Rafael estava a cavalo e se aproxima da esposa que se encontrava de joelhos ao lado do corpo do índio e com um bebê nos braços.

—Luana! Luana, o que aconteceu? —parou o cavalo, desceu e seguiu em direção a esposa.

—Mataram o Raoni. Mataram ele, Rafael. —chorando.

—Quem fez isso? —se ajoelhou ao lado dela.

—Os garimpeiros. Eles mataram Potira e depois atiraram em Raoni.

—Que tragédia! Lamento muito, Luana.

—Ele antes de morrer me disse que estava fugindo dos garimpeiros, veio fugido para cá e me pediu que eu cuidasse da filha. Eu prometi a ele, Rafael, eu prometi que vou cuidar da menina.

—Tudo bem, o que importa agora é avisarmos a polícia.

—Coitado do Raoni e da Potira não mereciam ter esse fim.

—É melhor vocês estrarem em casa. Por favor, Jacinta, ajude a Luana.

Jacinta se aproxima da patroa.

—Deixa que eu te ajudo, dona Luana.

A governanta e Luana com o bebê nos braços entram no casarão. Logo, Zeca e outros peões aparecem.

—O que aconteceu, patrão? —perguntou o capataz assustado ao ver o corpo de Raoni no chão.

—Os garimpeiros fizeram uma emboscada com o índio que levou um tiro, veio para cá e acabou morrendo. Zeca, coloque alguns peões nas entradas da fazenda de vigia e dê ordem de que não deixem ninguém que não seja da família entrar.

—Como quiser, patrão.

—Eu, você e o Expedito vamos para a delegacia. Peça que outros peões fiquem vigiando o corpo.

—Certo, patrão.

 

O capataz se afasta e segue em direção ao grupo de peões enquanto Rafael entra no casarão. Na sala estava Luana sentada no sofá tomando um copo de água, Jacinta ao lado e Rafael aparece.

 

—Eu vou com Zeca e Expedito na delegacia. Peões vão ficar de guarda nas entradas da fazenda e dei a ordem para que não deixem ninguém estranho entrar. Como vocês estão?

—Estou tentando me calmar, meu amor. É um choque pra mim em ter visto Raoni morrendo na minha frente, a gente cresceu junto e éramos tão amigos. —chorando.

—Imagino o quanto está sendo difícil pra você.

—Por que será que os garimpeiros mataram o coitado do índio? —perguntou a governanta.

—Ele me falou que era por causa da nascente.

—A lenda da nascente de Riacho Paraíso de vez em quando aparecem garimpeiros que vem de toda parte do mundo atrás do ouro e dos diamantes.

—Eu já ouvir falar dessa estória, mas será verdade ou apenas um estória inventada? —perguntou a governanta.

—Eu acredito que seja verdade e dizem que as riquezas que existem nesta nascente é maior do que as que existiam na Serra Pelada. —disse a fazendeira.

—Bom, eu não sei se essa estória de nascente é verdade ou mentira, o que sei é que de vez ou outra aparece índio morto por aí por causa disso. —disse Rafael.

Zeca entra na sala.

—Patrão, eu e o Expedito estamos esperando o senhor dá as ordens para irmos à delegacia.

—Vamos. Vai ficar tudo bem, meu amor. —beija a esposa.

Rafael e Zeca saem da sala.

 

Na mansão da família Gouveia em Campo Grande, naquele momento estava Anderson sentado no braço do sofá da sala e olhando para parte externa da mansão pela parede de vidro onde se podia ver o jardim e a piscina.

—Ah! que saudade da minha ribeirinha.

Ele relembra o passado quando em uma das noites estava na casa de palafita, deitado na rede junto com Fernanda e da janela olhavam para o luar do pantanal.

—Te amo, Nanda, não sabe o quanto sinto sua falta quando estou longe de você. —a beija. —do seu corpo, da sua pele, do seu cheiro… —a beija e acarinha os cabelos dela.

—Eu sinto saudades da sua boca. —o beija. —Por que não fica aqui comigo ou me leva junto com você?

—Nanda, você não entende.

—Entendo, você tem vergonha de mim. —se sentou com um semblante triste. —Porque eu não sou uma granfina e não sirvo pra ser tua mulher.

—Você vale mais do que muitas mulheres ricas e diplomadas. —se sentou e segurou o queixo dela a fazendo olhar para ele. —Você é a minha ribeirinha. —sorriu.

—Esses olhos azuis me metem, eu sei.

Anderson cola a testa dele na testa dela.

—Eu te amo. —a beija.

Aos poucos Anderson retorna ao presente e se ver sentado no braço do sofá da sala da mansão Gouveia e olhando para o jardim e a piscina pela parede de vidro.

—Eu vou dá um jeito na danada desta saudade. —se levanta, segue em direção a escada e sobe com rapidez.

 

Verônica se encontrava em sua suíte máster e sentada na cama amamentando o bebê até que entra Anderson.

—Onde estava?

—Lá no escritório. —se senta na cama.

—Levando o trabalho para casa? Eu e seu filho somos a sua família e precisamos de você.

—Só dei uma olhada rápida em alguns papéis. Vai ficar com ciúmes até do meu trabalho? —a beija.

—Hum, tenho ciúmes sim porque eu quero você comigo. Estou entediada de ficar o dia inteiro cuidando deste guri desde que ele nasceu não tenho mais vida própria. Espero que o Darlan cresça rápido para que eu possa ter minha liberdade de volta.

—As crianças crescem rápido, ficam teimosas e arteiras. Você pode sentir saudade desse momento agora enquanto ainda é um recém-nascido e totalmente dependente.

—Diz isso porque você é o pai e não tem o mesmo trabalho que a mãe com o bebê.

—E quem disse que não te ajudo?

 —Anderson, não é a mesma coisa, tá? Um pai o mais presente e comprometido que seja jamais saberá a preocupação de uma mãe e quanto ela perde com a maternidade.

—Perde? Em qual sentido?

—Por exemplo me sinto feia, meus seios doem, estou inchada e não tenho tempo de cuidar mais de mim como antes. Eu não quero mais ter filhos, o Darlan será o primeiro e o último.

—A gravidez mexe com os hormônios e os sentimentos da mulher e isso tudo é uma fase, meu amor. Não permita que esses pensamentos negativos mexam com a sua autoestima. É bonita de todo jeito. —segurou o queixo dela e sorriu.

—Como posso me sentir segura com você se até antes de estar grávida foi capaz de me trair com outra?

—Por favor, Verônica, é melhor mudarmos o rumo da conversa. —se levantou.

—Não, não vou mudar porque eu tenho razão de me sentir assim por sua culpa. Se fosse um homem fiel talvez eu não me sentiria tão insegura.

—Então por que casou?

—Como é?

—É por que casou comigo se sabia que não podemos mudar o passado sobre o fato de ter sido infiel com você?

—Não tente jogar a culpa em mim, Anderson. Eu acreditei em você. Foi eu que fui enganada por você.

—Eu já pedi perdão pelo meu erro e você disse que havia me perdoado. Poxa, Verônica, eu estou disposto a deixar o passado e seguir em frente com você e nosso filho.

—Não seja hipócrita, Anderson, você sabe que jamais poderá esquecer o seu passado com aquela ribeirinha por causa do bastardo, do seu filho com ela, aquele bicho do pantanal.

—É realmente difícil ter uma conversa tranquila com você. Todos os dias você me lembra da Fernanda e do guri do mato e voltamos a discutir.

—Esse é o preço da sua infidelidade.

—Até quando será assim? Vai transformar o nosso casamento um palco de acusações? Será impossível conviver desse jeito. Eu estou dando o meu melhor. É fácil você me acusar de infiel e de um monte de coisa, mas será que você nunca errou, Verônica?

A esposa fica em silêncio e lembra do seu envolvimento com Décio.

—Eu estou me esforçando para que o nosso casamento dê certo. —disse o marido.

—A verdade é que você não me ama, Anderson, você não passa de um advogadozinho caipira que se casou com a filha do desembargador para se dar bem.

—Por que está me dizendo isto, Verônica?

—Porque é a verdade. Pensa que sou tão boba e tão idiota que nunca percebi que se aproximou de mim por interesse? Aquela rameira pantaneira não é o grande problema e sim a sua falta de caráter e sua falta de amor comigo desde o início do nosso namoro que nem deveria ter acontecido. É um interesseiro! Um cínico!

O bebê começa a chorar.

—Eu vou fingir que não ouvir o que você falou. Amanhã eu vou viajar para Três Lagoas à trabalho.

—Mentiroso! Vai se encontrar com aquela rameira pantaneira!

—Não vou me encontrar com ela e se controle porque está deixando o menino assustado com seus gritos histéricos.

—Histérica, eu? Pois fique sabendo que não vou ficar por baixo e logo voltarei ser aquela jovem, magra e elegante como antes porque não te darei o luxo de ver me tornando uma velha e gorda enquanto se diverte com suas amantes.

—Eu prefiro uma mulher velha e gorda que seja carinhosa e feliz do que uma mulher jovem, magra e elegante, porém, amarga e estupida. —segue em direção a porta e sai.

—Pra onde você vai, Anderson? Eu não terminei! Volte aqui, Anderson! Volta!

O bebê chorava mais alto.

—Cala a boca, Darlan! Que criança chata! —coloca o menino na cama ao lado e tampa os ouvidos com as mãos.

 

 

De manhã em Riacho Paraíso na tribo Toriba estavam dentro de uma oca: Rafael, Luana com a pequena Anahí nos braços, a cacica Jaci, uma índia anciã, usava um vestido estampado e cumprido, cabelos negros e longos com alguns fios grisalhos e usava um cocar grande com penas coloridas sob a cabeça e um colar de semente de piriquiti em volta do pescoço.

—Os Toriba choram pela morte de Potira e de Raoni que foram dois grandes guerreiros que defenderam com suas vidas a nascente. —disse Jaci.

—Raoni antes de morrer me pediu que cuidasse da menina.

—E o que você decidiu? —perguntou a Cacica.

—Vamos ficar com ela. Vamos cria-la como se fosse nossa filha. —respondeu Rafael.

—A indiazinha crescerá com vocês e terá que conviver também com a tribo, conhecer os costumes e as crenças dos Toriba.

—Sim, enquanto a isso não se preocupem que Anahí vai conviver com a tribo. Queremos que ela cresça com seu povo e conhecendo suas origens. —falou a fazendeira.

—Agradecida por respeitarem isto. A indiazinha Anahí crescerá com os homens brancos e jamais deixará de ser uma Toriba.

—Sei o quanto é importante para uma tribo que se continue manter suas tradições. Cresci também nesta tribo quando meu pai fazia visitas em suas consultas médicas.

—Sim, nós os Toriba somos gratos aos trabalhos do Dr. Jeremias.

—Até os últimos dias de sua vida meu pai relembrava com carinho os momentos que trabalhou nesta tribo.

De repente entra o pajé Sami, um índio adolescente com idade de dezesseis anos, cabelos negros e lisos, olhos negros, pele avermelhada, desenhos tribais sob o corpo, um cocar de penas azuis, e usava uma bermuda preta, nas mãos um ramo de ervas e um chocalho.

—Anahí será criada por pais brancos que a ensinará que o amor é livre, que não tem fronteiras, nem raça, espécie ou classe. O amor é um sentimento universal. É a nascente onde a verdadeira felicidade pode ser encontrada. —pegou o chocalho e passa a frente da menina. —Os pais Toriba deu a ela a vida, o sangue guerreiro dos Toriba e assim como os pais terá o mesmo destino de ser a guardiã da nascente. Somente ela saberá onde está a nascente porque Potira e Raoni morreram com esse segredo.

—Então, a nascente realmente existe? —perguntou Rafael.

—Sim, quando se morre um guardião, nasce um outro. Potira e Raoni nasceram com o destino de juntos trazerem a vida para Anahí, e no momento certo saberá onde está a nascente e irá proteger a nascente.

O pajé Sami fez algumas orações em seu idioma indígena e após a benção o casal de fazendeiros com o bebê saíram da oca e ficaram a conversar com outros índios na parte externa enquanto na entrada da oca o jovem pajé e a cacica os observavam de longe.

—Parece preocupado, Sami.

—Sim, estou.

—Sobre ter deixado os brancos levarem com eles a curumim?

—É o destino da curumim ser criada por eles.

—O que te preocupa?

—No futuro um homem branco com os olhos da cor do céu fará cair lágrimas de sangue dos olhos da curumim e essas lagrimas vão escorrer como manchas negras que vai começar da nascente e descendo pelos rios do pantanal. Haverá muita morte.

—Não, não pode ser. Isso é terrível.

—Concordo contigo, Jaci. É terrível, porém, este é o destino da curumim.

Luana e o índio Raoni cresceram juntos e se tornaram amigos. A fazendeira era filha do médico Jeremias que durante anos realizava consultas aos indígenas e algumas dessas visitas levava consigo sua filha.

Raoni casou com Potira e fazia poucos dias que a índia havia dado à luz a curumim Anahí.

Os garimpeiros já haviam passado alguns tempo à procura da nascente e chantageavam e ameaçavam a tribo Toriba, entretanto Raoni e Potira era os guardiões da nascente e somente eles sabiam onde está localizada e por não cederem e por não dizerem onde fica a nascente acabaram sendo perseguidos e mortos pelos garimpeiros.

 

Dias depois em uma tarde aparece Anderson na porta da casa de Fernanda. No jardim estava Tatiana, a babá, com Inácio nos braços.

—Chame a Fernanda.

—Ela não está.

—Para onde ela foi?

—Ela está trabalhando.

—Como é que é? Trabalhando, onde?

—No Almirante, é um restaurante. E você é o Anderson, né? O pai do Inácio?

—Sim. E você quem é?

—Sou Tatiana, irmã da Tânia, e estou cuidando do Inácio enquanto a Nanda está lá no trabalho. Quer deixar algum recardo?

—Não, guria, eu vou mesmo vou atrás dela. —saiu irritado.

 

No restaurante Almirante do Pantanal estava Anderson sentado à mesa enquanto Seu Clemente o servia um prato.

—Prontinho, seu Anderson, é uma honra ter um Barreto aqui no Almirante. Espero que goste do sarrabulho. Bom apetite. Com licença. —saiu em direção ao balcão.

Anderson experimenta a comida.

—Inconfundível. Só pode ser ela. —comeu outra garfada. —Clemente, venha aqui, por favor! —limpou a boca com o guardanapo.

—O que deseja, seu Anderson? —se aproximando.

—Eu quero pessoalmente elogiar a pessoa que cozinhou esse sarrabulho. Está uma delícia.

—Que bom que gostou da comida. A cozinheira é nova…

—Faz quanto tempo que ela trabalha com vocês?

—Faz uns dois meses e os clientes estão muito satisfeitos com as comidas que ela preparar. Olha, digo que foi sorte achar uma pessoa que cozinhe tão bem assim.

—Chame a cozinheira, por favor, quero elogia-la.

—Sim, sim, já vou chama-la. —saiu empolgado.

Seu Clemente entra na cozinha e ver Fernanda cortando verduras à mesa.

—Um cliente que falar com você, guria.

—O que foi? A comida tá sem sal ou salguei de mais?

—Nada disso. Ele quer te elogiar pessoalmente. Vai lá, rapidinho, esse cliente é muito importante. É gente de dinheiro. É dono de fazenda.

—Tá bom, eu vou.

 

Fernanda sai e Seu Clemente a companha logo atrás. Ela se aproxima da mesa e fica surpresa ao ver Anderson enquanto Seu Clemente vai para o balcão e ficam os observando discretamente.

—Ora, ora, ora, não sabia que estava trabalhando no restaurante. Esse seu sarrabulho é inconfundível. Eu poderia estar no outro lado do mundo e o reconheceria.

—O que quer, Anderson? Eu estou trabalhando e não tenho tempo pra ficar jogando conversa fora.

—Aqui estou como cliente. —se levanta da mesa e fica de frente para ela. —fez esse sarrabulho pensando em mim, não foi?

—Você se acha demais. Não pense que eu perco mais o meu tempo pensando em você.

—Fernanda, você pensa em mim mesmo que não queira porque eu coloquei aquele guri do mato em você para se lembrar de mim quando sentir saudades. —tenta beija-la, mas ela se afasta.

—O que quer? Fala logo.

—Por que está trabalhando neste lugar? Eu estou todo mês te dando uma pensão para não ter que se submeter a isso.

—Isso é o meu trabalho e não vou passar o resto da minha vida dependendo de você.

—Nanda, eu estou com saudades. —acarinha o rosto dela.

—Não! —o empurra.

—Eu te amo.

—Ame a sua mulher. —ergue a mão esquerda dele onde tem a aliança de casado. — Pensa que vou continuar sendo sua amante? Você está muito enganado. Me esqueça, Anderson.

—A gente mais tarde conversa. Faz um pratinho de sarrabulho para mim porque vou querer comer mais tarde. —abriu a carteira, tirou uma nota de dinheiro e colocou na mesa. — Te amo, minha ribeirinha. —piscou o olho, sorriu e saiu.

—É muita cara de pau mesmo.

Seu Clemente se aproxima e fica ao lado de Fernanda.

—Vocês já se conhecem?

—Sim, ele é o pai do meu filho. Eu vou voltar para cozinha. —saiu.

Seu Clemente fica surpreso com aquela revelação e olha Anderson entrando no carro.

 

De noite na casa de Fernanda, o advogado se encontrava sentado no sofá e a ribeirinha acabava de entrar na sala.

—Inácio finalmente dormiu. Fala o que você quer?

—Eu vim porque estou saudades. —se levanta e caminha em direção a ela.

—Acha que vou aceitar essa situação de ser sua amante?

—Eu te amo…

—Se me amasse de verdade jamais aceitaria que eu ficasse com você como sua amante. Eu não quero me contentar com restos. Eu mereço ser amada e respeitada de verdade.

—Você merece tudo e muito mais. —se afastou e ficou em silêncio por alguns instantes. —Vim também porque amanhã quero ir com você no banco e abrir uma conta em seu nome e será nela que vou depositar o dinheiro da pensão. Não quero mais envolver terceiros nisso, a Luana não tem nenhuma responsabilidade de ficar todo mês trazendo esse dinheiro para você.

—Por mim tudo bem. E o seu filho com a granfina, já nasceu?

—Já, é um menino e se chama Darlan.

—O Inácio tem o direito de conhecer o irmão…

—Nunca, entendeu? Jamais os dois podem se quer desconfiar da existência de um ou do outro.

—Acha que vai sustentar essa mentira até quando?

—Até quando puder.

—Peço que não volte mais.

—O quê?

—É, não volte porque sei que não vem por interesse de ver seu filho e sim por mim.

—Eu te amo. Não pode impedir que eu volte.

—Até esse momento nunca ouvi você dizer que ama o Inácio e nem olhar para ele, você olha.

—Fernanda, não tente me obrigar a falar algo que não pode ser.

—Está querendo me dizer que não ama o seu filho?

Anderson fica em silêncio.

—Para mim esse seu silêncio já diz tudo. Fora daqui, Anderson! Fora!

—Amanhã de tarde eu passou por aqui e te pego para irmos ao banco.

—Eu não vou mais. Eu não quero o seu dinheiro! Não quero!

—Por favor, Fernanda, não dificulte as coisas. O guri do mato é meu filho e esse dinheiro é dele. Pense nele e não em você.

—Eu posso sustentar sozinha.

—Não pode e sabe que o que ganha naquele restaurante é pouco.

—Ele terá que viver com que eu posso oferecer a ele.

—Não quero mais discutir com você. Amanhã vamos ao banco. Tchau. —saiu em direção a porta e parou. —ah! eu ia me esquecendo do prato de sarrabulho que você trouxe para mim. Disso não posso me esquecer. —voltou pegou na mesa um deposito. —Tchau. —sorriu e saiu.

—Acho que sem querer acabei caprichando na pimenta. —fechou a porta.

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