“Sete Vidas”

 

[CENA 01 – CASA DA LETÍCIA/ Q. DA LETÍCIA/ DIA]
CÁSSIA – Errou de porta, Eduardo? Eu disse à ultima a esquerda.
EDUARDO – Não, não errei. Estava indo para o banheiro, quando ouvi uma música vindo dessa direção, e quando vim ver, encontrei ela. É a sua irmã?
CÁSSIA – É sim. Ela tem uma doença grave, e precisa descansar. Vamos?
EDUARDO – Claro. Você canta muito bem, viu. Tchau. (Eduardo sai do quarto, Cássia olha para Letícia com uma cara não tão amigável, e sai do quarto em seguida)
CÁSSIA – Você não quer ir mais ao banheiro?
EDUARDO – Não tenho mais tempo. Vou ter que segurar por mais uns minutos. Tenho uma ultima entrega para fazer, e o tempo está acabando.
CÁSSIA – Você que sabe. Te acompanho até a saída então. Dessa vez, garantir que você não erre de porta. (os dois voltam para sala)

[CENA 02 – CASA DO PEDRO/ SALA/ DIA]
CARLA – Entra! (Miguel entra e caminha até a sala)
MIGUEL – Não estou atrapalhando, né? Não quero ser inconveniente igual aquela vez.
CARLA – Não, não está. (fica um curto silencio entre os dois)
MIGUEL – Bom, é…
CARLA – Eu queria te pedir desculpa. Eu não devia ter sido tão grosseira com você naquele dia…
MIGUEL – E eu não devia ter aparecido daquele jeito.
CARLA – Mesmo assim, não justifica o jeito que te tratei. Eu estava nervosa, cansada da viagem, e o Pedro querendo saber do pai…
MIGUEL – Eu não iria contar nada para ele, porque mesmo assim, eu não sei quem é o pai dele.
CARLA – Eu sei. Eu sabia que quando voltássemos para o Rio, ele cedo ou tarde iria querer saber do pai.
MIGUEL – Quem é o pai dele?
CARLA – Você não conhece… (tenta mudar de assunto) Você me desculpa, por tê-lo tratado daquele jeito?
MIGUEL – Não precisa pedir desculpa, tá. Vamos fazer assim, imaginemos que hoje estamos nós reencontrando… (Carla sorri) … Pelo seu sorriso, você gostou da ideia?!
CARLA – Então… namorando muito esses últimos anos?
MIGUEL – Sim, paquerei umas centenas de mulheres nessa cidade… Duvidar até nesse bairro deve ter alguma que ainda sente algo por mim.
CARLA – Então é melhor ela não te ver aqui, não quero que ela pense que você está interessada por minha irmã.
MIGUEL – Estou brincando… Meu coração só tem uma dona. (se aproxima da Carla) E ela está bem aqui na minha frente. (os dois se olham por um tempo, quando Pedro chega)
PEDRO – Mãe?!
CARLA – Já chegou, filho?! (se afastando de Miguel envergonhada)
PEDRO – Atrapalho alguma coisa?
MIGUEL – E aí garoto, lembra de mim?
PEDRO – Sim, você é o amigo da minha mãe que apareceu aqui noite passada.
CARLA – Pois é, ele veio nos visitar novamente.
PEDRO – A senhora bem que podia fazer um encontro entre amigos, né? Porque cada dia um vem visita-la.
MIGUEL – Como assim?
CARLA – Você não é o único que já sabe que eu voltei! Então, como foi na escola? Fez novos amigos?
PEDRO – Eu acho que fiz. Bem, conto tudo pra senhora depois. Vou lá pra cima trocar de roupa, lavar as mãos e descer para almoçar. O seu amigo vai almoçar com a gente?
MIGUEL – Estou esperando um convite da sua mãe, mas até agora, nada!
CARLA – Bem, como não estava planejando visitas, eu…
MIGUEL – Não se preocupa, estou brincando. Estou indo já, minha família também está me esperando para almoçar.
PEDRO – Você é casado?
MIGUEL – Não, devo ter me expressado mal, minha família é tia e primos. Eles estão me esperando para almoçar.
PEDRO – Bem, então estou subindo, mãe. Até, Miguel. (o cumprimenta)
MIGUEL – Até, Pedro. (Pedro sobe para o quarto)
CARLA – Quer dizer que esses anos todo você está morando na casa da su tia? Nossa, para um cara independente que queria conquistar as coisas sozinhas no passado, tá parecendo agora um encostado?!
MIGUEL – Encostado não. Sabe que batalhei sozinho sempre para conquistar meus objetivos. Simplesmente, achei mais em conta morar com a família do que morar sozinho.
CARLA – E por que não procurou uma garota e chamou para morar com você?
MIGUEL – Por que eu estava esperando essa garota chegar de viagem. (se aproximando dela)
CARLA – Melhor você ir. (desvia dele) Pedro logo desce e a Paula vai está aparecendo aí.
MIGUEL – (sorrindo) Sempre sabendo como desviar de mim, né? Mas, como não sou de desistir fácil, eu vou, mas eu volto querendo a resposta para jantar comigo?! (caminha até a porta, Carla logo atrás sorrindo e surpresa)
CARLA – E quanto tempo eu tenho para responder?
MIGUEL – Na verdade, somente algumas horas. Te pego às 8!
CARLA – Mas eu nem aceitei ainda?
MIGUEL – Mas às 8 estarei aqui. (Miguel sai, Carla fecha a porta sorrindo)

[CENA 03 – CASA DA LETÍCIA/ Q. DA LETÍCIA]
(Letícia está conversando com Dácio em cima da cama)
DÁCIO – Eu achei que ele iria fazer alguma zoação comigo, mas não…
LETÍCIA – Ele te ajudou a melhorar o amplificador?
DÁCIO – Ajudou. Disse que séria meu amigo.
LETÍCIA – Viu, eu disse que logo você faria amigos.
DÁCIO – Não sei se depois que ele ver o jeito que os outros irão trata-lo, se continuará sendo meu amigo.
LETÍCIA – Não seja pessimista, Dácio. Você vai ver, ele será um grande amigo seu. (Cássia invade o quarto)
CÁSSIA – Acho que podemos ensaiar agora.
DÁCIO – E eu acho que terei que conversar com a tia, para te ensinar que se deve bater na porta antes de entrar, e não invadir o quarto de qualquer pessoa e atrapalhar a conversa delas.
CÁSSIA – Tem ninguém aqui falando com você, garoto. Agora se você nos dar licença, temos que ensaiar.
LETÍCIA – Antes você não vai mostrar a melhoria que fez?
DÁCIO – O amplificador agora funciona com alcance de 15 quadras.
CÁSSIA – Uau, então quer dizer que a Letícia pode ficar em casa e eu no estúdio que vai está funcionando?
DÁCIO – Exato.
CÁSSIA – Maravilha, porque eu e mamãe estávamos até agora pensando como te esconderia lá, para que ninguém desconfiasse.
DÁCIO – Não acha que eu mereço um obrigado ou a tia não ensinou isso para você?
CÁSSIA – Você não fez mais do que a sua obrigação. E vamos testar isso, vou lá para o jardim e você vai cantar. Vamos ver se você conhece mesmo a letra. (sai do quarto)
DÁCIO – Não sei como você aguenta isso calada?!
LETÍCIA – É minha missão ajudar minha irmã a realizar o sonho dela.
DÁCIO – E quanto aos seus sonhos, Letícia?
LETÍCIA – Se o dela for realizado, o meu também será!
DÁCIO – Usando você?! Se realmente ela quisesse ser uma grande cantora, não custava nada ela estudar, fazer algum curso de canto, música e não ficar aí roubando o seu talento.
CÁSSIA – (pelo amplificador) Pronta Letícia?
LETÍCIA – Sim. Dácio, você pode colocar o playback da música para tocar ali, por favor? (entrega o celular para ele. Dácio caminha até o aparelho de som, conecta o celular e seleciona o playback. Começa tocar…

[CENA 04 – CASA DA ALICE/ Q. DA ALICE/ DIA]
(Alice está conversando com suas amigas via web cam, exceto, Rute)
THALITA – Meninas, estou começando a ficar preocupada com a Rute!
ÉSTER – Eu liguei para a mãe dela e ela disse que a Rute está de cama. Disse que nem consegue levantar da cama de tão mal.
ALICE – E porque ela não ligou para mim, informando que estava mal?
ÉSTER – Isso eu não sei.
THALITA – Não vamos visita-la?
ALICE – Não, vai que a doença dela é contagiosa. Não posso correr o risco de perder a gravação do programa. (Felipe bate na porta)
FELIPE – Filha, precisamos conversar! (entra e traz alguns papeis nas mãos)
ALICE – Estou ocupada agora pai, estamos discutindo um trabalho.
FELIPE – Essa discussão vai ter que esperar. Vocês não se importam não é meninas?
ÉSTER – Claro que não.
THALITA – Sem problemas, retornamos depois Alice. (as duas desligam)
ALICE – Obrigado pai, mais uma vez mandando as minhas amigas embora.
FELIPE – A conversa é séria, Alice!
ALICE – Está bem, sobre o que o senhor quer conversa agora?
FELIPE – Pedi para que o advogado fizesse um balanço do que você andou gastando nos últimos meses…
ALICE – Vai começar a controlar o que eu gasto agora?
FELIPE – E ele me mostrou que você gastou quase 1 milhão só em roupas, joias, festas…
ALICE – E daí?
FELIPE – E daí filha, que nenhuma adolescente na sua idade consegue gastar tanto assim como você!
ALICE – Porque nem todas nasceram em berço de ouro como eu!
FELIPE – Mas isso não lhe dá direito de ficar gastando dinheiro dessa maneira. Você tem que ter mais responsabilidades com seus gastos, saber que dinheiro não é algo que se conquista fácil.
ALICE – Me poupe desse seu sermão, papai. Nossa família tem muito dinheiro, muitas empresas, filiais espalhadas pelo o mundo inteiro.
FELIPE – Sim, tudo isso foi conquistado com muito trabalho e esforço, desde o seu bisavô.
ALICE – Viu, muito dinheiro foi acumulado desta geração para cá.
FELIPE – Será que você só pensa em dinheiro, filha?
ALICE – Não, também penso em sapatos, roupas, músicas…
FELIPE – Quer saber? Chega! Sem compras, sem roupas, sapatos, festas, chega de uma vida dada assim de maneira fácil!
ALICE – O que? Vai me obrigar a trabalhar agora?
FELIPE – Não, você tem que estudar, se formar, depois irá trabalhar. Só que está proibida de usar os seus cartões de créditos, se precisar comprar alguma coisa deverá informar para mim, e se realmente você estiver precisando desse objeto, eu autorizarei a compra. Nada de festas caras, para pessoas que certamente você não conhece. Por exemplo, mês passado você fez uma festa para 800 pessoas! Filha, nem eu tenho 800 amigos, para dar uma festa desse tamanho.
ALICE – Eu também não, mas é que essa festa os convidados podiam trazer mais 5 pessoas. Eu precisava de um grande publico para mostrar a minha musica nova.
FELIPE – Chega de festa de agora em diante.
ALICE – O senhor não pode está falando sério? A minha popularidade de melhor organizadora de festas na minha escola vai acabar.
FELIPE – Mais um motivo para impedir isso.
ALICE – O que é que deu no senhor pra fazer isso? Nunca se importou com o quanto eu gastava, com o que eu gastava. Sempre vivia enfiado na empresa. O senhor confiava em mim!
FELIPE – E esse foi o meu erro! Eu devia ter dado mais atenção a você, mas não, fiquei com tanto medo que faltasse algo a você, que mesmo eu não estando tão presente, você podia achar que eu estava ao seu lado se eu te desse total controle. Eu realmente achei que dando confiança a você, você poderia fazer as decisões certas. Mas não, apenas dê brecha para a sua avó se intrometer na sua vida e te tornar essa garota ambiciosa, que se preocupa apenas pelos bens materiais.
ALICE – Não coloca a vovó nessa história. Isso que o senhor quer fazer é maluquice. Deve ser isso mesmo, ficou tanto tempo dentro daquele escritório que os neurônios do senhor devem ter acabado!
FELIPE – (firme) Sem internet, sem celular, sem computador, sem música…
ALICE – Ah não, isso o senhor não vai tirar de mim.
FELIPE – Enquanto ao programa de música, vai pensando no que dizer para a produção, pois você também não vai participar dele.
ALICE – Você tá louco, só pode?!
FELIPE – Posso está, mas não vou perder você para ela. (sai do quarto)
ALICE – O que foi que deu nele gente? (pega o celular e liga para alguém)

Anoitecendo…

[CENA 05 – CASA DO PEDRO/ SALA/ NOITE]
(Miguel, pontualmente, já está à espera de Carla. Ele e Paula estão na sala conversando)
MIGUEL – E o casamento, quando é que sai?
PAULA – Vai demorar ainda, na verdade, quero saber o namoro seu e da Carla, quando é que sai?
MIGUEL – Bem, isso vai depender da sua irmã. (Carla vem descendo as escadas)
CARLA – Estão falando de mim?
PAULA – Estamos aqui perguntando quando o namoro sai.
CARLA – Cuidado Paula, o Pedro pode ouvir. Ele está no quarto, mas disse que eu voltava antes dele dormir.
PAULA – Ah, sem essa irmã, o Miguel não esperou 15 anos para vocês terem um encontro de meia hora.
MIGUEL – Por mim, sem problema o encontro durar só 10 minutos, porque já foi uma vitória ter convencido a sua irmã a sair comigo logo na primeira tentativa.
PAULA – Então aproveitem e vão embora! (os leva até a porta) Miguel perdeu alguns minutos esperando você se arrumar, pra quase nada…
MIGUEL – Não é verdade, você está linda!
PAULA – Olha aí, porque vocês não aproveitam para conversar sobre isso e muita mais no jantar. (abre a porta e os empurra para fora)
CARLA – Olha ele Paula, se pergunta diga que logo estou de volta.
PAULA – Minha irmã, aproveita à noite. Miguel, faz um favor pra mim, faz ela esquecer um pouco o filho e pensar mais nessa noite.
MIGUEL – Fazer com que ela esqueça o filho, acho que não conseguirei, mas que ela vai aproveitar essa noite ela vai.
CARLA – Ah é, e pra onde você vai me levar?
MIGUEL – Bem, eu vim de carro, porque reservei uma mesa num restaurante que você vai adorar.
CARLA – Não é nada chique, por favor, Miguel?
PAULA – Por que vocês não continuam essa conversa no carro?
MIGUEL – Vamos.
CARLA – Qualquer coisa liga, Paula. Vou estar com o celular sempre por perto. (Miguel leva Carla até o carro, e Paula volta para a sala. Pedro vem descendo as escadas)
PEDRO – Minha mãe já saiu com o amigo dela?
PAULA – Já, agora é só nos dois!
PEDRO – Confessa tia, esse cara é bem mais que um amigo da minha mãe, né?
PAULA – Você deve ter puxado pra mim mesmo, percebeu isso quando?
PEDRO – Hoje, vendo os dois conversando aqui na sala.
CARLA – E sua mãe tratando você como criança. Vem comigo, vamos até a cozinha, vou preparar algo pra gente comer e conto tudo que quiser saber do Miguel. (Paula e Pedro vão para cozinha)

[CENA 06 – CASA DA ALICE/ Q. DO FELIPE/ NOITE]
LUANA – O que você foi conversar com a Alice, que ela não saiu do quarto desde então?
FELIPE – Fui salvar minha filha da sua mãe. Fui tomar o controle da vida dela, antes que eu a perca de vez.
LUANA – O que minha mãe fez agora?
FELIPE – A mesma coisa que ela fez com você. Ensinando para Alice que bens matérias e dinheiro é o mais importante na vida.
LUANA – Mas minha mãe quase não vem nos visitar. Você mesmo a proibiu.
FELIPE – Se você desse mais atenção a sua filha, iria saber que para a sua mãe influenciá-la não é preciso vir aqui. (sai do quarto em seguida)

[CENA 07 – RESTAURANTE/ NOITE]
(Miguel e Carla são levados até a mesa reservada. Os dois se sentam, o garçom entrega o menu e logo se retira)
CARLA – Impressão minha ou já estive nesse lugar?
MIGUEL – Sabia que iria te trazer recordações. O dono desse restaurante tem outro igual em São Paulo. Foi um semelhante a este que te levei para jantar na primeira vez que a gente saiu.
CARLA – Estou me lembrando.
MIGUEL – Ah, então vamos ver se você é boa de memória e vai lembrar o que foi que eu pedi naquela noite.
CARLA – Olha, que a minha memória não é de falhar. (olha o menu)

[CENA 08 – CASA DE PEDRO/ COZINHA/ NOITE]
(Pedro está ajudando sua tia nas louças e ainda continuam conversando sobre Miguel)
PEDRO – Quer dizer que minha mãe namorou mesmo com o Miguel?
PAULA – Se dependesse de sua mãe, esse namoro não iria sair nunca. Foi com a minha ajuda e da Roberta, nossa prima, que isso aconteceu.
PEDRO – E porque os dois não continuaram o namoro.
PAULA – Bem, nessa época, vários problemas rondava a vida da gente. A Carla estava atrás do papai, estava atrás do seu pai…
PEDRO – Meu pai estava vivo nessa época?
PAULA – Estava, ela veio atrás dele aqui no Rio. Depois que descobriu que ele havia falecido, Carla e eu decidimos morar com o papai em Minas.
PEDRO – Minha mãe e Miguel não se falaram depois disso?
PAULA – Não, Carla queria esquecer tudo que lembrasse o Rio.
PEDRO – Isso tem a haver com a morte do meu pai? (Paula para de responder e tenta mudar de assunto)
PAULA – Você não tem nenhuma atividade da escola para fazer?
PEDRO – Tenho, mais não é pra manhã, então posso fazer outra hora.
PAULA – E a namorada? Ligou para ela?
PEDRO – Carol?! Como é que eu posso ter esquecido dela assim. (deixa o pano que estava enxugando as louças sobre a mesa e sai correndo para o quarto. Chegando nele, pega seu celular e disca para Carol) Oi, pensou que eu não iria ligar, né?!

[CENA 09 – CASA DA ANDRÉA/ Q. DA ANDRÉA/ NOITE]
RAMON – Então, posso saber agora porque você me ligou está hora da noite e pediu que eu viesse aqui com urgência?
ANDRÉA – Pra você ver eu cantando. Ou não quer ter esse privilégio?
RAMON – Quero sim. (senta na cama)
ANDRÉA – Bem, não precisei muito ensaiar essa música, pois praticamente já a dominei no primeiro ensaio. Mesmo assim, quero uma opinião.
RAMON – Pode deixar, serei bastante crítico.
ANDRÉA – É o mínimo que espero de você.
RAMON – Quando quiser, então. (Andréa dar player na música Sete Vidas, de Pitty)

[CENA DE MÚSICA – SETE VIDAS (PITTY)]

Só nos últimos cinco meses 1
Eu já morri umas quatro vezes
Ainda me restam três vidas
Pra gastar

Só nos últimos cinco meses 2
Eu já morri umas quatro vezes
Ainda me restam três vidas
Pra gastar

Era um mar vermelho
Me arrastando do quarto pro banheiro
Pupila congelada
Já não sabia mais de nada

É besta sim esse quase morrer
Desconcertante perceber
Que as coisas são e tudo floresce
A despeito de nós

Pálido, doente
Rendido, decadente
Viver parece mesmo
Coisa de insistente

A postura é combativa
Ainda tô aqui viva
Um pouco mais triste
Mas muito mais forte

E agora que eu voltei
Quero ver me aguentar!

Só nos últimos cinco meses 3
Eu já morri umas quatro vezes
Ainda me restam três vidas
Pra gastar

Só nos últimos cinco meses
Eu já morri umas quatro vezes
Ainda me restam três vidas
Pra gastar

A caixa de sombra se abriu 5
Foi um maremoto atrás do outro
Ferro na jugular
Tirando tudo do lugar

Se coisa ruim faz a gente crescer
E todo esse clichê
Já nem caibo mais na casa
Não caibo mais aqui

Pálido, doente
Rendido, decadente
Viver parece mesmo
Coisa de insistente

A postura é combativa
Ainda tô aqui viva
Um pouco mais triste
Mas muito mais forte

E agora que eu voltei
Quero ver me aguentar!

Só nos últimos cinco meses
Eu já morri umas quatro vezes
Ainda me restam três vidas
Pra gastar

Só nos últimos cinco meses
Eu já morri umas quatro vezes
Ainda me restam três vidas
Pra gastar

Pra gastar, pra gastar
Só três vidas pra gastar
Pra gastar

1. Andréa começa a dançar. Ramon imita que está tocando batéria.
2. Caminha pelo quarto, sempre dançando. Ramon não tira os olhos decima dela.
3. Sobe em cima da cama, e começa a pular.
4. Volta para o chão, caminha pelo quarto, dança e pula. Ramon, também se diverte só que em cima da cama. Andréa fica até o final da música dançando e andando pelo quarto.[CENA 10 – RUA/ NOITE]
(Carla e Miguel estão caminhando de volta para a casa. Os dois estão tão juntinhos, que Miguel aproveita e pega na mão dela)
CARLA – Acho que minha irmã tem razão!
MIGUEL ­– Sobre o que?
CARLA – (para de andar e fica de frente a ele) Eu preciso dar uma chance ao amor. (o beija)

Continua no Capítulo 08…

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