Rodrigo encara Lúcia que se assusta ao notar a arma nas mãos dele. 

Rodrigo: Hora de acertarmos as contas.

Lúcia: Rodrigo…

Rodrigo: Acha que eu deixaria barato o chifre que levei?

Lúcia: Como me encontrou?

Rodrigo: Não se faça de burra, deu o endereço pra Laura! Arranjei dinheiro pra comprar o revólver e mandar você pro inferno finalmente! – aponta pra Lúcia. 

Lúcia: Por favor, Rodrigo abaixa isso… – pega uma tesoura de ponta da mesinha atrás sem Rodrigo perceber.

Rodrigo: Arrependo amargamente de ter lhe conhecido… Era um jovem bobo, não sei onde tava com a cabeça pra me envolver com uma prostituta que rodava bolsinha nas ruas… Contei minha história, confiei em você! E o que tive em troca? Traição! Me apunhalou pelas costas!

Lúcia: Ninguém se arrepende mais do que eu! Se pudesse retornar ao passado, jamais teria me aproximado! Apoiei a situação triste que sofreu na época, mas entendi que estava obcecado em vingança! Anos perdidos de casamento!

Rodrigo: Pelo menos uma coisa valeu a pena: a Laura. Ela terminará os planos que foram atrasados por você! Prometo que será uma morte breve Lúcia. Eu tinha que te matar com as próprias mãos e sentir o gostinho…

Lúcia: Você é um covarde! Sempre covarde! Nunca teve coragem pra nada! Usando a nossa filha pra uma briga que é sua! – avança de repente e consegue segurar o braço dele. Rodrigo dispara, porém acerta o telhado.

Lúcia enfia a tesoura na barriga de Rodrigo que responde com um grito. Ele cai no chão ao sentir a dor insuportável. Lúcia se desespera, vê Rodrigo definhando e fechar os olhos.

Lúcia: Deus do céu… – ao tocar no sangue derramado.


Carolina chega à casa alugada e cumprimenta Catarina sentada no sofá assistindo televisão junto de Eduardo que come pipoca.

Eduardo: Ah, finalmente Carol, tava preocupado! Foi legal na lanchonete?

Carolina: Horrível. Cruzei com o desgraçado do Juca!

Eduardo: Juca?

Carolina: Acredite se quiser, ele está namorando a Lúcia.

Eduardo: Que loucura! Nem poderia imaginar! Se soubesse que o Juca vivia com a Lúcia jamais teria te indicado pra trabalhar lá!

Carolina: Paciência tá no limite pra procurar um novo emprego. Falta de sorte do caramba esbarrar no maldito logo ali!

Eduardo: Pior é que a Lúcia tá protegendo o bandido. Melhor você cair fora, não compensa correr o risco!

Carolina: Não vou desistir por causa do Juca, não mesmo!

Eduardo: Bom, você que sabe. Como te disse antes, não precisa se preocupar com despesa! E a faculdade? Se apressa, senão nos atrasamos!

Carolina: Desculpa Edu, tô morta de cansaço. Desanimada pra estudar hoje.

Eduardo: Descanse, eu fiz uma comidinha pra nós.

Carolina: E você Cacá? Tá tão calada, tudo bem? – dá um beijo na testa da sobrinha.

Catarina: Sim tia.

Carolina: Certeza? Que carinha triste!

Eduardo: Ela me auxiliou na loja, deve estar cansada também, né Cacá?

Catarina: É.

Carolina: Tomar uma ducha pra dormir.

Carolina se tranca no banheiro e Eduardo aproveita pra provocar Catarina.

Eduardo: Adorei, se comportou direitinho Cacá. Excelente pra você, pro seu pai e toda a família. Continue assim. – abandona Catarina emburrada na sala.

Eduardo localiza Carolina de toalha nos ombros depois do banho.

Eduardo: Licença Carol, queria dizer que você não precisa se sacrificar naquele lugar, sustento você e a Cacá tranquilamente até as coisas se ajeitarem…

Carolina: Agradeço o que vem fazendo, só que prefiro enfrentar! Não tenho medo do Juca!

Eduardo: Se é o que deseja… Sabe o quanto te amo.tenta beijá-la.

Carolina: Não Edu. Não tô afim de romance. – se desvia ao encostar os lábios.

Eduardo: Perdão, irei me controlar, prometo. Aguardo o tempo que for necessário.


Após uma voltinha pelo quarteirão do bairro da zona leste de São Paulo, Juca entra na residência de Lúcia e se depara diante do corpo.

Juca: Lúcia? Quem é o homem? O que aconteceu?

Lúcia: É o meu marido.

Juca: Você o matou?

Lúcia: Não teve jeito! O Rodrigo invadiu a residência, me ameaçou!

Juca: Desgraça! O miserável tinha que aparecer aqui?

Lúcia: Estamos perdidos! E quando a polícia descobrir? E agora?

Juca: O importante é se livrarmos dele. Se os fardados vierem, vão me prender! Não fique parada, temos que carregá-lo!

Lúcia: Pra onde?

Juca: Abre o porta-malas, anda! – com esforço Juca e Lúcia colocam Rodrigo ensacado dentro do veículo.

Lúcia: O que faremos?

Juca: Daremos a carniça para os urubus! – resmunga ao ligar o carro.

Os dois passeiam na rodovia por alguns quilômetros. Chovendo forte, Juca resolve estacionar no acostamento rodeado de mato. Ele sai do automóvel, em seguida Lúcia e se encharcam na tempestade. Puxam o saco pra fora com dificuldade.

Juca: Nossa! Como o infeliz é pesado! – o casal larga o cadáver nas folhagens entre vários minutos arrastando no meio da chuva.

Lúcia: Vem. Temos que sumir antes que alguém nos veja! – fala tirando a franja ensopada do rosto.


Uma linda vista na cidade de Buenos Aires, Argentina. Roberto está deitado no quarto do hotel bebendo champanhe quando Laura aparece.

Laura: Não bebeu demais amor? – repara nas três garrafas vazias no canto. Laura revela a bela camisola de renda preta.

Roberto: Você tem razão. Vamos curtir a noite, né? – derruba a taça.

Laura: Vamos.

Ao tirar a roupa, Roberto motivado pela embriaguez, começa fantasiar a imagem de Carolina em Laura. Então avança sobre ela com amassos e carícias. Certos momentos a via como Laura, em outros parecia Carolina. Ele não consegue afastar os pensamentos delirantes, a joga na cama, transando com vontade.


Amanhece. Carolina prepara os lanches e corre ao balcão pra servir os clientes enquanto Juca a observa sem parar.

Juca: Posso ajudar Lúcia? – pega a bandeja de Lúcia, fixado em Carolina que o ignora.

Carolina volta a cozinha pra evitar Juca.

Lúcia: Carolina, os salgados estão fazendo o maior sucesso! Acabou tudo!

Carolina: Uau! Não esperava que iam gostar tanto! – põe massa pra fritar.

Lúcia: Acelera Carol! Os clientes lotaram, uma multidão reclamando as entregas!

Carolina: Tô acelerando!

Lúcia: O que está fazendo aí Juca? – nas últimas palavras Lúcia mira na presença de Juca hipnotizado por Carolina.

Juca: Nada. Vendo o movimento. – encosta na entrada do local e Lúcia o persegue.

Lúcia: Juca! Vi a maneira que olhava pra Carolina, cachorro! – agarra Juca que fugia dela.

Juca: Depois do que me fez passar ontem anoite com a merda do Rodrigo, ainda venho te dar uma mãozinha no estabelecimento e você me ofende?

Lúcia: Pensa que sou besta? Não mude de assunto Juca! Eu quero a verdade, você gosta da Carolina, hein? Confessa!

Música de encerramento: Miley Cyrus – Wrecking ball Tema: Lúcia e Rodrigo, Lúcia e Juca, Lúcia

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