Eduardo chega perto do bar de Maria e Carolina sai do carro. 

Carolina: Boa noite Edu. Obrigada pela carona.

Eduardo: Quantas vezes tenho que te dizer que não precisa me agradecer? Estudamos na mesma faculdade, não é trabalho nenhum.

Carolina: Tchau Edu.

Carolina ia abrir a porta da sua casa, porém Eduardo a impede.

Eduardo: Carolina escuta. Pensa naquilo que eu te disse antes? Se afasta do Roberto, é a melhor coisa que você faz, tô falando para o seu próprio bem.

Carolina: Edu, esse assunto de novo não.

Eduardo: Ele está noivo, o Roberto é um cafajeste que deseja se aproveitar de você…

Roberto: Isso é o que você pensa Edu, mas eu não sou nenhum cafajeste. – aparece na entrada.

Carolina: Roberto? O que você está fazendo aqui?

Roberto: Eu vim atrás de você e a sua mãe me convidou pra entrar, ela me disse que estava na faculdade com o Edu, então resolvi esperar.

Eduardo: Desculpa pelo “cafajeste” Roberto, eu não queria te ofender…

Roberto: Pena que você tenha uma péssima impressão Edu. Pra constar, o meu casamento com a Laura tá cancelado, já rompi com ela.

Eduardo: Bom, Tô indo. Desculpa novamente Roberto.

Sobram apenas Carolina e Roberto.

Carolina: Roberto, você não precisava ter vindo, tá tarde, amanhã conversamos…

Roberto: Tinha que dizer pra não desistir da gente. Por favor, vá na fazenda almoçar comigo? – dá um selinho rápido na boca dela.

Roberto: Perdão. Eu queria roubar um beijo.

Carolina vê o rapaz montando no cavalo que desamarra da árvore. Em poucos segundos ele some pela trilha.

Maria: O moço tá super apaixonado por você, hein?

Carolina: Não faço ideia do que tô sentindo. Tô tão confusa mãe!

Maria: Sentimentos são assim, confundem a nossa cabeça. Acho que está na hora de você recomeçar, depois da desgraça que viveu com o Juca. – toma um copo de leite.

Carolina: Vou dormir. – dá um beijo nela.


Era noite quando Laura encontra Carlos caído, encostado na parede do lado de fora da residência dele.

Laura: Carlos? Carlos acorda! – tenta levantá-lo.

Carlos: O que foi? Me deixa em paz!

Laura: Eu te liguei umas mil vezes e você não atendeu o celular! Deve estar drogado. Anda! Tomar banho imediatamente! – com dificuldade o arrasta apoiando o marmanjo no seu ombro.

Carlos: A droga é o único jeito de me livrar do fantasma da Helena.

Laura: Você enlouqueceu?

Carlos: Não! A Helena voltou dos mortos pra me perturbar Laura! Vejo assombração dela cheia de sangue no rosto, eu não tô suportando, eu não sei por quanto tempo vou aguentar! Tô com medo da polícia descobrir!

Laura: Entra logo. – ela liga o chuveiro, o empurra de roupa. 

Carlos: Não me abandona Laura, não me abandona! – acaba molhando Laura ao se agarrar nos seus braços.

Laura: Você tem que ser forte! Se me ama de verdade guardará o segredo por nós, entendeu? – põe as mãos sobre o rosto de Carlos.

Carlos: Difícil pra caramba, não consigo ser frio que nem você, tô ficando viciado em cocaína, é um inferno sem a droga, temos que sair desse lugar! Vamos embora Laura, viver a nossa vida a dois?

Laura: E viver do quê? Hein seu burro? Você não passa de um imprestável que arranjou um emprego no laticínio por causa do meu pai! Tem que esperar o momento certo!

Carlos: Quando será o momento certo? Até quando você quer me enrolar?

Laura: Eu vou arrancar uma boa grana do Roberto, então nós partimos, prometo!

Carlos: O imbecil não quer saber de você, muda a página Laura!

Laura: Vou reconquistar o Roberto, custe o que custar! Não posso desistir agora que cheguei tão perto!

Carlos: Você é uma doida, mas eu te amo. Eu faço qualquer besteira por você. – a beija intensamente e os dois se deliciam na água.


Rodrigo estaciona e deixa o automóvel velho em frente do quintal, no entanto ao ouvir seu nome, olha para trás.

Moisés: Rodrigo!

Rodrigo: Moisés?

Moisés: Quanto tempo né? Se lembra de mim? – o barbudo larga a carrocinha de reciclagem.

Rodrigo: Jamais vou me esquecer de você, jamais esquecerei o seu apoio.

Moisés: Saudades… Quando te conheci você era um adolescente perdido e ao se casar com a Lúcia virou as costas.

Rodrigo: Eu agradeço o que fez por mim. Tive que me afastar porque nunca concordou com os meus planos.

Moisés: Não concordo porque sabemos quanto sofrimento pode trazer. Triste que você ainda carrega ódio no coração.

Rodrigo: Você não consegue entender. Não passou o que eu passei na pele.

Moisés: Conheço a sua história Rodrigo e uma coisa te digo, você nunca será feliz se agir por vingança. É o momento de procurar o Jorge e contar a ele, colocar um ponto final…

Rodrigo: Não! Não se meta no caminho. Quem é você pra me dar conselho? Veja o que se tornou! Perdeu tudo o que tinha, virou um velho cachaceiro arruinado! – o encara puxando a gola da camisa.

Moisés: Tenho os meus motivos.

Rodrigo: Eu também tenho os meus! – ao se afastar faz uma pausa para ouvir Moisés.

Moisés: Não vim discutir. Eu queria a sua ajuda.

Rodrigo: Minha ajuda?

Moisés: Pra me reconciliar com meu filho Carlos. Vocês trabalham juntos no laticínio, você o viu crescer, o conhece melhor que eu. Tentei várias vezes, porém ele nunca me perdoou pela morte da mãe, nem quer ver a irmã, a Mel não tem culpa. – aponta para Melissa que brinca com o cão de estimação.

Rodrigo: Não conte comigo. Estou me lixando pra sua relação com aquele interesseiro do Carlos que se aproximou pra arrancar dinheiro do laticínio e agora está tendo um caso com a minha filha. E não me procure mais! – fecha o portão.

Melissa: O que foi pai? Você tá assim por causa do Carlos? Do meu irmão?

Moisés: Não é só por ele filha. Vamos pra nosso lar. – carrega a carroça pelas ruas na companhia da filha e do cachorro seguindo em direção ao barraco na periferia do vilarejo.


Novo dia amanhece agitado no laticínio. Roberto se depara com Carlos cochilando e os pés sobre a mesa do escritório.

Roberto: Ei folgado! – bate na mesa e assusta Carlos.

Carlos: Roberto…

Roberto: A empresa é lugar de trabalhar, não é de dormir não! O que tá acontecendo com você Carlos?

Carlos: Desculpa Roberto…

Roberto: Não me decepcione Carlos! Resolverei alguns negócios na fazenda, a tarde estou de volta. Confira os envios de manteiga e queijo! – despeja a pasta de pedidos na mesa e desaparece do escritório.

Carlos: Vai nervosinho, vai catar coquinho! Seu desgraçado! Nem imagina o que te aguarda.

Música de encerramento: Harry Styles – Sign of the Times Tema: Livre

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