Carolina freia o carro em frente do hospital e sai junto com Beto. Localizam Maria, Moisés e Melissa ao lado da ambulância que acabou de parar trazendo Catarina. Zeca aparece também e se aglomera no meio deles.

Zeca: O que aconteceu com ela?

Maria: Um acidente de trânsito, Zeca. O Moisés viu tudo!

Carolina: Anotou a placa do veículo, Moisés?

Moisés: Infelizmente, não. Preocupado com a Cacá jogada na rua, não pensei no crime! Recordo apenas de uma mulher sinistra analisando a cena que fugiu ao me ver chegando!

Beto: Coitada…

Melissa: Cacá! Você sabe quem fez isso? ― acompanha os enfermeiros que levam Catarina na maca pelo corredor da emergência.

Catarina: Não, Mel… Só me declarar antes de morrer… Te amo… ― pronuncia consciente e machucada, com dificuldade ao tirar o respirador da boca.

Melissa: Não fale besteira! Nem brincando! Você vai sobreviver! Tenha fé!

Catarina: Você e o Beto, me escutem! Beto! Espera!

Beto: O quê? ― Catarina segura a camisa de Beto.

Cacá: Por favor! Cuida da Mel pra mim! Cuida da Mel e do filho que ela carrega? Sejam felizes! Promete que casará com ela? Promete? ― fecha os olhos e solta Beto.

Melissa: Cacá! Cacá! ― grita desesperada ao perceber o médico discutindo que a paciente não teria mais pulso.

Maria consola Melissa e todos ao redor se entristecem com a notícia de que Catarina não resistiu.


Em uma região afastada do vilarejo, Juca e Gustavo conversam no galpão secreto.

Juca: Arranja alguém pra desmontar o automóvel!

Gustavo: Como conseguiu o carrão? Amassado e sujo de sangue… O que aprontou, Juca?

Juca: Não te interessa! Faça o que mandei!

Gustavo: Aproveitar pra te informar, descobriram que eu vendia cocaína na balada e me expulsaram do emprego! Caçando clientes em outras bandas!

Juca: Você é um jumento! Disperdiçou o lugar perfeito! ― sobe na moto e desaparece na pista.

Gustavo: Logo conheceremos realmente o jumento nessa história…


Amanhece. Zeca estaciona na esquina da residência de Laura e a cumprimenta na varanda.

Zeca: Estava no enterro da Cacá. Me diz que você não teve nada haver com a morte dela!

Laura: Lógico que não. Veio disposto a me culpar?

Isadora: Será que acredito?

Laura: Isadora? Eu não tinha ideia da tragédia com a Cacá! ― se surpreende diante da presença de Isadora. 

Isadora: Não estou na cidade por causa da Cacá. É por ele. ― aponta para Rodrigo que se mostra atrás de Isadora e encara Laura.

Rodrigo: O que achou do novo visual, Laura?

Laura: Então é verdade? ― se assusta com a aparência de Rodrigo.

Rodrigo: Claro que é verdade! Retornei pra finalizar o meu plano: exterminar o herdeiro da família Corais. Primeiro, destruir os que me humilharam no passado. A Lúcia pagou caro por me trair, ainda falta o miserável do amante dela!

Laura: O Juca?

Rodrigo: Exatamente. E não ouse me atrapalhar!

Isadora: Estamos atolados na miséria e precisamos de dinheiro!

Rodrigo: O retrato da Helena com o cofre permanece no casarão?

Laura: Sim, continua. Confiei a senha ao Zeca que vinha me sustentando através da grana que roubava de lá.

Rodrigo: Ótimo. Prazo de uma semana pra me fornecer o valor máximo que puder. Não enrola!

ZECA

Beto abraça Melissa no cemitério. Carolina, Joel, Maria e Moisés abandonam o local.

Beto: Conte comigo no que for necessário, Mel.

Melissa: Obrigada, Beto. Meu desejo no momento é desvendar o suspense do atropelamento! Pela situação do corpo, certeza que foi de propósito!

Beto: Por qual razão a matariam?

Melissa: Buscarei a resposta e justiça enquanto tiver forças. Em nome da Cacá que não merecia um fim cruel.

Maria: A Cacá era tão jovem…

Moisés: Cadê o Zeca?

Maria: Ele se sentiu péssimo no velório e correu pra casa.

Carolina: Surgiu lembranças horríveis bagunçando a cabeça. Me lembrei do assassinato do Roberto, uma sensação horrível se aproximando…


Anoitece, Labella dubla uma música que Catarina cantava na boate. Após algumas palavras emocionantes de Melissa no palco que criou uma homenagem pra sua amada com vídeos no telão.


O sol nasce na metrópole paulista. Rodrigo vem da cozinha com uma bandeja de suco e serve um copo à Isadora.

Isadora: Tentando compreender a finalidade de voltar, Rodrigo. Por que não ficamos no interior mesmo?

Rodrigo: Em breve te revelo, Isa. Existem bons motivos.

Isadora: Você anda misterioso! O que tá escondendo? ― ao beber alguns goles e Rodrigo liga pra uma pessoa.

Rodrigo: Pode vir. ― resmunga no celular.

Isadora: Do que se trata a ligação? Hein, Rodrigo? Cof! Cof! ― começa a tossir e algo ruim corrói no estômago.

Ana: Oi, mãe. ― entra de repente.

Isadora: Ana? O que faz aqui?

Ana: Me despedir da senhora. Jesus perdoará nossos pecados.

Isadora: Cai fora, vadia… Cof! Cof! Tô passando mal, Rodrigo… ― põe as mãos no pescoço, se sufocando.

Rodrigo: Envenenamos você, Isa.

Isadora: O quê? Cof! Cof! Veneno? Desgraçado… ― agarra Rodrigo, porém escorrega no chão definhando.

Ana: Adeus, mãezinha. Te adorava, mas o amor do Rodrigo é maior! ― se abaixa perto de Isadora.

Rodrigo: Não podemos perder tempo, me ajude a arrastá-la até o porta-malas. Assim que sumir com a carniça dela, viajo rumo à São Roque pra concluir uma pendência!

Ana: Posso ir com você?

Rodrigo: Agora não, princesa! Me aguarde na capital, ok? Eu te comunico por telefone.


Escurece e a lua se destaca entre estrelas no céu. Zeca e Laura se enchem de vodca com energético na moradia alugada dela.

Laura: Não gostei de encontrar o meu pai. Preferia que tivesse queimado no incêndio!

Zeca: E a jovem corajosa que se sacrificava pra satisfazer as vontades do Rodrigo?

Laura: Vinte anos, Zeca. Bastante coisa mudou.

Zeca: Imaginando a fortuna que vamos desembolsar! E o apoio do Juca? Você ouviu o Rodrigo ameaçando que pretende assassiná-lo a qualquer instante!

Laura: Somente se eu permitir. Avisarei o Juca. Não deixarei ninguém arrancar a fortuna que lutamos tanto pra conquistar durante décadas!

Zeca: Merda! ― ao notar o barulho da buzina.

Zeca escapa pela janela de cueca, carregando as roupas no ombro e Laura atende a porta para Beto. O rapaz ataca Laura aos beijos. 

Beto: Saudades de você, Priscila! Desculpa o horário, fui no enterro de uma prima.

Laura: Enterro? Lamento, gatão.

Beto: Esquece o assunto, que tal curtirmos a noite?

Laura: Excelente! Preparar uma bebida pra gente!

Beto: Sorria! ― pega Laura desprevenida e mira a câmera ao observá-la com a garrafa de uísque.

Laura: Não, Beto! Enlouqueceu? ― toma o aparelho das mãos dele e apaga a imagem.

Beto: Pra quê o drama, Priscila? É uma foto!

Laura: Invadindo a minha privacidade, entendeu?

Beto: Não fique brava! Você se incomoda por eu guardar uma recordação?

Laura: Sem importância nenhuma! Você me visita diariamente!

Beto: Estranhando a sua reação, medo do quê, Priscila? Confessa!

Música de encerramento: Lewis Capaldi – Someone You Loved Tema: Beto e Melissa

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