NOVA CHANCE PARA AMAR

Novela de Ramon Silva

Escrita Por:

Ramon Silva

Direção Geral:

Wellington Viana

PERSONAGENS DESTE CAPÍTULO

BEATRIZ

BELINHA

ELISA

GABRIELA

GUILHERME

GUSTAVINHO

JOSIAS

KLÉBER

LAURA

MARCELO

MAURÍCIO

MOREIRA

RAMIRO

REGINA

RICK

RODRIGO

SÉRGIO

SEVERO

VIVIANE

PARTICIPAÇÃO ESPECIAL:

MARÍLIA

CENA 01. BARRA DA TIJUCA. ORLA. EXT. NOITE.

Continuação imediata da última cena do capítulo anterior. Viviane se aproxima furiosa do casal e empurra o homem, que cai sobre a areia, ficando todo sujo. CAM mostra um homem com o cel. em mãos filmando toda a ação.

VIVIANE            —    Escuta aqui seu infeliz!

Casal completamente diferente de quem ela imaginava que fosse. Alguns curiosos param para olhar.

MULHER           —    Quem é essa mulher, Alex?

HOMEM             —    Eu não sei!

MULHER           —    (Bate nele) É sua amante, é? Seu desgraçado!

VIVIANE            —    (Sem graça) Não! Eu pensei que fosse meu marido. Desculpem.

HOMEM             —    Eu nunca vi essa louca na minha vida!

MULHER           —    (P/Viviane) Como você chega empurrando o noivo dos outros desse jeito?

VIVIANE            —    Desculpe. Eu pensei que fosse meu marido. Se bem que eu não achei nada de que ele pode estar me traindo.

MULHER           —    Olha, nesse ponto eu te entendo. Só toma mais cuidado da próxima vez que for abordar os outros.

HOMEM             —    Pois é! Fiquei todo sujo.

VIVIANE            —    Mais uma vez, me desculpem!

Viviane se afasta toda sem graça e o casal fica ali a conversar fora de áudio. CORTA PARA O CARRO PARADO: Rick do lado de fora.

RICK                  —    O que aconteceu, dona Viviane? Quem era aquele casal?

VIVIANE            —    Não interessa! Entre nesse carro e me leve de volta pra casa!

Ela entra, Rick fecha a porta, entra e o carro se afasta.

CORTA PARA:

CENA 02. FÁBRICA. CASA REGINA. SALA. INT. NOITE.

Continuação da cena 21 do capítulo anterior. Clima de tensão! Sérgio diante de Belinha e Regina.

REGINA             —    O que você tá fazendo aqui, Sérgio? Você não pode vir aqui em casa!

SÉRGIO             —    Regina, a gente precisa conversar a sério!

REGINA                 (P/Belinha) Belinha, você pode ir para o quarto, por favor? Eu preciso conversar com seu pai.

BELINHA          —    Nada disso! Eu também quero saber o que vocês dois tem em segredinho!

SÉRGIO             —    Filha, não dificulta as coisas. Faz o que a Regina tá pedindo.

BELINHA          —    Não! Eu tenho o direito de saber o que está acontecendo!

CORTA PARA:

CENA 03. APART GABRIELA. SALA. INT. NOITE.

Continuação da cena 20 do capítulo anterior. Gabriela e Guilherme ali na porta.

GUILHERME    —    Eu posso entrar?

GABRIELA       —    Claro. (Ele entra e ela fecha a porta)

GUILHERME    —    Eu queria muito que/

GABRIELA       —    (Corta) Espera, Gui.

Gabriela olha para Marília.

MARÍLIA            —    Que foi? (Cai na real) Ah, a senhora quer conversar a sós. (Reclama) Agora que a vilã ia se dar mal. Amanhã eu vejo na reprise.

Marília vai para o quartinho.

GABRIELA       —    Obrigado, Marília. (P/Guilherme) Sente-se.  (Os dois se sentam)

GUILHERME    —    Eu queria muito, do fundo do meu coração, que você me desculpasse.

GABRIELA       —    Tudo bem, Guilherme. Você agiu de cabeça quente, eu realmente errei.

GUILHERME    —    (Pega na mão dela) E agora vamos fazer a coisa certa e juntos.

GABRIELA       —    (Acaricia o rosto dele) Obrigado por todo esse apoio. Eu sozinha com todos esses problemas, não sei se daria conta.

GUILHERME    —    Mas agora vamos trabalhar juntos!

CORTA PARA:

CENA 04. MANSÃO VIEIRA. SALA DE ESTAR. INT. NOITE.

Beatriz e Ramiro ali sentados.

BEATRIZ           —    No jantar quero conversar com você sobre os detalhes do lançamento da coleção de inverno.

RAMIRO            —    Não é melhor deixarmos para discutir isso na reunião?

BEATRIZ           —    Pode até ser. Mas quando será essa reunião?

RAMIRO            —    Essa semana ainda. Só estou esperando a confirmação da presença de todos os acionistas.

Viviane ainda em choque chega da rua.

BEATRIZ           —    O que aconteceu, minha filha?

RAMIRO            —    Essa não! Descobriu o que não queria?

VIVIANE            —    Passei a maior vergonha de toda a minha vida.

BEATRIZ           —    Como assim?

VIVIANE            —    Eu estava indo pra empresa, quando vi um casal de costas sentado num dos bancos da orla. Manei o Rick imediatamente parar o carro e fui até o casal, empurrei o homem, mas não era o Rodrigo.

RAMIRO                (Sorrir) Mas essa cena deve ter sido hilária!

BEATRIZ           —    Filha, eu já falei pra você parar com essa obsessão! Ramiro me falou que o Rodrigo está na empresa trabalhando.

RAMIRO                Pelo menos ele falou que ficaria, agora, se ele realmente ainda estiver lá, eu não sei.

BEATRIZ           —    (Faz sinal para Ramiro parar) Você foi na empresa?

VIVIANE            —    Não. Depois dessa vergonha em público, eu achei melhor voltar pra casa.

BEATRIZ           —    Fez bem, minha filha.

VIVIANE            —    Mas será que o Rodrigo está mesmo na empresa? Pode ser que esteja lá ou em outro lugar. Vá saber!

CORTA PARA:

CENA 05.  BARRA. RESTAURANTE. INT. NOITE.

Clima chique e sofisticado. CAM passeia pelo restaurante até chegar à mesa de Rodrigo e Elisa. Jantar servido, champanhe a mesa.

ELISA                —    Você sabe que eu não me sinto muito confortável em ambientes chiques como este, né, Rodrigo?

RODRIGO         —    Eu sei. Mas na hora H você desistiu da praia. Lá era bem melhor que você poderia se sentir mais à vontade.

ELISA                —    Praia só ia me sujar de areia. Que ocasião estamos comemorando?

RODRIGO         —    Como assim? É o nosso primeiro jantar em quinze anos. (Pega na mão de Elisa) E eu queria te falar uma coisa.

ELISA                —    (Tira a mão da mesa) Pode falar.

RODRIGO         —    Eu andei pensando bastante e vou pedir o divórcio. A gente vai pode ficar juntos, Elisa! Formar a nossa família que sempre foi o nosso sonho

ELISA                —    Você tá louco, Rodrigo?! Eu jamais me casaria com você!

Fecha em Rodrigo sem entender a reação de Elisa. Instantes. Suspense.

CORTA PARA:

CENA 06. FÁBRICA. CASA REGINA. SALA. INT. NOITE

Continuação não imediata da cena 02. Sérgio ali de pé, aflito. Regina volta do quarto.

REGINA             —    Pronto! Com Belinha trancada no quarto, a gente pode conversar.

SÉRGIO             —    Dona Regina, o plano da senhora me parecia bom. Mas ele não contava com uma coisa.

REGINA             —    O quê?

SÉRGIO             —    Que o Kléber fosse querer que eu fizesse provas de lealdade.

REGINA             —    Como assim?

SÉRGIO             —    Ele quer que eu prove que realmente quero acabar com a senhora!

REGINA             —    Ele disse como seria essa prova de lealdade?

SÉRGIO             —    Ainda não porque a senhora passou aquele rádio. Mas ele disse que depois do tal evento, vou ter que provar que realmente estou do lado dele.

REGINA             —    Então prove que está do lado dele!

SÉRGIO             —    Mas como, dona Regina? Eu nem imagino o que o Kléber vai me mandar fazer. E se ele quiser que eu mate alguém? (Pausa) Ainda tem o Moreira que fica jogando lenha na fogueira.

REGINA             —    Esse desgraçado do Moreira! Pensei que depois da nossa conversa, ele tinha entendido o que vai acontecer!

CORTA PARA:

CENA 07. BARRA. RESTAURANTE. INT. NOITE.

Continuação imediata da cena 05.

RODRIGO         —    Como assim: jamais casaria comigo? Eu pensei que você ainda gostava de mim.

ELISA                —    Eu gosto… Amo você, Rodrigo.

RODRIGO         —    Mas e então? Eu não entendo porque você disse isso.

ELISA                —    Você sabe muito bem que nada é tão fácil.

RODRIGO         —    Mas agora o que é que nos impede? Quinze anos atrás era a guerra das famílias. E agora, o que é?

ELISA                —    Agora você é casado, que tem uma vida estável. Não quero que você largue tudo por minha causa!

RODRIGO         —    Elisa, pelo amor de Deus! Se você for levar em conta as dificuldades antes de qualquer coisa, você sempre vai hesitar! Não existe nada que não tenha problemas! Acho que o importante é um sentir confiança no outro. Mas você tá agindo completamente ao contrário!

ELISA                —    Rodrigo, entenda uma coisa: você é casado com a filha da minha patroa. Que me odeia por sinal. Eu preciso daquele emprego!

RODRIGO         —    Eu sei que você precisa daquele emprego. Mas mesmo assim eu não entendo porque você tá fazendo isso.

ELISA                —    Eu não quero viver sendo “a outra”. A sua esposa é a Viviane!

RODRIGO         —    Tudo bem, Elisa. Mesmo não entendendo, eu vou respeitar a sua decisão.

ELISA                —    Obrigada.

Os dois continuam a jantar. Clima desconfortável para ambos. Instantes.

CORTA PARA:

CENA 08. CASA LAURA E SEVERO. SALA. INT. NOITE.

Laura e Gustavinho sentados assistindo TV. Severo vem do quarto sério e sai para a rua.

GUSTAVINHO —    O que o vô tem?

LAURA              —    Olha, Gustavinho. Não é porque ele é seu avô, que eu não vou deixar de ser realista contigo.

GUSTAVINHO —    Vocês brigaram?

LAURA              —    Seu avô é insuportável! Aliás, ele já era. Mas agora que tá ficando velho, tá pior!

GUSTAVINHO —    Pelo visto brigaram e feio!

LAURA              —    (Indignada) Briguei mesmo! Véio mais insuportável! Não posso nem sair na rua e falar com quem eu quero porque a mamãezinha dele não hesitava de pular por aí no quarto dos outros!

Fecha em Gustavinho, que mesmo não entendendo, sorrir.

CORTA PARA:

CENA 09. MANSÃO VIEIRA. QUARTO MARCELO. INT. NOITE.

Marcelo ali analisando algo no caderno. Ramiro entra.

RAMIRO            —    Pode entrar?

MARCELO        —    Entra pai.

RAMIRO            —    E então, como vai a letra da música?

MARCELO        —    Pronta.

RAMIRO            —    (Impressionado) Mas já?

MARCELO        —    Comigo é assim mesmo, pai. Pediu, eu faço rápido.

RAMIRO            —    Quem dera você fizesse os relatórios que eu peço tão rapidamente assim.

MARCELO        —    Que isso, pai? Tá querendo acabar com a harmonia, é?

RAMIRO            —    Não. Deleta esse comentário. Posso dar uma olhada?

MARCELO        —    Claro.

RAMIRO            —    Aliás, canta pra eu ver.

Marcelo pega o vilão e começa a tocar.

MARCELO        —    (Canta) Olha como ela entra na passarela

                                    Maravilhosa dos pés à cabeça

                                    Elegante, poderosa ela vem.

                                    Vira e faz um charme para os flashes

                                    Que disparam pra ela. Maravilhosa!

                                    De costas, ela continua diva e arrasa!

RAMIRO            —    (Feliz, orgulhoso) Adorei, meu filho! Com certeza isso vai ser um sucesso e destaque junto da coleção!

MARCELO        —    Que bom que o senhor gostou, pai!

RAMIRO            —    Eu não falei que chegaríamos a um meio termo? Você continua fazendo o que gosta e está na empresa. (Tem ideia) Vou levar a letra pra Beatriz.

MARCELO        —    Aquela lá vai rejeitar como sempre! Tudo que eu faço não presta, é coisa ruim!

RAMIRO            —    Ela que ouse falar mal da letra que eu vou resistir até ela tocar junto com as modelos desfilando!

Ramiro pega o caderno e sai. Marcelo sorrir, feliz de o pai ter se agradado de algo feito por ele. Instantes.

CORTA PARA:

CENA 10. FÁBRICA. CASA REGINA. SALA. INT. NOITE.

Sérgio e Regina ali.

REGINA             —    Tudo bem, Sérgio. Eu entendo o seu desespero. Conhecendo o Kléber, eu sei que pode ter alguma coisa absurda de morte ou até de ferir alguém de alguma forma.

SÉRGIO             —    O que eu faço, dona Regina?

REGINA             —    Olha, eu posso tentar impedir. Mas eu também não posso me impor tanto, pra que eles não desconfiem de nada.

SÉRGIO             —    Tá. Então se eu tiver que matar alguém, eu vou ter que matar, é isso?

REGINA             —    Você tem que se manter firme que eu vou ver o que posso fazer. Até lá, vou dando meu jeito de impedir que ele te peça algo.

Atenção Sonoplastia: risadas de homens, vindo de fora da casa.

SÉRGIO             —    (Desesperado) É o Kléber, dona Regina! O que eu faço?

REGINA             —    (Pensa) Vai pro quarto da Belinha. A chave tá na porta. Se tranca com ela lá até eu disser que é seguro sair.

Sérgio corre para o quarto. Regina se senta e age naturalmente. Kléber e Moreira entram.

KLÉBER           —    Regina, eu convidei o Moreira pra jantar com a gente hoje. Tudo bem pra você?

REGINA             —    Claro. Moreira é sempre bem-vindo nesta casa!

Regina olha séria para Moreira, que fica meio nervoso. Instantes.

CORTA PARA:

CENA 11. BARRA. RESTAURANTE. FRENTE. EXT. NOITE.

Elisa sai e Rodrigo vem atrás. Ele com a pasta em mãos.

RODRIGO         —    Ei, Elisa. Também não precisava sair do restaurante desse jeito.

ELISA                —    Foi um erro ter vindo!

RODRIGO         —    Tudo bem. Você não é obrigada a nada. Mais uma vez a mesma história se repete.

ELISA                —    (Não entende) Como assim?

RODRIGO         —    Igual quando eu fui praticamente forçado a embarcar pra França. Lembra do que você me disse?

CORTA RÁPIDO PARA:

CENA 12. CANARINHO. PRAÇA. EXT. NOITE.

INSERT de partes da cena 05, do capítulo 04.

(…) Josias se afasta. Elisa vai para a asa do canarinho. Rodrigo ali escondido.

RODRIGO         —    (Abraça-a) Que bom que você veio, Elisa!

ELISA                —    O que está acontecendo, Rodrigo?

RODRIGO         —    Meu tio ligou pro meu pai e agora ele quer que eu vá morar com ele na França.

ELISA                —    Seu pai mora na França?

RODRIGO         —    Mora. Eu nunca comentei nada contigo porque eu não gosto de falar sobre isso.

ELISA                —    Mas se ele é seu pai, você tem que ir.

RODRIGO         —    Mas é um pai que nunca veio me visitar! Ele nunca quis saber de mim.

ELISA                —    Mas e se agora for diferente?

RODRIGO         —    Eu tenho 17 anos. Ano que vem fico de maior. Dono do meu próprio nariz.

ELISA                —    Mas agora ele é quem manda em você.

RODRIGO         —    Elisa, eu não quero te deixar.

ELISA                —    Rodrigo, eu não quero que você deixe de ir por minha causa. Se eu estiver sendo um atraso na sua vida, eu saio dela.

RODRIGO         —    Elisa, não fale isso! Você não é atraso nenhum! Eu te amo!

ELISA                —    Eu também te amo, Rodrigo. E justamente por te amar, eu acho que você deve ir sim morar com seu pai. Lá na França você vai ter melhores condições de vida, talvez…

RODRIGO         —    Eu não quero ir!

Josias acha os dois.

JOSIAS             —    (Puxando-o pela blusa) Você vem comigo, moleque!

RODRIGO         —    (Se solta das mãos do tio) Me larga tio! Eu preciso conversar com a Elisa primeiro.

JOSIAS             —    Não temos tempo pra isso! Seu voo sai daqui à uma hora.

ELISA                —    Vai, Rodrigo. Você tem o meu número. Quando puder, me liga.

RODRIGO         —    Tá bom.

Rodrigo se aproxima de Elisa e tasca um beijão apaixonado nela. Instantes. Romance.

JOSIAS             —    (Puxando-o) Vambora moleque!

Os dois seguem se afastando. Elisa triste. Josias entra num táxi com Rodrigo e se afasta. CAM mostra Rodrigo da janela do táxi a olhar Elisa. Instantes.

Fim do insert.

CORTA PARA:

CENA 13. BARRA. RESTAURANTE. FRENTE. EXT. NOITE.

Continuação da cena 11.

RODRIGO         —    Você sempre pensa nos outros antes de pensar em si mesma!

ELISA                —    Como você pode falar uma coisa dessas? Justamente por amar você, que eu te apoiei em ir morar com seu pai. Mas agora as coisas são diferentes!

RODRIGO         —    Diferentes por quê? Você não me ama mais, é isso?

ELISA                —    A questão não é essa Rodrigo! Naquela época éramos dois jovens inexperientes, sonhadores… Agora não! Somos adultos, com responsabilidades, você é casado!

RODRIGO         —    Tudo bem, Elisa. Se você realmente prefere que eu continue casado com a Viviane, assim será!

Elisa dá um beijo no rosto de Rodrigo e vai caminhando. Ela de costas para ele para por um instante, quase vira para olhar o amado, mas hesita e segue caminhando. Close em Rodrigo inconformado. Instantes.

CORTA PARA:

CENA 14. CASA JOSIAS. FRENTE. EXT. NOITE.

Atenção Sonoplastia: Instrumental suspense.

CAM subjetiva escondida atrás de uma árvore. Jô vem se aproximando distraído e para frente ao portão.

JOSIAS              —    (P/si) Essa não! Será que eu deixei as chaves no bar?

Ele procura nos bolsos. CAM subjetiva sai do esconderijo e vem se aproximando, coloca a mão no ombro de Jô, que se assusta.

JOSIAS              —    (Assustado) Que isso? É assalto? (Olha) Você?

CAM revela que se tratava de Severo.

SEVERO           —    Nós temos muito que conversar (desdém) Garcia mau-caráter!

Fecha em Jô olhando com desprezo para Severo. Instantes. Suspense. Tensão.

CORTA PARA:

CENA 15. MANSÃO VIEIRA. SALA DE JANTAR. INT. NOITE.

Ramiro, Beatriz e Viviane sentados à mesa jantando. Beatriz com o caderno a olhar a letra da música.

BEATRIZ           —    (Debochada) E isso aqui lá pode ser considerado uma letra de música? É um lixo!

RAMIRO            —    Sendo um lixo ou não, essa música que vai tocar na hora do desfile!

BEATRIZ           —    Você só pode ter perdido todos os sentidos, Ramiro! Em que universo uma música como esta toca nos desfiles?

VIVIANE            —    Normalmente são instrumentais.

BEATRIZ           —    Exatamente!

RAMIRO            —    Ah, sim. E as duas dondocas vão ficar na mesma pra sempre? Não querem ser inovadoras pra chamar a atenção da mídia…?

BEATRIZ           —    Eu não sei aonde eu estava com a cabeça, quando decidi que você seria o presidente da empresa.

RAMIRO            —    Olha que eu respondo aonde essa cabeça tava!

BEATRIZ           —    Você não seria tão desaforado!

RAMIRO            —    Paga pra ver!

VIVIANE            —    (Grita) Chega! Parem com isso! Deixa eu ver essa música. (Pega o caderno e olha)

RAMIRO            —    Veja se não é uma boa música.

VIVIANE            —    (Impressionada) Gente, mas isso aqui tem tudo a ver com o desfile. Nos dias de hoje, as mulheres são poderosas, independentes e a música deixa isso bem claro. Adorei!

RAMIRO            —    Acho que alguém vai ter que dar o braço a torcer!

BEATRIZ           —    Saiba que essa você só venceu, porque a Viviane gostou!

Beatriz invocada levanta-se da mesa e vai para a sala de estar. Ramiro sorrir.

CORTA PARA:

CENA 16. CASA JOSIAS. FRENTE. EXT. NOITE.

Continuação imediata da cena 14.

JOSIAS              —    O que você tá fazendo aqui?

SEVERO           —    (Intimidador) Vim te avisar pra ficar longe da Laura.!

JOSIAS              —    (Debocha) Ou você vai fazer o quê? Me matar?

SEVERO           —    Olha, até que não é uma má ideia!

JOSIAS              —    (Debocha) Não poso fazer nada se os Borges não dão conta do recado e suas mulheres sentem atração pelos Garcia!

SEVERO           —    (Furioso) Como é que é? Repete! Repete pra ver se eu não acabo com a sua raça!

JOSIAS              —    Tem certeza que quer ouvir de novo? Acho desnecessário. Só você parar pra pensar. Das três gerações dessa família vocês tiveram que desviar um dos meus!

SEVERO           —    Você é uma canalha!

JOSIAS              —    Mas um canalha que a mulherada gosta pelo visto!

Severo se descontrola e dá um soco no rosto de Jô, que cai batendo a cabeça no meio fio. Jô permanece desacordado.

SEVERO           —    Agora vai dar um de que está desacordado! Acorda ou! (Dá um chutezinho em Jô) Levanta daí! (Preocupado) Levanta daí cara! (Se agacha e sacode Jô) Acorda! Acorda Garcia! (P/si, atordoado) Meu Deus… Eu matei ele. (Grita) Ajuda! Ajuda! Socorro!

CAM mostra o táxi de Maurício se aproximando. Severo vai para o meio da rua e cerca o carro. Mauricio salta.

MAURÍCIO        —    Que isso, Severo? O que tá acontecendo?

SEVERO           —    Olha o Garcia caído aqui no chão!

MAURÍCIO        —    Mas como aconteceu isso?

SEVERO           —    Sei lá, cara. A gente tem que levar ele pro médico! Me ajuda!

MAURÍCIO        —    Estranho você querer ajudar um Garcia, mas de boa.

Maurício e Severo colocam Jô dentro do carro, entram e o táxi se afasta rapidamente. Instantes. Tensão.

CORTA PARA:

CENA 17. APART GABRIELA. SALA. INT. NOITE.

Gabriela e Guilherme analisam as anotações antigas de Gabi.

GUILHERME    —    Olhando tudo isso aqui, parece que você tinha tudo muito bem encaminhado.

GABRIELA       —    É, mas só parece. (Pega o gravador) Guardo esse gravador até hoje. Tenho um grande carinho por ele. Meu companheiro de anos de pesquisas. Escuta esse áudio.

Ela liga o gravador.

GABRIELA       —    (OFF) Dermatologista pesquisadora da Ictiose, Gabriela Gonçalves para o relato de número 03. Após a descoberta da seiva de uma difícil e rara árvore na localização do bairro do Canarinho Amarelo. Comprovei que a seiva fresca da mesma resulta na melhora do quadro de Ictiose, mas ainda há muito que estudar. Devido à seiva fresca, uma grande melhora pode ser notada, porém, se a seiva não estiver fresca, a melhora não acontece.

GABRIELA       —    Depois disso foram só frustrações. Melhor desistir de tudo.

GUILHERME    —    (Acaricia o rosto dela) Ei. Não falei isso. Eu não disse que estou aqui pra te ajudar com isso? Você não está sozinha!

Ela pega na mão dele e sorrir. Rola um clima. Os dois se beijam intensamente. Instantes. Romance.

CORTA PARA:

CENA 18. UPA. FRENTE. EXT. NOITE.

Clima de tensão. Táxi de Maurício chega e para. Severo corre e pega uma cadeira de rodas.

MAURÍCIO        —    Me ajuda aqui, Severo.

Eles colocam Jô ainda desacordado na cadeira de rodas. E seguem para dentro da UPA. Instantes. Tensão.

CORTA PARA:

CENA 19. RIO DE JANEIRO. STOCK-SHOTS. EXT. NOITE.

Takes do Jockey Club, Lagoa Rodrigo de Freitas. Instantes.

CORTA PARA:

CENA 20. UPA. SALA VERDE. INT. NOITE.

Jô ainda desacordado, agora com a cabeça enfaixada. Maurício e Severo entram e se aproximam.

MAURÍCIO        —    Até agora não entendi como o Jô caiu e bateu com a cabeça.

SEVERO           —    (Nervoso) Ele tava vindo caminhando e escorregou, foi isso.

MAURÍCIO        —    (Desconfiado) Mas e você, Severo?

SEVERO           —    O que tem eu?

MAURÍCIO        —    O que você tava fazendo justamente ali pela rua da casa do Jô?

Severo nervoso não fala nada. Jô resmunga algo.

SEVERO           —    (Disfarça) Ele tá acordando.

Jô abre o olho e sorrir ao ver Maurício, mas ao ver Severo, que acena pra ele, logo fica sério.

MAURÍCIO        —    Parece que o Jô não se agradou em te ver, cara.

Jô de supetão levanta da cama e pega Severo pelo pescoço, esgoelando ele.

JOSIAS              —    Eu vou te matar! Seu Borges desgraçado! Não queria me matar? Agora quem vai morrer esgoelado é você seu Borges!

MAURÍCIO        —    (Tenta apartar) Solta o cara, Jô! Para com isso!

Maurício tentando apartar. Jô a segurar forte no pescoço de Severo, com a linguinha pro lado de fora. Instantes. Cômico.

CORTA PARA:

 FIM DO VIGÉSIMO OITAVO CAPÍTULO

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