Anahí banhava-se e não percebia os olhos de Darlan que se encontravam presos as suas curvas e a cada gota d água que caía em sua pele. Para ele era um deleite vê-la a sua frente sem ao menos perceber a sua presença até que terminasse o banho e se foi sem ser percebido.

Uma hora depois na varanda, Darlan se recuperava do ápice de prazer que havia estado e aquelas imagens o estingava a querer a índia de todo jeito, ele tinha necessidade de fazê-la sua. Inácio se aproxima de irmão.

—Darlan.

—Sim.

—Quer conhecer a fazenda? Eu posso te mostrar.

—Boa ideia.

Logo, Anahí aparece e o desejo voltou a reacender em Darlan.

—Quer ir com a gente, Anahí? —perguntou Inácio.

—Pra onde?

—Vou mostrar a fazenda para o Darlan.

—Vamos. —sorriu.

 

 

Anahí estava molhando os pés na beira de um riacho enquanto Inácio e Darlan estavam um pouco afastados e ao lado de uma árvore.

—O que rola entre vocês? —perguntou Darlan.

—Como assim?

—Não se faça de desentendido, Inácio. Essa índia sozinha neste mato e você nunca provou daquele mel? —riu.

—Não, nunca porque tenho Anahí como uma irmã e aconselho que para você a veja do mesmo jeito: como uma irmã. —disse sério.

—Tá, não precisa ficar bravo comigo.

Lino a cavalo se aproxima dos dois.

—Inácio, o seu Rafael tá querendo ter uma prosa com você.

—Onde está o meu tio?

—Lá no casarão.

—Vá, pode ir. —disse Darlan.

Inácio olha desconfiado para Darlan e segue Lino. Anahí caminha em direção à Darlan.

—Onde foi o Inácio?

—Chamaram ele lá no casarão. Me conta como você chegou a essa fazenda? —se senta em frente a árvore.

—Meus pais foram mortos por garimpeiros. —se senta ao lado dele.

—Sinto muito por seus pais.

—Eu não me lembro deles. Quando meus pais brancos me adotaram eu era apenas uma recém-nascida.

—E você convive com a sua tribo?

—Sim, fui criada com os costumes dos Toriba como também com os costumes dos brancos.

—Sempre tive curiosidade de conhecer uma aldeia indígena.

—Eu posso te levar para conhecer a aldeia. —se levanta.

—Então, vamos. —se levantou.

 

 

Na aldeia dos Toriba acabam de chegar Anahí e Darlan. Na entrada alguns indiozinhos corriam e brincavam pelo lugar, índias moíam mandiocas no canto e observavam os dois jovens que acabaram de chegar.

—Ele está comigo. Darlan é irmão do Inácio que mora na capital. —disse Anahí em voz alta as índias.

—Inácio também vem a tribo?

—Sim, crescemos aqui.

—Vocês são bem unidos. São namorados ou quase isso?

Anahí para e olha séria para Darlan.

—Não somos namorados. Somos como irmãos.

—Desculpa a pergunta é que…caramba é que as vezes penso e falo besteiras…

—Realmente. Você já demonstrou que fala bobagens demais principalmente com a forma que tratou o Inácio.

—Eu já me desculpei com ele. Pensei que fosse um peão.

—Não justifica. Se ele fosse mesmo um peão, você não tem o direito de o distratar.

—Você tem toda razão, Anahí, eu sou um completo idiota. O que posso fazer pra você ver que sou um cara diferente? Como posso me redimir? —se aproximou dela.

Os olhos de Darlan incomodava a índia, ela se sentia atraída por ele.

—Comece a respeitar as pessoas independente de sua classe social, mas não faça isso por mim, faça por você.

—Você é incrível, Anahí.

Os lábios de ambos se aproximam até que Jaci, a cacica sai de dentro da oca e ver o casal.

—Anahí!

—Jaci. —se afasta de Darlan e se aproxima da cacica.

—Quem é este moço loiro?

—Darlan, irmão de Inácio, ele veio da capital.

—Seja bem-vindo a aldeia dos Toriba.

—Obrigado.

—Está é Jaci, a cacica da tribo.

—Prazer em conhece-la. —sorriu.

 

 

Anahí e Darlan estavam dentro da mata.

—Estou admirado com tudo que há na sua aldeia, Anahí.

—Aqui é onde a natureza respira e está protegida da destruição do homem branco. As vezes venho para cá e me desconecto de tudo. Me dá uma paz.

—É sim, essas matas virgens traz um ambiente calmo, mas eu prefiro a agitação da cidade grande.

Anahí se senta em uma rocha na beira do rio.

—É normal, você nasceu lá e está acostumado.

—Você já foi a capital? —sentou ao lado dela.

—Não. Eu não conheço nada além de Corumbá e este pantanal.

Os dois fizeram um breve silêncio.

—Você deve estar chateado com seu pai.

—Por causa do Inácio? Sim, estou, mas o que posso fazer? Inácio existe e o que adiantar ficar remoendo um passado que nem eu sei direito os motivos que meu pai o escondeu durante todos esses anos.

—Está preparado para fazer essa pergunta a ele?

—Não, não estou.

—Inácio esperou anos para te conhecer. Ele é um cara legal.

—Percebi.

—O irmão que nunca tive.

—E você se dá bem com a Florzinha? Digo, ela não tem ciúmes de você com os meus tios?

—Nós damos bem, vivemos como irmãs de sangue. Ela está naquela fase do final da adolescência e se transformando em adulta. Cheia de questionamentos. —riso. —E você? O que faz na capital?

—Tenho meus negócios. Sou empresário. E você o que faz além de viver nesses dois mundos: fazenda e aldeia?

—Sou enfermeira.

—É mesmo?

—Sim, trabalho no hospital geral da cidade e também acompanho o doutor Marcos quando ele vem fazer consultas na aldeia. Amanhã tem consultas se você quiser ver como são…

—É claro que quero. E esse doutor Marcos é seu namorado?

—Darlan por que está tão interessado em saber quem é meu namorado?

—Anahí você é madura suficiente para perceber que quando um homem pergunta a uma mulher se ela tem namorado é porque está interessado.

—Não! Não acredito! —irritada se levantou e se afastou. —Só pode está de brincadeira comigo!

—Não estou. Anahí você me chamou atenção, você é linda. Aliás a mulher mais linda que já vi. —ele se levanta.

—Não se aproxime de mim!

—Calma. —risada. —não vou te fazer nenhum mal.

—Não se atreva dá um passo. —tirou um canivete e o mostrou.

—Caramba, não precisa chegar a esse ponto, Anahí. Será que é errado um homem se interessar por uma mulher? Nenhum momento te desrespeitei. Quer saber? Vou dá um mergulho neste rio. —tirou a blusa e deu um mergulho.

Anahí cruza os braços.

—Se eu fosse você não me atreveria ficar nadando nesta parte do rio.

—Por que?

—O que mais tem aí são jacarés.

Darlan dá um mergulho e demora a voltar a superfície e Anahí fica preocupada.

—Darlan! Darlan!

De repente Darlan surge agitado e balançando os braços.

—Socorro! Anahí, socorro!

—Darlan!

Anahí mergulha no rio e segue direção onde está Darlan.

 

 

No escritório do casarão estava Rafael e Inácio sentados à mesa.

—O que foi Inácio parece preocupado?

—Não é nada, tio. —olhava alguns papeis.

—Inácio, não adianta fingir que está tudo bem porque eu te conheço…

—Essa chegada do Darlan mexeu comigo.

—Entendo.

—Vai dizer ao meu pai que o Darlan está aqui na fazenda?

De repente o telefone toca.

—Quem será? —Rafael atende o telefone. —Fala Anderson.

Inácio demonstra surpresa.

—Deixa eu falar com ele.

Rafael entrega o telefone para o sobrinho.

—Doutor Anderson Barreto.

Anderson estava na sua sala no fórum e sentado à mesa e falando pelo celular.

—Guri do mato, eu estava falando com o Rafael.

—Darlan está aqui na fazenda.

—O quê? —perplexo.

—Isso que ouviu. Ele está na Dois Rios e já sabe que eu existo.

Anderson ao ouvir que a mentira que sustentou por aqueles anos veio à tona a se revelar sentiu ali que naquele momento teria que enfrentar seu maior medo: a verdade.

—Hoje vou viajar para Corumbá. —desligou o celular.

No escritório do casarão.

—Ele disse que vai vim para cá.

—Se prepare pelo que está por vim.

—Eu sei. Estou cansado de viver na sombra. Sou filho dele como o outro e ele tem que aceitar querendo ou não querendo que eu existo.

 

 

Dentro do rio estava Anahí e Darlan.

—Pensei que você estava sendo atacado, Darlan, essa brincadeira não teve graça.

—Fique em silêncio.

Escuta-se o som dos pássaros e do vento a sopra na mata.

—Parece que estamos no paraíso. —disse Darlan.

—Sim, fechando os olhos…se sente mais… —fechou os olhos envolvida com aquele clima da natureza.

Darlan se aproxima dos lábios dela.

—Só me falta algo para que me sinta de verdade no paraíso.

—O quê? —ela abre os olhos e ver os olhos azuis de Darlan.

—Provar o mel da tua boca e descansar em seus cabelos tão negros como a asas da graúna. Você é minha Iracema.

—A sua rosa permite que prove do seu néctar. —coloca os braços envolta do pescoço dele.

Aos poucos ele a beija se deleitando em seus lábios.

 

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