Após o beijo, Inácio segura as mãos de Anahí.
-Por que nunca me disse dos seus sentimentos por mim, Anahí? Jamais desconfiei.
– O mesmo medo que você tinha em não me dizer, eu também tinha. Pensava que se eu revelasse os meus sentimentos poderia se afastar e achar que eu fosse uma boba.
– E seus sentimentos por Darlan?
-Foi uma apaixonite que quero acabar o quanto antes e será hoje a noite que vou terminar o meu namoro com Darlan.
– Anahí, enquanto a nós dois? Eu quero viver o nosso amor…
– Sim, vamos viver nosso amor, Inácio, a gente guardou por tanto tempo o que sentimos um pelo outro.- tocou no rosto dele.- te quero como uma arara-azul escolhe seu par para passar o resto da vida.
– Nem consigo acreditar que tudo isso está realmente acontecendo.
– Sim, está. Nós dois estamos aqui em frente a essa cachoeira e nada mais importa a não ser o nosso amor. – o beija.
Florzinha estava em seu quarto e olhava para o espelho.
– Vou me encontrar com o Diogo e não vejo a hora de me tornar uma supermodelo famosa. – colocava um batom vermelho. – que o pantanal se prepare porque Florzinha Barreto vai botar muito peão pra tremer igual quando ver a onça pintada. – mexe no cabelo e ajeita o decote. – Lino vai ficar de queijo caído quando me ver brilhando nas passarelas toda glamorosa, empoderada e sexy. – rebola até o chão, faz pose e tira uma foto. – essa vai bombar nas redes sociais. Já me imagino com milhões e milhões de seguidores e visualizações. Olha bem o que você perdeu, Lino.
Na cachoeira, Inácio e Anahí estavam sentados na pedra. Ele abraçado a ela por trás.
– O que será que os tios vão achar da gente junto?
– Meus pais vão sentir aliviados por terminar com Darlan e feliz por nós dois. -olha para ele.
– Eu nunca acreditei em amores como nosso onde alguém pudesse crescer, se tornar um homem e ainda amar a mesma mulher com tanta intensidade como eu te amo.
– Não duvide do amor, ele é um sentimento mais puro que existe. Essa nossa ligação é tão profunda e tão bonita é algo que não sei explicar. Eu sei quando você está triste. -troca no rosto dele. – quando está feliz. Sei de seus sonhos, dos seus medos, o seu olhar me diz o que sente, meu amor.
– A gente se completa. Duas almas diferentes que precisam está unidas. – os dois junta as duas mãos.
– Nossa pele é única, Inácio, nossa respiração é uma sintonia prefeita como o ar da natureza. Uma vida é muito pouco para um sentimento tão forte. As vezes penso que nosso amor seja de outras vidas.
– Não acredito em outras vidas, respeito em que crer nisso. O que me importa neste momento é que quero está com você, meu amor, você é o amor que lutei dentro de mim para não sentir, tentei te ver como uma amiga, uma irmã, mas é mais forte do que eu. -a beija.
-Ainda bem que não conseguisse me ver desse jeito. Me veja como o que verdadeiramente sente por mim: como mulher e não como irmã. Os meus pais vão entender enquanto a isso não se preocupe.
-Formos criados juntos talvez cause neles certo estranhamento.
-Inácio, você se importa demais o que os outros vão pensar sobre seus sentimentos. Não há nada demais de nós dois nos amar como homem e mulher.
-Tem razão. Eu só vou ter que me acostumar com a ideia de que meus tios também serão meus sogros. Vou ter que aguentar as enciumeiras do tio Rafael . – deu uma risada.
-Boa sorte, vai precisar. -riu.
-Sou capaz de aguentar os ciúmes do tio Rafael só pra ter você comigo, Anahí. – a beija.
Fernanda conversava com padre Manoel no corredor do hospital.
-Filha, vocês dois erram. Ele por ter te beijado ainda estando casado e você por ter correspondido o beijo.
– Eu não sei explicar o que deu em mim ter correspondido aquele beijo. Padre, eu juro que eu não queria sentir o que sinto pelo Anderson, ele não merece nem a minha preocupação, aliás eu devia era ir embora daqui.
-Filha, você ainda gosta do Anderson e não adianta tentar negar o que sente.
– Seria tão fácil se eu não sentisse mais nada por ele e que tivesse toda segurança do que sinto pelo Marcos.
– O que sente pelo Marcos?
– Carinho, respeito, e aí o Anderson aparece e bagunça tudo dentro de mim.
-Ele vai mesmo se divorciar?
– É o que ele diz. Eu sei que ele quer se divorciar por capricho por ciúmes de Marcos.
– Bom, eu vou conversar com ele e quem sabe eu consiga apaziguar essa confusão toda que vocês fizeram. Filha, te aconselho que vá com calma para que não se machuque e também não acabe machucando outras pessoas.
– Padre, eu estou confusa e muito indecisa quanto aos meus sentimentos.
– Filha, peça a Deus que ilumine seus pensamentos e que possa agir com prudência e sabedoria. No momento certo saberá qual caminho deve seguir.
Em um restaurante de um hotel estava Florzinha e Diogo sentados em uma mesa.
-Estou tão ansiosa e nem tô acreditando que vou me tornar uma modelo.
-Pode acreditar, Florzinha, eu vou fazer você uma estrela, uma mega topmodel internacional, com direito uma vida glamourosa e com todo o luxo nos Estados Unidos, conhecerá artistas de cinemas, celebridades, o sucesso está batendo na sua porta, guria, não perca essa oportunidade.
-Uau! O Lino não vai…-tampa a boca com a mão e ri.
-Florzinha, acredite que a sua vez de brilhar nas passarelas chegou. Você é muito bonita para ficar presa neste pantanal chega ser um desperdício.
-E você já transformou alguma guria do pantanal em uma topmodel internancional?
– Já, mas muitas quando chegam no topo não reconhece o que fiz por elas. Essa ingratidão me deixa desapontado, porém amo o que faço posso dizer que gosto de realizar sonhos e lapidar diamantes brutos assim como você. – toca no rosto dela.
– E o que tenho que fazer para chegar ser essa super mega ultra topmodel internacional?
-Primeiro você terá que passar por uma seleção.
-Seleção? Ainda tenho que passar por isso?
-Minha linda, entenda que são as regras que as agências americanas exigem, além do mais não quero que outras modelos digam que você conseguiu ser uma das escolhidas porque é minha protegida. Comece se acostumar porque nesse meio o que mais tem são ciúmes e inveja.
-Tudo bem, eu participo da seleção. E quando começa?
-Será em breve. Eu entrarei em contato com você e assim marcamos a viagem.
-Viagem?
-Sim, a seleção acontece lá na Bolívia.
-Eu vou ter que pedi autorização dos meus pais para viajar e participar da seleção porque tenho dezessete anos, sou menor de idade.
-Quanto a esse detalhe não se preocupe.
-Vai falar com meus pais?
-Sim, claro. -o celular dele toca e atende. – Pode falar. Sim, eu estou indo. -desliga o celular. – Minha linda, vou ter que sair resolver um assunto de negócios. – se levanta, abre a carteira e tira uns maços de dinheiro.- eu te ligo. – deu um beijo na testa dela. -Tchau.
-Tchau. Me liga!
Cristina ver Diogo saindo da mesa e se aproxima de Florzinha.
– Guria, o que você conversava com o Diogo?
No quarto do hospital, Anderson recebe a visita do padre Manoel.
-Veio me dá a extrema- unção? – riu.
– Não brinca com essas coisas, Anderson Barreto. – se aproxima da cama.
– Para um padre vim me visitar só for por um motivo assim. Nunca fui chegado à igreja tanto que fiz a primeira comunhão forçado pela minha mãe que as vezes gostava de bancar a carola.
-Vim te fazer uma visita igual como faço aos demais doentes nos hospitais. Como está, filho? Conversei com Fernanda e estou sabendo de tudo inclusive do beijo entre de vocês dois e o seu divórcio. – se senta na cadeira ao lado.
-Minha ribeirinha nós dedurou. A gente se ama…
-A ama mesmo ou vai se divorciar da sua esposa porque não quer que Fernanda refaça a vida dela com Marcos?
– Meu pecado é amar a Fernanda? Então serei um pecador convicto e irreversível porque a amo e não vou deixar de ama-la.
– As coisas precisam ficar em seus devidos lugares, filho, para que não causem sofrimento. Por que agora quer se divorciar de sua esposa e não antes?
-Admito que o motivo do Marcos ter entrado na vida da ribeirinha mexeu comigo, mas importante é o fato de que já não sou mais aquele cara de vinte e poucos anos de antes, o tempo passou, padre, não quero envelhecer ao lado de quem não amo. Eu tenho consideração e respeito por Verônica ser a mãe do Darlan o meu filho caçula entretanto é Fernanda que amo e sempre amei e vou amar até o fim da minha vida.
– tem medo da solidão, filho.
– Padre, sem Fernanda ao meu lado nada faz sentido.
– Filho, pecado maior não é amar a Fernanda e sim em tenta buscar nela, em pessoas ou bens materiais o que se pode encontrar em Deus.
– Eu sei que errei muito. Usei Verônica por puro interesse e deixei minha ribeirinha neste pantanal. Eu brinquei com as duas. E o que mais me dói é que o tempo passou e não posso voltar atrás. Eu poderia ter feito tudo diferente, padre.
– Pode tomar decisões sensatas no presente para ter um futuro melhor.
– É por isso que quero me divorciar de Verônica e me casar com Fernanda.
-Filho, o que será essa sua inquietude? O que tanto busca? Antes era o sucesso profissional por influência de Verônica e após conseguir o que tanto queria, busca reviver um relacionamento com Fernanda a todo custo.
-Eu sou assim, padre, volúvel e apaixonado, totalmente apaixonado e dependente do amor de minha ribeirinha.
– Por que não agi diferente dessa vez? Permita que Fernanda decida o caminho dela. Se com você, com Marcos ou com outro.
Anderson dá uma risada irônica.
-Acha mesmo que vou facilitar para aquele doutorzinho? Eu não vou perder minha ribeirinha.
– Anderson, o amor não é uma competição.
– Faz parte, padre, você não sabe na pele como é. Só sabe quem já entrou no jogo e no amor vale tudo.
– Essa sua inquietude é intrigante.
– O ser humano para se sentir vivo precisa está inquieto, desperto, tem que lutar por algo que realmente quer. Quero minha ribeirinha e vou a ter.
-E se ela escolher o Marcos?
-Ela me ama, padre. Eu sei.
– E nesta nossa conversa não ouvir você falar de Inácio.
– O que tem o guri do mato?
– Devia se unir os dois.
– Ele desejou que eu desaparecesse e olha que quase conseguiu.
– conheço o Inácio e deve ter falado isso da boca pra fora.
– Meu filho se formou e se tornou advogado, seguiu os meus passos e não me disse nada. Acha que eu reagiria como?
– Se das vezes que vem para Corumbá tivesse dado mais atenção ao Inácio invés de ficar tentando ter algo com Fernanda…
-Padre, não diga o que não sabe. Eu dei tudo para o guri do mato. Paguei escola, dei presentes, uma casa, uma pensão e tudo do bom e do melhor. Tanto Inácio e Darlan ganhavam os mesmos presentes. Eu não fui um mau pai.
– Só algo que você não deu a Inácio.
-O quê?
– Descubra você mesmo, Anderson, não é tão esperto?- se levanta- Que Deus te dê sabedoria e juízo, filho . -faz o sinal na cruz em Anderson. – eu tenho que ir.
– Aquele guri do mato me deve respeito. Ele é um ingrato isso sim.
– Até mais, Anderson. – saiu.
– Ora já se viu? Esse padreco acha que sou algum idiota em deixar a minha ribeirinha nos braços daquele doutorzinho metido a besta? É ruim, hein.
Cristina e Florzinha estavam no restaurante do hotel.
– Não acredito que o Diogo seja esse mosntro todo que você me disse. Não confio em rouba namorados.
– O que você está querendo dizer que sou uma rouba namorados?
– Pensa que me esqueci que você me roubou o Lino.
-Espera aí, pelo que eu saiba o Lino e você não são namorados.
– Não somos e não éramos. Eu estava muito afim dele e ainda bem que descobrir quem de fato ele é.
– Guria, não seja ingênua não se pode dizer que algo é seu se nunca conquistou.
– Está querendo se gabar com o Lino, mas pode ficar com ele, eu não o quero mais e não me venha querer estragar o meu rolo com o Diogo.
– Você vai se arrepender de ter caído na lábia do Diogo. Ele é um criminoso, um cafetão, um aliciador que se aproveita de gurias ingênuas como você para as vender na fronteira com a Bolívia e as obrigam fazer programas.
– É mentira sua,tá. O que você sente é inveja de mim porque o Diogo despensou você. Aceite que sou muito mais bonita que você.
– Falta de aviso é que não foi. O Diogo me persegue até hoje mesmo eu ter pago a dívida que tinha com ele. Me ameaça e vivo com medo. Acredite, Florzinha, se afaste do Diogo enquanto ainda tem tempo.
– Ora, se organizar direitinho todo mundo cuida da própria vida. Vê se me erra. -sai.
No casarão estava Amélia no quarto e sentada na cama apreensiva.
-Eu não posso passar a vida toda nesta fazenda. Eu tenho que ter um outro plano. O Diogo não vai me encontrar. Não vai.
Alguém bate na porta e escutasse a voz da Tânia.
– Amélia, sou eu a Tânia. O patrões estão aqui e querem te conhecer.
Amélia se levanta da cama e abre a porta e Tânia com uma bandeja com comida, Luana e Rafael entram.
-Boa tarde, Amélia. – disse Luana.
-Boa tarde. -olhava cabisbaixa.
– Eu sou o Rafael e essa é a Luana, minha esposa, somos donos da fazenda. Inácio nós falou sobre você. Estamos aqui pra saber como você está.
Amélia fica em silêncio.
-Está precisando de alguma coisa, Amélia? – perguntou Tânia.
Balançou a cabeça negando.
-Obrigada. -olhou para os fazendeiros e uma lágrima caiu do rosto dela e depois correu em direção a cama, se sentou acuada.
– Coitada. Deve ter passado por algo terrível. – disse Luana.
– É melhor irmos, Luana. Aos poucos ganhamos a confiança dela.
– A gente vai embora,Amélia, fique a vontade.
O casal saiu. Tânia se aproxima de Amélia e coloca a bandeja em cima da cama do lado dela.
-Trouxe algo pra você comer. Você não come direito, está muito fraquinha e vai acabar ficando doente.
Amélia olha para a bandeja, pega uma fruta e come.
Anerson recebia a visita de Fernanda no quarto do hospital.
– Não vejo a hora de sair dessa cama e te amar como nos amavamos neste pantanal.
– Vai ficar querendo porque essas lembranças ficaram no passado, Anderson Barreto. – está sentada na cadeira ao lado.
– Essa sua banca de marrenta, de durona, de que não está nem aí pra mim é tudo mentira, eu sei. Você me ama, minha ribeirinha, nunca deixou de me amar.
– Não se garanta tanto.
– Se não me ama o que faz aqui?
– Você é o pai do meu filho…
Anderson dá una risada.
– Fernanda, para de mentir você é péssima nisso.
– Ao contrário de você que passou a vida toda mentindo e enganando as pessoas.
– Nem tudo em mim foi mentira. Todas as vezes que te amei e que disse que te amo foram verdades. Lembra de quando a gente se conheceu?
Anderson e Fernanda recordam a primeira vez que se conheceram há alguns anos em uma tarde no pantanal, ele conduzia sua lancha pelo rio e passava pela comunidade ribeirinha até que viu Fernanda lavando roupas nas margens. Anderson sentiasse atraído pela beleza dela, aproximou- se e parou a sua frente que se assusta com a presença dele e se encanta com seus belos pares de olhos azuis que reluziam com a luz do sol sob as águas.
– Calma, não precisa se assustar. Só parei porque tenho certeza que encontrei a mulher mais bela desse pantanal.
Fernanda envergonhada pega rapidamente as roupas e joga na bacia e sai em direção ao cais.
– Não vá, ribeirinha! – ele atraca a lancha nas margens do rio, desce e segue em direção a ela.
Fernanda saía apressada até que ele a alcança e a segura pelo braço a fazendo se virar para ele. Neste momento seus olhos se encontram.
– Por que está fugindo de mim igual um bichinho do mato? Só quero conversar com você.
– Todo sabem que guria moça não deve falar e nem olhar para homem que vem do rio pode ser o boto.
Anderson dá uma risada.
-Boto? Acredita mesmo nisso? Pode ficar tranquila que eu não sou o boto, mas não posso negar que se eu fosse o boto não pensaria duas vezes em te querer para mim.
Encerra o flashback e retorna ao presente onde o casal se encontram no quarto do hospital. Ele gargalhava e ela irritada.
– Para de ri, Anderson!
– Confessa que você ainda passou um tempo desconfiada achando que eu fosse o boto.
-Eu era muito ingênua, imatura e bobinha que caia fácil nas suas cantadas e na sua lábia e olha no que deu essa estória.
– Até que eu poderia ser o boto, né? Te deixei um filhote de boto bravo e atrevido aquele guri do mato.
– O tempo passou tão rápido e nosso filho já não é aquele bebê que dei a luz no meio do pantanal.
– É, o guri do mato cresceu e sei que gosta da índia e isso está enciumado por ter a perdido pelo irmão.
– O Inácio gosta da Anahí como irmão.
– A boca pode dizer isso, porém o corpo diz outra coisa, ele a quer e a deseja como mulher, eu sei, ele é meu filho.
Anoiteceu e na sala do casarão das Dois Rios estava Anahí ansiosa e andando de lado para o outro até que chega Darlan.
– minha índia. – se aproxima e tenta beija-la e ela se afasta.
-Precisamos conversar, Darlan.
-sobre o quê?
– Eu quero terminar o nosso namoro.