORTA PARA:

CENA 03. MANSÃO VIEIRA. SALA DE ESTAR. INT. DIA.

Beatriz e Elisa sentadas a conversar.

BEATRIZ          —    Você tem experiência como babá.

ELISA                —    Sim, mas eu cuidava de tudo na casa. Assinaram minha carteira como babá. Só que como a empregada saiu, eu comecei a fazer tudo na casa.

BEATRIZ          —    Entendi. Elisa, você tem um filho de dez anos e é casada?

ELISA                —    Na verdade eu era casada, me separei recentemente.

BEATRIZ          —    Ok. Por que você acha que é boa o suficiente para a vaga?

ELISA                —    Bom, dona Beatriz, eu tenho a qualidade de sempre querer aprender mais. E como eu fui no meu último emprego o que chamam de quebra galho. Onde precisar, só mandar que eu vou!

BEATRIZ          —    Boa resposta. Pensei que você falaria que seria a única adequada, já que as outras são retardadas que não sabem se vestir adequadamente para uma entrevista de emprego. Mas enfim, gostei de você, Elisa. Está contratada.

ELISA                —    (Radiante) Sério? Ai, dona Beatriz, muito obrigado!

BEATRIZ          —    Você agradecerá me provando que não estou errada ao escolher você. Eu poderia muito bem ligar para a agência e solicitar mais candidatas.

ELISA                —    Vou dar o meu melhor e a senhora não vai se arrepender.

BEATRIZ          —    É que espero!

CORTA PARA:

CENA 04. MANSÃO VIEIRA. COZINHA. INT. DIA.

Edileusa mexendo com as panelas e colocando-as no fogão apressada. Rick a beber um copo d’água de pé mesmo. Beatriz e Elisa vêm da sala.

BEATRIZ          —    Edileusa, depois mostre a Elisa onde está o uniforme e onde ela pode se trocar.

EDILEUSA        —    Ela foi contratada?

BEATRIZ          —    (Séria) Você quer mesmo que eu responda?

EDILEUSA        —    Não, senhora. (P/Elisa) Seja bem vinda, Elisa.

ELISA                —    Obrigada, Edileusa.

BEATRIZ          —    (P/Rick) O que você está fazendo aqui na cozinha?

RICK                  —    Tomando água.

BEATRIZ          —    Depois vá procurar o que fazer!

RICK                  —    Mas a Viviane e o Rodrigo saíram com o carro.

BEATRIZ          —    Então ajude o jardineiro, sei lá! Não quero você parado.

ELISA                —    Dona Beatriz, tem algum telefone que eu possa usar para avisar minha mãe que não vou voltar agora?

BEATRIZ          —    Claro, querida. Vem ligar aqui da sala.

As duas voltam à sala.

EDILEUSA        —    Querida… Você ouviu isso, Rick?

RICK                  —    Ouvi. A dona Beatriz parece ter gostado da moça.

EDILEUSA        —    Trabalho mais de dez anos pra essa família e ela nunca me chamou de querida.

RICK                  —    Ih… É agora a crise de ciúmes começa!

Fecha em Edileusa enciumada. Instantes.

CORTA PARA:

CENA 05. CASA LAURA E SEVERO. SALA. INT. DIA.

Atenção Sonoplastia: Tel. Fixo começa a tocar. Laura vem da cozinha com uma colher em mãos e atende.

LAURA              —    (Ao tel.) Alô?

ELISA                —    (OFF) Oi, mãe. Sou eu, Elisa.

LAURA              —    (Ao tel.) Oi, filha. Tô aqui curiosa pra saber como foi.

ELISA                —    (OFF) Então, mãe… Eu fui contratada!

LAURA              —    (Ao tel., feliz) Ai, que bom, filha! Graças a Deus.

ELISA                —    (OFF) Eu pedi a dona Beatriz pra ligar pra senhora porque não vai ter como ir buscar o Gustavinho no colégio.

LAURA              —    (Ao tel.) Isso é o de menos, filha. Qualquer coisa se eu não puder ir, mando o Severo.

ELISA                    (OFF) Tá bom, mãe. Preciso desligar agora.

LAURA              —    (Ao tel.) Tá bom, filha. Bom primeiro dia de trabalho pra você.

ELISA                —    (OFF) Brigada, mãe. Tchau!

Laura desliga e fica ali super feliz pela filha. Instantes.

CORTA PARA:

CENA 06. FÁBRICA FABRISTILO. ESCRITÓRIO REGINA. INT. DIA.

Regina a digitar no notebook e Kléber a supervisionar as ‘trabalhadoras’ (escravas) da janela.

KLÉBER           —    Não sei não, Regina… Mas a Amanda e a filha juntas parecem não dá produção o suficiente. Ela para toda hora pra ensinar a filha como fazer o serviço.

REGINA             —    Faz alguns dias que percebi isso também.

KLÉBER           —    E não fez nada por quê?

REGINA             —    Porque atualmente eu tenho coisas mais importantes para me preocupar.

KLÉBER           —    Tipo?

REGINA             —    Ramiro disse estar para fechar contrato com uma empresa Argentina, mas ainda não há nenhuma evidência que esse contrato tenha sido confirmado.

KLÉBER           —    Mas por que toda essa preocupação? Nossa missão é somente a produção!

REGINA             —    Eu sei. Mas acontece que se a Fabristilo fechar contrato de fornecimento com essa empresa, a demanda vai aumentar muito.

KLÉBER           —    Então a gente devia ser avisados antes para arrumar a mão de obra necessária.

REGINA             —    Mesmo assim, Kléber. Volta lá naquele bairro. Só essa ‘corpinho de modelo’ que você arrumou não dá nem pro cheiro.

KLÉBER           —    Pode deixar.

CORTA PARA:

CENA 07. RECREIO DOS BANDEIRANTES. QUIOSQUE. EXT. DIA.

CAM em plano Geral mostra um carro se aproximando. O carro para. Rodrigo e Viviane saltam e caminham até o quiosque e se sentam a mesa.

VIVIANE            —    Olha que local mais paradisíaco meu amor.

RODRIGO         —    É mesmo. Confesso que ter voltado depois de quinze anos me fez bem.

VIVIANE            —    Viu? Agora pra ficar perfeito só falta você aceitar a proposta do tio Ramiro.

RODRIGO             Eu não disse que pensaria nisso depois?

VIVIANE            —    Tudo bem, meu amor. Só fiz um comentário.

Um funcionário se aproxima.

FUNCIONÁRIO —  Bom dia. Eu sou Calebe e irei atendê-los.

RODRIGO         —    Bom dia, Calebe. Traga duas águas de coco, por favor.

FUNCIONÁRIO —  Perfeitamente.

O funcionário se afasta.

VIVIANE            —    Tava pensando aqui, meu amor… Você não tem um tio que mora aqui no Rio?

RODRIGO         —    Tenho sim. Mas e daí?

VIVIANE            —    Pensei que você iria procurar ele.

RODRIGO         —    Não! Ele foi o responsável por tudo que aconteceu depois da morte da minha mãe.

VIVIANE            —    Rodrigo, mas isso foi há quinze anos! Você nem sabe sele tá vivo ainda.

RODRIGO         —    Vivo ele deve tá com certeza! Vaso ruim não quebra.

CORTA PARA:

CENA 08. BAR DO TIO JÔ. INT. DIA.

Josias a tentar a ligar para alguém.

JOSIAS                  (P/si, preocupado) Nem chamar, chama.

Marcos entra.

MARCOS          —    E aí, Jô, como vai essa força?

JOSIAS              —    Tentando ligar pra França, mas nem chama.

MARCOS          —    Hum… Jô todo chique ligando pro exterior. Tem família que mora por lá?

JOSIAS              —    Meu sobrinho. Depois da morte da Letícia eu o mandei para morar com o pai. Faz um tempinho já que não consigo mais falar com Pierre.

MARCOS          —    Ih… Será que aconteceu alguma coisa, Jô?

JOSIAS              —    Não sei. E se aconteceu aí mesmo que não vou saber. Parece que Rodrigo me odeia até hoje. Desde que foi pra França que nunca mais falou comigo.

MARCOS          —    Poxa, Jô. Se o moleque não queria ir pra França, por que você obrigou ele?

JOSIAS              —    Porque na época ele era namorado da Elisa! Mesmo com as famílias reprovando isso.

MARCOS          —    Como é que é?! Elisa, minha Elisa?

JOSIAS              —    Exatamente!

MARCOS          —    Foi bom esse camarada ter saído de cena então.

JOSIAS              —    (Sorrindo) Quando é o teu que tá na reta, a coisa muda de figura, né?!

CORTA PARA:

CENA 09.  MANSÃO VIEIRA. COZINHA. INT. DIA.

Edileusa ali a mexer nas panelas. Elisa vem do quartinho vestida com o uniforme.

ELISA                —    E então, Edileusa?

EDILEUSA        —    Já se vestiu? Hum… Até que o uniforme caiu bem em você.

ELISA                —    Espera aí. Agora que eu tô lembrando aqui… Você é a Edileusa, esposa do Nandão?

EDILEUSA        —    Sim, sou eu. Por quê?

ELISA                —    Então é cria do Canarinho Amarelo.

EIDLEUSA        —    Ah… Você é a filha da Laura e do Severo. Nandão fala no ‘Severão’ o tempo todo.

ELISA                —    (Sorrir) Nandão é uma figura.

EDILEUSA        —    Meu marido é doido, menina. Mas Elisa, antes que dona Beatriz apareça… Você hoje vai ficar na limpeza. Mas você sabe cozinhar?

ELISA                —    Sim.

EDILEUSA        —    Então pode ser que a dona Beatriz peça você algum dia pra cozinhar… Mas agora a limpeza é tua.

ELISA                —    E por onde eu devo começar?

EDILEUSA        —    Deixa eu abaixar o fogo se não a comida queima… (Mexe no fogão) Pronto. Vamos.

As duas vão para a sala.

CORTA PARA:

CENA 10. PRÉDIO FABRISTILO. RECEPÇÃO. INT. DIA.

Marcelo sentado na mesa da secretária, conversando.

MARCELO        —    Muito bom conhecer alguém que também almeja mudar de vida.

SECRETÁRIA  —    Eu tenho o sonho de ser atriz.

MARCELO        —    Que legal. Já eu quero ser cantor ou compositor, ou os dois.

SECRETÁRIA  —    (Sorrir) Que legal.

MARCELO        —    Mas com um pai como o Ramiro fica difícil seguir com meus sonhos.

SECRETÁRIA  —    Ele parece ser bem severo!

MARCELO        —    E é! Cismou porque cismou que eu tenho que cursar administração.

SECRETÁRIA  —    Já eu não seguir com meu sonho por falta de dinheiro mesmo.

MARCELO        —    Complicado, né? Mas você ainda vai sair dessa vida de secretária. Cá entre nós… Quando se tem um patrão como Ramiro, é paciência de Jó que tem que ter!

A secretária sorrir. Ramiro chega da rua.

RAMIRO            —    Mas o que significa isso, Marcelo?!

MARCELO        —    Ah. Oi, pai.

RAMIRO            —    Não posso te deixar uma hora sozinho, que você faz questão de sair da sala pra ficar de papinho com a secretária?

MARCELO        —    Eu que não ia ficar naquela sala olhando pras paredes sem fazer nada! Você exige que eu venha para a empresa pra ficar parado!

RAMIRO            —    Quer faze alguma coisa? Então venha!

Ramiro entra em sua sala e Marcelo segue atrás.

CORTA PARA:

CENA 11. PRÉDIO FABRISTILO. SALA RAMIRO. INT. DIA.

Ramiro e Marcelo entram.

RAMIRO            —    Acessa o sistema e atualize as planilhas.

MARCELO        —    Finalmente alguma coisa.

Marcelo se senta e começa a alterar as planilhas.

Atenção Sonoplastia: cel. De Ramiro começa a tocar. Ele pega o cel. e olha. CAM detalha a tela no cel. Com o nome: “Regina”.

RAMIRO            —    (Ao cel.) Pode falar.

REGINA             —    (OFF) Ligando pra informar a mais nova baixa no quadro de trabalhadores.

RAMIRO            —    (Ao cel.) Mais um que caiu?

REGINA             —    (OFF) Deu um piripaque na véia da dona Hilda e ela morreu!

RAMIRO            —    (Ao cel.) Mas se foi trabalhando então tá bom. Assim que tem que ser!

Reação de Marcelo estranhando a conversa do pai.

REGINA             —    (OFF) Kléber já saiu atrás de novos trouxas pra empresa. Dona Hilda também já tinha nos dado muito já. Anos e mais anos inteiramente dedicados a Fabristilo

RAMIRO            —    (Ao cel.) É mesmo. Me liga outra hora que agora não tô podendo falar.

Ele desliga.

MARCELO        —    Quem era pai?

RAMIRO            —    Coisa boba. Como tá indo aí com as planilhas?

MARCELO        —    Me explica isso aqui.

Ramiro se aproxima do filho e começa a explicar apontando para a tela do notebook fora de áudio. Instantes.

CORTA PARA:

CENA 12. MANSÃO VIEIRA. SUÍTE MÁSTER. INT. DIA.

Edileusa e Elisa entram. Suíte com roupas jogadas na cama, que está desforrada.

ELISA                —    (Assustada) Jesus tem misericórdia!

EDILEUSA        —    Pois é, Elisa. Também me assustei muito quando comecei aqui. Mas seu Ramiro é assim mesmo.

ELISA                —    O dono disso tudo aqui é o autor dessa bagunça?

EDILEUSA        —    Pra você ver, Elisa. Quem olha o seu Ramiro assim todo no terno e gravata, nem imagina a bagunça que fica o quarto dele.

ELISA                —    Primeira coisa que devemos fazer é tirar essas roupas de cima da cama.

EDILEUSA            Sim. Tira as roupas que eu vou forrar a cama e você fica bem atenta aos detalhes.

Elisa tira a roupa e Edileusa começa a forrar a cama.

EDILEUSA        —    Você não pode deixar uma parte da colcha ou lençol fora dos padrões

ELISA                —    Como assim, Edileusa?

EDILEUSA        —    Tem que ficar lisinha… Seu Ramiro odeia que não esteja tudo nos conformes.

ELISA                    O cara perde mesmo tempo olhando isso?

EDILEUSA        —    É como se fosse uma mania. Agora vem. Vamos ver como está o blindex dessa suíte.

As duas vão para dentro da suíte.

CORTA PARA:

CENA 13. CASA LAURA E SEVERO. SALA. INT. DIA.

Severo chega da rua. Laura vem do quarto.

LAURA              —    Finalmente chegou!

SEVERO           —    Depois que eu deixei a Elisa no condomínio, aliás, que condomínio, Laura! Será que algum dia a gente mora num daqueles?

LAURA              —    Enfim, homem! Sintetiza.

SEVERO           —    Eu arrumei uma corrida para o Jockey Club no mesmo condomínio. O Gran fino parecia ser um apostador nato!

LAURA              —    Você não vai acreditar! A Elisa conseguiu o emprego e já ficou trabalhando!

SEVERO           —    (Feliz) Que bom!

LAURA              —    A vida da nossa filha finalmente está começando a encaminhar.

SEVERO           —    Depois de separar daquele canalha, a vida da Elisa vai decolar você vai ver.

LAURA              —    (Olha p/ relógio) Severo!

SEVERO           —    Que foi, Laura?

LAURA              —    Como a Elisa ficou trabalhando, você vai buscar o Gustavinho no colégio.

SEVERO           —    Há essa hora ele já saiu?

LAURA              —    Já! O coitadinho deve tá mofando esperando você! Vai, vai, vai, homem!

SEVERO           —    Calma! Já tô indo!

Severo sai apressado.

CORTA PARA:

CENA 14. CASA LAURA E SEVERO. FRENTE. EXT. DIA.

Severo sai da casa, entra em seu táxi que ali está estacionado e se afasta. CAM mostra Marcos escondido dentro do bar a olhar. Ele sai do bar e fica a olhar o táxi virar na esquina.

MARCOS          —    (P/si) Agora que o véio não tá mais em casa…

Ele atravessa a rua e entra no quintal de Laura.

CORTA PARA:

CENA 15. CASA LAURA E SEVERO. SALA. INT. DIA.

Campainha toca. Laura vem do quarto.

LAURA              —    Severo deve ter esquecido alguma coisa. (Abre a porta, surpresa) Marcos?

Fecha em Marcos. Instantes. Suspense. Tensão.

CORTA PARA:

CENA 16. PRAIA DO RECREIO. AREIA. EXT. DIA.

Rodrigo e Viviane caminhando de mãos dadas a beira mar. Ondas vêm e vão molhando os pés de ambos.

VIVIANE            —    Tão bom sentir essa brisa.

RODRIGO         —    Tô acostumado com as temperaturas de Paris… Suando que nem um porco aqui.

VIVIANE            —    (Sorrir) Mas acostume-se, querido. Agora é verão quarenta graus.

RODRIGO         —    Ah é?

Rodrigo joga água em Viviane.

VIVIANE            —    Não acredito que você fez isso! Vai ser só uma coisa.

Ela joga água nele de novo e os dois iniciam uma verdadeira guerrinha de água. Em SLOW MOTION, o casal a se divertir e sorrir com a guerrinha de água. Rodrigo toma Viviane em seus braços e beija a amada apaixonadamente. Instantes. Romance.

CORTA PARA:

CENA 17. CASA LAURA E SEVERO. SALA. INT. DIA.

Continuação imediata da cena 15.

LAURA              —    O que você tá fazendo aqui?

MARCOS          —    Eu vim conversar com a Elisa.

LAURA              —    (Fechando a porta) Elisa não está.

MARCOS          —    (Força a porta) Espera aí, dona Laura. Eu não quero fazer nada demais com a Elisa. Só quero conversar com ela sobre os dias que eu quero ficar com meu filho.

LAURA              —    Elisa está trabalhando!

MARCOS          —    Trabalhando?

LAURA              —    É. Ao contrário de você, minha filha é uma trabalhadora que luta, corre atrás!

MARCOS          —    Até ontem ela estava em casa.

LAURA              —    Ela começou hoje. Agora se você poder sair eu agradeço. Se Severo volta e te encontra aqui não sei do que ele é capaz.

MARCOS          —    Tudo bem, dona Laura. Tem como à senhora falar pra Elisa mais tarde que eu estive aqui?

Laura hesita por um instante.

LAURA              —    Tá! Agora saia antes que Severo volte!

Marcos sai e Laura fecha a porta.

CORTA PARA:

CENA 18. CANARINHO. PRAÇA. EXT. DIA.

Maurício caminhando pela praça. Quando vê Marcos saindo da casa de Severo e entrando no bar do Jô.

MAURÍCIO        —    (P/si) O que o Marcos Estava fazendo na casa do Severo se eu acabei de encontrar com ele? Ele ainda tinha dito que tava indo buscar o neto no colégio.

Ele fica ali intrigado. Instantes.

CORTA PARA:

CENA 19. RIO DE JANEIRO. ZONA OESTE. BAIRRO INDETERMINADO. EXT. DIA.

Em cortes descontínuos: Kléber abordando alguns homens e fazendo as promessas do trabalho perfeito. Ele aborda desde jovens de 18, 19 anos, até homens mais velhos de 40 e poucos anos. Instantes.

CORTA PARA:

CENA 20. FÁBRICA FABRISTILO. ESCRITÓRIO REGINA. INT. DIA.

Regina ali sentada. Amanda e Belinha entram.

AMANDA           —    Licença, dona Regina.

REGINA             —    Entrem.

BELINHA          —    Enquanto a gente soa o dia todo, a sala aqui é até fria demais.

AMANDA               (Repreendendo-a) Belinha!

REGINA             —    (Sorrir) Deixa a menina, Amanda. Eu amo as crianças justamente por serem as mais sinceras.

BELINHA          —    Quero ficar aqui nessa sala agora!

AMANDA           —    Belinha, para com isso!

REGINA             —    Enfim, Amanda… Te chamei aqui pra dizer que você tem caído muito desde que Belinha tem ficado perto de você durante a jornada de trabalho.

AMANDA           —    Desculpa, dona Regina. É que às vezes eu sou mãe e funcionária ao mesmo tempo!

REGINA             —    Eu te entendo, querida! Acredite. Ser mãe e trabalhar nesta jornada árdua não é fácil.

AMANDA           —    Não mesmo, dona Regina. Obrigada por me entender.

REGINA             —    De nada, querida. Por isso mesmo a partir de hoje Belinha não ficará mais com você!

BELINHA          —    Quê?!

AMANDA           —    Minha filha tem que ficar comigo!

REGINA             —    Não mais, Amanda. Belinha a partir de agora vai ficar comigo aqui no escritório!

BELINHA          —    Eu não quero ficar com essa mulher!

REGINA             —    É justamente por isso que eu te quero aqui, Belinha querida! Quem mais sincera que você pra habitar esse escritório!

AMANDA           —    Mas dona Regina/

REGINA             —    (Corta, firme) Vá e dê produção, Amanda!

Amanda com os olhos lacrimejados olha a filha e sai da sala.

REGINA             —    Belinha… Iremos nos dar muito bem dentro desse escritório, só nós duas!

Fecha em belinha invocada. Instantes.

CORTA PARA:

CENA 21. RIO DE JANEIRO. STOCK-SHOTS. EXT. DIA.

Takes da Praia de Copacabana lotada de banhistas, homens batendo uma ‘pelada’ na areia, Cristo Redentor. Instantes.

CORTA PARA:

CENA 22. MANSÃO VIEIRA. COZINHA. INT. DIA.

Elisa ali passando pano no chão. Rodrigo vem da sala.

RODRIGO         —    Ah, desculpe estou atrapalhando.

ELISA                —    Que nada. O senhor pode ficar a vontade.

RODRIGO         —    Não precisa de toda essa formalidade. Só Rodrigo está bom.

ELISA                —    Rodrigo?

RODRIGO         —    Sim. E você, quem é?

ELISA                —    Eu sou Elisa. Muito prazer.

Ela o cumprimenta com um aperto de mãos.

RODRIGO         —    Desculpa perguntar, Elisa, mas/

Viviane vem da sala interrompendo-o.

VIVIANE            —    Meu amor, o que você tá fazendo aqui nessa cozinha?

RODRIGO         —    Eu vim buscar um copo d’água.

VIVIANE            —    Só pedir que ela levasse pra você.

ELISA                —    Eu já levo pra a água de vocês.

VIVIANE            —    Obrigado, querida. Agora vamos, meu amor!

Os dois voltam à sala.

ELISA                —    Rodrigo…

Ela fica ali pensativa. CAM mostra Viviane a observar Elisa, desconfiada. Instantes. Suspense. Tensão.

CORTA PARA:

 FIM DO DÉCIMO TERCEIRO CAPÍTULO

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