Verônica olhava para Anderson com ódio e abria a porta enquanto Tomás entra na suíte máster do casal.
—O que está acontecendo aqui? Escutei os gritos lá de baixo.
—Sogro…
—Não, não, eu mesmo vou falar: eu e o Anderson vamos nós divorciar.
—Eu nunca fui de me meter na vida dos dois, mas se esse é o caminho que encontraram para evitar brigas…
—Papai, tem muitas coisas sobre o Anderson que você não sabe.
—Verônica, não envolva o seu pai em nossos problemas.
—Acabou Anderson, acabou. Eu estou cansada de ficar calada e de ter passado esses anos todos fingindo uma vida perfeita que jamais existiu!
Marcela passava pelo o corredor e viu a porta da suíte máster aberta e ver o marido, a filha e o genro.
—O que houve? —entra olhando para todos e percebe o clima tenso.
—Eu vou me divorciar da Verônica. Que fique esclarecido que sou eu que não suporto mais a sua filha.
—Não me suporta agora que já não precisa mais de mim, não é? Depois de me usar para chegar onde você chegou e me joga fora como se eu nada tivesse sido pra você! —começa a chorar e se senta na cama.
—Vocês precisam se calmar, isso deve ser alguma crise…
—Não é uma crise, mamãe! Eu devia ter te escutado, papai, eu não devia ter me casado com o Anderson. Eu passei uma vida inteira com mentiras!
Darlan entra na suíte máster dos pais.
—Eu o peguei aos beijos com uma amante. —encarava o pai.
—Não fale o que você não sabe, Darlan.
Marcela olha surpresa para o marido que demonstra certa segurança, afinal, para Tomás se confirmava sua suspeita sobre Anderson no passado.
—Esse machucado na minha boca é a prova de que eu vi.
—O que você está querendo dizer, meu neto? —perguntou Marcela assombrada.
—Foi ele. Foi o pai que me bateu após eu o flagra aos beijos com a amante e no meu celular estão as fotos que tirei dos dois. Vejam. —entregou o celular para os avós que olham as fotos surpresos.
—Minha nossa! —disse Marcela.
—Por que você não fala a verdade, hein, Darlan? Que você levou uma surra porque invadiu a casa da Fernanda, a insultou e quis se engraçar com ela.
—O que esperava? Que o menino depois que viu a sua sem-vergonhice com a outra a trata-se como? —ela segura o queixo do filho. —Olha o que você fez com o rosto do menino, Anderson, todo machucado, será que não dói em você ter batido no seu filho para defender a sua amante?
—Por favor, Verônica, chega de dramas. O Darlan não é nenhum inocente. E não devo satisfação da minha vida pra ninguém.
—Deve a mim! Deve ao seu filho! Nós dois somos a sua família e você está nos abandonando para ficar com a sua amante e o seu filho bastardo!
—Como é? Você tem um filho com outra mulher? —perguntou Tomás.
—Responda Anderson, responda o papai porque eu quero te ouvir revelando quem você é de verdade! Fala!
—Sim. —olha para Tomás. —Eu tenho um filho com outra mulher.
—Era só o que faltava. —disse Tomás com ironia.
Marcela estava perplexa com toda aquela revelação, Verônica se senta na cama e fica de frente à Anderson.
—Quando éramos noivos, eu fui para Corumbá sem avisar porque já desconfiava que havia algo estranho com ele, estava frio e distante comigo. Quando cheguei na fazenda o flagrei aos beijos com aquela maldita rameira pantaneira. Que ódio, que raiva eu tive quando vi os dois juntos na fazenda aquele lugar era o ponto de encontro dos dois, um antro.
—Ela estava na fazenda porque aconteceu um incêndio na comunidade ribeirinha onde morava e veio me pedir ajuda.
—Ele me traiu com uma ribeirinha. Como pode preferir ela do que a mim? Como?
—Tomás, eu acho melhor a gente sair…
—Fiquem, por favor. Fiquem mamãe, papai e Darlan também. Vocês precisam ouvir, precisam saber toda podridão, toda mentira que esse homem que estou há anos casada escondeu de todos por trás dessa imagem de homem íntegro.
—A culpa não é só minha, Verônica, você quis casar porque não queria desfazer o noivado. Você e esse seu ego, essa sua soberba, essa sua mania de grandeza em nunca querer ficar por baixo. Para você seria uma vergonha ter que cancelar o casamento porque sempre se importou com que a sociedade iria pensar. —disse Anderson.
—Casei porque estava grávida! Eu não fiz esse filho sozinha! —apontou para Darlan que estava em pé entre os pais. —A verdade, Anderson, é que casar comigo era bom pra você porque eu era a filha de um desembargador!
—Sim, eu admito que foi bom pra mim, para minha carreira, mas vejo que paguei um preço muito caro. Não formos felizes esses anos todos e pra mim já chega!
—Tá vendo, meus pais? Ele me usou, teve tudo que quis e agora me joga fora! É um aproveitador!
Marcela se senta ao lado da filha e a abraça.
—Se acalma, filha. —disse Marcela.
—Você não presta! —gritou Darlan encarando o pai.
—Não se meta, guri, ou vai querer levar outra surra?
—Não se atreva a bater de novo no meu filho! —gritou Verônica se levantando e sendo contida pela mãe que a segura.
—Vamos parar com isso! —Tomás ficou entre Anderson e Darlan. —Anderson e Verônica é melhor se acalmarem e tentarem resolver esse divórcio de forma adulta porque por mais difícil que seja uma situação como essa o melhor é agir com a razão.
—É o que eu quero fazer é tentar um divórcio de um jeito mais tranquilo, mais amigável possível, o problema é que o Darlan está usando a Verônica e se aproveitando da situação para ficar com as minhas terras.
—Mentira! Eu não estou usando a mamãe pra fazer chantagem. Isso é mentira, vovô!
—A Verônica só aceitar assinar o divórcio se eu der as minhas terras ao Darlan e isso não aceito! É um absurdo!
—É sério isso? —olhou Tomás intrigado com a filha e o neto.
—Sim, papai.
Tomás olha para Marcela.
—Eu sei que errei e assumo os meus erros. Não passei esses anos todos tendo a Fernanda como amante, ela sempre me evitou e aquele beijo que o Darlan flagrou foi um impulso meu, acreditem ou não. Se eu pudesse voltar ao passado eu teria feito uma outra escolha…eu teria escolhido a mulher que amo e quem eu amo é a Fernanda. —saiu.
—Traidor! Aproveitador! Te odeio, Anderson Barreto! Odeio!
Darlan furioso segue em direção a porta.
—Volte aqui! Volte! Seja homem!
Tomás segura o braço do neto.
—Para Darlan, não se meta!
O escritório de advocacia que Anderson era sócio com Décio, se encontrava localizado em um prédio comercial de alta padrão. Após Anderson ter se tornado juiz de direito, o escritório que se tornou um dos mais renomados do país ficou sendo administrado por Décio. Naquele momento na sala do ex-sócio estava Anderson sentado à mesa. Décio se encontrava também sentado à mesa como ouvinte de seu novo cliente, afinal, Anderson o procurou para que o representasse na questão do divórcio como para desabafar como fizera ao longo dos anos. O advogado não havia mudado tanto fisicamente apenas adotou uma postura mais firme, afinal, a responsabilidade e a experiência à frente de um importante escritório de advocacia era o que se podia esperar.
—Estou impressionado com tudo que aconteceu com você em tão pouco tempo, Anderson.
—Quero o divórcio o quanto antes melhor. Não vejo a hora de estar livre desse casamento, foi um erro.
—Tanto que te avisei que pensasse melhor antes de se casar com Verônica.
—Quem eu amo é a Fernanda.
—Eu sei, mas vocês voltaram a ficar juntos? Por que da última vez que a gente se falou você disse que tem um médico que tá investindo pesado nela e que a ribeirinha está aceitando essa investida muito bem.
—Não voltamos. Ela insiste em dizer que não acredita em mim e que ama esse tal de Marcos. Eu sei que ela me ama. Eu a beijei e ela me correspondeu.
—Não sei, Anderson, se quer mesmo se divorciar da Verônica porque não a ama tudo bem, outra coisa é achar que esse divórcio vai fazer com a Fernanda volte pra você de braços abertos.
—A gente se ama. Eu me divorciando da Verônica vou ficar livre para lutar pela Fernanda, acha mesmo que vou me render facilmente? Que vou perder a mulher que amo para um doutorzinho qualquer?
—É pra quem passou anos casado com outra e deixou de lado a mulher que ama, é bem estranho.
—O que foi, Décio? Tá ficando igual o meu irmão Rafael sendo do contra?
—Não é questão de ser do contra, Anderson, é questão de razão. Será mesmo que você ama a Fernanda?
—Ora, é claro que amo. Por que essa pergunta?
—Por que não casou com ela?
—Eu era jovem, eu pensei na minha carreira e vi a Verônica como uma possibilidade de subir, tanto que esse escritório é o que é hoje por causa disso, você sabe.
—É sim, pode ser em partes, porém reconheço que trabalhamos juntos, nos esforçamos para ser o que ele é, afinal, não adianta apenas influência e não ter competência.
—De fato tenho que concorda com você, o que isso tem a ver com a Fernanda?
—Já parou pra pensar que talvez o problema seja com você mesmo?
—Como assim? Onde você quer chegar?
—Você desde a faculdade chamava atenção de todos, se destacava, encarava os desafios que vinha pela frente. Você teve condições de chegar onde chegou sem precisar de Verônica e da influência dela por ser filha de um desembargador.
—Décio, quando se é jovem há uma ansiedade de crescer, as contas chegam, as dificuldades, é tanta pressão que a gente quer achar uma solução imediata. Quem quer ficar pra trás?
—Aí onde eu quero chegar. A sua ansiedade de crescer, essa pressão que a sociedade faz com todos que temos que enriquecer de qualquer maneira, de forma rápida e crescente a todo instante não fez confiar em quem você é, não fez ver as suas qualidades e tanto que acabou casando com alguém que não ama.
—Fui ansioso sim, ambicioso sim. E quem não erra?
—Tudo na vida tem o seu tempo, Anderson. Eu não sou ninguém para te julgar, eu cometi muitos erros na vida. —lembra o fato de ter tido um caso com Verônica. —Mas as vezes a gente se acha tão pra baixo, não vermos o nosso potencial, não acreditamos que somos sim merecedores de vencer, de sermos felizes com nossas conquistas que…
—Perdemos o melhor da vida que é acreditar em nós mesmos, em acreditar em nossos sonhos…
—A gente precisa acreditar na gente porque mesmo que tenhamos ao nosso lado pessoas que torcem por nós, só a nós mesmos é que acabe realizar e fazer tudo acontecer.
—É o que se chama de ter responsabilidade.
—Responsabilidade não se nasce a tendo, se aprende a tê-la.
—Concordo com você, Décio. Não posso mudar o meu passado, mas quero ter um novo caminho em minha vida, eu preciso acreditar e assumir as minhas responsabilidades.
—Já é um bom começo admitindo os seus erros, porém, é um conselho de amigos que te dou: faça tudo isso por você e não pela Fernanda.
—Eu a amo.
—Deixe que ela se sinta livre, não a sufoque. Se ela sentir vontade de ficar com você, ela vai ficar.
—Tá aí, Décio, você se tornou um excelente conselheiro sentimental. Já pode ganhar um dinheiro com isso, hein. —deu uma risada.
—Pois é, sou bom para dá conselhos aos outros. Eu devia também seguir os meus próprios conselhos. E o Inácio, como ele está com toda essa confusão?
—Arredio comigo e não quer que me aproxime da Fernanda mesmo sabendo que vou me divorciar.
—Ele não quer vocês dois juntos e deve ser por medo que você a machuque, eu o entendo.
—É, ele tem que aceitar que eu e Fernanda nós amamos, afinal, ele só existe por causa disso. —deu uma breve risada.
—Pelo que você já me disse o Darlan agiu mal com toda essa revelação.
—Darlan está usando a Verônica, ele quer as minhas terras.
—E o que você vai fazer?
—Não vou dar as minhas terras.
—E se ela insistir que só vai assinar o divórcio se você entregar as terras ao Darlan?
—A vida também exige certos sacrifícios.
Entardeceu e na suíte máster estava Verônica deitada na cama e com cabeça sob o travesseiro e esgotada de tanto chorar. Marcela sentada ao lado da filha e acarinhando seus cabelos enquanto Tomás estava sentado na cama de frente para ela.
—Me sinto tão humilhada, tão usada, tão enganada…
—Não, você não foi enganada. Você casou sabendo quem ele era, eu te avisei e me enfrentou negando tudo. Está pagando o preço da sua teimosia, Verônica. —disse o pai.
—Por favor, papai, você invés de me defender fica me acusando.
—É a verdade e não me venha fazer esse papel de mulher coitadinha e traída que não cola.
—Tomás. —disse a esposa o repreendendo.
—Marcela, eu tenho que dizer umas verdades para Verônica, porque eu avisei desde o início que esse casamento era um erro.
—Tá bom, papai, eu errei em ter me casado com Anderson. O que eu poderia fazer? Estava grávida e não queria encarar tudo sozinha enquanto o Anderson estaria livre e até ficando com aquela ribeirinha e o filho bastardo.
—Filha, só me explica um detalhe: você já sabia que o Anderson tinha um filho com outra mulher? —perguntou a mãe.
—Sim, sabia.
—Desde quando?
—Ah, mamãe. —se levantou da cama e se afastou. —Ela contou no dia que os flagrei se beijando na fazenda.
—Você sempre soube desse filho e deixou que o Darlan crescesse sem saber que tem um irmão? —falou a mãe.
—É inacreditável, Verônica, dessa vez você passou de todos os limites, minha filha.
—Qual é o problema? Eu não queria que meu filho crescesse junto com aquele bicho do pantanal, com aquele bastardo!
—Agora comecei entender, você também tem um erro nisso, Verônica. Não devia ter aceitado esconder essa mentira por anos. —disse Tomás.
—E queria o quê? Que todos ficassem zombando de mim por ter sido traída, que o Anderson me engravidou e também a pantaneira? Já me basta as risadinhas e os falatórios daquela gente por ter me casado de branco, véu, grinalda e grávida.
—Não devia ter se importado com essas coisas. Da sua vida não interessa a ninguém. Coitado do meu neto por isso que está assim descontrolado e cheio de ira contra o pai. —disse Marcela.
—Vão defender o Anderson é isso?
—Não, você teve uma parcela de culpa e me estranha é o fato do Darlan escolher apenas um lado dessa estória.
—É normal, pai, os filhos na maioria das vezes ficam do lado das mães. O meu filho sabe que sou inocente e que sou uma vítima do Anderson.
—Não seja ingênua, filha, o Darlan está fingindo que está do seu lado apenas por interesse. —falou a mãe.
—Por que essa estória de que você só vai dá o divórcio para o Anderson se ele entregar as terras ao Darlan?
—Quero segurar os direitos do meu filho. Eu sei que é só eu dá o divórcio que o Anderson se junta com aquela pantaneira e vai reconhecer a paternidade do bastardo. Aquelas terras são boas e meu filho tem interesse nelas, o guri quer trabalhar lá, montar o negócio dele.
—Eu não acredito no que estou ouvindo. Você está sendo usada pelo Darlan pra fazer chantagem com o Anderson, filha não permita.
—Cansei, mamãe, eu cansei. O que me doí é que amei o Anderson, pensei que quando a gente se cassasse tudo seria diferente.
—Não sei que mágica você acreditava que aconteceria que apenas por casar tudo iria mudar. —falou o pai.
—Quando se está apaixonado se agarra com todas as forças para ser feliz. —para em frente ao espelho.
—Tudo que começa com mentira termina com mal. —Tomás se levanta. —E quer saber? Falta de aviso é que não foi. Não tome nenhuma decisão precipitada, filha, pense antes de falar e de agir.
—Apesar de tudo eu o amo.
—Amor? —ficou de frente a filha e segurou o rosto dela a fazendo a olhar pra ele. —Será que é amor, filha? Tanto sofrimento, tantas mentiras…
—O meu bebê foi a única coisa boa neste casamento.
—Pois não permita que esse amor de mãe te cegue ao ponto de cometer uma injustiça.
—Eu estou lutando pelo meu filho.
—Não, não está, o outro filho do Anderson tem os mesmos direitos que o Darlan. Os dois são irmãos, tem o mesmo sangue e a mesma carne.
Verônica ficou em silêncio por alguns instantes.
—Por favor, me deixem sozinha.
Marcela e Tomás saem e Verônica se joga na cama e começa a chorar.
Nas terras dos índios Toriba, no meio da mata fechada estava Sami sentado em uma pedra em frente ao riacho até que Anahí se aproxima dele.
—Sami.
—Faz tempo que a gente não se ver, Anahí.
—É, aconteceram muitas coisas em tão pouco tempo. —se senta na pedra e fica de frente ao pajé.
—Pelo seu olhar percebo que está passando por alguma angustia.
—Sim, me apaixonei, ele foi embora e não sei se volta.
—É um homem branco, não é?
—Darlan, irmão de Inácio.
—Eu ouvir falar dele lá na tribo.
—Ele brigou com o tio Anderson porque descobriu que o Inácio é o irmão dele e também porque flagrou o pai beijando a Fernanda.
Sami se levantou, andou e parou em frente ao riacho.
—Já se perguntou o porquê que o ser humano repete várias vezes o mesmo aprendizado? O ser humano com suas falhas de caráter cometem erros e desses erros se tornam círculos repetitivos que causam dor e sofrimento até que seja devidamente aprendido e esses espíritos evoluem assim como as borboletas.
—Como evitar que esses erros se repitam? Quantas vezes o ser humano luta para se libertar de seus vícios, acomodações e tantos problemas que só impedem de seguir seus caminhos como as águas livres que correm neste riacho? Entretanto por tanto lutar e por querer vencer esses desafios acabam se cansando e algumas vezes desistindo. — se levantou, andou e ficou ao lado do pajé.
—A natureza não desiste, ela apenas cumpre a sua jornada na vida que é nascer, crescer, se reproduzir e morrer. A diferença é que ser humano muitas vezes acha que pode controlar tudo, acha que está com o poder sobre todas as coisas, porém se esquecem que é apenas um grão de areia no meio desse círculo chamado vida.
—Talvez seja mais sábio aceitar nossos destinos.
—Você aceita o seu?
Anahí se afasta.
—Eu tive um sonho que nadava no rio com o Darlan e uma mancha negra tomava toda a água, eu acordei assustada. —se vira de frente para Sami. —eu desconfio que o Darlan seja o homem branco, dos olhos da cor do céu que trará sofrimento aos Toriba que o Grande Espírito te revelou, mas eu o amo. Temo pelo que ele possa fazer, entretanto não consigo acreditar que ele possa ser uma má pessoa.
—Você o conhece a pouco tempo para saber o caráter dele.
—O meu amor por ele é algo inexplicável, nunca me apaixonei por alguém assim. Eu tenho medo, Sami, de que eu esteja errada, que o Darlan não seja uma boa pessoa e que traga sofrimento aos Toriba.
—Mas não é só esse teu medo, não é?
—Também posso me enganar e me afastar do Darlan, ser injusta com ele e perder de viver um grande amor.
—Anahí, mais uma vez te pergunto: você aceita o seu destino?
—De ser guardiã da nascente dos Toriba? sim, eu aceito e vou honra o sangue dos Toriba.
—E de amar o Darlan?
—É claro que eu o amo, apesar de conhece-lo por pouco tempo o que sinto por ele é forte.
—Anahí, e se um dia você tiver que decidir entre dois caminhos?
—O que quer dizer com isso, Sami?
—Deixe que o tempo te responda. Não viva atrás de respostas porque elas chegam no momento que tem que chegar assim como o tempo e o lugar que uma folha seca cai de uma árvore.
—Eu não sei o que fazer.
—Apenas viva.