Samuel passara horas e horas naquele lugar, muitas vezes ele nem vira a hora passar envolto em meio as grandes histórias das civilizações: Atlântida o reino submerso, Avalon o reino das fadas, a terra dos gnomos, das salamandras, anjos e demônios além de muitas outras incontáveis dimensões envoltas pelo grande vel. A cada minuto passado ali ele se apaixonava mais pelo lugar.
Toda a história estava ali escrita em grandes pergaminhos empoeirados pelo passar dos séculos, prateleiras e mais prateleiras abarrotadas pelos mais diversos livros escritos pelos seres multidimensionais conhecidos, transmitida de guardião para guardião.
Cada fato, cada acontecimento, cada momento histórico e memorável estava ali, para qualquer um que o quisesse gratuitamente. E ele não se negaria a esse prazer, o prazer da leitura, a busca pelo conhecimento fazia parte da sua natureza.
De todas as partes de seu treinamento para se tornar o guardião dos homens, aquela era a parte da qual ele mais gostava.
A grande biblioteca élfica como era assim chamada naquele plano tinha vida própria dentro do multiverso aqui era possível encontrar pessoas de todos os lugares de qualquer dimensão existente, e em cada uma delas uma versão da biblioteca com seus inúmeros nomes.
Aqui Samuel criou laços aprendeu todos os valores, costumes e línguas possíveis, além de todos os feitiços, poções e venenos, tornando— se mais poderoso a cada livro lido, assim como seus amigos ele também tinha que aprender sobre a arte do alto defesa, sobre cada elemento e como trabalhar em conjunto com os demais.
E foi aqui também que ele descobriu sobre a falha no tecido que cobre o multiverso, o enfraquecimento dos elementos mais puros já encontrados, a previsão dos antigos se cumpriria em breve, e o multiverso seria extinto para sempre.
Ele os reuniu ali nas primeiras horas do dia para expor seu plano e assim por um fim a tudo aquilo. Os mestres não estavam entre eles e ninguém percebera, eles estavam lutando contra o fim.
— Será que ninguém percebe o que está acontecendo? – Ele questionou a todos. – Todos estão com medo, os mestres desaparecem sem aviso. O fim da vida está próximo.
— Você está maluco cara! – Zaon o interrompeu.
— Vocês não percebem não é, a magia está enfraquecendo. Foi por isso que eles nos trouxeram para cá e é por isso que estamos sendo treinados. O multiverso está desaparecendo.
— Tem certeza? – Ananda questionou inquieta.
O garoto estendeu sobre a mesa os vários mapas que encontrou circulados em pontos similares.
— Avalon E Atlântida já caíram, é possível que já não exista mais ninguém vivo nesse momento. É eu tenho certeza. – Ele olhou nos olhos de cada um, a expressão de medo estava estampada em cada rosto. – Nós podemos ser os últimos vivos em cada dimensão.
— Nós podemos fazer alguma coisa?
— Sim Kayra, vocês podem restaurar o equilíbrio, vocês foram trazidos para cá como a última esperança. Mas temo que não estejam prontos para o que está por vir.
O homem surgiu em meio a uma pilha de livros. Um homem cheio de cicatrizes por todo o corpo vestia camiseta de linho fino, calças largas e sandálias de dedo, seu cabelo desarrumado e a barba por fazer dava a ele um ar descuidado.
— Olá Elion – Todos o saudaram de uma vez, recebendo um sorriso em resposta.
— Vocês são a última esperança de todos. – Ele continuou, — o véu está cada vez mais fraco, e todos temem que seja tarde demais. As feras reis levantaram— se contra as cinco nações e estão tirando das dimensões a energia Elemental que rege os planos.
— O que elas querem com isso?
— Escravizar os seres que não se renderem a sua vontade.
— Nós não somos capazes de vencer! – Rebateu Zaon, as quatro feras são fortes demais.
— Vocês têm o poder antigo dos animais sagrados. Seus totens são a chave para a restauração da energia elementar.
— Nós não precisamos vencer, — emendou Samuel – Podemos aprisionar, e resgatar a fonte de poder.
— Isso pode dar certo! – Retrucou Ananda. – Qual é o plano?
— Cada um de vocês vai viajar até o domínio de cada criatura e resgatar a fonte Elemental, depois nós nos encontraremos na arvore da vida, lá conseguiremos restaurar a energia das dimensões.
Um pequeno tremor fez com que os seis cambaleassem.
— O que foi isso? – Perguntou Kayra temerosa.
— Nossa dimensão está lutando para manter o equilíbrio.
— O tempo está se esgotando, o equilíbrio das emergias está se enfraquecendo, em breve nada mais existirá.
***
Como prometido os cinco se encontraram ao pé da grande montanha, cada um com seu artefato mágico que aprisionaria as feras reis para sempre, garantindo assim a sobrevivência de Ezius. Aprisionar as feras reis e conseguir os cinco artefatos mágicos era apenas a primeira parte do grande plano elaborado por ele, seus estudos indicavam que a arvore do conhecimento, peça fundamental, que mantinha todo o equilíbrio das dimensões estava morrendo graças a energia escura emanada pelos corações corrompidos pela ganância, luxuria, inveja dos seres vivos.
O céu perdera seu brilho, tudo estava frio e sem vida.
Os elementos lutavam entre si para manter o equilíbrio, terremotos, maremotos, grandes ventos e rios de lava traziam consigo a destruição.
— O que fazemos agora Samuel? – Quis saber Ananda.
— Nós temos que chegar a grande arvore e restaurar o equilíbrio. – Ele disse caminhando em direção ao topo da grande colina.
— Algo está diferente. – Constatou Kayra ao olhar para o topo.
— E esta, — Respondeu Samuel – A arvore está morrendo, por isso as feras reis se levantaram, e foi por isso que elas retiraram da terra a energia dos elementos.
A arvore a cima deles estava definhando, tornando— se cada vez mais negra, apodrecida, seus frutos caiam cada vez mais rápido, suas folhas eram levadas pelo vento deixando— a horripilante
— Por que? – Perguntou Zaon.
— Por medo!
— O tempo está se esgotando.
— O que faremos?
— Temos que chegar mais perto para que nossa energia elementar reviva a grande arvore e destrua a energia negra. – Respondeu Samuel.
— Isso vai ser fácil. – Brincou Ananda num sorriso caloroso.
— Não, não vai ser fácil. – Samuel respondeu erguendo uma barreira protetora. – Para a arvore nós somos os inimigos, e ela fará tudo o que pode para nos impedir.
— Como uma única arvore pode ser tão poderosa. – Quis saber Zaon.
— Essa é a arvore do conhecimento, também chamada de Yggdrasil, ela está conectada a todos os planos existenciais, materiais e imateriais mantendo o equilíbrio entre todos os planos.
— Então se ela morrer…
— Isso mesmo Ananda, se ela morrer tudo morrera com ela.
***
O campo aberto, céu azul, grama verde e bem ao longe uma arvore centenária reinava solitária, a arvore do conhecimento, a arvore que mantinha o equilíbrio sobre todos os planos existentes.
Samuel tocou— a com a palma da mão, num instante ele pareceu se conectar com a arvore, em seu interior ele vislumbrou uma serie de raízes que se conectavam a cada canto existente naquele reino e em todos os outros, ele viu a guerra, a fome, as mortes, áreas livres dizimadas, animais morrendo devido a poluição, a vida deixando todos os planos, ele viu a extinção de povos e raças inteiras.
A arvore lutava contra tudo sozinha, mas estava perdendo, sendo infectada por uma energia escura, a energia vinda da ganância, da matança de as coisas ruins vindas de todos os planos.
O céu se tingiu de verde, azul, vermelho e branco formando uma espécie de aurora boreal, aquele era o sinal de que tudo estava acontecendo de acordo com seu plano.
— Espero que dê tudo certo! – Disse ele a si mesmo.
Sem perder tempo o garoto tirou de seu pescoço sua pedra Elemental juntou— a com a de seus amigos e fazendo um buraco no meio da arvore colocou-as lá dentro. Em poucos segundos as pedras começaram a sugar toda a energia maligna vinda da arvore e direciona-la para o céu, o breu vindo da arvore estava se dissipando enquanto a aurora boreal tornava— se cada vez mais forte.
Eles haviam chegado no momento certo.
Nossa! Excelente,Apolo! Adorei! Só cuidado com a grafia de algumas palavras,ok? Parabéns!
Nossa! Excelente,Apolo! Adorei! Só cuidado com a grafia de algumas palavras,ok? Parabéns!