O outro policial vendo a situação de pânico no local fica imóvel abaixado sobre a porta aberta da viatura.

Juca: Não vou repetir novamente, larga a arma ou ela morre! Larga a arma agora!

O pm no meio do desespero e sem alternativas no momento temendo pela morte da menina resolve após alguns segundos obedecer à ordem.

Juca: Levanta desgraçado!

Policial: Calma, vamos conversar! Não faça… – infelizmente ele não pode terminar a frase ao levar um tiro no peito esquerdo e mais dois na barriga por Juca que se aproxima dele caído arrastando Catarina consigo e pegar as armas dos dois policiais baleados.

Nesse momento reinava o silêncio dos pais, alunos e professores horrorizados com a cena. Juca leva Catarina por mais um quarteirão e a joga sobre a calçada, logo sobe na sua moto sem placa estacionada ali e com as armas guardadas na cintura da calça. Coloca o capacete e dirige a motocicleta rapidamente. Catarina o vê fugir, ainda de joelhos no chão, impactada com o que acabou de acontecer, observa o três que estavam com ela na saída da escola correndo em sua direção e primeiro chega Melissa a ajudando se levantar.

Melissa: Cacá, ah meu Deus, você está bem? – diz preocupada, seguida por Guilherme e Gustavo que chegam em seguida.

Catarina: Acho que sim, mas assustada… Não esperava uma coisa dessas na frente da escola.

Moisés: Todo mundo tá assustado menina! Sorte que nenhum mal ocorreu com você, aquele cara é louco, ele matou os policiais sem piedade! – resmunga o pai de Melissa, o velho observou tudo da esquina da escola e veio ao encontro de Catarina empurrando um carrinho com latinhas de alumínio.

Guilherme: A confusão começou por você Gustavo, de que dinheiro o bandido estava falando? O que queria com você?

Gustavo: Eu não faço ideia, deve ter me confundido com outra pessoa, eu não sei!

Guilherme: Está mentindo, fala a verdade Gustavo! O Juca veio direto em você, ele te conhecia sim!

Gustavo: Já disse que não, eu não sei!

Catarina: Guilherme vou embora junto com a Mel, avisa a vó, tá? De tardezinha volto pra casa.

Guilherme: Beleza.

Moisés: Vamos então meninas! – o velho barbudo arrasta seu carrinho de reciclagem enquanto Melissa e Catarina o acompanham pelo caminho, Catarina apoia sua cabeça no ombro de Melissa. Guilherme e Gustavo observam de longe. Após alguns minutos, os irmãos se encaram.

Guilherme: Tenho certeza que está escondendo algo Gustavo. Não consigo entender como somos irmãos gêmeos, tão parecidos por fora, mas sinto você tão diferente! – Guilherme se afasta do irmão que anda lentamente com a mochila escolar nas costas.


Voltamos para a fazenda Corais, onde a família almoça reunida à mesa.

Isadora: Está gostando da comida, dona Helena? – que traz uma garrafa de refrigerante.

Helena: Maravilha Isa, que delícia comer uma comida caseira, queria tanto! – pegando um pouco de refrigerante depois de uma bela garfada.

Jorge: Se queria tanto, nem deveria ter viajado pra tão longe pra nada! Gastando dinheiro à toa!

Helena: Jorge dinheiro foi feito pra gastar! Larga de ser mesquinho! Você sabe que eu tinha esse sonho de conhecer a Europa, ver outros lugares… Gostaria que fosse comigo, mas parece estar plantado na fazenda!

Jorge: Fazenda que conquistei com esforço, quero viver meus últimos dias na minha terra.

Roberto: Com esforço? Como tem coragem de dizer isso pai? Nós três aqui sabemos a sujeira enterrada onde pisamos! O passado nos condena. Infelizmente o passado nos condena!

Jorge: Olha Roberto, teve esforço sim! Não pense que foi fácil tomar as atitudes que eu tomei no passado, não seja hipócrita! Não se esqueça de que você é sustentado por esse lugar até hoje!

Helena: Acho que não é momento de falar sobre um assunto desagradável, será que a gente pode almoçar em paz? – diz Helena ao bater o talher no prato antes de anunciar suas palavras. Alguns segundos, a campainha da porta toca duas vezes e Carolina vai atender assim que deixa algumas porções de frango na mesa.

Helena: Ué? Quem será?

Laura: Sou eu amores!

Helena: Laura, meu anjo! Que bom ver você! Vem almoçar com a gente! – leva um beijo de Laura na bochecha.

Laura: Olha só, cheguei na hora boa! – pegando um pedaço de frango da mesa e dá uma bocada.

Jorge: Fique a vontade Laura, aliás, em breve você estará morando conosco.

Helena: Tô cada vez mais ansiosa, imaginando vários netinhos correndo.

Laura: Vai com calma, dona Helena!

Helena: Não quero nem saber, eu espero vários netos, viu? Tô avisando! – olha para o filho.

Laura: E a viagem na Europa? Se divertiu? – ao sentar do lado de Roberto.

Helena: Sim! Me distraí bastante, comprei coisas tão lindas, vou te mostrar tudo!

Laura: Ótimo! Mas agora tenho uma conversa com o meu noivo que tá quietinho sobre a nossa viagem de lua de mel, pra confirmar a reserva no hotel, hein amor? Menos de uma semana para o casamento e não decidimos.

Roberto: O que você escolher tá excelente Laura. – o rapaz vinha comendo sem parar até levar um selinho de Laura que se levanta, acaricia e massageia os ombros do noivo por trás da cadeira.

Laura: Quero a sua opinião amor!

Jorge: Larga de ser preguiçoso Roberto! Vocês tem que conversar sobre o casamento, é o roteiro da lua de mel!

Roberto: Eu sei pai, eu sei. Acabei de almoçar, que tal passear no jardim Laura?

Jorge: Nada de transar nos arbustos, tô sabendo da pegação de vocês por lá!

Helena: Jorge?

Jorge: Ué, tem lugares mais apropriados, né?

Roberto: Vamos Laura, antes que meu pai fale outra asneira! – diz o rapaz limpando a boca com o guardanapo e se levantando da cadeira de mãos dadas com a noiva.

O casal percorre o jardim como combinado, porém Roberto parece distraído observando Zeca podar algumas plantas dois metros dali.

Laura: Parece tão desanimado amor, está bem? Nosso casamento será na sexta-feira, lembra?

Roberto: Sim Laura, pode confirmar a reserva no hotel que você gostou, estou de acordo, tá? Só cansado mesmo do trabalho na fazenda.

Laura: Ei, esquece o trabalho e pensa em nós também! – ela dá um beijo demorado nele.

Roberto: Desculpa Laura, tô com uma dor de cabeça terrível e lembrei que preciso ir ao laticínio pra confirmar uns pedidos. Depois a gente se fala melhor. Quer carona? – após interromper o beijo da noiva.

Laura: Não precisa, eu vim no carro do meu pai.

Roberto: Aquela lata velha funciona? – ele ri ao dizer as últimas palavras, acaricia o rosto afastando o cabelo dela e sai rapidamente enquanto Laura o observa do jardim. Zeca também espreita entre as flores, no entanto volta ao trabalho quando percebe o olhar da loira.

Laura se afasta do jardim e entra no carro velho.

Laura: Falta pouco, falta muito pouco! – fala sozinha ao dar partida no veículo.

….

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Música de encerramento: Maroon 5 – Animals Tema: Laura, Laura e Carlos

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