Moisés abre a janela do barraco porque ouve alguém batendo palmas do lado de fora. Ao reparar quem é, se desloca para o quintal.

Moisés: Cacá? – vem junto do cão de estimação que lambe Catarina.

Catarina: A Mel tá por aí? Tô preocupada…

Moisés: Cacá… A Mel foi embora pra Bahia.

Catarina: Embora?

Moisés: Eu não estava dando conta de cuidar dela. Vieram uns parentes da família hoje cedo e a levaram pra morar lá com eles.

Catarina: De repente? Nem se despediu de mim…

Moisés: É… Precisavam viajar rápido. Será bom pra ela, você compreende a situação financeira? Te deixou um bilhete antes de ir. – entrega um papel dobrado e Catarina abre.

O conteúdo dizia: “Cacá, me desculpe por partir dessa maneira. Beijos, Mel”. – Catarina leu as palavras na mistura de surpresa e tristeza.

Catarina: Não esperava por isso…

Moisés: Imagino como é difícil, muito doloroso pra Mel abandonar todo mundo que conhece na cidade. Quem sabe daqui um tempo vocês se encontram novamente.

Catarina: Tomara que ela se arrependa e volte. Vou pra casa antes que a minha mãe desconfie. Obrigada pela carta senhor Moisés.

Moisés: Tchau querida. – dá um beijo na testa de Catarina ao observá-la andar lentamente com a cabeça baixa.

O barbudo fecha a porta e conforta Melissa.

Melissa: Ela acreditou pai?

Moisés: Acho que sim filha. Saiu bem magoada.

Melissa: Eu não queria que fosse desse jeito, mas é melhor mentir pra que não aconteça uma desgraça.

Moisés: Também concordo que deve se afastar, evitar problemas pra nossa vida. Porém mentira tem perna curta. Até quando você ficará isolada? E as aulas?

Melissa: Terei que abandonar a escola. Me esconder por uns meses e aguardar passar a raiva da Isadora. Tô com medo. Se a Cacá descobrir, a mãe dela acabará sabendo e nem imagino o que a bruxa é capaz de fazer!

Moisés: Tá certo Mel. Você quase morreu por causa da Isa. Meu Deus, como uma pessoa pode ser tão ruim?


Juca localiza Isadora caminhando pela estrada perto do bar de Maria e resolve parar a moto na sua frente.

Juca: Fiz o que você pediu.

Isadora: Matou a filha do lixeiro?

Juca: Sim, cadê a grana que prometeu?

Isadora: Juntei com sacrifício na poupança. Se você se livrou da aberração, valeu a pena o investimento de cada centavo. Sem aquela infeliz eu consigo corrigir a Catarina. – tira um maço de reais do decote nos seios.

Juca: Essa mixaria?

Isadora: O que posso pagar Juca.

Juca: Aceitarei pelo nosso segredinho do passado e a sua ajuda pra reconquistar a Carolina.

Isadora: Ainda tem esperança?

Juca: Claro. – ele subia na motocicleta, no entanto Isadora segura o seu braço.

Isadora: Espera! Você tem novidade do Guilherme?

Juca: Não, mas o irmão gêmeo dele tá encaminhado. O Gustavo é esperto como eu.

Isadora: Fica longe do Gustavo, fica longe do meu filho! – grita alto.

Juca: Quem é você pra me dar ordens? – põe o capacete e some no veículo.

Maria: Isa, o que você conversava com o bandido? – se aproxima de Isadora.

Isadora: Queria saber se ele tinha notícias do Guilherme…

Maria: Preocupada com essa situação, o que aconteceu com meu neto? Tá um tempão desaparecido!

Carolina: O Juca? Está envolvido com meu sobrinho, hein Isa? – aparece no meio da conversa. 

Isadora: Não, falou nada! O que vocês querem que eu faça? Ninguém tem ideia de onde o moleque se meteu!

Gustavo: Tentei avisar. Desde a vez que viram a mochila cheia de drogas, era dele, não se importaram! – espiava o diálogo delas.

Carolina: Se for verdade, ele pode estar correndo risco! Irei a polícia denunciar o desaparecimento do Guilherme, alguém precisa tomar uma atitude!

Isadora: Ok Carol, já pensava em ir à delegacia… 

Carolina: Vamos então, né?

Gustavo: Vou junto, afinal eu fui uma das últimas pessoas que viu o Guilherme.

Maria: Vão, por favor, não podemos perder a esperança!

Carolina: Calma mãe! Ligarei pro Edu nos dar uma carona de carro pra gente resolver na delegacia. – abraça Maria e pega o celular na bolsa.


Roberto estaciona a camionete ao lado do casarão da fazenda Corais e nota o pai fumando um cigarro na varanda.

Jorge: A Laura veio atrás de você.

Roberto: Eu a encontrei no laticínio.

Jorge: Conversaram? Se deu conta da loucura que fez ao desistir do casamento? Sua mãe gostava da Laura, vocês cresceram colados, estudaram na mesma escola, namoraram por tantos anos… – fala enquanto o Roberto observa em silêncio.

Roberto: Pare pai! Farto dos seus conselhos!

Jorge: Por que não entende?

Roberto: Nunca esquecerei o que sofri na infância. E durante meses, você e a mãe me controlaram, me convenceram a desistir da faculdade pra administrar a fazenda e o laticínio!

Jorge: O que fizemos era pensando em você!

Roberto: Não! Só pensaram na ganância, no dinheiro…

Jorge: Logo você perceberá que tudo nesse mundo gira em torno do dinheiro e do poder. – entra no casarão e deixa o filho sozinho.

Música de encerramento: Recaírei – Os barões da pisadinha Tema: bar da Maria

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