Laura segue Carlos que anda apressado. 

Laura: Carlos! Gatão! – segura o braço dele.

Carlos: Ia me enrolar até quando Laura?

Laura: Não tô enrolando, apenas implorando pra aguardar…

Carlos: Você adora manipular a situação! Aproveitando o máximo do trouxa, hein? Bela roupa! E o carrão estacionado? – repara no estilo de Laura. Algumas características continuam iguais: a maquiagem exagerada, o batom forte na boca, a franja cobrindo o rosto. O cabelo loiro, porém preso por um coque mostrando os brincos compridos da orelha. Vestido de grife substitui o short jeans curto rasgado. O decote permanece destacando os seios e o salto alto nos pés.

Laura: Tenho alguém pra te apresentar.


Eduardo e Catarina chegam ao domicílio alugado na zona leste da metrópole paulista e localizam Carolina na sala passando mal.

Eduardo: Carol! Terceira vez que vejo você vomitando!

Carolina: Enjoada pra caramba Edu. – senta no sofá ao se aproximar de Catarina.

Catarina: De novo tia? Várias semanas assim, melhor procurar um médico.

Eduardo: Ainda não percebeu Cacá?

Carolina: Do que tá falando? – um momento de silêncio após a pergunta.

Catarina: Engravidou!

Carolina: Merda

Catarina: Comemora Edu! Será papai!

Eduardo: Se o filho fosse meu. Nem encostei um dedo nela. Eu e a Carolina dormimos nas camas separadas todo esse tempo.


O celular de Lúcia recebe diversas chamadas desconhecidas, ela finalmente atende.

Lúcia: Alô?

Rodrigo: Pensou que tinha se livrado de mim Lúcia? – resmunga do outro lado da linha com um copo de vodca.

Lúcia: Quem é? – diz assustada.

Rodrigo: Fingindo que não reconhece a voz? Nos veremos em breve! A partir do instante que eu tiver totalmente recuperado do corte!

Lúcia: Não é possível… Rodrigo… Ah Deus… – joga o aparelho longe e rodeia o quarto desesperada.

Lúcia: O infeliz sobreviveu! Inferno! Tão burra que nem vi o pulso do desgraçado naquele dia! Só posso tá delirando! – pronuncia sozinha.


Roberto chega ao casarão da fazenda Corais e Jorge faz uma pergunta.

Jorge: Descobriu o golpe Roberto?

Roberto: Prejuízo gigantesco, várias retiradas do caixa assinadas pelo Carlos. Não encontrei nenhuma prova contra o Rodrigo.

Jorge: Você é um idiota! Confiou no miserável!

Roberto: Imaginava que o Carlos fosse um amigo, nunca suspeitei que me apunhalasse nas costas.

Jorge: Denuncie! O Carlos tem que devolver!

Roberto: Polícia é pouco, com certeza se livrará de qualquer condenação porque eu deixei a empresa pra ele administrar!

Jorge: O que será do laticínio?

Roberto: Infelizmente fechar. Triste para as pessoas da região que dependem do emprego.

Jorge: Incompetência sua! Investimento perdido…

Roberto: O valor roubado é uma migalha comparado ao dinheiro sujo que você esconde pai.


Anoitecendo em São Paulo. Catarina entra no quarto e liga pra Maria.

Catarina: Vó? Boa noite!

Maria: Saudades querida…

Catarina: Notícia do Guilherme?

Maria: Nada Cacá. Sofrendo tanto com o desaparecimento do seu irmão!

Catarina: Queria ficar pertinho da senhora.

Maria: Não tá gostando de morar na capital?

Catarina: Me arrependi amargamente…

Maria: Pede ao Edu pra trazer você e a Carolina de volta!

Catarina: A tia Carol sempre ocupada com o trabalho, ainda mais agora que tá esperando um filho…

Maria: Grávida?

Catarina: Não deveria contar… Droga! – desliga o telefone.

Maria: Cacá?

Isadora: Isso mesmo que ouvi? – Isadora e Zeca espiavam a conversa de Maria.

Maria: E daí?

Zeca: Resta a questão: é do Eduardo ou Roberto?

Maria: Não se meta Zeca!

Zeca: Ah, não enche velhota!


Retornamos à cena de Laura na frente da residência de Carlos.

Carlos: Então Laura, pra quê o suspense?

Laura: Juca! Venha! – aponta ao homem misterioso que sai do veículo mascando chiclete.

Carlos: De onde arranjou o sujeito?

Laura: Era o namoradinho da minha mãe, além de ser o maior traficante de drogas e armas da região.

Carlos: Você tá louca de se envolver com um bandido? O que deu na cabeça?

Juca: Baixa a bola parça! Não vim pra escutar asneira! – encosta o revólver que tira da cintura na cabeça de Carlos.

Carlos: Calma amigo! Abaixa o treco, por favor!

Laura: Juca, não há necessidade de confusão! – pega no braço de Juca que guarda a arma.

Juca: Me trouxe pra ver o bocó? Caindo fora! Ansioso pra executar o serviço Laura.  

Laura: Ao cumprir o plano sujo, você levará a quantia que combinamos!

Juca: Ótimo! – fala antes de sumir na esquina.

Carlos: Plano sujo?

Laura: O Juca matará o Roberto e o velho nojento do Jorge.

Carlos: Matar?

Laura: Não vamos sujar as mãos gatão. Eis o motivo de contratar o capanga!

Carlos: Você ultrapassou os limites! Achei que desejava arrancar a fortuna do trouxa…

Laura: Muita coisa que você não sabe Carlos.

Carlos: O que eu não sei? O que Laura?

Laura: Não é somente grana. Justiça! Justiça através do Francisco, Marta e todo o sangue derramado no passado.

Carlos: De onde surgiu Francisco e Marta? Entendendo porra nenhuma!


Zeca e Roberto montam nos cavalos para um passeio nas trilhas, contemplando a lua cercada de estrelas no céu. 

Roberto: Zeca, como vai a Carolina?

Zeca: A razão que me convidou pra cavalgar a essa hora da noite?

Roberto: Curiosidade…

Zeca: Fala sério senhor Roberto! Desculpinha sem graça! Apaixonado, né?

Roberto: A verdade?

Zeca: Não precisa responder.

Roberto: Está tão na cara?

Zeca: Sim, kkkkkk!

Roberto: Confesso que não consigo controlar. Existe uma conexão, as lembranças me sufocam…

Zeca: Uma pena que preferiu o Edu.

Roberto: Tem ideia se ela é feliz com o Eduardo?

Zeca: Não. A novidade é que a Carolina embuchou.

Roberto: O quê?

Música de encerramento: John Legend – All Of Me Tema: Roberto e Carolina

A Widcyber está devidamente autorizada pelo autor(a) para publicar este conteúdo. Não copie ou distribua conteúdos originais sem obter os direitos, plágio é crime.

Pesquisa de satisfação: Nos ajude a entender como estamos nos saindo por aqui.

Leia mais Histórias

>
Rolar para o topo