De manhã em Corumbá na casa de Fernanda estava a mesma com o bebê no colo e conversando com Tânia sentadas à mesa da cozinha.
—Como está sendo trabalhar lá na fazenda?
—Os patrões são gente boa e a Jacinta também. Agora estou morando lá e todos os dias vejo o Expedito.
—Já marcaram a data do casamento?
—Sim, já falamos com o padre Manoel e será daqui há três meses. Estou tão ansiosa, Nanda, não vejo a hora de me casar com o Expedito.
—E eu tenho que pensar no vestido que vou usar no seu casamento e a roupinha que o Inácio vai usar.
—Ele vai ficar uma gracinha. Ele parece um anjinho com esses olhos azuis e os cabelos encaracolados.
—É cada dia que se passa mais se parece com o pai. —demonstra um semblante sério.
—Nenhuma notícia dele?
—Não.
—Ainda gosta dele, não é?
—O amo, mas quero esquecer ele. Eu preciso esquecer o Anderson pelo meu bem e do meu filho.
—Tem razão, amiga. O Anderson não é homem que preste pra casar. Ele vai continuar fazendo a granfina sofrer.
—Será que já se casou?
—Não sei. Acho que não porque se ele estivesse se casado, a dona Luana e o seu Rafael teriam ido ao casamento e até agora não falaram nada sobre isso.
—Eu vou esquecer o Anderson e seguir a minha vida junto com o Inácio. Eu acho que o melhor seria que ele nunca mais aparecesse.
—Eu duvido que não apareça mais. Ele vai continuar insistindo em continuar tendo um caso com você até conseguir.
—Não vou aceitar. Antes eu fui muito ingênua em acreditar nas promessas dele, mas hoje não.
—Faz bem em não continuar se envolvendo com ele.
—Eu sei que se eu continuar com ele, eu vou acabar engravidando outras vezes e cada vez mais me sentindo usada e presa a ele.
—Nanda, você precisa de um novo amor. Você é uma mulher jovem, simpática e bonita e tem um monte de marmanjo querendo uma chance com você.
—Outro homem eu não quero tão cedo. Eu quero é cuidar do meu pequeno, do meu filho.
—Sim, o seu filho vai crescer, se tornar um homem e vai seguir a vida dele. E você como vai ficar?
—Sozinha. Tânia, depois do Anderson vai ser difícil eu voltar acreditar em um homem novamente.
—Amiga, as pessoas não são iguais. Quem sabe a vida ainda te surpreenda e você acaba conhecendo um homem que possa te amar como você merece?
—Enquanto esse novo homem não aparece eu tenho que continuar a minha vida e preciso encontrar um emprego porque não quero ficar dependendo do Anderson e vou juntar um dinheiro para levantar minha casinha na comunidade.
—Nanda, e onde vai deixar o guri quando for trabalhar?
—Talvez deixe com uma babá, eu quero uma pessoa de confiança.
—Minha irmã caçula a Tatiana está cuidando de uns guris dos vizinhos da minha tia. Você a conhece e sabe como ela é atenciosa, ela pode ser a babá do Inácio.
—Eu sei, gosto da Tatiana, é uma boa guria. Quando eu conseguir um emprego e eu chamo Tatiana para cuidar do Inácio enquanto estiver no trabalho.
—Você vai querer mesmo voltar para a comunidade?
—Por que está me perguntando isso? Foi lá onde eu cresci e meu filho nasceu…
—Sabe, Nanda, depois que eu sair da comunidade e fui morar com a minha tia e agora que estou na fazenda percebi que não quero mais voltar a morar lá na comunidade ribeirinha. É que a gente só conhecia aquela realidade e hoje vejo o quão perigoso era morar naquele lugar.
—Eu concordo com você. Essa casa é um palácio em comparação a casa de palafita que eu vivia. Aqui tenho banheiros, água limpa e não tem aquele esgoto aberto que só traz doenças.
—Aquele cheiro insuportável porque a maioria das casas não tinham banheiros nas casas e o esgoto e o lixo desciam para o rio. A gente só vivia doente. Eu me sentia humilhada de viver ali e não gostava de receber visitas.
—Eu também tinha vergonha de receber alguém em casa por causa da sujeira e pelo mal cheiro que pioravam mais ainda com o período da cheia dos rios.
— Apesar de todos os problemas que tínhamos tentávamos ser felizes, nossos vizinhos eram gente boa, cada um ajudava o outro e parecíamos mais uma grande família.
—Bem diferente dos vizinhos que tenho aqui que não conheço ninguém e quando passo na rua pra passear com o Inácio, eles nem falam comigo e nem olham pra gente.
—Nada é perfeito, não é? Eu estou gostando de morar na fazenda, não só porque estou perto do Expedito, é porque de noite acontece uma moda de viola.
—É mesmo? Me conta como é?
Meses depois, em uma noite na igreja matriz de Campo Grande acontecia o casamento de Verônica e Anderson. A igreja lotada com convidados da alta sociedade, o luxo fazia presença desde os arranjos de flores, ao vestido da noiva e o terno do noivo, a cada detalhe da cerimônia.
—E eu os declaro marido e mulher. —disse o padre.
Verônica e Anderson se beijam no altar. Ela já se encontrava com seis meses de gravidez a barriga estava notável aos olhos dos convidados que à sua frente lhe diziam elogios, mas alguns por trás a criticavam sob alfinetadas de reprovação dos mais conservadores que se consideram fiscais e defensores da moral e do bons costumes e das piadinhas ridículas dos libertinos metidos a engraçadinhos, aliás esses dois grupos tantos os conservadores e os libertinos são o que se chamam de “arroz de festa” estão presente em todas as celebrações seja qual for a classe social, se escondem atrás dessas posturas como se tivessem em um pedestal que os tornam inabaláveis e inatingíveis, porém, esquecem que todos tem o tal famoso “teto de vidro”. O que há demais a moça e o rapaz terem “comido” a “sobremesa” antes do “almoço”? Quem nunca pulou uma refeição atirem a primeira pedra, digo em duplo sentido também.
A festa do casamento estava sendo realizada na mansão dos Gouveia e naquele momento no salão uma dupla sertaneja famosa estava no palco e cantava uma música romântica que embalava a dança dos casais de convidados e como também os noivos.
—Te amo. Eu estou tão feliz porque finalmente estamos casados. —a noiva o beija.
—Estamos casados e em breve termos nosso filho. —tocou na barriga de Verônica.
—Um filho homem. E eu ainda tenho que engolir o desgosto de saber que aquela rameira pantaneira te deu o seu primeiro filho homem, aquela sem vergonha passou na minha frente.
O casal de noivos para de dançar.
—De novo falando da Fernanda?
—Falo sim porque isso me dói.
—Até quando vai doer? Estou aqui, não estou? Me casei com você, estou do seu lado e não do lado dela.
—Você queria está lá com ela, não é? Junto com aquele bicho do pantanal. O meu filho não merece essa vergonha e esse desprazer…
—Verônica, por favor, não começa, tá? Você que começa a falar da ribeirinha e depois fica estressada, não se esqueça que isso não faz bem para o bebê.
—Você não esqueceu ela.
—Como esquecer se todo momento você me lembra?
—Você está certo. —faz uma breve silêncio e segura a mão dele. — Não vamos permitir que qualquer coisinha sem significância acabe com a nossa felicidade, meu amor.
—Eu te amo, Verônica. —segura o queixo dela a fazendo olhar para ele. — Não duvide disso. —a beija.
Verônica o abraça.
—Veja essas pessoas de vez em quando pego alguns olhando para nós e a cochichar e com risadinhas.
—E o que isso nós importa?—a olha nos olhos e acarinha o rosto dela.— Essas pessoas estão aqui não é por nós e sim pelo que a festa pode os servir e claro por você ser a filha do Desembargador Tomás Gouveia.
—Eu imagino o que seja esses olhares são porque apesar dos anos muita coisa ter mudado ainda se considera um escândalo uma mulher casar grávida mesmo que não admitam e finjam que não se importam. Eu choco a todos por estar vestida de branco do véu a grinalda.
—Já disse que pouco me importo com que falam ou pensam de mim ou de nós. —a beija.
Marcela se aproxima do casal de noivos.
—Com licença, genro, eu vou ter que roubar a Verônica de você, é só um pouquinho. —riu.
—Como quiser, minha sogra.
—Vem comigo, filha, tem a uma amiga minha que te viu quando você era criança. Ela quer falar com você.
—Eu volto logo. —o beija.
Verônica e Marcela saem. Um garçom passava por Anderson e ele pega um taça de champanhe e dá um gole até que ver Tomás se aproximando.
—Gostando da festa, meu sogro?
—Algo me desagrada.
—O quê? É o barulho da festa e a bagunça? Eu tentei convencer a Verônica em fazer a festa em outro lugar, porém o senhor a conhece…
—Conheço minha filha muito bem ao ponto de saber que todo esse espetáculo não passa de um capricho dela enquanto você tem outros interesses com este casamento e já imagino quais são.
—Interesses?
—Anderson, você tem os seus próprios interesses em se casar com Verônica, afinal, isso é algo normal de todo ser humano tudo que fazemos temos algum interesse por trás seja bom ou não.
—Sim, os meus interesses sempre foram os melhores possíveis.
—Disso eu não duvido. —deu uma risada irônica.
—Amo sua filha e ela vai me dá um filho que é a prova de quanto nós amamos e queremos estamos juntos.
—Hum-hum. Mudando de assunto: onde está teu irmão Rafael e a tua cunhada Luana? Não vi ninguém da tua família nem na igreja e nem aqui na festa.
—O Rafael é muito ocupado com os afazeres da fazenda e não gosta de ir para capital, é que meu irmão é bem bicho do mato. —riso. — E a Luana não quis vim sozinha e então preferiu não vim.
—Estranho, seu irmão e a tua cunhada não virem ao seu casamento, não me convence nenhum pouco que tenha sido o trabalho o motivo de não terem vindo.
—Pode acreditar, meu sogro, aquela fazenda é a vida do meu irmão. E qual motivo eu teria pra mentir?
—É claro, é claro que você não tem nenhum motivo pra mentir. É que por poucas vezes que estive em contato com Rafael percebi que ele é um homem íntegro e sua cunhada é bastante simpática, eu gostaria de conversar mais com eles, conhece-los mais, esperava vê-los aqui e seria uma excelente oportunidade.
—Terá outras oportunidades. —olha para baixo e pensativo fica em silêncio por alguns instantes. — Meu sogro ainda não me disse o que de fato o incomoda? — o encara.
—Anderson, eu confesso que entreguei a minha filha à você naquele altar com muito desgosto. Não estou feliz por minha filha ter se casado com você, essa sua cara de bom moço nunca me enganou.
—Estou desconsertado e decepcionado com seus palavras, meu sogro. Nunca imaginei que durante esse tempo todo o senhor tinha alguma rusga comigo, eu jamais percebi e agora é que vem se revelar.
—Eu andei investigando a sua vida.
—Cuidado Desembargador, o senhor estar abusando da sua autoridade e sua influência para investigar a minha vida? O que significa isto? É alguma perseguição contra alguma causa que estou defendendo ou contra algum cliente meu?
—Não misture as coisas, Anderson. O meu problema com você não tem nada a ver com questões profissionais.
—O senhor admite que usa do seu poder para me investigar, para quê?
—Para saber com qual tipo de sujeito estava se envolvendo com a minha filha e se infiltrando na minha família.
— Se a Corregedoria souber que o senhor, um Desembargador, usa dos meios de sua autoridade para que terceiros me investiguem por motivos pessoais, vai responder por isto.
—Não me venha com ameaças, Anderson. —o encara.
—Jogue as cartas na mesa, Desembargador. Eu quando entro no jogo, eu entro pra ganhar. De você, eu não tenho medo e aceite a realidade que está em desvantagem.
—Desvantagem, qual? Você não passa de um conquistador barato, eu sei da sua fama de aventureiro lá pelas bandas de Corumbá.
Anderson dá uma gargalhada.
—Não acredito…. —risada. —não acredito que o senhor está dando ouvidos há mexericos, meu sogro, o senhor é um Desembargador, conhecedor da lei e sabemos muito bem a importância do contraditório e da ampla defesa. —risada. —neste caso o meu sogro não está sendo nada imparcial.
—Engana-se que não é apenas essa sua fama de Don Juan que me fez ver quem você é realmente, Anderson, e sim porque sei qual é o seu maior interesse em ter se casado com Verônica.
—Porque a amo. —riu.
—Não, você não a ama, o seu interesse maior é porque ela é minha filha, a filha de um Desembargador. Eu consegui afastar muitos tipos como você do caminho da Verônica, mas você foi esperto e deu o golpe bem dado, a engravidou.
—Está a me chamando de golpista?
—Sim, golpista, quer se aproveitar da influência de ser meu genro para crescer no judiciário.
—A gravidez aconteceu, eu não pedi pra ela ficar grávida e não a engravidei de propósito como o senhor quer insinuar. E quer saber do que mais? O senhor devia se ajoelhar aos meus pés e me agradecer porque casei com tua filha e assumi o teu neto porque muitas mulheres por aí ficam grávidas e são abandonadas.
—Eu preferia minha filha solteira e com meu neto em casa do que com um homem como você.
—Não diga isso. Engula o seu orgulho e aceite que a minha vantagem é que eu tenho a sua filha e o seu neto. E se eu fosse tão ruim assim tinha me falado essas coisas antes e o senhor nunca falou nada até agora.
—Eu te odeio, Anderson.
—Que novidade o senhor não é o primeiro que diz me odeia. —em tom irônico. — Meu sogro, vamos fazer o seguinte: vamos começar do zero, eu não vou levar em consideração nenhuma das acusações que o senhor disse contra mim e voltarmos ser aquela família feliz do comercial de margarina.
—Debochado, irônico e aproveitador…
—Sogrão, sogrão. —segurou o rosto do sogro. —isso tudo é ciúmes e aceite que sua princesinha se tornou uma mulher. Um dia essa raiva toda se transformará em admiração e vai me amar como filho.
—É ruim, hein, só eu estiver louco.
De repente Anderson o abraça.
—Meu sogro, aconselho que facilite as coisas para o seu lado. Me peça perdão por todas as acusações e tudo que disse contra mim. —disse próximo ao ouvido do sogro.
—Não, nunca, jamais vou me humilhar a você, Anderson.
—Pois bem, eu vou fazer a Verônica te odiar e nunca mais colocar os pés nesta casa e te afastar do seu neto.
—Você não seria capaz.
—Quer pagar pra ver, meu sogro?
—Peço perdão, Anderson, por tudo que te disse, acho que abusei do uísque, estou um pouco alto e falei coisas que não fazem muito sentido.
Anderson desfaz o abraço.
—Eu te perdoo, meu sogro, afinal, hoje é motivo para comemorar e abusar um pouco do uísque é mais do quer aceitável. O que eu quero ouvir é o meu sogrão dizer que vai me ajudar na minha carreira, me apoiar e que me ama como se fosse seu filho.
—Vou te ajudar na sua carreira, te apoiar e te…amo como se fosse meu filho.
—Muito bem, sogrão, fiquei até emocionado. —beija o rosto de Tomás. —Te amo como se fosse um pai pra mim. —deu um sorriso. —Vou atrás da minha mulher. —saiu.
A raiva consumia Tomás, ele tentou se controlar para não explodir, acabar com a festa e bater em Anderson, sabia que seria uma confusão e que não adiantaria porque sua filha Verônica ficaria do lado do marido. Resolveu o Desembargador ficar em silêncio com a humilhação recebida e naquele momento ele sentia na pele como o que acontece na natureza quando um velho lobo macho alfa sai derrotado de uma batalha e perde o posto de líder da alcateia para um jovem lobo macho alfa. O que lhe restava? A solidão? O exílio? Ele estava ciente de que a partir daquele momento estava sob as ordens de Anderson.
Dentro da mansão, na suíte máster de Verônica, a mesma se encontrava aos beijos com Décio, um rapaz de vinte e poucos anos, cabelos negros, olhos castanhos escuros, pele branca, estatura média, usava um terno azul e blusa branca e gravata preta assim como os outros padrinhos do casamento.
—Está louco? —o empurra. —O Anderson ou alguém pode nos ver.
—Eu te amo, Verônica, será que não percebe esse amor? É algo que não sei explicar e não consigo controlar. —a beija.
—Não! Já disse que o que rolou entre a gente acabou. Estou casada e muito bem casada com o Anderson.
—Ele não te ama, a maior prova é a traição dele com aquela ribeirinha e o filho que ele tem com ela.
—Que ódio! Não me faz lembra disso!
—Lembro sim, pra você pensar na burrada que você fez de ter se casado com o Anderson e graças a mim você descobriu tudo.
—Se eu não tivesse insistido você não tinha falado.
—Você me envolveu. —a empurra, ela cai deitada na cama e sobe em cima dela. —me fez acreditar que queria saber de todas as aventuras do Anderson para desmascara-lo e que depois iria terminar com ele, mas não, você casou com ele, Verônica!
—Sai de cima de mim, vai amassar o meu vestido e estou grávida. — o empurra e se levanta. —é por causa dessa criança que me casei com o Anderson.
Décio está sentado na cama.
—Me fala a verdade esse bebê é meu.
—Não! Esse bebê é do Anderson!
—Mentirosa! A gente esteve junto muitas vezes e você me disse que se sentia desprezada e sozinha porque o Anderson não te procurava mais há tempos.
—Transamos sim, mas todas vezes usamos camisinha.
Décio se levanta da cama e segue em direção a ela.
—Isso não significa nada! Muitas mulheres engravidam mesmo usando camisinha.
—Cala boca! Não seja ignorante porque é impossível um preservativo falhar!
—Esse filho é meu! As datas batem e o tempo da sua gravidez é o mesmo tempo que nós dois estávamos juntos porque enquanto o Anderson voltava para Corumbá atrás da Fernanda, era a mim que você procurava e foram muitas vezes. Poxa, Verônica, fala a verdade…
—O que você quer que eu faça, hein? Esse filho é do Anderson.
—Esse filho é meu. —tocou na barriga dela. —Eu tenho o direito de pai e quero assumir essa criança…
—Não! —o empurra. —O que vai fazer? Vai lá fora dizer que o meu filho é seu na frente de todos? Quero ver se terá coragem de enfrentar o Anderson, ele vai acabar com você quando souber que o melhor amigo, o seu sócio o traiu indo para cama com a noiva dele.
—Eu sei que esse filho é meu porque algo dentro de mim me diz que esse bebê tem o meu sangue.
—Está querendo arranjar uma desculpa.
—Como?
—Sim, uma desculpa pra ficar perto de mim, para me sentir presa a você e me amar quando bem quiser. —o beijou. —tudo na vida tem um preço, Décio, eu sei.
—O que quer dizer?
—Qual o preço? —o beijava seguindo abaixo do pescoço dele.
—Não estou entendo, Verônica. Aonde quer chegar? —se afasta.
—O preço do seu silêncio. —ela abre o vestido que cai no chão e fica somente de lingerie.
—A verdade é o preço do meu silêncio. Olhando pra você agora vejo que fiz o pior erro da minha vida em ter me envolvido com você, ter me deixado seduzir e ter tido pena de você uma mulher traída enganada pelo noivo. Quem saiu perdendo foi eu em ter traído o meu melhor amigo e meu sócio e vou ter um filho que não vou poder chamar de meu.
Ela tenta beija-lo, mas ele a segura pelos punhos a impedindo de se aproximar.
—Vista-se. Tenha um pouco de respeito e se não tem respeito por você pelo menos tenha pelo seu filho.
De repente escuta-se umas batidas na porta.
—Verônica? Você está aí? —voz de Anderson.
Décio e Verônica se olham assustados.